Espaço para expansão fiscal e PIB um pouco melhor no Brasil. Taxa de câmbio volta a superar 2,30 reais por dólar
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- Leandro Covalski Belo
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1 Espaço para expansão fiscal e PIB um pouco melhor no Brasil Publicamos nesta semana nossa revisão mensal de cenários (acesse aqui). No Brasil, entendemos que o espaço para expansão adicional da política fiscal e parafiscal está menor. A possibilidade de piora da classificação de risco do País reduzem o espaço de manobra. Diante disso, elevamos a projeção para o superávit primário em 2014 de 1,1% para 1,3% do PIB. Para 2013, mantivemos em 1,7% do PIB, dada a piora recente. Projetamos menor crescimento das despesas de investimento e custeio nos próximos anos. A atividade econômica, por sua vez, vem se mostrando um pouco melhor do que esperávamos. Elevamos ligeiramente nossa estimativa para a variação do PIB no terceiro trimestre deste ano. Essa mudança contribuiu para um aumento das projeções de crescimento do PIB em 2013 de 2,3% para 2,4%, e em 2014 de 1,7% para 1,9%. (Tabela 1). Taxa de câmbio volta a superar 2,30 reais por dólar
2 As incertezas com relação à política monetária norte-americana e o debate acerca dos resultados fiscais no Brasil vêm pressionando a taxa de câmbio. O real voltou a superar 2,30 reais por dólar, mantendo a alta volatilidade que vem marcando o comportamento do câmbio neste ano (Gráfico 1). Para o fim deste ano, mantivemos a projeção da taxa de câmbio em 2,35 reais por dólar. Para 2014 esperamos que o câmbio continue depreciando, para 2,45 reais por dólar um pouco menos do que projetávamos anteriormente, 2,55 IPCA subiu 0,57% em outubro O IPCA apresentou variação de 0,57% em outubro (ante 0,35% em setembro), resultado um pouco abaixo da nossa projeção e da mediana das expectativas de mercado (ambas em 0,60%). O principal desvio em relação à nossa projeção veio do grupo alimentação. Os alimentos no domicílio registraram alta de 1,07% (nossa previsão: 1,3%), após variação nula em setembro.
3 Com esse resultado, o IPCA atingiu 4,38% no ano (igual ao resultado do mesmo período do ano passado), com a taxa em 12 meses recuando para 5,84% (5,86% até setembro). Os núcleos da inflação também aceleraram, com alta média de 0,56%, ao passo que a inflação dos serviços recuou um pouco no mês, mas manteve a alta de 8,7% em 12 meses (Gráfico 2). Fed deve manter estímulos até 1T14 Acreditamos agora que o banco central norte-americano (Fed) deva iniciar a desaceleração de seu programa de compra de ativos apenas em março de Os dados econômicos têm mostrado recuperação apenas moderada. Esperamos que o crescimento melhore no ano que vem, mas o Fed deve aguardar a confirmação dessa tendência para só então iniciar a
4 redução dos estímulos. Durante a semana, pesquisadores do Fed publicaram dois estudos com importantes simulações de regras de política monetária. Ambos os trabalhos indicam que o Fed não deve elevar os juros até que a taxa de desemprego esteja próxima ao nível estrutural (algo em torno de 5%). Essa taxa é bastante inferior aos 6,5% de desemprego em que o Fed indicou que subiria juros. É uma indicação de que os juros deveriam permanecer próximos a zero por um período mais longo do que se esperava inicialmente (em uma das estimativas, os juros permanecem em zero até 2017). PIB e criação de empregos acima do esperado nos Estados Unidos (Gráfico 3). O PIB dos EUA cresceu 2,8% em termos anualizados no terceiro trimestre, acima dos 2% esperados pelo mercado. As surpresas positivas foram em estoques e gastos do governo, algo que deve ser compensado nos trimestres seguintes. O consumo privado cresceu em linha com nossas expectativas. Dessa forma, não há mudanças significativas de perspectiva para a economia norte-americana. Esperamos crescimento de 1,5% para 2013 e 2,5% para Em nota separada, foi divulgada a criação de emprego no país. O número registrou 204 mil novos postos de trabalho, bem acima das expectativas. Os meses anteriores foram revisados para cima, reforçando a surpresa positiva. O fortalecimento do mercado de trabalho aumenta a probabilidade de que o Fed inicie a redução do programa de compras de ativos nos primeiros meses de 2014.
5 BCE reduz taxa de juros e mantém viés de baixa O Banco Central Europeu (BCE) reduziu sua taxa de juros na reunião dessa quinta-feira de 0,50% para 0,25%. O BCE já vinha indicando um viés de baixa para os juros devido aos riscos para a atividade e a baixa inflação. (Gráfico 4). O recuo da inflação em outubro incentivou a nova queda. O BCE manteve o viés de afrouxamento para suas políticas e pode utilizar outros instrumentos, como injeção de liquidez, para estimular a economia. Mas, após a redução de juros, consideramos esse cenário pouco provável.
6 S&P rebaixa nota da França de AA+ para AA A agência de classificação de risco Standard & Poor s rebaixou a nota da França de AA+ para AA, com perspectiva estável. A S&P afirmou que a abordagem adotada nas propostas orçamentárias e nas reformas estruturais de impostos, produtos, serviços e mercado de trabalho não deve melhorar substancialmente as perspectivas de médio e longo prazo da economia francesa. Além disso, a agência vê pouca flexibilidade fiscal no país depois de sucessivos aumentos de impostos pelo governo, que também demostrou ser pouco hábil em reduzir os gastos. Agora a avaliação da S&P está um ponto abaixo da classificação das outras duas principais agências (Fitch e Moody s).
7 Liquidez global abre espaço para estímulos em países da América Latina México, Chile e Peru reduziram os juros nas últimas semanas. Esperamos reduções adicionais de juros no Chile e na Colômbia ainda neste ano. A resposta da política monetária deve ajudar a reverter a tendência de desaceleração do crescimento observada na região. Fatores específicos também contribuem com a melhora da perspectiva de crescimento adiante, como a aprovação da reforma tributária no México, o possível acordo de paz com as Farc na Colômbia e a recuperação da confiança dos empresários no Peru. Assim, projetamos uma melhora do crescimento em 2014 ante 2013 nesses países (Tabela 2). Fonte: Banco Itaú Jornal A Semana em Revista Nota : Em caso de dúvidas, pedimos a gentileza de entrar em contato através do sicap@andap.org.br, ou preenchendo o formulário de consulta em nossos sites : ou
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