Uma breve introdução ao Método dos Elementos Finitos

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Uma breve introdução ao Método dos Elementos Finitos"

Transcrição

1 Departamento de Matemática Instituto de Ciências Exatas Universidade Federal de Minas Gerais Uma breve introdução ao Método dos Elementos Finitos Breno Loureiro Giacchini Janeiro de

2 Conteúdo Prefácio Introdução O problema unidimensional 3. Formulação fraca Discretização do problema Existência e unicidade da solução do problema aproximado Um caso particular: partição regular do intervalo O problema bidimensional 8 3. Formulação fraca Problema aproximado Uma base para V d Enumerações dos vértices Funções da base Cálculo dos gradientes Alguns exemplos de malhas Exemplo Exemplo Outros casos Bibliograa 3 Prefácio Em meio a tantos bons livros e apostilas sobre o Método dos Elementos Finitos, o questionamento do porquê da escrita deste texto não é de todo descabido. O que nos motivou a escrevê-lo é a diculdade de se encontrar um texto, em português, que apresente o Método de forma simples e direta, que lhe forneça uma idéia geral e ao mesmo tempo permita sua implementação em casos simples, mas sem grandes delongas em formalismos matemáticos e preâmbulos sobre análise funcional, por exemplo. Admitimos, pois, que nossa exposição do Método não é feita com todo rigor matemático nem em toda sua generalidade, mas cremos que essa opção satisfaz ao estudante que desea entender sua essência e aplicá-lo, de forma rápida, em alguns casos; ou ao interessado em ter um primeiro contato com essa técnica de resolver numericamente problemas de valores de contorno. Por ser um texto introdutório, que dá apenas um sabor do Método, nos limitamos contemplar o problema de Dirichlet homogêneo uni e bidimensional e a utilizar, neste caso, apenas elementos triangulares. Deixamos expresso nosso agradecimento ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais FAPEMIG, que nanciou o proeto de pesquisa Obtenção dos autovalores e autofunções do laplaciano via o quociente de Rayleigh, do qual o estudo do Método dos Elementos Finitos e a escrita deste texto foram partes integrantes. Também agradecemos ao professor Rodney Josué Biezuner, nosso orientador neste proeto.

3 Capítulo Introdução Diversos problemas da Física, Engenharia e outras ciências aparecem sob a forma de uma equação de Poisson u = f x em. com condição de fronteira de Dirichlet u = c sobre, sendo c uma função constante por partes. Aqui é o operador laplaciano, representa o aberto limitado no qual o problema está denido e, sua fronteira. Quando c = temos a condição de Dirichlet homogênea. Ao conunto de uma equação de Poisson com uma condição de Dirichlet homogênea chamamos um problema de Dirichlet homogêneo: { u = fx em,. u = sobre. Dependendo da geometria do domínio a solução do problema pode ser obtida analiticamente na forma de séries de Fourier. Exemplos clássicos normalmente estudados num curso de equações diferenciais parciais são o caso de retângulos, semiplanos, discos e paralelepípedos. No entanto, é preciso recorrer a métodos numéricos caso o domínio se torne mais elaborado. O método dos elementos nitos MEF é conhecido por ser robusto e aplicável em domínios deveras elaborados. Essas também são algumas de suas vantagens sobre o método das Diferenças Finitas, também bastante popular. A idéia central do MEF é discretizar o domínio, representando-o, ainda que de forma aproximada, por uma reunião de um número nito de elementos; e resolver não o problema original., mas sim um que lhe é associado sua forma fraca. No caso de um domínio plano, os elementos podem ser triângulos ou quadriláteros. O método pode ser utilizado para resolver não só problemas elípticos, como o há pouco mencionado; e as condições não necessitam ser de Dirichlet: o MEF também é aplicável no caso de condição de Neumann ou Robin. Optamos por explorar neste texto apenas elementos triangulares e considerar somente o problema., á que nosso obetivo é propiciar um primeiro contato com o MEF. Analisaremos, primeiramente, o caso do problema unidimensional, que é bastante simples e útil como introdução ao método. Em seguida, passaremos ao problema bidimensional, apresentando e exemplicando como o MEF se lhe aplica. Cremos que a partir daí o leitor ou a leitora á estarão aptos a utilizar dessa ferramenta na resolução de alguns problemas de interesse. Se R n e u função u : R, u = n i= d u i.

4 Capítulo O problema unidimensional. Formulação fraca O problema de Dirichlet homogêneo unidimensional se escreve d u = f x em [,], u = u =.. Assumiremos que a função f : [, ] R é limitada e contínua por partes. Isso é necessário porque o MEF supõe que f é integrável. Notamos que aqui = [, ]. Ao invés de resolver o problema. da forma como está escrito, o MEF se propõe a solucionar um problema equivalente, chamado formulação fraca do original. Para escrever. dessa forma, dv é limitada e principiamos denindo o espaço de funções V = {v; v é função contínua em [, ], contínua por partes, e v = v = }. Em seguida, multiplicamos a primeira equação de. por uma função qualquer de V e integramos a equação resultante em : d u v = fx v. Integrando por partes e lembrando que v sastifaz a condição de Dirichlet homogênea: v du + du dv = f v du dv = f v. para todo v V. A equação. untamente com a condição de Dirichlet homogênea é a formulação fraca do problema.. Mostraremos agora que a existência de uma solução de., problema original, implica na equivalência entre os problemas de formulação forte e fraca. Vimos logo acima que formulação forte formução fraca. Resta, pois, vericar a recíproca. Já que supomos que o problema original tem solução, sabemos que d u existe e é contínua por partes. Podemos, então, integrar por partes a formulação fraca.. O que obtemos é ustamente a formulação forte original: 3

5 du dv = v du v d u = fx vx fx + d u vx =, v V. Como a igualdade acima se verica para qualquer função v em V, o termo do integrando que está entre parêntesis deve ser nulo; e assim chegamos ao problema original: fx + d u =, < x <. Com isso provamos que uma função que resolve o problema forte também é solução do fraco; e que, se a solução do problema fraco for sucientemente regular, ela também resolverá o problema forte. No método dos elementos nitos resolveremos o problema fraco,... Discretização do problema Na formulação original, o problema de Dirichlet é contínuo e seu espaço de soluções pode ter dimensão innita. Aproximaremos o problema contínuo por outro discreto, cua solução está em um espaço de dimensão nita. Isso é feito dividindo o domínio o intervalo [, ] em um número nito de subintervalos I = [x, x ], N +, N N, com = x < x < < x N < x N+ =. Cada subintervalo tem comprimento h = x x. Essa discretização é uma partição [do intervalo], cua norma denimos h = max {h }, o comprimento do maior dos subintervalos. O termo discretização é usado ustamente porque passamos de um contínuo a função original está denida num domínio que é uma reunião não-enumerável de pontos para um conunto discreto: o domínio passa a ser uma reunião nita de intervalos. Em cada um desses intervalos I, aproximamos a função original u por um segmento de reta de extremos ux e ux Figura a. Evidentemente, quanto menor o comprimento dos subintervalos, ou sea, quanto menor a norma da partição, mais a função discretizada u d se aproximará da original u Figura a-b. Notemos, ainda, que u d como denida é contínua. Figura : Aproximação de uma função suave por outra linear por partes. Quanto menor a norma da partição, melhor a aproximação. Exemplos de problemas cuas soluções estão num espaço de dimensão innita são aqueles tradicionalmente estudados num curso de equações diferenciais parciais que têm como resultado séries de Fourier innitas. Cada uma daquelas funções nπx nπx sen ou cos é uma função da base do espaço que contém a solução do problema. Como existem innitos L L n N, a base é um conunto innito. Uma reunião nita de intervalos ainda é um conunto não-enumerável de pontos. A idéia aqui é que, ao invés de buscarmos u com denição ponto a ponto, vamos aproximá-la por uma função que é denida subintervalo por subintervalo e, nesse sentido, ela será denida discretamente. Mais adiante no texto cará clara essa idéia. 4

6 Para discretizar o problema na forma fraca, devemos também aproximar o espaço V por um de dimensão nita, V d = {v; v é contínua em [, ], v é linear em cada I e v = v = }. Notemos que V d V de sorte que ao tomarmos uma função v V d não ferimos a condição v V da formulação fraca. Nosso problema discretizado ou aproximado é, então, encontrar u d V d tal que du d dv = fxvx v d V d..3 Esse u d será a aproximação para a função u deseada. Observação : note que a condição de fronteira u = u = está contida no enunciado do problema discretizado.3 á que u d V d implica na condição de Dirichlet homogênea. Observação : talvez tenha parecido ao leitor que nos precipitamos ao declarar que a solução aproximada u d que buscamos está em V d. Veremos porque podemos assumir isso. A primeira condição que u d deve satisfazer para pertencer a V d é ser contínua. Já vimos que como foi denida u d u é contínua. A segunda condição linearidade em cada subintervalo vem também da discretização do problema e está relacionada com a qualidade dessa aproximação - aproximamos uma curva suave por outra poligonal. Ao assumirmos que buscamos uma solução com essa aproximação, u d satisfaz, por conseguinte, a segunda condição. Por m, a terceira é ustamente a condição de Dirichlet que tanto u quando u d satisfazem por hipótese. Concluímos assim que u d V d. Ao discretizarmos o espaço V, o aproximamos por um de dimensão nita. Como v V d é linear em cada I, as funções x x se x [x, x ], h φ x = x + x se x [x, x + ],.4 h + caso contrário. formam uma base, B, de V d. Figura : Gráco da função φ de B. Mostramos na Figura um gráco de uma dessas funções-base de V d. É fácil ver que se i, as funções φ i e φ são linearmente independentes. Um momento de reexão bastará para que a leitora se convença de que qualquer função de V d se escreve em termos das φ acima denidas. Ora, como u d pertence a V d, será da forma e o nosso problema.3 se escreverá u d x = N α φ x, x [, ],.5 = d dv α φ = fxvx v d V d..6 5

