A ecologia como nova fronteira. Eng.º João Proença i

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A ecologia como nova fronteira. Eng.º João Proença i"

Transcrição

1 A ecologia como nova fronteira Eng.º João Proença i 1 Em primeiro lugar, queria agradecer ao Forum o convite e felicitá-lo por esta iniciativa de homenagem ao Padre Abel Varzim, no Centenário da sua morte. Uma iniciativa de debate duma problemática que teve durante a sua vida, como homem de ação, como um homem de luta, um homem de defesa de valores. Defesa de valores que passou também pela luta, pela criação de organizações de defesa do mundo operário, pela participação na sociedade, pelo combate às discriminações, às exclusões. E hoje, de fato, em Portugal, estamos também num momento complicado, em que esses problemas estão bem vivos. Eu começaria estas palavras relativamente à situação com que estamos confrontados. É um momento de preocupação, um momento de incerteza um momento de mudança, como são todos os momentos em que há grandes incertezas nas sociedades. Estamos num momento em que o desemprego aumenta, o crescimento económico é claramente insuficiente. Sentimos todos que o futuro não é claro, agravam-se os sinais de desconfiança relativamente ao futuro. Os sinais [que se manifestam no] facto de as pessoas recearem, estarem incertas, não saberem se o desemprego vai afetar as suas vidas, a vida das suas famílias. Num momento, também, em que há tentativas de desregular, precarizar e de, em certa medida, aproveitar estes tais sinais de mudança para mudar para pior. Está nas nossas mãos, de facto, lutar pela mudança para melhor. Acreditar que temos um futuro coletivo, que é um futuro de convergência, que é um momento de aproximação à média comunitária, que é um momento de integração plena na Europa, de sermos cidadãos europeus mas ao mesmo tempo cidadãos solidários. Cinco questões que me parecem centrais no debate de hoje: Primeiro a questão do desenvolvimento. Realmente, hoje a questão do desenvolvimento numa altura de baixo crescimento económico, numa altura em que alguns apontam apenas o crescimento económico sem valores ligados ao desenvolvimento e à repartição da riqueza é, de facto, uma questão central. As dificuldades geraram insegurança, uma crise orçamental está rapidamente a transformar-se ativamente numa crise económica. À base do necessário combate à redução do défice orçamental estão-se a tentar construir políticas que ainda vão acentuar mais os problemas para combater o défice orçamental. O défice orçamental tem-se construído pelo lado do maior rigor na aplicação das despesas mas também por gerar maior receitas, nomeadamente através do desenvolvimento económico e hoje assistimos a políticas que, na prática, sistematicamente, poderão provocar a redução das despesas e, com isso, agravar ainda mais a necessidade de contenção das despesas. É evidente esse momento, hoje, em que, se por um lado se combatem as despesas, muitas vezes não com o maior rigor orçamental, mas reduzindo investimentos. Sobretudo gerando a grande falta de confiança relativamente ao futuro, que faz com que os trabalhadores tenham receio de que, no futuro, não tenham dinheiro para consumir e que os investidores não invistam. É fundamental relançar a confiança.

2 Segunda questão, é a questão da criação e da distribuição da riqueza. Nós hoje em Portugal temos salários bastante baixos, temos produtividades também baixas, é fundamental que possamos discutir entre nós quais são os factores que geram maior competitividade e poderão provocar maiores aumentos de produtividade. Temos a noção de que só através do maior aumento de produtividade poderá haver mais salários para distribuir. Mas se é fundamental criar riqueza, é fundamental também discutir como se distribui essa riqueza. Nos últimos anos têm-se agravado as desigualdades e, de facto, tem havido uma distribuição de riqueza mais injusta e alguns sinais positivos como foi a criação do rendimento mínimo ou como alguns sinais por vezes são dados até no crescimento do salário mínimo depois, através de outros fatores, como o descontrolo no crescimento da inflação, parecem-me claramente diminuídos. Para discutir o aumento da produtividade, importa discutir os critérios que a ela estão subjacentes. Já aqui foram apontados vários: temos um problema de falta de capacidade empresarial, em geral; de falta de capacidade técnica nas empresas; temos um tecido predominante de PME em que muitos dos nossos empresários são pessoas de muito valor, mas em que o nível de qualificações médio não é superior (antes pelo contrário) ao nível de qualificações médias dos trabalhadores; temos um trabalho, muitas vezes, pouco qualificado, um grande défice ao nível de educação e ainda uma herança do antes do 25 de Abril. Mas, ao mesmo tempo, temos dezenas de milhares de trabalhadores licenciados desempregados, há uma grande dificuldade de introduzir quadros técnicos nas empresas, há uma rejeição na área de PME desses quadros técnicos. Desafio da educação e da qualificação: precisamos de um trabalho cada vez mais qualificado, mas Portugal é, de longe, o país que, na União Europeia, aposta menos na formação ao longo da vida. Para uma média europeia superior a 20%, nós temos 4% de trabalhadores com acesso à formação profissional ao longo do ano; estamos, de longe, no último grau. Houve uma boa aposta em termos do crescimento do sistema educativo, mas resta o desafio da qualidade do ensino. O problema da inovação e desenvolvimento tecnológico continua profundamente desigual. Digamos que há uma fraca aposta na inovação mas também há uma fraca aposta na ligação entre aquilo que é feito com o nosso sistema tecnológico e as empresas. Por outro lado, tudo isto está ligado ao papel do Estado. O papel do Estado é muitas vezes apontado como uma restrição ao aumento de produtividade e há alguns sinais do Estado. Se eu, para ir ao médico, demorar vários dias para marcar a consulta; se [tiver] tratamentos muito deficientes; se se criarem condições para um alto nível de acidentes de trabalho, por vezes deficiente, na proteção da saúde, é evidente que isto tem efeitos na produtividade. Um sistema de Justiça como o nosso, muito demorado e de resultados muito incertos. O aumento do prazo de pagamento das dívidas. Tudo isto provoca problemas de produtividade. Mas é bom assumir que o Estado continua a ter um papel fundamental na satisfação de necessidades sociais. O Estado tem um papel fundamental na distribuição de riqueza, o Estado tem um papel fundamental até no próprio desenvolvimento económico. Por vezes temos assistido (sobretudo nos últimos anos) a uma política sistemática de ataque ao Estado. E foram aqui referidos problemas de salários, problemas das pensões. É evidente que, por vezes, 2

3 podemos discutir os salários do Estado e que provavelmente há trabalhadores que até atingiram níveis de salário razoáveis, mas também há trabalhadores que muitas vezes não são pagos sequer ao nível do salário mínimo, tiveram de ser feitos artifícios para o salário mínimo da função pública corresponder ao salário mínimo nacional. É bom lembrar que, na parte do Estado, mais de 50% dos trabalhadores têm curso superior, justamente pelo grande peso dos professores e médicos, etc. Não há nenhuma, empresa mesmo altamente qualificada (uma grande empresa), que tenha algo de semelhante, em termos dos seus quadros superiores. De facto, as comparações, por vezes, também são distorcidas. Mas, por exemplo, os sindicatos da função pública, ao terem marcado a greve para dia 14 não é tanto por reivindicações salariais, não é tanto por direitos, é sobretudo uma luta pela dignidade da sua qualidade de trabalhadores num sector central. É a luta para que seja reconhecido que não são pessoas inúteis, não são pessoas que não fazem nada e que estão eles a pôr em causa os próprios problemas da despesa pública, desempenham antes um papel fundamental num sector fundamental para o país. A terceira questão, a seguir ao desenvolvimento e à criação e distribuição de riqueza, é a da participação. Hoje temos em Portugal, claramente, um défice de participação, a vários níveis, no sistema democrático, mas também no sistema social. E quando abordamos a situação das empresas e da organização económico-social em Portugal vemos que se desenvolveram novos mecanismos de participação, nomeadamente a Concertação Social, o diálogo e a concertação tripartida, mas a participação a nível de empresa continua muito deficiente, a negociação coletiva ainda não assumiu o papel central que tem na organização e na compatibilização de interesses entre trabalhadores e empregadores. Foram introduzidas novas dimensões de participação, nomeadamente a nível europeu, mas isto não foi integrado no sistema coerente de relações de trabalho. Há, de facto, um défice de participação. Esse défice de participação ainda é mais posto em causa através da forma da legislação de trabalho. Eu, relativamente a essa questão (se a nossa legislação é europeia ou não), costumo dar o exemplo: [quando foi do caso dos trabalhadores da TAP], um dos poucos desprivilegiados deste país. A certa altura, a TAP disse vocês precisavam de ter era uma legislação à europeia, e foi citado o caso da Alemanha ou da Suíça. Eles traduziram o acordo da negociação coletiva existente na Alemanha e chegaram à TAP e disseram aqui está o acordo traduzido, vamos assina-lo. Bem, a TAP, aí, não quis. O problema é que nós, com certeza, ficaríamos melhor se tivéssemos a legislação alemã, até a legislação espanhola ou a legislação de outros países. Com certeza ficaríamos maiores, porque, quando muitas vezes se fala de legislação, não está só em causa a legislação, está em causa a legislação, a negociação coletiva e, sobretudo, o respeito pela legislação. Nós somos o país que tem mais violações do direito laboral, nós somos o país que tem menor nível de negociação coletiva na Europa e em sistema de regulação. Há muitas coisas que na Europa são reguladas pela negociação colectiva, há países que até não têm, tendo um salário mínimo há muitos anos. O salário mínimo é fixado na negociação coletiva. Há países em que a greve é regulada pela prática, pela negociação e não pela lei. Há muitas coisas que constituem um direito adquirido nos restantes países europeus que não existe em Portugal. Nós temos como fator de adaptação das empresas um despedimento colectivo que é idêntico ao dos restantes países. Hoje, na 3