7 Recordemos que a função v é uma função qualquer de V d. Escolhemos, então, v como sendo uma das funções da base: v = φ i para algum i N. Para esse i,.6 implica em N = N = α α dφ dφ dφ i = dφ i = fxφ i x fxφ i x.7 Variando i de a N,.7 resulta em um sistema de N equações e N incógnitas α : dφ dφ dφ dφ dφ N dφ fxφ x dφ dφ dφ dφ α dφ N dφ α = fxφ x.. dφ dφ N dφ dφ α N N dφ N dφ N fxφ N x Chamaremos a matriz do sistema acima de M e seus elementos denotaremos por m i. M é a matriz de rigidez, enquanto que o vetor que aparece no membro direito de.8 é denominado vetor de carga. Vimos, portanto, que o problema de achar a função u d V d que satisfaz.3 se reduz à resolução de um sistema linear. Resolvendo-o, determinamos os coecientes α e podemos construir, usando.5 e.4, a função u d u. Antes de darmos o assunto por encerrado, vericaremos algumas propriedades da matriz M e provaremos que sempre existirá uma única solução para o sistema.8 - e, portanto, para o problema aproximado.3..3 Existência e unicidade da solução do problema aproximado Proposição. A matriz M goza das seguintes propriedades: R é simétrica; R é tridiagonal; R3 é positiva denida - isto é, w T Mw > w não-nulo em R N. Demonstração. R É conseqüência da comutatividade do produto de funções: m i = dφ dφ i = dφ i dφ = m i. R Calcularemos os elementos m i para mostrar que M é tridiagonal. Para tanto, usaremos as derivadas das funções φ denidas por.4. x i x i+ Se i =, m ii = + = +. h i h i+ x i h i x i h i+ Se i e diferem por apenas unidade, m i,i = m i,i = x i x i h i h i = x i x i h i Finalmente, se i e diferem por mais de unidade, m i =. Conclui-se, pois, que apenas os termos da forma m i,i e m i,i± são não-nulos. = h i..8 6

8 R3 Ora, w T Mw = = N = w dφ N N i= =. w dφ dφ i w i = [ N = w dφ N i= w i dφ i Como essa relação vale para qualquer vetor w em R N {}, a igualdade só se vericaria caso dφ = para cada e em todo o intervalo [, ]. Como tal situação não ocorre, temos a desigualdade estrita w T Mw > w R N {}. Um conhecido teorema da Álgebra Linear garante que uma matriz positiva denida tem determinante não-nulo 3. Outro teorema reza que que se a matriz de um sistema linear tem determinante não-nulo, o sistema tem solução única. Esses teoremas, untamente com o terceiro item da Proposição, nos asseguram que.8 tem solução - e ela é única..4 Um caso particular: partição regular do intervalo Concluimos o estudo do caso unidimensional escrevendo o sistema.8 num caso particular de partição do intervalo, a saber, considerando que todos os subintervalos I têm mesmo comprimento h. A uma partição deste tipo dá-se o nome de regular. Utilizando os cálculos realizados na prova do segundo item da Proposição, temos que uma partição regular do domínio fornece a matriz de rigidez: M = h E o sistema.8 pode ser escrito como: α α = h α N fxφ x fxφ x. fxφ N x O leitor que á estudou o Método das Diferenças Finitas notará que a matriz M obtida para uma partição regular é bastante semelhante à encontrada naquele método - elas só diferem por um termo /h multiplicando. Dependendo da maneira de discretizar as integrais do vetor de carga, os dois métodos coincidirão. ] =.9 3 Mais precisamente, seu determinante é maior que zero. 7

9 Capítulo 3 O problema bidimensional 3. Formulação fraca Seam R um aberto limitado e f uma função real contínua por partes e limitada, em. O problema de Dirichlet homogêneo bidimensional se escreve { u = fx, y em, u = sobre. 3. Assim como zemos no caso unidimensional, escreveremos o problema 3. na forma fraca. Denimos o espaço de funções V = {v : R R; v é função contínua em, v x e v são contínuas y por partes em, e v = sobre }. Multiplicando a equação de Poisson do problema 3. por uma função qualquer de V e integrando sobre temos: v u = v f v u dv = v f dv. 3. Podemos reescrever a equação acima de forma mais conveniente usando a fórmula de Green, que se baseia no Teorema. [Teorema do divergente] Sea R n compacto e com fronteira suave por partes. Se w é um campo de vetores diferenciável denido em, então: div w dv = w, n ds, onde n representa o vetor unitário normal à. A notação w, n indica o produto escalar dos vetores w e n. Acreditamos que esse teorema, cua prova omitiremos, á foi estudado pela leitora em algum curso de Cálculo, pelo menos para n = e n = 3. O caso n = que nos interessa é às vezes chamado Teorema de Green. Para obter a fórmula de Green, aplicamos o Teorema para os campos de vetores ax, y = g h x, e bx, y =, g h y que o vetor normal unitário é n = n, n, temos, para a, g h x + g h dv = x x Outras notações e denições que utilizamos ao longo deste texto: o divergente de um campo de vetores w: R n : div w = n k= w k/ x k ; f o gradiente de uma função f : R n f R: gradf =,,. x x n, sendo as funções g,h : R R. Considerando g h x n ds 3.3 8

10 e, para b: g h y + g h dv = y y g h y n ds. 3.4 Somando membro a membro as equações 3.3 e 3.4 e reagrupando: [ h g x + h y + g h x x + g ] h dv = g y y g h + gradg, gradh dv = n h x + n h y ds g n, gradh ds. Fórmula de Green 3.5 Notemos que se a função gx, y acima satisfaz a condição de Dirichlet homogênea, a integral sobre em 3.5 é nula e a fórmula de Green implica em g h dv = gradg, gradh dv. Comparando 3. com a equação acima, vemos que os membros esquerdos são iguais se zermos g = v e h = u. Temos, portanto, que v f dv = gradv, gradu dv v V. 3.6 Esta equação acrescida da condição de Dirichlet homogênea formam a formulação fraca do problema bidimensional 3.. É possível mostrar, como o zemos no caso unidimensional, que as formas fraca e forte são equivalentes e que uma solução da forma fraca, se sucientemente regular, também será solução da forma forte. 3. Problema aproximado Uma vez compreendida a essência do método no caso unidimensional, o caso dos domínios planos não apresenta maiores diculdades no que tange essa essência. A diculdade surge no momento de discretizar e trabalhar com a malha resultante, como veremos em seções seguintes. Começaremos a discretização do problema dividindo o domínio em triângulos. Obviamente, não é qualquer domínio que aceita essa divisão perto de sua borda. Neste caso, aproximamos por d cua fronteira é uma curva poligonal formada por uniões nitas de segmentos de retas. A cada um desses triângulos chamamos elemento. A discretização em triângulos ou triangulação deve cumprir as seguintes condições: D A reunião de todos os elementos forma d, que aproxima ; D Os elementos não se sobrepõem; D3 Os vértices de um elemento nunca ocorrem no lado de outro elemento. A Figura 3 mostra exemplos de triangulações permitidas e não permitidas no método dos elementos nitos, além de ilustrar como podemos fazer a aproximação da fronteira. Figura 3: a exemplo de triangulação permitida. A partição em b não é permitida pois o traço em azul dene um vértice que ocorre em um lado de outro elemento. 9

11 No problema discretizado, buscamos uma função u d que aproxima u. Aproveitamos nossa malha domínio discretizado para impor uma condição sobre u d : que ela sea contínua e linear em cada elemento. Esta última imposição signica que o gráco de u d em cada elemento é um pedaço de plano contido no R 3. Ao fazermos essas exigências estamos apenas escolhendo como iremos aproximar u. Chamamos atenção para o fato de que ao aproximar por d nos propomos a resolver o problema 3. com o domínio d. Portanto, quanto mais parecido for d de, mais a função encontrada u d será parecida com a função real u. Para discretizar o problema na forma fraca, devemos ainda aproximar o espaço V por um nito V d = {v; v é contínua em d, v é linear em cada elemento e v = sobre d }. Como no caso unidimensional, v V d v V, implicando que v satisfaz a formulação fraca contínua. O problema aproximado é, então: achar u d V d tal que gradv, gradu d dv = d d v f dv v V d. 3.7 A maior diculdade que surge no problema bidimensional é a manipulação numérica das funções da base de V d. Por isso, optamos por primeiro expor a teoria supondo que temos uma base - mas sem escrevê-la - e obter o sistema linear resultante da discretização. Mostraremos ainda que, assim como no caso unidimensional, o sistema tem única solução. Na seção seguinte escreveremos explicitamente uma base e faremos algumas contas, á com vistas à implementação de um algoritmo de MEF. Sea, pois, B uma base do espaço V d. Sabemos que u d, por estar em V d, tem única representação como combinação linear das funções de B. Denotando essas funções por φ, escrevemos u d x, y = N α φ x, y, x, y d, onde N é a dimensão de V d. Substituindo u d acima no problema discretizado 3.7 obtemos = N α gradv, gradφ dv = v f dv v V d. = d d Note que o integrando está dentro do somatório. Em particular, para v = φ i qualquer da base: N α gradφ i, gradφ dv = φ i f dv 3.8 = d d Variando i de a N, 3.8 se mostra um sistema linear N N de incógnitas α. M i = gradφ i, gradφ dv, o nosso problema equivale ao sistema d Denindo φ f dv M M N α d =. M N M NN α N φ N f dv d. Veamos algumas propiedades da matriz M do sistema, a matriz de rigidez. Proposição. A matriz M é simétrica e positiva denida. Demonstração. Como o produto interno é simétrico por denição, M i = gradφ i, gradφ dv = gradφ, gradφ i dv = M i M é simétrica. d d 3.9

12 Para mostrar que M é positiva denida temos que provar que w R N { } se tem w T Mw >. Ora, w T Mw = N N w i i= = w gradφ i, gradφ dv = d d N w i gradφ i, i= N w gradφ dv pois o produto escalar de um vetor por ele mesmo é sempre, sendo que a igualdade só se verica caso o vetor sea nulo. Como aqui w é um vetor qualquer, isso ocorreria somente se tivéssemos gradφ i = i e em todo d. Como por hipótese φ i é contínua e cumpre a condição de fronteira de Dirichlet, isso implicaria que as funções da base são identicamente nulas, um absurdo. Logo, w T Mw é estritamente positivo, denindo M postivamente. Como conseqüência do fato de M ser positiva denida, temos que o sistema 3.9 sempre admite uma única solução, os coecientes α que, untamente com as funções da base, determinam a aproximação u d de u. Agora que vimos como o problema de Dirichlet se escreve na forma discreta usando o método dos elementos nitos, usaremos uma base de V d para estudar como fazer os cálculos e efetivamente resolver o problema. = 3.3 Uma base para V d 3.3. Enumerações dos vértices Antes de buscarmos uma base para o espaço V d, introduziremos alguns conceitos que se mostrarão importantes naquela tarefa. Denimos o número de vértices da malha como sendo o número total de vértices dos elementos, com a condição de que mesmo se determinado vértice é comum a vários elementos, o contamos apenas uma vez. Chamamos de vértices interiores aqueles que não estão sobre a fronteira de d Figura 4. Figura 4: Uma malha com 6 elementos e 3 vértices, sendo que destes, 5 são interiores. Vamos supor que o nosso domínio foi dividido em m triângulos, resultando em uma malha de Ñ vértices, sendo que N são interiores. Faremos algumas denições. Denição. Chamamos de enumeração dos elementos a uma bieção que associa a cada elemento triangular da malha um número natural entre e m. Representamos, pois, cada elemento pela letra T seguida de seu número como sub-índice. Por exemplo, T k é o k-ésimo elemento da malha. Denição. Chamamos de enumeração global dos vértices interiores a uma bieção que associa a cada vértice interior da malha um número natural entre e N. Representamos, pois, cada vértice interior pela letra p seguida de seu número como sub-índice. Por exemplo, p i é o vértice interior i da malha. Denição 3. Chamamos de enumeração global dos vértices a uma bieção que associa a cada vértice da malha um número natural entre e Ñ, respeitando a enumeração global dos vértices interiores. Esta enumeração consiste em adotar a enumeração da Denição e ainda atribuir números entre N + e Ñ aos vértices da fronteira de d. Denição 4. Chamamos de enumeração local dos vértices a uma bieção que i associa a cada vértice de um elemento T k um número do conunto {,, 3};

13 ii percorre o elemento em sentido anti-horário. Isto é, denido o vértice número do elemento T k, percorre-se a fronteira do elemento em sentido anti-horário a partir desse vértice. O próximo vértice será o de número e o último será o número 3. O vértice s, s em {,, 3}, do elemento T k tem coordenadas x k s, y s k. Notemos que um mesmo vértice comum a dois elementos pode ter numeração local diferente em cada elemento. Por exemplo, pode ser o vértice do elemento T k e o vértice 3 do T l. Neste caso x k, yk e xl 3, yl 3 representam o mesmo ponto da malha. Supondo ainda que esse vértice sea o vértice interior h global, então x k, yk = xl 3, yl 3 = p h. Na Figura 5 mostramos um exemplo de uma malha e de uma possível enumeração global dos elementos e dos vértices. A Tabela complementa a Figura 5 exemplicando uma enumeração local dos vértices. Note que, para cada elemento, um dos vértices globais assume a posição local, ou 3. Na Figura 6 mostramos alguns elementos e a enumeração local de seus vértices. Figura 5: Exemplo de enumeração dos elementos a, e enumeração global dos vértices b. Tabela : Exemplo de enumeração local dos vértices Elemento Vértice Vértice Vértice Figura 6: Alguns elementos da malha da Figura 5 e exemplo de enumeração local de seus vértices. O único cuidado nessa enumeração é que seu sentido sea antihorário Funções da base Com os conceitos de enumerações globais e local dos vértices bem estabelecidos, podemos principiar nossa busca por uma base de V d. Como discretizamos o problema de modo que v V d fosse linear em

14 cada elemento, as funções φ : R R tais que e φ p i = gráco de φ no elemento T k = { se i =, se i { plano se Tk tem o vértice p, caso contrário formam uma base B de V d. Lembramos a notação: os vértices interiores estamos representando pelos pontos p i. Tanto i quanto acima assumem valores em {,, 3,..., N}. Essas funções têm formatos piramidais, como se vê na Figura 7. Diremos que a função φ e o vértice p são associados. Note que uma função é associada a um único ponto, e vice-versa. Figura 7: Função chapéu. As únicas funções de B que assumem valores não-nulos em um dado elemento são aquelas três associadas aos seus vértices. Diremos que essas funções são associadas ao elemento, que reciprocamente lhes é associado. Note que a cada elemento podem existir no máximo três funções associadas, mas que uma função pode ser associada a um número qualquer de elementos, dependendo da triangulação da malha. Por 3. á sabemos quanto vale φ x, y se o ponto x, y for um vértice de um elemento. Nossa tarefa agora é determinar o valor que a função assume num ponto no interior de um triângulo. Isto é, determinar φ x, y para qualquer x, y d. Já sabemos por 3. que se o ponto x, y não pertence a nenhum elemento que tenha o vértice p, então φ x, y =. Veamos, então, o que ocorre se x, y T k e o triângulo T k for associado à função φ. Como vimos, existe uma enumeração local dos vértices de T k : x k, yk, xk, yk e xk 3, yk 3. Vamos supor, então, que a função φ B é a associada ao vértice, x k, yk, do elemento T k. Determinaremos o valor de φ x, y se x, y T k. Como sabemos que estamos no elemento T k, podemos dispensar os índices superiores nas coordenadas dos vértices, escrevendo simplesmente, x, y. Faremos isso apenas para deixar a notação mais limpa durante a dedução da fórmula; ao nal restituiremos os índices superiores. Por 3. sabemos que φ x, y = e φ x, y = φ x 3, y 3 =. Por sua vez, 3. implica que se x, y T k, então x, y, φ x, y está no plano determinado pelos pontos x, y, φ x, y, x, y, φ x, y e x 3, y 3, φ x 3, y 3, ou, substituindo os valores da função nos vértices, x, y,, x, y, e x 3, y 3,. Para que o gráco de φ x, y estea nesse plano, os três vetores que ligam x, y, φ x, y a cada um dos pontos x, y,, x, y, e x 3, y 3, devem ser coplanares ou, equivalentemente, o produto 3

15 misto dos três deve ser nulo. Esses vetores são: x, y, φ x, y, = x x, y y, φ x, y, φ x, y, = x x, y y, φ x, y, φ x 3, y 3, = x x 3, y y 3, φ, onde, φ = φ x, y. Igualando o produto misto a zero, x x y y φ x x y y φ x x 3 y y 3 φ =. Desenvolvendo o determinante em cofatores com relação à terceira coluna: φ x x y y x x 3 y y 3 φ x x y y x x 3 y y 3 + φ x x y y x x y y = x x y y x x 3 y y 3 φ x, y = x x. y y x x 3 y y 3 x x y y 3. x x 3 y y 3 + x x y y x x y y Faremos algumas manipulações algébricas usando propriedades dos determinantes para escrever a equação acima de maneira mais conveniente. Por exemplo, no numerador: x x y y x x 3 y y 3 = x x y y x y x x y y x 3 y 3 = x y x y x y x y x y x 3 y 3 + x y x 3 y 3 = x y x y x 3 y 3. A última igualdade pode ser facilmente vericada desenvolvendo o determinante 3 3 em cofatores relativos à primeira coluna. Realizando os mesmos passos que zemos com o determinante do numerador nos outros dois determinantes do denominador, a leitora é convidada a mostrar que 3. equivale à: x y x k y k x k 3 y k 3 φ x, y = x k y k, 3.3 x k y k x k 3 y k 3 onde foram restituídos os índices superiores. Um resultado da Geometria Analítica informa que o determinante do denominador acima é ustamente o dobro da área do triângulo de vértices x k, yk, xk, yk e xk 3, yk 3, ou sea, é o dobro da área A k do elemento T k. Reescrevemos, pois, 3.3 como φ x, y = x y x k A k y k. 3.4 x k 3 y k 3 Denotando o produto vetorial entre dois vetores por e o escalar por,, o produto misto de três vetores a, b e c nesta ordem pertencentes a R 3 é denido por a, b c e pode ser calculado como o determinante da matriz cuas linhas são a, b, e c, nesta ordem. A interpretação geométrica desse produto é o volume do paralelepípedo determinado pelos três vetores. Caso o resultado sea nulo, os três vetores não determinam volume algum, estando, pois, num mesmo plano. 4

16 A expressão acima fornece o valor de φ num ponto x, y qualquer do elemento T k. Em outros elementos associados, a função pode não ser dada por 3.4. Relembremos as suposições feitas que resultaram em 3.4: consideramos que φ era associada à T k, mais precisamente, era associada ao vértice de T k. Sob essas hipóteses, encontramos a fórmula acima para φ neste elemento. Neste ponto deverá o leitor estar se perguntando o que ocorreria se a função φ fosse associada a outro vértice r, x k r, y r k, local que não o de número. Neste caso, o vértice r é o que cumpre o papel de vértice na equação acima. O vértice seguinte a r cumprirá o papel de vértice e o último, o de vértice 3. É imporante que nos lembremos que a numeração local dos vértices sempre é feita em sentido anti-horário: a ordem local dos vértices é sempre 3 3 o vértice sempre segue ao 3; o 3 segue ao, que segue ao. Por exemplo, se φ é associada ao vértice do elemento T k, então vértice vértice em 3.4; vértice 3 vértice em 3.4 e vértice vértice 3 em 3.4, onde signica cumpre o papel de ou corresponde ao. Isso resulta, pois, em φ x, y = A k x y x k 3 y k 3 x k y k x, y T k. Pode-se fazer o mesmo procedimento para a associação ao vértice 3 e assim chegamos numa expressão geral para o valor de uma função qualquer φ de B em um elemento qualquer T k : x y x k A k y k se x, y T x k k e φ for associada ao vértice de T k, 3 y k 3 x y x k A φ x, y = k 3 y k 3 x k y k x y x k A k y k x k y k se x, y T k e φ for associada ao vértice de T k, se x, y T k e φ for associada ao vértice 3 de T k, se x, y T k mas φ não for associada a T k. 3.5 Note o caráter local da expressão acima: φ é denida elemento por elemento. Às vezes, para deixar bem claro que estamos calculando a função restrita ao elemento T k, escreveremos φ k. Em cada elemento φ poderá será dada por uma expressão diferente, dependendo das coordenadas dos seus vértices e do número local do vértice associado. Da mesma forma, o gradiente de φ dependerá do elemento considerado. Lembremos que as entradas da matriz de rigidez dependem dos gradientes das funções da base. Veremos agora como, a partir de 3.5, podemos calculá-los Cálculo dos gradientes Supondo que φ é associada ao vértice de T k, utilizaremos o primeiro caso de 3.5. Desenvolvendo o determinante em termos dos cofatores da primeira linha, temos que 5