4 discussão em curso sobre a legislação de trabalho, os patrões não apresentaram uma alteração à lei de despedimento coletivo, a lei de despedimento coletivo é quando uma pequena empresa até cinquenta trabalhadores despedir dois ou mais e para uma grande empresa despedir cinco ou mais. Portanto, o fator de adaptação à mudança através da chamada flexibilidade de gestão do despedimento é o despedimento coletivo. Não há problemas ai, temos uma maior proteção do despedimento individual e esperemos que se mantenha sempre, porque temos um princípio constitucional do despedimento sem justa causa que alguns pretendem pôr em causa. E, portanto, quando discutimos a reforma da legislação de trabalho, acho que há desafios que lá estão inerentes: o desafio do Estado de direito, o desafio do reforço da negociação coletiva e também o desafio do reforço da adaptabilidade das empresas, nomeadamente em termos de organização de trabalho ou mesmo organização funcional, mas ligada à conciliação de interesse entre a vida de trabalho e a vida familiar. A própria vida extraprofissional, o problema do maior nível de funções, mas ligado ao problema do desafio da qualificação profissional. Há, de facto, desafios que deveriam estar inerentes à negociação, ou seja, na mudança da legislação de trabalho não devia haver a preocupação de ser a desregulação do reforço do arbítrio patronal, deveria ser a procura de novas formas de regulação que atendam, de facto, a que a economia mudou e que o trabalho também sofreu mudanças e, portanto, é necessário procurar responder a um desafio de uma competição cada vez mais global, a um desafio de um trabalho que também é diferente do trabalho do passado. Não é bem isso que tem estado em cima da mesa. Na legislação de trabalho tivemos um anteprojeto, que era um anteprojeto de autêntica destruição da legislação de trabalho em Portugal. Houve algumas mudanças, mas de qualquer modo, a legislação que está em cima da mesa continua muito pior do que a legislação atualmente em vigor e não responde às preocupações dos trabalhadores. E também estamos convencidos de que não responde à preocupação das empresas que respeitam a lei. Responderá, muitas vezes legalizando o ilegal, à preocupação de empresas que se baseiam na sua competitividade num trabalho desregulado, mal remunerado, num trabalho não qualificado. E, daí, um quarto grande desafio, que é o desafio do trabalho digno e qualificado. Cada vez mais está em causa e, neste quadro da globalização em que há uma tendência para competir na base da desregulação laboral, devemos lembrar bem a OIT e a luta do atual Director Geral para o chamado trabalho decente, trabalho digno. E esta é uma questão hoje central nas sociedades. É que o trabalho tem de respeitar um conjunto de direitos fundamentais, as chamadas oito convenções da lei T, que incluem, nomeadamente, o problema do combate ao trabalho infantil, o combate ao trabalho forçado, o problema de um trabalho de facto cada vez mais qualificado (e já referi isso), mas também o combate por condições de trabalho que sejam dignas, em termos de acidentes de trabalho, da higiene e segurança no trabalho, em termos do respeito pelos horários, o problema de igualdade de oportunidades (e a igualdade entre homens e mulheres num país como o nosso temos das mais altas taxas de participação a nível do mercado de trabalho como compatibilizar o tempo de trabalho com a vida familiar?). São questões claramente em cima da mesa. E muitas vezes a abordagem é feita um pouco ao contrário. Há bocado, o Dr. Silva Lopes referiu, e nós temos 4

5 muitas vezes referido esta questão, que um trabalho precário é má aposta no futuro, porque é uma aposta num trabalho pouco qualificado. Cada vez mais nós precisamos de apostar na formação ao longo da vida, é uma aposta conjunta entre trabalhadores e empregadores. É no quadro da empresa que se passa muito na formação ao longo da vida, nem o trabalhador nem o empregador têm condições de apostar na formação ao longo da vida quando o trabalhador está contratado a prazo, é um trabalhador para usar e deitar fora. E, de facto, há que encontrar novos equilíbrios na área da precariedade, nomeadamente, recusando a precariedade brutal que afeta os jovens, mas recusando, também claramente, o aumento da precariedade como combate determinado à precariedade ilegal. Por fim, tudo aquilo tem a ver com a nossa integração na Europa, numa Europa social, uma Europa solidária. Quando se fala num modelo social europeu, na Europa social, na prática, não era tanto o que a Europa tinha, era mais o que os diferentes países europeus tinham em comum. O alto nível de proteção na segurança social e na saúde são duas dimensões em que praticamente nada é feito a nível europeu, mas todos os países europeus têm um alto nível de proteção na segurança social e na saúde. Um alto nível de relações de trabalho, nomeadamente na negociação coletiva. Um alto nível na intervenção do Estado na economia na área social. Isto é qualquer coisa de importante e que esteve na base da competitividade europeia. A Europa social não é um custo, a Europa social é um benefício. Já foi aqui citado: nos EUA fala-se muito na saúde, todos os países têm um serviço nacional de saúde, normalmente bastante eficiente, os serviços nacionais de saúde europeus custam 7 a 9% do PIB, varia um pouco de país para país. Os EUA não têm um serviço nacional de saúde universal, têm um sistema de saúde basicamente privado, custa quase o dobro: 14% do PIB. E há mais de 30 milhões de americanos que não têm acesso aos cuidados básicos de saúde e muitas vezes pretende-se comparar coisas não comparáveis. A Europa assenta o seu desenvolvimento numa certa segurança do emprego. Mesmo o Japão (e às vezes são citados modelos diferentes) tem um alto nível de proteção no emprego em todo o sector exportador, em todo o sector que compete. O único país avançado que verdadeiramente tem um alto nível de desregulação e de não segurança do emprego são os EUA, porque os outros países que têm um alto nível de precariedade e de desregulação no mercado de trabalho são pouco competitivos: toda a América Latina, toda a África, grande parte do Sudoeste Asiático. Não é a desregulação que aumenta a competitividade. Nós temos de analisar, em termos da Europa social, a necessidade de adaptações. Com certeza que tem de haver adaptações em termos dos modelos de segurança social, dos sistemas de regulações de trabalho. Mas a Europa social é um ganho, é um ganho que faz com que haja maior produtividade, haja maior capacidade de competição em geral. A Europa também deve ser uma Europa solidária e daí a defesa do alargamento europeu aos países da Europa central e oriental e aos países do Mediterrâneo; e daí também o papel central que a Europa tem desempenhado, por exemplo, na cooperação com os países menos desenvolvidos. A Europa é o continente que mais gasta em termos de ajuda ao desenvolvimento. É evidente que esta Europa social e esta convergência solidária implicam discutir também o que são hoje fragilidades que afetam todo o continente europeu e, consequentemente, também Portugal. Temos pouca Europa em sítios centrais. 5