17 φ k x, y = A k φk x, y = x A k x k y k x k 3 y k x y k 3 y k + y x k 3 x k 3 y k φ k x k y k e x, y = y A 3 k x k 3 gradφ k x, y = y k y k 3, x k 3 x k. 3.6 A k Caso a função φ sea a associada ao vértice de T k, basta fazer a troca de índices na expressão acima. O vértice seguinte ao associado será o 3 posição em 3.6 ocupada pelo vértice e o que lhe segue será o no lugar do 3 em 3.6. Obtemos: Para uma função associada ao vértice 3: gradφ k x, y = y k 3 y k, x k x k A k gradφ k x, y = y k y k, x k x k. 3.8 A k Obviamente, se φ não é associada a nenhum vértice do triângulo T k, então gradφ k x, y =. As expressões 3.6, 3.7 e 3.8 dão o valor do gradiente de uma função da base em um elemento se ela lhe for associada ao vértice, ou 3, respectivamente. Poderá a leitora se perguntar: digamos que φ é associada ao vértice do elemento T k mas também é associada ao vértice 3 de outro elemento,? Ora, como essa função é associada ao vértice 3 de T l, usamos 3.8 com as coordenadas de T l : gradφ l x, y = y l A yl, x l xl. l Como ao discretizar a malha conhecemos as coordenadas dos vértices dos elementos, podemos calcular os gradientes de todas as N funções de B em todos os elementos da malha. A partir daí, é possível calcular os elementos M i da matriz de rigidez e, usando 3.5, o vetor de carga. Escrevemos assim o sistema 3.9. Antes de darmos o assunto por encerrado, veremos alguns detalhes do cálculo de M, cuas entradas são M i = gradφ i, gradφ dv. Reparemos que a integral sobre d se decompõe em uma soma de d T l. Neste caso, quanto vale gradφ l integrais, cada uma sobre um elemento. Isto é: M i = d gradφ i, gradφ dv = m k= T k gradφ k i, gradφ k dv. Sabemos por que o gradiente de uma função da base é constante em cada elemento. Por isso, podemos passar o produto dos gradientes para fora das integrais, obtendo m m M i = gradφ k i, gradφ k dv = gradφ k i, gradφ k A k. 3.9 k= T k Da forma como denimos as funções de B, elas só têm valores e gradientes não-nulos nos seus elementos associados. Como conseqüência disso, o produto gradφ k i, gradφ k só será diferente de zero se ambas funções φ i e φ forem associadas à T k. Isso faz com que a maior parte dos termos do somatório 3.9 seam nulos. Mais ainda, um grande número de entradas de M são zeros: a matriz de rigidez é esparsa. Concluímos que para calcular os M i basta considerar os elementos associados ao mesmo tempo a φ i e a φ. k= 6

18 Da mesma forma como transformamos uma integral sobre d em uma soma de integrais sobre os elementos para calcular os termos da matriz de rigidez, podemos fazê-lo também para o vetor de carga. Seus elementos são do tipo d φ i f dv = m k= T k k φi f dv. Novamente, apenas os termos do somatório com T k associado a φ i serão não-nulos. O que queríamos mostrar é como transformamos a integral sobre d em uma soma de integrais sobre os elementos relevantes no cálculo. De certo modo nossa exposição do problema de Dirichlet bidimensional está terminada. Apenas a título de ilustração dos procedimentos, calcularemos a matriz de rigidez em dois exemplos de malhas. 3.4 Alguns exemplos de malhas Nesta seção consideraremos alguns exemplos de triangulações para mostrar como é feita a construção do sistema 3.9. As malhas que mostraremos são bastante simples, com poucos elementos, á que deseamos apenas ilustrar o método. Em aplicações práticas um número bem superior de elementos deve ser utilizado. Nossas malhas podem ser consideradas células de malhas maiores. Se for mantida sua regularidade, os resultados aqui obtidos podem ser muito facilmente adaptados para aquelas Exemplo Considere = [, L] [, L], o quadrado de lado L. Dividimos nosso domínio em nove quadrados de lado L/3 e, em seguida, traçamos uma diagonal em cada quadrado, à maneira da Figura 8a. Figura 8: Malha e enumeração global dos elementos a e dos vértices b. c mostra a enumeração local dos vértices dos elementos que serão utilizados neste exemplo. Nossa malha tem 8 elementos e 6 vértices, sendo que apenas 4 são interiores. Enumeraremos os vértices globalmente como mostra a Figura 8b, e localmente consoante a Figura 8c. As áreas de todos elementos são iguais, e representaremos simplesmente por A. Notemos que cada função da base associadas aos vértices,, 3 e 4 é associada a seis elementos. Mais ainda, esse conunto função-base + os seis elementos associados forma uma espécie de célula, sendo transladado equivale aos outros conuntos semelhantes. Isso é conseqüência da regularidade desta malha. A dependência de φ com os seis elementos vizinhos ao vértice p é a mesma de φ i qualquer com seus seis elementos associados. Assim, calculando o gradiente de φ em T, T, T 3, T, T 9 e T 8, á teremos os gradientes das outras funções. Começemos, pois, pelo elemento T. φ é associada ao seu vértice, logo, por 3.6, gradφ x, y = y y 3, x 3 x = L L/3, L/3 =,. A A 7

19 Em T, φ também é associada ao vértice local. Então, usando novamente 3.6, gradφ x, y = y y 3, x 3 x = L, L/3 L/3 =,. A A Em T 3, φ é associada ao vértice local. Usamos, pois, 3.7: gradφ 3 x, y = y 3 3 y 3, x 3 x 3 3 = L L/3, L/3 L/3 =,. A A Para calcular o gradiente de φ em T não faremos conta alguma: descobriremos seu valor pela geometria da malha. Notemos que o lado, do elemento T é paralelo ao lado, 3 de T. Assim, como o gráco de φ é uma pirâmide, é fácil ver que a direção de crescimento de φ é a mesma nesses dois elementos. Como o gradiente tem ustamente essa direção, nesses elementos eles são paralelos. Já que T é simétrico com relação à p ao elemento T, seus gradientes têm mesmo módulo e sentidos opostos. Logo, gradφ = gradφ = L,. Da mesma forma, T 9 é simétrico com T e T 8 o é com T 3. Portanto: gradφ 9 = gradφ = L,, gradφ 8 = gradφ 3 = L,. Já temos, então, os gradientes de φ. Podemos calcular o primeiro termo da matriz de rigidez: M = gradφ, gradφ dv = + T 3 L L,, +, dv + T 8 L L,, T T L L,, L L,,, dv +, dv + T T 9 L L,, L L,, L 5L, dv = = 3 8A., dv +, dv + Como a área total do domínio é L e ele está dividido em 8 triângulos de mesma área A, temos que A = L /8. Substiuindo isso no resultado acima, M = 5. Por simples inspeção da malha, e nos baseando nas considerações á feitas sobre a simetria da triangulação utilizada, vemos que gradφ = gradφ 3 = gradφ 7 3 = gradφ 9 4, gradφ = gradφ 4 = gradφ 8 3 = gradφ 4, gradφ 3 = gradφ 5 = gradφ 9 3 = gradφ 4, gradφ = gradφ = gradφ 6 3 = gradφ 8 4, gradφ 9 = gradφ = gradφ 5 3 = gradφ 7 4, gradφ 8 = gradφ = gradφ 4 3 = gradφ 6 4. Já conhecemos então todos os gradientes. Nos elementos que não estão relacionados na lista acima, os gradientes são nulos. Daí então, M = M = M 33 = M 44 = 5. Por inspeção da malha, vemos que as funções a φ e φ têm os elementos associados T 3 e T em comum; b φ e φ 3 têm os elementos associados T 8 e T 9 em comum; 8

20 c φ e φ 4 têm os elementos associados T 9 e T em comum; d φ e φ 3 não têm elementos associados em comum; e φ e φ 4 têm os elementos associados T e T em comum; f φ 3 e φ 4 têm os elementos associados T 9 e T 6 em comum. Notemos, ainda com base na malha, que as relações e,b e f,a têm mesma geometria. Isso mostra que basta analisar uma célula da malha e como esta se relaciona com suas vizinhas para entender o comportamento de toda a malha - claro, no caso de uma triangulação regular. Feitas essas considerações, podemos calcular os demais elementos de M usando 3.9: a M = M = A gradφ 3, gradφ 3 + A gradφ, gradφ = A gradφ 3, gradφ + A gradφ, gradφ 8 L = A 4 3 = L 9A = 4. b M 3 = M 3 = A gradφ 8, gradφ A gradφ9, gradφ 9 3 = A gradφ8, gradφ + A gradφ 9, gradφ 3 L = A 3 = L 9A =. c M 4 = M 4 = A gradφ 9, gradφ A gradφ, gradφ 4 = A gradφ 9, gradφ + A gradφ, gradφ L = A 3 = L 9A =. d M 3 = M 3 =. e, b M 4 = M 4 =. f, a M 34 = M 43 = 4. Logo, 5 4 M = Vemos que M acima tem poucos zeros, em contradição com o que há pouco armamos, que a matriz de rigidez é esparsa. Essa aparente incoerência ocorre devido ao tamanho da malha considerada. Os únicos zeros de esparsidade que ocorrem são devidos às funções φ e φ 3 que não têm elementos associados em comum. No entanto, se considerássemos uma malha formada com o mesmo padrão, porém com nove pontos interiores, o número de funções sem elementos associados em comum aumentará bastante. Um pouco de reexão bastará para que o leitor se convença de que M para a malha mostrada na Figura 9 será dada por M = 4 5 4, que tem aproximadamente metade dos seus elementos nulos. À medida que o número de vértices interiores da malha aumentar, essa proporção também o fará. 9

21 Figura 9: Malha de 3 elementos e 9 vértices interiores enumerados. Incentivamos o interessado a sempre buscar compreender a simetria de uma malha regular, como zemos neste exemplo. Isso torna fácil a tarefa de escrever a matriz de rigidez para malhas maiores que seguem o mesmo padrão. Por m, chamamos atenção para o fato de que uma mudança no sistema de enumeração dos vértices interiores causa alteração na matriz de rigidez pois ocorre uma reordenação da base. Por exemplo, se ao escrever a matriz para o caso de quatro vértices interiores tivéssemos usado a numeração da Figura ao invés da Figura 8, chegaríamos na matriz M M verique: 5 4 M = Figura : Malha de 8 elementos com outra enumeração dos vértices interiores Exemplo Considere = [, L] [, L], o quadrado de lado L. Dividimos nosso domínio em quatro quadrados de lado L/ e, em seguida, traçamos as duas diagonais em cada quadrado, à maneira da Figura a. A malha formada tem 6 elementos e 3 vértices, sendo que 5 são interiores. Enumeramo-los globalmente consoante a Figura b. Na Figura c mostramos enumerações locais de vértices em alguns triângulos. Veremos que só precisaremos desses elementos para escrever a matriz de rigidez.

22 Figura : Enumeração dos elementos a, enumeração global dos vértices b e enumeração local dos vértices de alguns elementos c. A grande diferença dessa malha para a do Exemplo é que, enquanto lá cada função era associada a seis elementos, aqui existem funções associadas a quatro e a oito elementos. Por inspeção da malha, vemos que as funções que são associadas a 4 elementos estão, por assim dizer, encerradas; que elas não têm nenhum elemento associado em comum. A única função que tem elementos em comum com outras é a associada a oito elementos, φ 3. A partir dessa análise simples, á podemos garantir que M = M = M 4 = M 4 = M 5 = M 5 = M 4 = M 4 = M 45 = M 54 =. Para os outros termos teremos que fazer contas, mas, na medida do possível, utilizaremos da simetria da malha para simplicá-las. Consideremos primeiro φ. Ela é não-nula apenas em T, T, T 3 e T 4. Pela geometria da malha vemos que T e T 3 têm gradientes de mesmo módulo e sentidos opostos, da mesma forma que T e T 4. Então, como T e T têm p como vértice local, 3.6 implica em: gradφ = y y 3, x 3 x = L L/, =, A A 4A e gradφ = y y 3, x 3 x = L, L/ =,. A A 4A Ainda por inspeção da malha, vemos que essa estrutura de função da base com quatro elementos ao redor se repete pela malha, por uma simples translação. Portanto: gradφ = gradφ 5 = gradφ 9 4 = gradφ 3 5 = gradφ 3 = gradφ 7 = gradφ 4 = gradφ 5 5 ; gradφ = gradφ 6 = gradφ 4 = gradφ 4 5 = gradφ 4 = gradφ 8 = gradφ 4 = gradφ 6 5, e, ainda, M = M = M 44 = M 55. Logo, M iii 3 = 4 L = 4,

23 pois a área de cada elemento é A = L /6. Resta, agora, calcular o gradiente de φ 3, aquela que é associada a 8 elementos. Novamente usaremos o argumento de que os vértices simétricos com relação p 3 têm gradientes de mesmo módulo e sentidos opostos. Podemos numerar, localmente, os vértices de T 3, T 4, T 5 e T 8 de modo que o vértice sea sempre p 3. Isso nos faz usar apenas a fórmula 3.6 para cálculo dos gradientes. Temos, pois, gradφ 4 3 = y 4 y 4 3, x 4 3 x 4 = A A gradφ 3 3 = A L L/ L/4, L/4 =, = gradφ4 3 8A y 3 y 3 3, x 3 3 x 3 = L L/4, L/ L/4 =, = gradφ3 3 A 8A Repare que encontramos gradφ 4 3 = gradφ 3 3. Observando a malha, á poderíamos esperar isso, pois o gráco de φ 3 é uma pirâmide de base quadrada e T 3 e T 4 formam um mesmo lado desse quadrado. Usaremos esse argumento para armar que gradφ 5 3 = gradφ 8 3 = y 8 y 8 3, x 8 3 x 8 = L L/4 L/, L 3L/4 =, = A A 8A = gradφ 3 = gradφ 3. Pronto: á conhecemos os gradientes das funções φ i em todos os elementos da malha. Calculemos, pois, o restante das entradas de M. Usando 3.9: M 3 = M 3 = gradφ 3, gradφ 3 3 A + gradφ4, gradφ 4 L 3 A = 3A =. Usando as considerações feitas, é possível mostrar que M 3 = M 3 = M 34 = M 43 = M 35 = M 53 = M 3 =. Só resta, pois, M 33 = 8 L = 4. Portanto, 64A 4 4 M = Um pouco de reexão mostrará que para a malha da Figura verique: M = Chamamos atenção para o fato de que a matriz de rigidez depende da numeração global dos vértices interiores, mas independe da enumeração local. Em casos de malhas simétricas podemos escolher esta última de modo a usar apenas uma fórmula para o gradiente, como zemos neste exemplo..

24 Figura : Malha com 36 elementos e 3 vértices interiores enumerados. 3.5 Outros casos Como dissemos logo no início deste texto, nosso obetivo é apenas transmitir a essência do método dos elementos nitos, por isso este material é bastante simples. Mencionamos aqui, brevemente, algumas outras possibilidades que o Método permite. Contemplamos apenas os casos de uma e duas dimensões. A formulação do caso tridimensional pode ser deduzida sem grandes diculdades a partir da dedução feita neste capítulo. Foi, inclusive, com esse intuito que deixamos o Teorema do Divergente enunciado em sua forma geral. Novamente, a diculdade irá surgir ao discretizar o domínio agora em tetraedros e buscar escrever uma base para o espaço de funções V d. Ao longo deste texto, sempre aproximamos a função u por outra que tinha a propriedade de ser linear em cada elemento da malha. Existem outras possibilidades: podemos desear que u d sea quadrática por partes, ou mesmo polinomial por partes, fornecendo aproximações mais suaves. Por m, o Método não se aplica apenas ao problema de Dirichlet. Condições de contorno de Neumann e Robin também são aceitas, com algumas alterações no exposto neste texto. Por exemplo, no caso de condição de Neumann, não podemos, nas regiões de com essa condição, igualar o membro à direita de 3.5, fórmula de Green, a zero. 3

25 Bibliograa [] Jochen ALBERTY, Carsten CARSTENSEN, Stefan A. FUNKEN, Remarks around 5 lines of Matlab: short nite element implementation. Numerical Algorithms 999, [] Rodney Josué BIEZUNER, Notas de aula: Autovalores do Laplaciano. UFMG, 6. [3] Giovanni CALDERÓN, Rodolfo GALLO, Introducción al Método de los Elementos Finitos: un enfoque matemático. Caracas: Ediciones IVIC,. [4] Jichun LI, Yi-Tung CHEN, Computational partial dierential equations using MATLAB. Boca Raton: CRC Press, 9. [5] James STEWART, Cálculo: volume. São Paulo: Cengage Learning, 9. 4

Resolução de sistemas lineares

Resolução de sistemas lineares Resolução de sistemas lineares J M Martínez A Friedlander 1 Alguns exemplos Comecemos mostrando alguns exemplos de sistemas lineares: 3x + 2y = 5 x 2y = 1 (1) 045x 1 2x 2 + 6x 3 x 4 = 10 x 2 x 5 = 0 (2)

Leia mais

Exercícios Teóricos Resolvidos

Exercícios Teóricos Resolvidos Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Exercícios Teóricos Resolvidos O propósito deste texto é tentar mostrar aos alunos várias maneiras de raciocinar

Leia mais

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas?

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas? Recorrências Muitas vezes não é possível resolver problemas de contagem diretamente combinando os princípios aditivo e multiplicativo. Para resolver esses problemas recorremos a outros recursos: as recursões

Leia mais

a 1 x 1 +... + a n x n = b,

a 1 x 1 +... + a n x n = b, Sistemas Lineares Equações Lineares Vários problemas nas áreas científica, tecnológica e econômica são modelados por sistemas de equações lineares e requerem a solução destes no menor tempo possível Definição

Leia mais

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL PARTE FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL.1 Funções Vetoriais de Uma Variável Real Vamos agora tratar de um caso particular de funções vetoriais F : Dom(f R n R m, que são as funções vetoriais de uma

Leia mais

Conceitos Fundamentais

Conceitos Fundamentais Capítulo 1 Conceitos Fundamentais Objetivos: No final do Capítulo o aluno deve saber: 1. distinguir o uso de vetores na Física e na Matemática; 2. resolver sistema lineares pelo método de Gauss-Jordan;

Leia mais

4.2 Produto Vetorial. Orientação sobre uma reta r

4.2 Produto Vetorial. Orientação sobre uma reta r 94 4. Produto Vetorial Dados dois vetores u e v no espaço, vamos definir um novo vetor, ortogonal a u e v, denotado por u v (ou u v, em outros textos) e denominado produto vetorial de u e v. Mas antes,

Leia mais

Disciplina: Introdução à Álgebra Linear

Disciplina: Introdução à Álgebra Linear Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte Campus: Mossoró Curso: Licenciatura Plena em Matemática Disciplina: Introdução à Álgebra Linear Prof.: Robson Pereira de Sousa

Leia mais

Números Complexos. Capítulo 1. 1.1 Unidade Imaginária. 1.2 Números complexos. 1.3 O Plano Complexo

Números Complexos. Capítulo 1. 1.1 Unidade Imaginária. 1.2 Números complexos. 1.3 O Plano Complexo Capítulo 1 Números Complexos 11 Unidade Imaginária O fato da equação x 2 + 1 = 0 (11) não ser satisfeita por nenhum número real levou à denição dos números complexos Para solucionar (11) denimos a unidade

Leia mais

Soluções Nível 1 5 a e 6 a séries (6º e 7º anos) do Ensino Fundamental

Soluções Nível 1 5 a e 6 a séries (6º e 7º anos) do Ensino Fundamental a e 6 a séries (6º e 7º anos) do Ensino Fundamental 1. (alternativa C) Os números 0,01 e 0,119 são menores que 0,12. Por outro lado, 0,1 e 0,7 são maiores que 0,. Finalmente, 0,29 é maior que 0,12 e menor

Leia mais

Exercícios resolvidos P2

Exercícios resolvidos P2 Exercícios resolvidos P Questão 1 Dena as funções seno hiperbólico e cosseno hiperbólico, respectivamente, por sinh(t) = et e t e cosh(t) = et + e t. (1) 1. Verique que estas funções satisfazem a seguinte

Leia mais

Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano. Prof. Angelo Papa Neto

Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano. Prof. Angelo Papa Neto Material Teórico - Módulo de Divisibilidade MDC e MMC - Parte 1 Sexto Ano Prof. Angelo Papa Neto 1 Máximo divisor comum Nesta aula, definiremos e estudaremos métodos para calcular o máximo divisor comum

Leia mais

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,...