6 A Europa continua a não apostar na investigação e no desenvolvimento, os EUA vão muito à frente da Europa, através dos seus programas estatais, nomeadamente no sector da defesa e da aeronáutica. A Europa não tem uma política industrial, a Europa só agora começa a ter algumas linhas (uma política de emprego), mas totalmente desligada da política económica. Muitas vezes é privilegiada a moeda única, em prejuízo do crescimento económico e das políticas que lhe poderão dar origem. Portanto, temos de nos bater por mais Europa, mas uma Europa que também tenha, claramente, uma dimensão social e que reforce os mecanismos de diálogo e participação. E é isto que, quanto a nós, são hoje os grandes desafios do movimento sindical. Questionam também o movimento sindical no seu próprio interior, como é evidente. É evidente também que a Europa é o continente onde está mais desenvolvido o movimento sindical. O movimento sindical nasceu na Europa, desenvolveu-se na Europa. Hoje, quando se fala no filiado dos sindicatos em todo o mundo, é evidente que uma parte extremamente significativa (mais de um terço) está concentrada na Europa e que a Confederação Europeia de Sindicatos é uma organização central na defesa deste movimento sindical. Hoje, esse desafio é um desafio primeiro. É evidente que há divergência de interesses, é evidente que há que procurar, combater e lutar pela melhor defesa dos interesses, mas muitas vezes a defesa pela convergência por, digamos, tentar conciliar interesses divergentes, começa no interior do próprio movimento sindical e, já foi aqui referenciado, isto não é um desafio ao próprio movimento sindical em termos da própria sua organização interna. É evidente que, por vezes, os problemas dos trabalhadores pouco qualificados e dos quadros têm questões diferentes a pôr em cima da mesa. Devem ser discutidos inicialmente no interior do próprio movimento sindical e, às vezes, fatores que tentam provocar a divisão dentro do movimento sindical, tentam a provocar a criação de sindicatos de defesa de pequenos grupos, são fatores que, na prática, prejudicam a intervenção sindical, mas que prejudicam a própria organização da sociedade, o movimento sindical cada vez deve estar mais concertado entre si, isto não é só entre as centrais em procurar de nova unidade de ação e isso, mas digamos também a própria existência das centrais sindicais e de sindicatos, cada vez que sejam capazes de ter uma dimensão mais sectorial. É importante esta conciliação de interesses e muitas vezes os sinais são ao contrário. Finalmente, a defesa dos mecanismos de diálogo e participação. Nós continuamos ainda muito frágeis nesta matéria. Já referi que a nossa manifestação coletiva é frágil. A nossa constelação social apareceu desligada, não apareceu integrada no sistema de relações de trabalho. A participação na empresa foi sempre muito reduzida, apesar de muitas vezes se falar muito nas comissões de trabalhadores, mas é bom lembrar que no universo de duzentas mil empresas há apenas 198 Comissões de Trabalhadores e que, portanto, as comissões de trabalhadores são uma componente importante do movimento laboral, mas têm a dimensão que têm. O papel central é assumido pelo próprio movimento sindical. O movimento sindical tem de estar aberto claramente a novos desafios e registei com atenção aquilo que foi dito. A Dr.ª Manuela Silva deu-nos aqui, claramente, uma lição sobre o papel dos sindicatos e eu digo-lhe que subscrevo tudo aquilo que referiu e nos termos em que o referiu. O movimento 6

7 sindical tem de estar aberto a novos valores e vai-se abrindo. E às vezes não é reconhecido que em Portugal, nesta matéria, temos um movimento sindical dos mais progressistas, quando na luta pela defesa dos trabalhadores imigrantes, na luta pela defesa de igualdade de oportunidades, até numa ligação às universidades e numa ligação ao movimento associativo em geral, o movimento sindical português (talvez por sermos o movimento sindical mais jovem) está, em termos gerais, à frente da média do que é o movimento sindical europeu e quando se fala que o movimento sindical defende interesses instalados, com certeza que defende, mas vemos o movimento sindical, por exemplo, aberto às correntes migratórias (tanto imigração como emigração) e vemos, muitas vezes, os outros países claramente fechados com grande dificuldade em lidar com este fenómeno. Mesmo um movimento sindical altamente progressista como é o dos países nórdicos, aberto a novos valores como é o ambiente, o problema do consumo e sobretudo o problema da cidadania e da participação democrática, também em questão do movimento sindical. E para procurar concluir, [quero] dizer que, à partida, é cada vez mais importante afirmar valores da justiça e da solidariedade. Nós podemos falar muito na globalização. A globalização é claramente inaceitável nos caminhos que está a seguir, são caminhos de desregulação do poder às multinacionais, de enfraquecimento das organizações internacionais, é um papel que tem, claramente, acentuado muito as desigualdades. Se [por um lado], de facto, houve alguma diminuição nas formas de pobreza extrema no mundo, através de alguns mecanismos de solidariedade, [por outro], claramente que a pobreza, em geral, se agravou, agravaram-se as desigualdades entre países e dentro de cada país. A globalização exige um ataque de forma diferente, não exige um regresso ao passado de fronteiras fechadas. A globalização, à partida, no seu conceito, tem uma defesa daquilo que é o maior desenvolvimento dos países menos avançados, o acesso aos mercados naquilo que eles sabem produzir. O que tem acontecido é diferente e, nomeadamente, um grande desafio para o próprio movimento sindical é afrontar os desafios da globalização, o que implica também uma reorganização interna das formas de intervenção do movimento sindical, a nível internacional, a nível europeu e a nível nacional. Os desafios da justiça e da solidariedade também, num claro envolvimento do movimento sindical no combate à pobreza e à exclusão. Eu acho que o movimento sindical português se tem claramente envolvido nestas matérias. Não é só o problema do salário mínimo, são os mecanismos, em geral, de combate à pobreza e à exclusão e de luta contra as discriminações. O problema de uma competição assente na desregulação e não na regulação. Portanto, [quero] também dizer que, para nós, os sindicatos são cada vez mais necessários. Hoje estamos numa sociedade que reforça os mecanismos de individualização. O individuo a competir, a recompensa do mérito, mas em que a recompensa (toda a gente está de acordo com ela) do mérito é se ela está baseada numa competição selvagem entre indivíduos ou se assenta em mecanismos de intervenção solidária, de intervenção global. O trabalho mudou muito, surgem novas formas de organização de trabalho. Quando nós dizemos que, em Portugal, temos uma população ativa de pouco mais de 5 milhões de trabalhadores, é evidente que os trabalhadores por conta de outrem são cerca de 4 [milhões]. E mesmo nos trabalhadores por conta 7

8 própria [há uma] grande parte de falso trabalho independente, de trabalhadores sujeitos a grandes formas de precariedade. Portugal é o país europeu com mais precariedade no trabalho. Portugal é o país europeu, como já referi, com maior participação das mulheres em termos de equivalente a tempo inteiro, ao nível dos maiores que são os países nórdicos, e sem que existam os mecanismo de proteção que existem nos países que têm um alto nível de trabalho feminino. Onde estão as creches, onde estão os horários adaptados, para que a mulher ou o homem possam assumir as suas responsabilidades familiares, onde estão as condições para responder a este desafio? Os sindicatos desempenham um papel fundamental e têm também de saber responder a estes novos desafios, incluindo o desafio de representar os trabalhadores que não são empresários, que são estes trabalhadores autónomos. E até uma das questões que se põe (que não é abordada, pois não há condições para abordar nesta reforma da legislação laboral) é, por exemplo, a legislação laboral espanhola, e sobretudo a italiana, em que uma grande componente da legislação de trabalho é justamente [...] neste trabalho não organizado. Não o trabalho por conta de outrem, que é normal e que é a base do próprio movimento sindical. Só há democracia se houver um movimento sindical livre e democrático. E também há outra coisa que por vezes ignoramos: é que um ataque aos sindicatos, muitas vezes como é formulado (e esta legislação laboral muitas vezes tinha implícita esta noção), é um ataque ao mecanismo fundamental de participação dos trabalhadores na vida democrática, na vida das sociedades em geral. Acreditamos, de facto, que os sindicatos estão à procura do seu caminho, mas também eles estão a tentar construir um futuro melhor. Muito obrigado! 8 i Texto retirado de gravação. Editado

RESOLUÇÃO DO SECRETARIADO NACIONAL

RESOLUÇÃO DO SECRETARIADO NACIONAL RESOLUÇÃO DO SECRETARIADO NACIONAL 1. Uma Situação Preocupante O nosso País tem tido um crescimento económico inferior à média da União Europeia desde 2002. Seis anos continuados de crise económica fizeram

Leia mais

I MAIO NOTAS PARA A INTERVENÇÃO

I MAIO NOTAS PARA A INTERVENÇÃO I MAIO 2011 - NOTAS PARA A INTERVENÇÃO Caras e caros Companheiros e Amigos Aqui, somos muitos, muitos mil para dizer ao País que os trabalhadores estão mobilizados na defesa de um PAÍS PROGRESSO ECONÓMICO

Leia mais

RESOLUÇÃO UGT REIVINDICA DIMENSÃO SOCIAL NO PROGRAMA DE GOVERNO

RESOLUÇÃO UGT REIVINDICA DIMENSÃO SOCIAL NO PROGRAMA DE GOVERNO RESOLUÇÃO UGT REIVINDICA DIMENSÃO SOCIAL NO PROGRAMA DE GOVERNO As eleições legislativas, ao darem maioria absoluta ao Partido Socialista, criaram condições de estabilidade e governabilidade. O Governo

Leia mais

CONVITE PARA A AUDIÇÃO PÚBLICA, POR INICIATIVA DO GRUPO PARLAMENTAR DO PCP, A REALIZAR NO DIA 15 DE MAIO DE 2017 SEGUNDA-FEIRA

CONVITE PARA A AUDIÇÃO PÚBLICA, POR INICIATIVA DO GRUPO PARLAMENTAR DO PCP, A REALIZAR NO DIA 15 DE MAIO DE 2017 SEGUNDA-FEIRA Página 1 de 6 CONVITE PARA A AUDIÇÃO PÚBLICA, POR INICIATIVA DO GRUPO PARLAMENTAR DO PCP, A REALIZAR NO DIA 15 DE MAIO DE 2017 SEGUNDA-FEIRA «HORÁRIOS DE TRABALHO: COMBATE À DESREGULAÇÃO, 35 HORAS, RESPEITAR

Leia mais

A visão da OIT sobre o Trabalho Decente

A visão da OIT sobre o Trabalho Decente Boletim Econômico Edição nº 61 maio de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico A visão da OIT sobre o Trabalho Decente 1 1. CONCEITO DE TRABALHO DECENTE O conceito de Trabalho

Leia mais

Investimento, Poupança e Competitividade Os três pilares do crescimento

Investimento, Poupança e Competitividade Os três pilares do crescimento Investimento, Poupança e Competitividade Os três pilares do crescimento Teodora Cardoso Conferência Investimento em Portugal, Fundação Calouste Gulbenkian, 15 Março 2017 Princípios básicos: investimento

Leia mais

Projeto de Resolução n.º 549/XIII-2ª AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL

Projeto de Resolução n.º 549/XIII-2ª AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar Projeto de Resolução n.º 549/XIII-2ª AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL As últimas eleições legislativas 4 de outubro de 2015 demonstraram de uma forma evidente

Leia mais

TEMA 3 TRABALHO DESIGUAL? NOVAS FORMAS DE DESIGUALDADE E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

TEMA 3 TRABALHO DESIGUAL? NOVAS FORMAS DE DESIGUALDADE E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO TEMA 3 TRABALHO DESIGUAL? NOVAS FORMAS DE DESIGUALDADE E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO O TRABALHO DIGNO, A JUSTIÇA SOCIAL E O FUTURO DO TRABALHO OIT: MISSÃO Desenvolve o seu trabalho no âmbito da redução da

Leia mais

Conferência Dia Nacional do Mutualismo

Conferência Dia Nacional do Mutualismo Associação Portuguesa de Mutualidades Conferência Dia Nacional do Mutualismo Qual o papel do sistema complementar no futuro da segurança social em Portugal? Lisboa, 25 Outubro 2017 Maria Margarida Corrêa

Leia mais

Economia do País. Análise de conjuntura económica trimestral. Produto Interno Bruto. Variações trimestrais homólogas

Economia do País. Análise de conjuntura económica trimestral. Produto Interno Bruto. Variações trimestrais homólogas Produto Interno Bruto Variações trimestrais homólogas Mediante reformas introduzidas na economia portuguesa, entre 2011 e 2015, nomeadamente quanto á competitividade das empresas, foi possível estimular

Leia mais

Desenvolvimento, Trabalho Decente e Igualdade Racial

Desenvolvimento, Trabalho Decente e Igualdade Racial Desenvolvimento, Trabalho Decente e Igualdade Racial Lais Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Brasília, julho de 2012 Esquema da Apresentação 1. Trabalho decente e estratégia de desenvolvimento

Leia mais

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD Ana Lúcia Monteiro Organização Internacional do Trabalho 28 de outubro de 2011 ESQUEMA DA APRESENTAÇÃO 1. O Conceito de Trabalho Decente 2. O compromisso

Leia mais

Gabinete da Ministra KEY POLICIES TO OVERCOME THE CRISIS. Lisboa, 25 Março 2011

Gabinete da Ministra KEY POLICIES TO OVERCOME THE CRISIS. Lisboa, 25 Março 2011 Lisboa, 25 Março 2011 Permitam-me que comece a minha brevíssima mensagem a este encontro internacional por agradecer aos organizadores a oportunidade que ofereceram a todos nós de debater as políticas

Leia mais

Senhor Primeiro-Ministro de Portugal, Dr. António Costa

Senhor Primeiro-Ministro de Portugal, Dr. António Costa Senhor Primeiro-Ministro de Portugal, Dr. António Costa Senhor Vice-Presidente do Parlamento Europeu responsável por América Latina, Dr. Antonio Tajani Senhor Presidente do componente Latino-Americano

Leia mais

Mercado de Trabalho da Região Norte Eduardo Pereira

Mercado de Trabalho da Região Norte Eduardo Pereira Mercado de Trabalho da Região Norte Eduardo Pereira 1 a sessão NORTE & PESSOAS 12 MAIO Instituto de Design de Guimarães www.ccdr-n.pt/norte-pessoas O Mercado de Trabalho da Região Norte 1. Da viragem do

Leia mais

RESOLUÇÃO DO SECRETARIADO NACIONAL UMA SITUAÇÃO ECONÓMICA QUE URGE MUDAR

RESOLUÇÃO DO SECRETARIADO NACIONAL UMA SITUAÇÃO ECONÓMICA QUE URGE MUDAR RESOLUÇÃO DO SECRETARIADO NACIONAL UMA SITUAÇÃO ECONÓMICA QUE URGE MUDAR 1. Enquadramento Após um fraco crescimento da economia portuguesa em 2005 (0.3%), o Governo prevê para 2006, um crescimento de 1.4%;

Leia mais

COMENTÁRIOS DA UGT AO RELATÓRIO SOBRE A RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA (MAIO 2014)

COMENTÁRIOS DA UGT AO RELATÓRIO SOBRE A RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA (MAIO 2014) COMENTÁRIOS DA UGT AO RELATÓRIO SOBRE A RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA (MAIO 2014) A UGT regista a apresentação do Relatório sobre a Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG), que visa enquadrar

Leia mais

Fórum da OIT Trabalho Digno para uma Globalização Justa

Fórum da OIT Trabalho Digno para uma Globalização Justa Fórum da OIT Trabalho Digno para uma Globalização Justa Abertura pelo Senhor Primeiro Ministro Lisboa, FIL (Junqueira), 31 de Outubro de 2007, 17H00 Senhor Director-Geral do BIT, Senhoras e Senhores, Saúdo

Leia mais

27 de junho de Domingos Lopes

27 de junho de Domingos Lopes 27 de junho de 2016 Domingos Lopes Objetivos Temáticos OT 8. Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos trabalhadores assumindo como meta nacional, até 2020, o aumento

Leia mais

Política Europeia de Imigração: Evolução e Perspectivas. Constança Urbano de Sousa

Política Europeia de Imigração: Evolução e Perspectivas. Constança Urbano de Sousa Política Europeia de Imigração: Evolução e Perspectivas Constança Urbano de Sousa Notas preliminares Imigração e Asilo Conceito comunitário de estrangeiro Cidadão comunitário Estrangeiro: nacional de Estado

Leia mais

O conceito de Trabalho Decente

O conceito de Trabalho Decente O Trabalho Decente O conceito de Trabalho Decente Atualmente a metade dos trabalhadores de todo o mundo (1,4 bilhão de pessoas) vive com menos de 2 dólares ao dia e portanto, é pobre quase 20% é extremamente

Leia mais

ACORDO ENTRE AS CONFEDERAÇÕES COM ASSENTO NA COMISSÃO PERMANENTE DE CONCERTAÇÃO SOCIAL, VISANDO A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

ACORDO ENTRE AS CONFEDERAÇÕES COM ASSENTO NA COMISSÃO PERMANENTE DE CONCERTAÇÃO SOCIAL, VISANDO A FORMAÇÃO PROFISSIONAL ACORDO ENTRE AS CONFEDERAÇÕES COM ASSENTO NA COMISSÃO PERMANENTE DE CONCERTAÇÃO SOCIAL, VISANDO A FORMAÇÃO PROFISSIONAL A formação profissional constitui um instrumento fundamental para combater o défice

Leia mais

Ações Reunião realizada nos dias 13 a 16 de outubro de 2014

Ações Reunião realizada nos dias 13 a 16 de outubro de 2014 R E L A Ç Õ E S I N T E R N A C I O N A I S Órgão Organização Internacional do Trabalho (OIT) Representação Eventual 18ª Reunião Regional Americana da OIT Representante Lidiane Duarte Nogueira Advogada

Leia mais

MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA

MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA CONSTRUIR O FUTURO COM OS TRABALHADORES MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA Esta Moção define a estratégia e linhas orientadoras para o próximo mandato, tendo em linha de conta