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... 0) O que veremos na aula de hoje? Um fato interessante Produtos notáveis Equação do 2º grau Como fazer a questão 5 da 3ª

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = =

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = = Energia Potencial Elétrica Física I revisitada 1 Seja um corpo de massa m que se move em linha reta sob ação de uma força F que atua ao longo da linha. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo

Leia mais

Retas e Planos. Equação Paramétrica da Reta no Espaço

Retas e Planos. Equação Paramétrica da Reta no Espaço Retas e lanos Equações de Retas Equação aramétrica da Reta no Espaço Considere o espaço ambiente como o espaço tridimensional Um vetor v = (a, b, c) determina uma direção no espaço Dado um ponto 0 = (x

Leia mais

9. Derivadas de ordem superior

9. Derivadas de ordem superior 9. Derivadas de ordem superior Se uma função f for derivável, então f é chamada a derivada primeira de f (ou de ordem 1). Se a derivada de f eistir, então ela será chamada derivada segunda de f (ou de

Leia mais

Somatórias e produtórias

Somatórias e produtórias Capítulo 8 Somatórias e produtórias 8. Introdução Muitas quantidades importantes em matemática são definidas como a soma de uma quantidade variável de parcelas também variáveis, por exemplo a soma + +

Leia mais

por séries de potências

por séries de potências Seção 23: Resolução de equações diferenciais por séries de potências Até este ponto, quando resolvemos equações diferenciais ordinárias, nosso objetivo foi sempre encontrar as soluções expressas por meio

Leia mais

Lista 1 para a P2. Operações com subespaços

Lista 1 para a P2. Operações com subespaços Lista 1 para a P2 Observação 1: Estes exercícios são um complemento àqueles apresentados no livro. Eles foram elaborados com o objetivo de oferecer aos alunos exercícios de cunho mais teórico. Nós sugerimos

Leia mais

5 Equacionando os problemas

5 Equacionando os problemas A UA UL LA Equacionando os problemas Introdução Nossa aula começará com um quebra- cabeça de mesa de bar - para você tentar resolver agora. Observe esta figura feita com palitos de fósforo. Mova de lugar

Leia mais

Qual é Mesmo a Definição de Polígono Convexo?

Qual é Mesmo a Definição de Polígono Convexo? Qual é Mesmo a Definição de Polígono Convexo? Elon Lages Lima IMPA, Rio de Janeiro Quando pensamos num polígono convexo, imaginamos seus vértices todos apontando para fora, ou seja, que ele não possui

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - MATEMÁTICA PROJETO FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA ELEMENTAR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - MATEMÁTICA PROJETO FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA ELEMENTAR UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - MATEMÁTICA PROJETO FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA ELEMENTAR Assuntos: Matrizes; Matrizes Especiais; Operações com Matrizes; Operações Elementares

Leia mais

O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2

O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2 3.2 O Espaço Nulo de A: Resolvendo Ax = 0 11 O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2 Esta seção trata do espaço de soluções para Ax = 0. A matriz A pode ser quadrada ou retangular. Uma solução imediata

Leia mais

Ponto, reta e plano no espaço tridimensional, cont.

Ponto, reta e plano no espaço tridimensional, cont. Ponto, reta e plano no espaço tridimensional, cont. Matemática para arquitetura Ton Marar 1. Posições relativas Posição relativa entre pontos Dois pontos estão sempre alinhados. Três pontos P 1 = (x 1,

Leia mais

ficha 3 espaços lineares

ficha 3 espaços lineares Exercícios de Álgebra Linear ficha 3 espaços lineares Exercícios coligidos por Jorge Almeida e Lina Oliveira Departamento de Matemática, Instituto Superior Técnico 2 o semestre 2011/12 3 Notação Sendo

Leia mais

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de etremos O Teorema de Taylor estabelece que sob certas condições) uma função pode ser aproimada na proimidade de algum ponto dado) por um polinómio, de modo

Leia mais

Objetivos. Apresentar as superfícies regradas e superfícies de revolução. Analisar as propriedades que caracterizam as superfícies regradas e

Objetivos. Apresentar as superfícies regradas e superfícies de revolução. Analisar as propriedades que caracterizam as superfícies regradas e MÓDULO 2 - AULA 13 Aula 13 Superfícies regradas e de revolução Objetivos Apresentar as superfícies regradas e superfícies de revolução. Analisar as propriedades que caracterizam as superfícies regradas

Leia mais

Equações do segundo grau

Equações do segundo grau Módulo 1 Unidade 4 Equações do segundo grau Para início de conversa... Nesta unidade, vamos avançar um pouco mais nas resoluções de equações. Na unidade anterior, você estudou sobre as equações de primeiro

Leia mais

Vetores. Definição geométrica de vetores

Vetores. Definição geométrica de vetores Vetores Várias grandezas físicas, tais como por exemplo comprimento, área, olume, tempo, massa e temperatura são completamente descritas uma ez que a magnitude (intensidade) é dada. Tais grandezas são

Leia mais

Uma lei que associa mais de um valor y a um valor x é uma relação, mas não uma função. O contrário é verdadeiro (isto é, toda função é uma relação).

Uma lei que associa mais de um valor y a um valor x é uma relação, mas não uma função. O contrário é verdadeiro (isto é, toda função é uma relação). 5. FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL 5.1. INTRODUÇÃO Devemos compreender função como uma lei que associa um valor x pertencente a um conjunto A a um único valor y pertencente a um conjunto B, ao que denotamos por

Leia mais

Notas de Cálculo Numérico

Notas de Cálculo Numérico Notas de Cálculo Numérico Túlio Carvalho 6 de novembro de 2002 2 Cálculo Numérico Capítulo 1 Elementos sobre erros numéricos Neste primeiro capítulo, vamos falar de uma limitação importante do cálculo

Leia mais

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010. Matemática Essencial Extremos de funções reais Departamento de Matemática - UEL - 2010 Conteúdo Ulysses Sodré http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Leia mais

Conceitos e fórmulas

Conceitos e fórmulas 1 Conceitos e fórmulas 1).- Triângulo: definição e elementos principais Definição - Denominamos triângulo (ou trilátero) a toda figura do plano euclidiano formada por três segmentos AB, BC e CA, tais que

Leia mais

Solução da prova da 1 a fase OBMEP 2008 Nível 1

Solução da prova da 1 a fase OBMEP 2008 Nível 1 OBMEP 00 Nível 1 1 QUESTÃO 1 Como Leonardo da Vinci nasceu 91 anos antes de Pedro Américo, ele nasceu no ano 14 91 = 145. Por outro lado, Portinari nasceu 451 anos depois de Leonardo da Vinci, ou seja,

Leia mais

Capítulo 1. x > y ou x < y ou x = y

Capítulo 1. x > y ou x < y ou x = y Capítulo Funções, Plano Cartesiano e Gráfico de Função Ao iniciar o estudo de qualquer tipo de matemática não podemos provar tudo. Cada vez que introduzimos um novo conceito precisamos defini-lo em termos

Leia mais

Todos os exercícios sugeridos nesta apostila se referem ao volume 1. MATEMÁTICA I 1 FUNÇÃO DO 1º GRAU

Todos os exercícios sugeridos nesta apostila se referem ao volume 1. MATEMÁTICA I 1 FUNÇÃO DO 1º GRAU FUNÇÃO IDENTIDADE... FUNÇÃO LINEAR... FUNÇÃO AFIM... GRÁFICO DA FUNÇÃO DO º GRAU... IMAGEM... COEFICIENTES DA FUNÇÃO AFIM... ZERO DA FUNÇÃO AFIM... 8 FUNÇÕES CRESCENTES OU DECRESCENTES... 9 SINAL DE UMA

Leia mais

Aplicações de Combinatória e Geometria na Teoria dos Números

Aplicações de Combinatória e Geometria na Teoria dos Números Aplicações de Combinatória e Geometria na Teoria dos Números Nesse artigo vamos discutir algumas abordagens diferentes na Teoria dos Números, no sentido de envolverem também outras grandes áreas, como

Leia mais

Unidade: Vetores e Forças. Unidade I:

Unidade: Vetores e Forças. Unidade I: Unidade I: 0 Unidade: Vetores e Forças 2.VETORES 2.1 Introdução Os vetores são definidos como entes matemáticos que dão noção de intensidade, direção e sentido. De forma prática, o conceito de vetor pode

Leia mais

GAAL - 2013/1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar

GAAL - 2013/1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar GAAL - 201/1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar SOLUÇÕES Exercício 1: Determinar os três vértices de um triângulo sabendo que os pontos médios de seus lados são M = (5, 0, 2), N = (, 1, ) e P = (4,

Leia mais

O caso estacionário em uma dimensão

O caso estacionário em uma dimensão O caso estacionário em uma dimensão A U L A 6 Meta da aula Aplicar o formalismo quântico no caso de o potencial ser independente do tempo. objetivos verificar que, no caso de o potencial ser independente

Leia mais

Lista de Exercícios 4: Soluções Sequências e Indução Matemática

Lista de Exercícios 4: Soluções Sequências e Indução Matemática UFMG/ICEx/DCC DCC Matemática Discreta Lista de Exercícios : Soluções Sequências e Indução Matemática Ciências Exatas & Engenharias o Semestre de 05 O conjunto dos números racionais Q é enumerável, ou seja,

Leia mais

A ideia de coordenatização (2/2)

A ideia de coordenatização (2/2) 8 a : aula (1h) 12/10/2010 a ideia de coordenatização (2/2) 8-1 Instituto Superior Técnico 2010/11 1 o semestre Álgebra Linear 1 o ano das Lics. em Engenharia Informática e de Computadores A ideia de coordenatização

Leia mais

APLICAÇÕES DA DERIVADA

APLICAÇÕES DA DERIVADA Notas de Aula: Aplicações das Derivadas APLICAÇÕES DA DERIVADA Vimos, na seção anterior, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coeficiente angular da reta tangente ao seu gráfico. Nesta,

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 3

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 3 Linhas de Força Mencionamos na aula passada que o físico inglês Michael Faraday (79-867) introduziu o conceito de linha de força para visualizar a interação elétrica entre duas cargas. Para Faraday, as

Leia mais

2. Representação Numérica

2. Representação Numérica 2. Representação Numérica 2.1 Introdução A fim se realizarmos de maneira prática qualquer operação com números, nós precisamos representa-los em uma determinada base numérica. O que isso significa? Vamos

Leia mais

Bem, produto interno serve para determinar ângulos e distâncias entre vetores e é representado por produto interno de v com w).

Bem, produto interno serve para determinar ângulos e distâncias entre vetores e é representado por produto interno de v com w). Produto Interno INTRODUÇÃO Galera, vamos aprender agora as definições e as aplicações de Produto Interno. Essa matéria não é difícil, mas para ter segurança nela é necessário que o aluno tenha certa bagagem

Leia mais

Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante

Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante Capítulo 2 Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante 2.1 Introdução Neste capítulo, chamamos atenção para o fato de que o conjunto dos números representáveis em qualquer máquina é finito, e portanto

Leia mais

Álgebra Linear. Mauri C. Nascimento Departamento de Matemática UNESP/Bauru. 19 de fevereiro de 2013

Álgebra Linear. Mauri C. Nascimento Departamento de Matemática UNESP/Bauru. 19 de fevereiro de 2013 Álgebra Linear Mauri C. Nascimento Departamento de Matemática UNESP/Bauru 19 de fevereiro de 2013 Sumário 1 Matrizes e Determinantes 3 1.1 Matrizes............................................ 3 1.2 Determinante

Leia mais

Definição. A expressão M(x,y) dx + N(x,y)dy é chamada de diferencial exata se existe uma função f(x,y) tal que f x (x,y)=m(x,y) e f y (x,y)=n(x,y).

Definição. A expressão M(x,y) dx + N(x,y)dy é chamada de diferencial exata se existe uma função f(x,y) tal que f x (x,y)=m(x,y) e f y (x,y)=n(x,y). PUCRS FACULDADE DE ATEÁTICA EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PROF. LUIZ EDUARDO OURIQUE EQUAÇÔES EXATAS E FATOR INTEGRANTE Definição. A diferencial de uma função de duas variáveis f(x,) é definida por df = f x (x,)dx

Leia mais

1 Módulo ou norma de um vetor

1 Módulo ou norma de um vetor Álgebra Linear I - Aula 3-2005.2 Roteiro 1 Módulo ou norma de um vetor A norma ou módulo do vetor ū = (u 1, u 2, u 3 ) de R 3 é ū = u 2 1 + u2 2 + u2 3. Geometricamente a fórmula significa que o módulo

Leia mais

[a11 a12 a1n 4. SISTEMAS LINEARES 4.1. CONCEITO. Um sistema de equações lineares é um conjunto de equações do tipo

[a11 a12 a1n 4. SISTEMAS LINEARES 4.1. CONCEITO. Um sistema de equações lineares é um conjunto de equações do tipo 4. SISTEMAS LINEARES 4.1. CONCEITO Um sistema de equações lineares é um conjunto de equações do tipo a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 1 a 11 x 1 + a 12 x 2 +... + a 1n x n = b 2... a n1 x 1 + a

Leia mais

Só Matemática O seu portal matemático http://www.somatematica.com.br FUNÇÕES

Só Matemática O seu portal matemático http://www.somatematica.com.br FUNÇÕES FUNÇÕES O conceito de função é um dos mais importantes em toda a matemática. O conceito básico de função é o seguinte: toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de associação entre eles, que faça

Leia mais

Resolução da Prova da Escola Naval 2009. Matemática Prova Azul

Resolução da Prova da Escola Naval 2009. Matemática Prova Azul Resolução da Prova da Escola Naval 29. Matemática Prova Azul GABARITO D A 2 E 2 E B C 4 D 4 C 5 D 5 A 6 E 6 C 7 B 7 B 8 D 8 E 9 A 9 A C 2 B. Os 6 melhores alunos do Colégio Naval submeteram-se a uma prova

Leia mais

2 A Derivada. 2.1 Velocidade Média e Velocidade Instantânea

2 A Derivada. 2.1 Velocidade Média e Velocidade Instantânea 2 O objetivo geral desse curso de Cálculo será o de estudar dois conceitos básicos: a Derivada e a Integral. No decorrer do curso esses dois conceitos, embora motivados de formas distintas, serão por mais

Leia mais

REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS 412EE TEORIA

REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS 412EE TEORIA 1 TEORIA 1 DEFININDO ESPELHOS PLANOS Podemos definir espelhos planos como toda superfície plana e polida, portanto, regular, capaz de refletir a luz nela incidente (Figura 1). Figura 1: Reflexão regular

Leia mais

Consequências Interessantes da Continuidade

Consequências Interessantes da Continuidade Consequências Interessantes da Continuidade Frederico Reis Marques de Brito Resumo Trataremos aqui de um dos conceitos basilares da Matemática, o da continuidade no âmbito de funções f : R R, mostrando

Leia mais

ESPAÇOS QUOCIENTES DANIEL SMANIA. [x] := {y X t.q. x y}.

ESPAÇOS QUOCIENTES DANIEL SMANIA. [x] := {y X t.q. x y}. ESPAÇOS QUOCIENTES DANIEL SMANIA 1. Relações de equivalência Seja uma relação de equivalência sobre um conjunto X, isto é, uma rel ção binária que satisfaz as seguintes propriedades i. (Prop. Reflexiva.)

Leia mais

(x, y) = (a, b) + t*(c-a, d-b) ou: x = a + t*(c-a) y = b + t*(d-b)

(x, y) = (a, b) + t*(c-a, d-b) ou: x = a + t*(c-a) y = b + t*(d-b) Equação Vetorial da Reta Dois pontos P e Q, definem um único vetor v = PQ, que representa uma direção. Todo ponto R cuja direção PR seja a mesma de PQ está contido na mesma reta definida pelos pontos P

Leia mais

1. Extremos de uma função

1. Extremos de uma função Máximo e Mínimo de Funções de Várias Variáveis 1. Extremos de uma função Def: Máximo Absoluto, mínimo absoluto Seja f : D R R função (i) Dizemos que f assume um máximo absoluto (ou simplesmente um máximo)

Leia mais

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15 Bases Matemáticas Aula 2 Métodos de Demonstração Rodrigo Hausen v. 2013-7-31 1/15 Como o Conhecimento Matemático é Organizado Definições Definição: um enunciado que descreve o significado de um termo.

Leia mais

Tópico 3. Limites e continuidade de uma função (Parte 2)

Tópico 3. Limites e continuidade de uma função (Parte 2) Tópico 3. Limites e continuidade de uma função (Parte 2) Nessa aula continuaremos nosso estudo sobre limites de funções. Analisaremos o limite de funções quando o x ± (infinito). Utilizaremos o conceito

Leia mais

CURSO ONLINE RACIOCÍNIO LÓGICO

CURSO ONLINE RACIOCÍNIO LÓGICO AULA QUINZE: Matrizes & Determinantes (Parte II) Olá, amigos! Pedimos desculpas por não ter sido possível apresentarmos esta aula na semana passada. Motivos de força maior nos impediram de fazê-lo, mas

Leia mais

94 (8,97%) 69 (6,58%) 104 (9,92%) 101 (9,64%) 22 (2,10%) 36 (3,44%) 115 (10,97%) 77 (7,35%) 39 (3,72%) 78 (7,44%) 103 (9,83%)

94 (8,97%) 69 (6,58%) 104 (9,92%) 101 (9,64%) 22 (2,10%) 36 (3,44%) 115 (10,97%) 77 (7,35%) 39 (3,72%) 78 (7,44%) 103 (9,83%) Distribuição das 1.048 Questões do I T A 94 (8,97%) 104 (9,92%) 69 (6,58%) Equações Irracionais 09 (0,86%) Equações Exponenciais 23 (2, 101 (9,64%) Geo. Espacial Geo. Analítica Funções Conjuntos 31 (2,96%)

Leia mais

Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel.

Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel. Matemática Essencial Equações do Segundo grau Conteúdo Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel.br/matessencial/ 1 Introdução

Leia mais

O B. Podemos decompor a pirâmide ABCDE em quatro tetraedros congruentes ao tetraedro BCEO. ABCDE tem volume igual a V = a2.oe

O B. Podemos decompor a pirâmide ABCDE em quatro tetraedros congruentes ao tetraedro BCEO. ABCDE tem volume igual a V = a2.oe GABARITO - QUALIFICAÇÃO - Setembro de 0 Questão. (pontuação: ) No octaedro regular duas faces opostas são paralelas. Em um octaedro regular de aresta a, calcule a distância entre duas faces opostas. Obs:

Leia mais

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente:

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente: Rumo ao ITA Física Análise Dimensional Ivan Guilhon Mitoso Rocha A análise dimensional é um assunto básico que estuda as grandezas físicas em geral, com respeito a suas unidades de medida. Como as grandezas

Leia mais

Eventos independentes

Eventos independentes Eventos independentes Adaptado do artigo de Flávio Wagner Rodrigues Neste artigo são discutidos alguns aspectos ligados à noção de independência de dois eventos na Teoria das Probabilidades. Os objetivos

Leia mais

Universidade Estadual de Santa Cruz. Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas. Especialização em Matemática. Disciplina: Estruturas Algébricas

Universidade Estadual de Santa Cruz. Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas. Especialização em Matemática. Disciplina: Estruturas Algébricas 1 Universidade Estadual de Santa Cruz Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas Especialização em Matemática Disciplina: Estruturas Algébricas Profs.: Elisangela S. Farias e Sérgio Motta Operações

Leia mais

Forças internas. Objetivos da aula: Mostrar como usar o método de seções para determinar as cargas internas em um membro.

Forças internas. Objetivos da aula: Mostrar como usar o método de seções para determinar as cargas internas em um membro. Forças internas Objetivos da aula: Mostrar como usar o método de seções para determinar as cargas internas em um membro. Generalizar esse procedimento formulando equações que podem ser representadas de

Leia mais

SESSÃO 5: DECLINAÇÃO SOLAR AO LONGO DO ANO

SESSÃO 5: DECLINAÇÃO SOLAR AO LONGO DO ANO SESSÃO 5: DECLINAÇÃO SOLAR AO LONGO DO ANO Respostas breves: 1.1) 9,063 N 1.2) norte, pois é positiva. 1.3) São José (Costa Rica). 2) Não, porque Santa Maria não está localizada sobre ou entre os dois

Leia mais

O Problema do Troco Principio da Casa dos Pombos. > Princípios de Contagem e Enumeração Computacional 0/48

O Problema do Troco Principio da Casa dos Pombos. > Princípios de Contagem e Enumeração Computacional 0/48 Conteúdo 1 Princípios de Contagem e Enumeração Computacional Permutações com Repetições Combinações com Repetições O Problema do Troco Principio da Casa dos Pombos > Princípios de Contagem e Enumeração

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE MATEMÁTICA 5 0 Encontro da RPM TRANSFORMAÇÕES NO PLANO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE MATEMÁTICA 5 0 Encontro da RPM TRANSFORMAÇÕES NO PLANO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE MATEMÁTICA 5 0 Encontro da RPM TRANSFORMAÇÕES NO PLANO Jorge Costa do Nascimento Introdução Na produção desse texto utilizamos como fonte de pesquisa material

Leia mais

1 Propriedades das Funções Contínuas 2

1 Propriedades das Funções Contínuas 2 Propriedades das Funções Contínuas Prof. Doherty Andrade 2005 Sumário 1 Propriedades das Funções Contínuas 2 2 Continuidade 2 3 Propriedades 3 4 Continuidade Uniforme 9 5 Exercício 10 1 1 PROPRIEDADES

Leia mais

Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z

Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z Rua Oto de Alencar nº 5-9, Maracanã/RJ - tel. 04-98/4-98 Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z Podemos epressar o produto de quatro fatores iguais a.... por meio de uma potência de base e epoente

Leia mais

Nesta aula iremos continuar com os exemplos de revisão.