Leia mais

TRABALHO DECENTE E JUVENTUDE NO BRASIL. Julho de 2009

TRABALHO DECENTE E JUVENTUDE NO BRASIL. Julho de 2009 TRABALHO DECENTE E JUVENTUDE NO BRASIL Brasília, Julho de 2009 Trabalho Decente e Juventude no Brasil 1. Diagnóstico da situação magnitude do déficit de Trabalho Decente para os jovens relação educação

Leia mais

A importância dos afectos. Igualdade de género e políticas de emprego. Vida familiar na Europa. Emprego e flexibilidades. Qualidade de vida na Europa

A importância dos afectos. Igualdade de género e políticas de emprego. Vida familiar na Europa. Emprego e flexibilidades. Qualidade de vida na Europa 1. A importância dos afectos Vida familiar na Europa 2. 5. 6. Igualdade de género e políticas de emprego Qualidade de vida na Europa Emprego e flexibilidades 3. Políticas de cuidados com as crianças e

Leia mais

AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES NÃO ESTÃO A DIMINUIR EM PORTUGAL

AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES NÃO ESTÃO A DIMINUIR EM PORTUGAL A situação da mulher em Portugal Pág. 1 AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES NÃO ESTÃO A DIMINUIR EM PORTUGAL RESUMO DESTE ESTUDO No 8 de Março de 2008, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher,

Leia mais

Balanço do ano 2005 O DESEMPREGO A AUMENTAR E PIORES CONDIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO. SERÁ 2006 MELHOR?

Balanço do ano 2005 O DESEMPREGO A AUMENTAR E PIORES CONDIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO. SERÁ 2006 MELHOR? Balanço do ano 2005 O DESEMPREGO A AUMENTAR E PIORES CONDIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO. SERÁ 2006 MELHOR? Em 2005, os portugueses tiveram, uma vez mais, poucas ou nenhumas razões para celebrar. Foram confrontados

Leia mais

Economia do País. Análise de conjuntura económica trimestral. Investimento. Variações trimestrais homólogas

Economia do País. Análise de conjuntura económica trimestral. Investimento. Variações trimestrais homólogas Investimento Variações trimestrais homólogas Entre 2013 e o 3º trimestre de 2015, o Investimento em Portugal superou o existente na Zona Euro, devido não só às perspectivas de crescimento económico, mas

Leia mais

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 215/XIII/1.ª

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 215/XIII/1.ª PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar Projeto de Lei n.º 215/XIII/1.ª Repõe o regime de férias na função pública, designadamente o direito a 25 dias de férias anuais e majorações de dias de férias

Leia mais

COMPROMISSO TRIPARTIDO PARA UM ACORDO DE CONCERTAÇÃO DE MÉDIO PRAZO

COMPROMISSO TRIPARTIDO PARA UM ACORDO DE CONCERTAÇÃO DE MÉDIO PRAZO COMPROMISSO TRIPARTIDO PARA UM ACORDO DE CONCERTAÇÃO DE MÉDIO PRAZO Partindo de uma análise partilhada da realidade económica e social do país da qual faz sentido destacar, sem prejuízo de outros elementos,

Leia mais

PROGRAMA OPERACIONAL TEMÁTICO POTENCIAL HUMANO

PROGRAMA OPERACIONAL TEMÁTICO POTENCIAL HUMANO PROGRAMA OPERACIONAL TEMÁTICO POTENCIAL HUMANO 2007-201 Apresentação da Proposta ÍNDICE 1 O PROBLEMA 2 A ESTRATÉGIA 4 PLANO DE FINANCIAMENTO 1 1 O PROBLEMA Taxa de emprego Emprego em média e alta tecnologia

Leia mais

Trabalho vencedor na Sessão Distrital Representará Viseu na Sessão Nacional

Trabalho vencedor na Sessão Distrital Representará Viseu na Sessão Nacional Trabalho vencedor na Sessão Distrital Representará Viseu na Sessão Nacional ESCOLA Nome do estabelecimento de ensino Secundária C/3º CEB de Viriato Nome das Professoras Filomena Pires e Ana Capelo ALUNOS

Leia mais

Os trabalhadores e as trabalhadoras domésticas no mundo e a Convenção (Nº 189) da OIT

Os trabalhadores e as trabalhadoras domésticas no mundo e a Convenção (Nº 189) da OIT Os trabalhadores e as trabalhadoras domésticas no mundo e a Convenção (Nº 189) da OIT CES - Seminário sobre Apoio domiciliário e Trabalho doméstico: Perpectivas de emprego Lisboa, 29 de Novembro de 2013

Leia mais

NOTAS PARA A INTERVENCÃO NO ENCERRAMENTO DA CONFERÊNCIA DO MOZEFO NO DIA 4 DE DEZEMBRO 2015, MAPUTO, MOCAMBIQUE

NOTAS PARA A INTERVENCÃO NO ENCERRAMENTO DA CONFERÊNCIA DO MOZEFO NO DIA 4 DE DEZEMBRO 2015, MAPUTO, MOCAMBIQUE NOTAS PARA A INTERVENCÃO NO ENCERRAMENTO DA CONFERÊNCIA DO MOZEFO Finn Tarp NO DIA 4 DE DEZEMBRO 2015, MAPUTO, MOCAMBIQUE 1. Introdução Vossas excelências, caros colegas e amigos de Moçambique. É uma grande

Leia mais

Campanha. Info-Segurança nº3. julho Promoção da Saude. nos Locais de Trabalho ISSN e Seguranca

Campanha. Info-Segurança nº3. julho Promoção da Saude. nos Locais de Trabalho ISSN e Seguranca julho 2010 Info-Segurança nº3, - ISSN 1647-7731 Campanha Promoção da Saude e Seguranca nos Locais de Trabalho g I Organização: Co-financiado por: QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO NACIONAL PORTUGAL2007.2013

Leia mais

JUSTIFICAÇÃO DESTES SLIDES

JUSTIFICAÇÃO DESTES SLIDES JUSTIFICAÇÃO DESTES SLIDES Estes slides foram utilizados na intervenção que fiz no debate organizado pela União dos Sindicatos do Algarve em 6.7.2017, em Faro, destinado não só a reformados e aposentados,

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 205/XII/1.ª DEFENDE O CONCEITO DE JUSTA CAUSA, DE VALOR CONSTITUCIONAL, CONTRA DESPEDIMENTOS ABUSIVOS

PROJETO DE LEI N.º 205/XII/1.ª DEFENDE O CONCEITO DE JUSTA CAUSA, DE VALOR CONSTITUCIONAL, CONTRA DESPEDIMENTOS ABUSIVOS Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 205/XII/1.ª DEFENDE O CONCEITO DE JUSTA CAUSA, DE VALOR CONSTITUCIONAL, CONTRA DESPEDIMENTOS ABUSIVOS Exposição de Motivos O Governo PSD/CDS apresentou recentemente

Leia mais

Eurobarómetro do Parlamento Europeu (EB79.5) «A UM ANO DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS DE 2014» Parte Parlómetro ANEXO SOCIODEMOGRÁFICO

Eurobarómetro do Parlamento Europeu (EB79.5) «A UM ANO DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS DE 2014» Parte Parlómetro ANEXO SOCIODEMOGRÁFICO Direção-Geral da Comunicação UNIDADE DO ACOMPANHAMENTO DA OPINIÃO PÚBLICA Eurobarómetro do Parlamento Europeu (EB79.5) «A UM ANO DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS DE 2014» Parte Parlómetro ANEXO SOCIODEMOGRÁFICO

Leia mais

ª Fase AECVEXE10_04

ª Fase AECVEXE10_04 AECVEXE10_04 20 pontos 15 pontos 15 pontos 10 pontos 20 pontos 20 pontos 15 pontos 15 pontos 10 pontos TOTAL 200 pontos Exame Nacional de Economia A 10.º/11.º Anos, 2007, 2.ª fase in www.gave.min-edu.pt

Leia mais

SOMOS TODOS TRABALHADORES!