Nesta aula iremos continuar com os exemplos de revisão. Capítulo 8 Nesta aula iremos continuar com os exemplos de revisão. 1. Exemplos de revisão Exemplo 1 Ache a equação do círculo C circunscrito ao triângulo de vértices A = (7, 3), B = (1, 9) e C = (5, 7).

Leia mais

PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES E O CÁLCULO DA ÁREA DE TRIÂN- GULOS: EXEMPLOS SIGNIFICATIVOS

PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES E O CÁLCULO DA ÁREA DE TRIÂN- GULOS: EXEMPLOS SIGNIFICATIVOS A RTIGO PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES E O CÁLCULO DA ÁREA DE TRIÂN- GULOS: EXEMPLOS SIGNIFICATIVOS Fábio Marson Ferreira e Walter Spinelli Professores do Colégio Móbile, São Paulo Recentemente nos desafiamos

Leia mais

E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO

E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO Dizemos que uma equação é linear, ou de primeiro grau, em certa incógnita, se o maior expoente desta variável for igual a um. Ela será quadrática, ou

Leia mais

6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D

6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D 6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D Até agora estudamos e implementamos um conjunto de ferramentas básicas que nos permitem modelar, ou representar objetos bi-dimensionais em um sistema também

Leia mais

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios.

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. Exercícios A U L A 10 Meta da aula Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. objetivo aplicar os conhecimentos adquiridos nas Aulas 4 a 9 por meio da

Leia mais

Princípio da Casa dos Pombos II

Princípio da Casa dos Pombos II Programa Olímpico de Treinamento Curso de Combinatória - Nível 2 Prof. Bruno Holanda Aula 8 Princípio da Casa dos Pombos II Nesta aula vamos continuar praticando as ideias da aula anterior, aplicando o

Leia mais

5910170 Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula 1

5910170 Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula 1 597 Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Movimentos Periódicos Para estudar movimentos oscilatórios periódicos é conveniente ter algum modelo físico em mente. Por exemplo, um

Leia mais

Cálculo Numérico Faculdade de Engenharia, Arquiteturas e Urbanismo FEAU

Cálculo Numérico Faculdade de Engenharia, Arquiteturas e Urbanismo FEAU Cálculo Numérico Faculdade de Engenharia, Arquiteturas e Urbanismo FEAU Prof. Dr. Sergio Pilling (IPD/ Física e Astronomia) III Resolução de sistemas lineares por métodos numéricos. Objetivos: Veremos

Leia mais

QUESTÃO 1 ALTERNATIVA B

QUESTÃO 1 ALTERNATIVA B 1 QUESTÃO 1 Marcos tem 10 0,25 = 2,50 reais em moedas de 25 centavos. Logo ele tem 4,30 2,50 = 1,80 reais em moedas de 10 centavos, ou seja, ele tem 1,80 0,10 = 18 moedas de 10 centavos. Outra maneira

Leia mais

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU 1 EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU Equação do 1º grau Chamamos de equação do 1º grau em uma incógnita x, a qualquer expressão matemática que pode ser escrita sob a forma: em que a e b são números reais,

Leia mais

AV1 - MA 12-2012. (b) Se o comprador preferir efetuar o pagamento à vista, qual deverá ser o valor desse pagamento único? 1 1, 02 1 1 0, 788 1 0, 980

AV1 - MA 12-2012. (b) Se o comprador preferir efetuar o pagamento à vista, qual deverá ser o valor desse pagamento único? 1 1, 02 1 1 0, 788 1 0, 980 Questão 1. Uma venda imobiliária envolve o pagamento de 12 prestações mensais iguais a R$ 10.000,00, a primeira no ato da venda, acrescidas de uma parcela final de R$ 100.000,00, 12 meses após a venda.

Leia mais

Já vimos que a energia gravitacional entre duas partículas de massas m 1 e m 2, com vetores posição em r 1 e r 2, respectivamente, é dada por

Já vimos que a energia gravitacional entre duas partículas de massas m 1 e m 2, com vetores posição em r 1 e r 2, respectivamente, é dada por Força conservativa Já vimos que a energia gravitacional entre duas partículas de massas m 1 e m 2, com vetores posição em r 1 e r 2, respectivamente, é dada por U 12 = Gm 1m 2 r 2 r 1. Vimos também que

Leia mais

Capítulo 2 - Problemas de Valores Fronteira para Equações Diferenciais Ordinárias

Capítulo 2 - Problemas de Valores Fronteira para Equações Diferenciais Ordinárias Capítulo 2 - Problemas de Valores Fronteira para Equações Diferenciais Ordinárias Departamento de Matemática balsa@ipb.pt Mestrados em Engenharia da Construção Métodos de Aproximação em Engenharia 1 o

Leia mais

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 2 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.2

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 2 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.2 Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ 1º. semestre de 2010 Aula 2 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.2 O Método de Separação de Variáveis A ideia central desse método é supor que a solução

Leia mais

1 Base de um Espaço Vetorial

1 Base de um Espaço Vetorial Disciplina: Anéis e Corpos Professor: Fernando Torres Membros do grupo: Blas Melendez Caraballo (ra143857), Leonardo Soriani Alves (ra115465), Osmar Rogério Reis Severiano (ra134333) Ramon Códamo Braga

Leia mais

Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima.

Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima. Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima. 1 /2013 Para calcular Hom(G 1,G 2 ) ou Aut(G) vocês vão precisar ter em

Leia mais

Lógica Matemática e Computacional 5 FUNÇÃO

Lógica Matemática e Computacional 5 FUNÇÃO 5 FUNÇÃO 5.1 Introdução O conceito de função fundamenta o tratamento científico de problemas porque descreve e formaliza a relação estabelecida entre as grandezas que o integram. O rigor da linguagem e

Leia mais

Åaxwell Mariano de Barros

Åaxwell Mariano de Barros ÍÒ Ú Ö Ö Ð ÓÅ Ö Ò Ó Ô ÖØ Ñ ÒØÓ Å Ø Ñ Ø ÒØÖÓ Ò Ü Ø Ì ÒÓÐÓ ÆÓØ ÙÐ ¹¼ ÐÙÐÓÎ ØÓÖ Ð ÓÑ ØÖ Ò Ð Ø Åaxwell Mariano de Barros ¾¼½½ ËÓÄÙ ¹ÅA ËÙÑ Ö Ó 1 Vetores no Espaço 2 1.1 Bases.........................................

Leia mais

Princípio da Casa dos Pombos I

Princípio da Casa dos Pombos I Programa Olímpico de Treinamento Curso de Combinatória - Nível 2 Prof. Bruno Holanda Aula 7 Princípio da Casa dos Pombos I O princípio da casa dos pombos também é conhecido em alguns países (na Rússia,

Leia mais

Capítulo 3. Cálculo Vetorial. 3.1 Segmentos Orientados

Capítulo 3. Cálculo Vetorial. 3.1 Segmentos Orientados Capítulo 3 Cálculo Vetorial O objetivo deste capítulo é o estudo de vetores de um ponto de vista geométrico e analítico. De acordo com a necessidade, a abordagem do assunto será formal ou informal. O estudo

Leia mais

2. MÓDULO DE UM NÚMERO REAL

2. MÓDULO DE UM NÚMERO REAL 18 2. MÓDULO DE UM NÚMERO REAL como segue: Dado R, definimos o módulo (ou valor absoluto) de, e indicamos por,, se 0 =, se < 0. Interpretação Geométrica O valor absoluto de um número é, na reta, a distância

Leia mais

Utilização do SOLVER do EXCEL

Utilização do SOLVER do EXCEL Utilização do SOLVER do EXCEL 1 Utilização do SOLVER do EXCEL José Fernando Oliveira DEEC FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO MAIO 1998 Para ilustrar a utilização do Solver na resolução de

Leia mais

Modelagem no Domínio do Tempo. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello cabm@cin.ufpe.br 1

Modelagem no Domínio do Tempo. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello cabm@cin.ufpe.br 1 Carlos Alexandre Mello 1 Modelagem no Domínio da Frequência A equação diferencial de um sistema é convertida em função de transferência, gerando um modelo matemático de um sistema que algebricamente relaciona

Leia mais

MATEMÁTICA I AULA 07: TESTES PARA EXTREMOS LOCAIS, CONVEXIDADE, CONCAVIDADE E GRÁFICO TÓPICO 02: CONVEXIDADE, CONCAVIDADE E GRÁFICO Este tópico tem o objetivo de mostrar como a derivada pode ser usada

Leia mais

Material Teórico - Módulo de Métodos sofisticados de contagem. Princípio das Casas dos Pombos. Segundo Ano do Ensino Médio

Material Teórico - Módulo de Métodos sofisticados de contagem. Princípio das Casas dos Pombos. Segundo Ano do Ensino Médio Material Teórico - Módulo de Métodos sofisticados de contagem Princípio das Casas dos Pombos Segundo Ano do Ensino Médio Prof. Cícero Thiago Bernardino Magalhães Prof. Antonio Caminha Muniz Neto Em Combinatória,

Leia mais

Notas de Aula - Álgebra de Boole Parte 1

Notas de Aula - Álgebra de Boole Parte 1 Universidade de Brasília Departamento de Engenharia Elétrica Sistemas Digitais 1 Prof. Dr. Alexandre Romariz Revisado em 27/4/06 Notas de Aula - Álgebra de Boole Parte 1 1 Introdução Fundamentos, Teoremas

Leia mais