SOMOS TODOS TRABALHADORES! NEM TEMPORÁRIOS, NEM PRECÁRIOS, Olha ali a ~ renovacao do teu contrato... SOMOS TODOS TRABALHADORES! SOMOS TODOS NECESSÁRIOS! 1 A questão da precariedade é muito maior do que apenas os vínculos dos trabalhadores

Leia mais

MÓDULO VI. A União Europeia. e os Desafios do Século XXI. União Europeia. Fundo Social Europeu

MÓDULO VI. A União Europeia. e os Desafios do Século XXI. União Europeia. Fundo Social Europeu MÓDULO VI A e os Desafios do Século XXI O papel da no Mundo Ajuda ao Desenvolvimento PESC Processo de integração Manutenção da Paz Democracia uro Direitos Humanos Globalização Criminalidade Justiça Mercado

Leia mais

ADSE Pública ao serviço dos beneficiários Efetivos João António Gomes Proença (Engenheiro/aposentado Lisboa)

ADSE Pública ao serviço dos beneficiários Efetivos João António Gomes Proença (Engenheiro/aposentado Lisboa) ADSE Pública ao serviço dos beneficiários Efetivos João António Gomes Proença (Engenheiro/aposentado Lisboa) 002423707 OA Suplentes Rosa de Fátima Dinis Ribeiro (Médica Vila Real) 007298633 AO Rui Gonçalves

Leia mais

TENDÊNCIAS GLOBAIS DE EMPREGO JOVEM

TENDÊNCIAS GLOBAIS DE EMPREGO JOVEM TENDÊNCIAS GLOBAIS DE EMPREGO JOVEM UMA GERAÇÃO EM RISCO maio 2013 Estrutura da apresentação O que é a OIT. Origem e importância Emprego jovem Breve descrição. Porquê centrar a atenção nos jovens. Começar

Leia mais

Agrupamento de Escolas de Cascais

Agrupamento de Escolas de Cascais 1º PERÍODO -74 TEMPOS LETIVOS ENSINO SECUNDÁRIO Disciplina: Economia A 11.º Ano Planificação Apresentação mútua e da disciplina Estabelecimento de regras e de métodos de trabalho Apresentação/negociação

Leia mais

racismo, a fato é que a pesquisa que ora publicamos revela que o quadro apenas se agravou.

racismo, a fato é que a pesquisa que ora publicamos revela que o quadro apenas se agravou. Página 1 de 15 Apresentação Com o objetivo de examinar o quadro atual da discriminação racial nas relações de trabalho, o INSPIR - Instituto Sindical lnteramericano pela Igualdade Racial, encomendou ao

Leia mais

Empoderamento das Mulheres nos Sindicatos da CPLP

Empoderamento das Mulheres nos Sindicatos da CPLP Empoderamento das Mulheres nos Sindicatos da CPLP Lina Lopes Presidente da Comissão de Mulheres da UGT lina.lopes@ugt.pt/comissao.mulheres@ugt.pt Telephone +351 213 931 200/+351 912292471 Cabo Verde, 16

Leia mais

Mulheres na Ciência: contributo para o crescimento inteligente. CIEJD, 2 de Março de Boas-vindas

Mulheres na Ciência: contributo para o crescimento inteligente. CIEJD, 2 de Março de Boas-vindas SEMINÁRIO Mulheres na Ciência: contributo para o crescimento inteligente CIEJD, 2 de Março de 2011 Boas-vindas Agradecimento às oradoras, Prof. Ana Maria Trindade Lobo, Dra. Maria João Botelho e Dra. Graça

Leia mais

A OIT E O BRASIL Prós e contras

A OIT E O BRASIL Prós e contras A OIT E O BRASIL Prós e contras Dagoberto Lima Godoy Membro-Empregador Titular Conselho de Administração Organização Internacional do Trabalho Brasil OIT (linha do tempo) 1919 - País-Membro Fundador 1944

Leia mais

POSIÇÃO DA UGT SOBRE O QUESTIONÁRIO FUNDOS EUROPEUS ESTRUTURAIS E DE INVESTIMENTO

POSIÇÃO DA UGT SOBRE O QUESTIONÁRIO FUNDOS EUROPEUS ESTRUTURAIS E DE INVESTIMENTO POSIÇÃO DA UGT SOBRE O QUESTIONÁRIO FUNDOS EUROPEUS ESTRUTURAIS E DE INVESTIMENTO 2014-2020 A UGT deve, antes de mais, assinalar que o questionário apresentado se torna de difícil resposta num contexto

Leia mais

CIP - Europa Laboral em Síntese

CIP - Europa Laboral em Síntese CIP - Europa Laboral em Síntese Nº 5 janeiro de 2015 DESTAQUES Relatório sobre o emprego e desenvolvimentos sociais na Europa (2014) A Comissão Europeia publicou, em janeiro, o seu relatório sobre o emprego

Leia mais

SEMINÁRIO PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS: PRESERVAR O PASSADO, PROTEGER O FUTURO A PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS 27 ABRIL 2011

SEMINÁRIO PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS: PRESERVAR O PASSADO, PROTEGER O FUTURO A PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS 27 ABRIL 2011 SEMINÁRIO PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS: PRESERVAR O PASSADO, PROTEGER O FUTURO A PREVENÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS 27 ABRIL 2011 Começo por agradecer Centro Nacional de Protecção Contra os Riscos

Leia mais

Trabalho Decente, Educação e Software Livre.

Trabalho Decente, Educação e Software Livre. Trabalho Decente, Educação e Software Livre. 1-O ser-humano tem na sua história a luta permanente por sua sobrevivência e suas necessidades. 2-Quais essas necessidades? Alimentação, Moradia, Vestuário,

Leia mais

NACIONAL DE TRABALHO DECENTE - PNTD

NACIONAL DE TRABALHO DECENTE - PNTD SEMINÁRIO SINDICAL SOBRE O PLANO NACIONAL DE TRABALHO DECENTE - PNTD Paulo Sergio Muçouçah Coordenador dos Programas de Trabalho Decente e Empregos Verdes Escritório da OIT no Brasil Roteiro da apresentação

Leia mais

25/27 de jun A) O indicador de vida melhor índice para medir qualidade de vida e bem

25/27 de jun A) O indicador de vida melhor índice para medir qualidade de vida e bem Informação sobre reunião de Roma, do Parlamento italiano e a OCDE. Tema geral da Conferência: Reformas para o Crescimento 25/27 de jun. 2015. A deslocação insere-se no âmbito da actividade da OCDE em colaboração

Leia mais

MEMORANDO DE ENTENDIMENTO SOBRE AS CONDICIONANTES DA POLÍTICA ECONÓMICA (mercado de trabalho e educação)

MEMORANDO DE ENTENDIMENTO SOBRE AS CONDICIONANTES DA POLÍTICA ECONÓMICA (mercado de trabalho e educação) MEMORANDO DE ENTENDIMENTO SOBRE AS CONDICIONANTES DA POLÍTICA ECONÓMICA (mercado de trabalho e educação) I Mercado de trabalho Objetivos: Rever o sistema de prestações de desemprego com o objetivo de reduzir

Leia mais

OBSERVAÇÕES DA UGT SOBRE A ACTUALIZAÇÃO DA RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA

OBSERVAÇÕES DA UGT SOBRE A ACTUALIZAÇÃO DA RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA OBSERVAÇÕES DA UGT SOBRE A ACTUALIZAÇÃO DA RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA I. ELEMENTOS PARA A ACTUALIZAÇÃO DA RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA Documento distribuído pelo Governo em CPCS Regista-se

Leia mais

RESOLUÇÃO DO CONSELHO GERAL COMBATER A CRISE: PRIORIDADE AO EMPREGO E AOS SALÁRIOS, VALORIZAÇÃO DA QUALIDADE DO TRABALHO E MELHOR EDUCAÇÃO

RESOLUÇÃO DO CONSELHO GERAL COMBATER A CRISE: PRIORIDADE AO EMPREGO E AOS SALÁRIOS, VALORIZAÇÃO DA QUALIDADE DO TRABALHO E MELHOR EDUCAÇÃO RESOLUÇÃO DO CONSELHO GERAL COMBATER A CRISE: PRIORIDADE AO EMPREGO E AOS SALÁRIOS, VALORIZAÇÃO DA QUALIDADE DO TRABALHO E MELHOR EDUCAÇÃO 1. SITUAÇÃO ECONÓMICA E EMPREGO Todos os dados estatísticos divulgados

Leia mais

O Pacto Mundial para o Emprego:

O Pacto Mundial para o Emprego: O Pacto Mundial para o Emprego: Uma resposta à crise Escritório da OIT no Brasil Seminário sobre a Elaboração do PNTD e a Participação dos Trabalhadores São Paulo, 29 de setembro de 2009 Objetivo estratégico

Leia mais

tal como constam da Declaração de Filadélfia de 1944, constituem ideias com os quais nos identificamos profundamente.

tal como constam da Declaração de Filadélfia de 1944, constituem ideias com os quais nos identificamos profundamente. 1 Quero começar por destacar a elevada importância que o Governo Regional da Madeira atribui ao protocolo hoje celebrado com a Organização Internacional do Trabalho, através do seu escritório em Lisboa.

Leia mais

Trabalho decente em cadeias de fornecimento globais. Departamento de Políticas Setoriais

Trabalho decente em cadeias de fornecimento globais. Departamento de Políticas Setoriais Trabalho decente em cadeias de fornecimento globais Departamento de Políticas Setoriais Introdução Cadeias de fornecimento globais (ou cadeias globais de valor ou redes de fornecimento globais?) Desenvolvimentos

Leia mais

8 de março de 2013: Dia Internacional da Mulher. Mulheres e desigualdades de género no contexto da crise

8 de março de 2013: Dia Internacional da Mulher. Mulheres e desigualdades de género no contexto da crise Direção-Geral da Comunicação UNIDADE DO ACOMPANHAMENTO DA OPINIÃO PÚBLICA Bruxelas, 26 de fevereiro de 2013 8 de março de 2013: Dia Internacional da Mulher Mulheres e desigualdades de género no contexto

Leia mais

FUNCIONAMENTO Sistema de apoio à compensação dos custos das empresas da Região Autónoma da Madeira

FUNCIONAMENTO Sistema de apoio à compensação dos custos das empresas da Região Autónoma da Madeira FUNCIONAMENTO 2020 Sistema de apoio à compensação dos custos das empresas da Região Autónoma da Madeira 08-07-2015 PROGRAMA OPERACIONAL MADEIRA 14-20 Eixo Prioritário 1 - Reforçar a investigação, o desenvolvimento

Leia mais

Repartição dos rendimentos

Repartição dos rendimentos Repartição dos rendimentos Repartição primária do rendimento rendimentos primários Rendimentos primários e rendimentos secundários Os rendimentos do trabalho (salários) e do capital (juros, lucros e rendas)

Leia mais

IGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA NA AGENDA DO TRABALHO DECENTE. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Outubro 2011

IGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA NA AGENDA DO TRABALHO DECENTE. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Outubro 2011 IGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA NA AGENDA DO TRABALHO DECENTE Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Outubro 2011 O conceito de TRABALHO DECENTE Formalizado pela OIT em 1999 Sintetiza sua missão

Leia mais

A Trajetória ria da Agenda de Trabalho Decente no Brasil

A Trajetória ria da Agenda de Trabalho Decente no Brasil A Trajetória ria da Agenda de Trabalho Decente no Brasil Andrea Rivero de Araújo Oficial de Projeto Programas de Trabalho Decente em Países do Mercosul Organização Internacional do Trabalho Boa Vista,

Leia mais

Unidade-Disciplina-Trabalho MINISTÉRIO DO EMPREGO E DOS ASSUNTOS SOCIAIS Gabinete do Ministro. 104ª Conferencia Internacional do Trabalho

Unidade-Disciplina-Trabalho MINISTÉRIO DO EMPREGO E DOS ASSUNTOS SOCIAIS Gabinete do Ministro. 104ª Conferencia Internacional do Trabalho 104ª Conferencia Internacional do Trabalho Discurso do Ministro do Emprego e dos Assuntos Sociais de São Tomé e Príncipe (08 de Junho 2015) Senhora Presidente da centésima quarta Conferencia Internacional

Leia mais

CHECK AGAINST DELIVERY DISCURSO CONFERÊNCIA OIT SÓ FAZ FÉ A VERSÃO, EFECTIVAMENTE, LIDA -

CHECK AGAINST DELIVERY DISCURSO CONFERÊNCIA OIT SÓ FAZ FÉ A VERSÃO, EFECTIVAMENTE, LIDA - DISCURSO CONFERÊNCIA OIT 08.06.2015 - SÓ FAZ FÉ A VERSÃO, EFECTIVAMENTE, LIDA - SENHORA PRESIDENTE SENHOR DIRECTOR GERAL SENHORAS E SENHORES DELEGADOS, SRA. PRESIDENTE, PORTUGAL GOSTARIA DESDE JÁ DE DESTACAR

Leia mais

Trabalho Decente no Brasil. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil

Trabalho Decente no Brasil. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Trabalho Decente no Brasil Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Porto Alegre, 31 de outubro de 2011 ESQUEMA DA APRESENTAÇÃO 1. O Conceito de Trabalho Decente 2. O compromisso do Brasil com

Leia mais

Economia do País. Análise de conjuntura económica trimestral. Investimento. Variações trimestrais homólogas

Economia do País. Análise de conjuntura económica trimestral. Investimento. Variações trimestrais homólogas Investimento Variações trimestrais homólogas Entre 2013 e o 3º trimestre de 2015, o Investimento em Portugal superou o existente na Zona Euro, devido não só às perspectivas de crescimento económico, mas

Leia mais

1-Crescimento e desenvolvimento.

1-Crescimento e desenvolvimento. ESCOLA SECUNDÁRIA C/ 3º CICLO DE MANUEL DA FONSECA Curso : Científico -Humanístico de Ciências Socioeconómicas Matriz Economia c 12º ano CONTEÚDOS OBJECTIVOS / COMPETÊNCIAS TEMPO PREVISTO (TEMPOS 45 M)

Leia mais

AGENDA NACIONAL DE TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Brasília, 27 de junho de 2012

AGENDA NACIONAL DE TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Brasília, 27 de junho de 2012 AGENDA NACIONAL DE TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Brasília, 27 de junho de 2012 Esquema da apresentação A. Por que uma agenda de trabalho decente

Leia mais

COMISSÃO PARA A IGUALDADE NO TRABALHO E NO EMPREGO

COMISSÃO PARA A IGUALDADE NO TRABALHO E NO EMPREGO COMISSÃO PARA A IGUALDADE NO TRABALHO E NO EMPREGO Entidade criada em 1979 Mecanismo nacional para a igualdade entre homens e mulheres no trabalho e no emprego Estrutura tutelada pelo Ministério da Solidariedade,

Leia mais

CONVERGÊNCIA DOS PREÇOS MAS NÃO DOS SALÁRIOS E DE RENDIMENTOS ENTRE PORTUGAL E A UNIÃO EUROPEIA

CONVERGÊNCIA DOS PREÇOS MAS NÃO DOS SALÁRIOS E DE RENDIMENTOS ENTRE PORTUGAL E A UNIÃO EUROPEIA Convergência de preços mas não dos salários e dos rendimentos entre Portugal e a U.E. Pág. 1 CONVERGÊNCIA DOS PREÇOS MAS NÃO DOS SALÁRIOS E DE RENDIMENTOS ENTRE E A UNIÃO EUROPEIA RESUMO DESTE ESTUDO Em

Leia mais

LIBERALISMO ECONÔMICO Sec. XVIII. Adam Smith

LIBERALISMO ECONÔMICO Sec. XVIII. Adam Smith LIBERALISMO ECONÔMICO Sec. XVIII Adam Smith Princípios do Estado Liberal: Individualismo; Liberdade; Propriedade Privada; O poder não deveria estar centrado no Estado, principalmente no que dizia respeito

Leia mais

Fundos Europeus Estruturais e de Investimento

Fundos Europeus Estruturais e de Investimento GOVERNO DE MINISTERIO DA SOLIDARIEDADE E DA SEGURANÇA SOCIAL Fundos Europeus Estruturais e de Investimento FEEI 20142020 FEEI 2014 2020 C C )V hrn() Prioridades nacionais transversais: Promoção Prioridade

Leia mais

PAINEL EMPREGO. João Cerejeira [Universidade do Minho Escola de Economia e Gestão]

PAINEL EMPREGO. João Cerejeira [Universidade do Minho Escola de Economia e Gestão] PAINEL EMPREGO João Cerejeira [Universidade do Minho Escola de Economia e Gestão] 2008-1T 2008-2T 2008-3T 2008-4T 2009-1T 2009-2T 2009-3T 2009-4T 2010-1T 2010-2T 2010-3T 2010-4T 2011-1T 2011-2T 2011-3T

Leia mais

Desafio Portugal 2020: Educação, Qualificação Profissional e Mercado de Trabalho: Impacto na Economia Portuguesa

Desafio Portugal 2020: Educação, Qualificação Profissional e Mercado de Trabalho: Impacto na Economia Portuguesa Desafio Portugal 2020: Educação, Qualificação Profissional e Mercado de Trabalho: Impacto na Economia Portuguesa Auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes Torres Novas Fundos Europeus 2014-2020

Leia mais

SALÁRIO MÍNIMO - UGT EXIGE COMPROMISSO DO GOVERNO A 4 ANOS

SALÁRIO MÍNIMO - UGT EXIGE COMPROMISSO DO GOVERNO A 4 ANOS SALÁRIO MÍNIMO - UGT EXIGE COMPROMISSO DO GOVERNO A 4 ANOS Na Política de Rendimentos 2005/2006 apresentada a 01 de Setembro, a UGT reivindicou que, em sede de Comissão Permanente de Concertação Social,

Leia mais

EDITAL N.º 31/II/2015

EDITAL N.º 31/II/2015 Eu, António Marques de Oliveira, Presidente da Assembleia da União das Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas, Faço Público, que na Sessão Ordinária de Dezembro, realizada no dia 17 de

Leia mais

A HISTÓRIA SOCIAL DOS DIREITOS

A HISTÓRIA SOCIAL DOS DIREITOS A HISTÓRIA SOCIAL DOS DIREITOS TEMÁTICA As As bases sócio-históricas da fundação dos Direitos Humanos na Sociedade Capitalista A construção dos Direitos A Era da Cultura do Bem Estar Os Direitos na Contemporaneidade

Leia mais

Escola ES/3 Dos Carvalhos Março 2007 Geografia A - 10

Escola ES/3 Dos Carvalhos Março 2007 Geografia A - 10 Análise da notícia Lisboa mais pobre Trabalho Realizado por: Ana Luísa nº2 Maria Elisa nº16 Mariana nº18 Marta Daniela nº19 10ºD 1 Título da Notícia Lisboa mais pobre Data de edição da notícia Setembro

Leia mais

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GABINETE DO MINISTRO DE ESTADO E DAS FINANÇAS

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GABINETE DO MINISTRO DE ESTADO E DAS FINANÇAS 20º Encontro de Lisboa com as Delegações dos Bancos Centrais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e de Timor Leste à Assembleia Anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial 04

Leia mais

Equipa: Regente: Eduardo Paz Ferreira

Equipa: Regente: Eduardo Paz Ferreira PROGRAMA Introdução Equipa: Regente: Eduardo Paz Ferreira Colaboradores (dia): Nazaré da Costa Cabral Alexandra Pessanha André Marçalo Paulo Marques Colaboradores (noite): Marco Capitão Ferreira André

Leia mais

ECONOMIA 10º ANO. Os agentes económicos. Fluxos reais e fluxos monetários.

ECONOMIA 10º ANO. Os agentes económicos. Fluxos reais e fluxos monetários. ECONOMIA 10º ANO Os agentes económicos. Fluxos reais e fluxos monetários. O circuito económico como representação das relações entre os agentes económicos A atividade económica é todo o esforço desenvolvido

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 59 abril de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 59 abril de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 59 abril de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Economia informal e transição para a economia formal e as ferramentas da OIT 1 Perfil da economia

Leia mais

- Alterações ao Código de Trabalho: Subsídio de Desemprego

- Alterações ao Código de Trabalho: Subsídio de Desemprego 19-01 01-2012 - Alterações ao Código de Trabalho: Subsídio de Desemprego Agora que o acordo de concertação social está concluido, eis algumas das novidades relativas ao subsídio de desemprego, pelo que

Leia mais

Sistemas de Incentivos do QREN

Sistemas de Incentivos do QREN Sistemas de Incentivos do QREN Sistemas de Incentivos do QREN 1. Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME 2. Sistema de Incentivos à Inovação 3. Sistema de Incentivos à Investigação

Leia mais

empªs exportadoras

empªs exportadoras Porque penso ser meu dever e também, reconheço, por auto-estima, quero deixar algumas realidades que considero importantes, nomeadamente para soluções de curto prazo: 1 Empresas Designação 2009 total de

Leia mais

ESCRITÓRIO DAS ACTIVIDADES PARA OS TRABALHADORES (ACTRAV) A OIT E OS TRABALHADORES ESCRITÓRIO INTERNACIONAL DO TRABALHO

ESCRITÓRIO DAS ACTIVIDADES PARA OS TRABALHADORES (ACTRAV) A OIT E OS TRABALHADORES ESCRITÓRIO INTERNACIONAL DO TRABALHO ESCRITÓRIO DAS ACTIVIDADES PARA OS TRABALHADORES (ACTRAV) A OIT E OS TRABALHADORES ESCRITÓRIO INTERNACIONAL DO TRABALHO SUMÁRIO UM MUNDO EM PLENA MUDANÇA A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO COMO FUNCIONA

Leia mais

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Salvador, 22 de setembro de 2011 ESQUEMA DA APRESENTAÇÃO 1. O Conceito de Trabalho Decente 2. O compromisso

Leia mais

Caro Paulo Lopes Lourenço, Consul Geral de Portugal em São Paulo. Estimado Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto

Caro Paulo Lopes Lourenço, Consul Geral de Portugal em São Paulo. Estimado Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto Caro Paulo Lopes Lourenço, Consul Geral de Portugal em São Paulo Estimado Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto Caros empresários e empreendedores aqui presentes, Minhas senhoras e meus

Leia mais

A Economia Portuguesa Dados Estatísticos Páginas DADOS ESTATÍSTICOS

A Economia Portuguesa Dados Estatísticos Páginas DADOS ESTATÍSTICOS DADOS ESTATÍSTICOS A Economia Portuguesa Dados Estatísticos Páginas I. DADOS NACIONAIS 1. POPULAÇÃO 1.1 População Residente por Sexo e Grupo Etário: Censos 1 1.2 População Residente - Estimativas 1 2.

Leia mais

Seminário de Lançamento da Campanha de Prevenção de Riscos Profissionais em Máquinas e Equipamentos de Trabalho

Seminário de Lançamento da Campanha de Prevenção de Riscos Profissionais em Máquinas e Equipamentos de Trabalho Seminário de Lançamento da Campanha de Prevenção de Riscos Profissionais em Máquinas e Equipamentos de Trabalho Painel Assinatura de protocolo e intervenção dos parceiros sociais" Lisboa, 23 de janeiro

Leia mais

ACÇÃO POLÍTICA CONVITE A MAIS INTERVENÇÃO. 19 de JANEIRO de 2002 UNIVERSIDADE LUSÓFONA CAMPO GRANDE LISBOA

ACÇÃO POLÍTICA CONVITE A MAIS INTERVENÇÃO. 19 de JANEIRO de 2002 UNIVERSIDADE LUSÓFONA CAMPO GRANDE LISBOA SEMINÁRIO sobre ACÇÃO POLÍTICA CONVITE A MAIS INTERVENÇÃO 19 de JANEIRO de 2002 LOCAL DE REALIZAÇÃO: UNIVERSIDADE LUSÓFONA CAMPO GRANDE. 376 1700-096 LISBOA 510 ORGANIZAÇÃO POLÍTICA em VIGOR - Dr. JORGE

Leia mais

Observatório Pedagógico. Carlos Farinha Rodrigues

Observatório Pedagógico. Carlos Farinha Rodrigues Observatório Pedagógico O Impacto das Políticas de Austeridade na Desigualdade e na Pobreza: Portugal 2010-2014 Carlos Farinha Rodrigues ISEG / Universidade de Lisboa carlosfr@iseg.utl.pt Objectivos: Contribuir

Leia mais

DEPARTAMENTO CURRICULAR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS. PLANO CURRICULAR DA DISCIPLINA DE ECONOMIA MÓDULOS 1, 2, 3 e 4 10º ANO. Ano Letivo

DEPARTAMENTO CURRICULAR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS. PLANO CURRICULAR DA DISCIPLINA DE ECONOMIA MÓDULOS 1, 2, 3 e 4 10º ANO. Ano Letivo DEPARTAMENTO CURRICULAR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS PLANO CURRICULAR DA DISCIPLINA DE ECONOMIA MÓDULOS 1, 2, 3 e 4 10º ANO Ano Letivo 2017-2018 TEMAS/ CONTEÚDOS Módulo 1 A Economia e o Problema Económico

Leia mais

A CONCILIAÇÃO DA VIDA PROFISSIONAL COM A VIDA PESSOAL E FAMILIAR E A FLEXIBILIZAÇÃO DAS LEIS LABORAIS

A CONCILIAÇÃO DA VIDA PROFISSIONAL COM A VIDA PESSOAL E FAMILIAR E A FLEXIBILIZAÇÃO DAS LEIS LABORAIS A CONCILIAÇÃO DA VIDA PROFISSIONAL COM A VIDA PESSOAL E FAMILIAR E A FLEXIBILIZAÇÃO DAS LEIS LABORAIS No contexto da crise económica e social que atravessamos, é essencial ponderar os efeitos sobre as

Leia mais

Gostaria de manifestar todo o nosso reconhecimento aos Senhores Ministro da Economia e do Emprego e Secretário

Gostaria de manifestar todo o nosso reconhecimento aos Senhores Ministro da Economia e do Emprego e Secretário SESSÃO DE LANÇAMENTO DO MOVIMENTO PARA O EMPREGO FCG (SALA DIRECÇÕES) - 23.05.2013, 15H30 Senhor Ministro da Economia e do Emprego Senhor Secretário de Estado do Emprego Senhores Deputados Senhor Presidente

Leia mais

MIGRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO HUMANO

MIGRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO HUMANO RESUMO Interpreta-se a defesa do desenvolvimento humano, abordando as naturezas da migração e os seus fatores, bem como os reflexos estatais, desde o planeamento à repulsa cidadã. PALAVRAS-CHAVE desenvolvimento

Leia mais