empªs exportadoras
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- Raphaella Macedo Nunes
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1 Porque penso ser meu dever e também, reconheço, por auto-estima, quero deixar algumas realidades que considero importantes, nomeadamente para soluções de curto prazo: 1 Empresas Designação 2009 total de empresas* empresas financeiras sociedades exportadoras * inclui as empresas em nome individual INE Baixas qualificações de empregadores e funcionários marcaram o tecido produtivo português na última década. Um terço dos patrões só completou a instrução primária e 71% tem no máximo o 9.º ano de escolaridade. Este facto faz com que o acompanhamento das empresas com potencial exportador seja muito importante nomeadamente no que se refere aos mercados de destino. empªs exportadoras Peso das Micro, Pequenas e médias empresas 2009 % Sociedades a. 10 empº b empº c empº ,65 d empº 888 0,25 b+c+d O número de empresas exportadoras diminui em relação ao ano anterior, de 2008, sendo a taxa de mortalidade empresarial bastante elevada nas pequenas e médias empresas e igualmente se verifica a maior quebra de emprego em valor absoluto e relativo, representando cerca 36% do emprego das sociedades. 4 Empresas com potencial exportador
2 Após uma consulta rápida a alguns departamentos não foi possível chegar a uma conclusão, nem a nível regional, sobre o potencial exportador do nosso tecido empresarial, mas dos contactos que efectuei e da minha experiência estou certo que este potencial se concentra na faixa das pequenas e médias empresas. O apoio junto delas é que irá permitir um incremento da base exportadora das nossas exportações e dar mais sustentabilidade ao nosso comércio externo. Assim, os benefícios à exportação e consequente incremento de competitividade (TSU quando o custo do factor trabalho nas empresas exportadoras é de 15 %), deveriam ser dirigidos a estas empresas que vão aumentar o valor global das exportações. Do conhecimento do nosso tecido empresarial exportador, se o benefício à exportação não for do tipo sucess fee dificilmente os auxílios concedidos se vão reflectir na competitividade dos nossos produtos. Quando se diminuiu o IVA na restauração não se verificou o abaixamento dos seus preços. Creio que a competitividade deve ser endógena e não exógena. Mas um apoio sempre potencia a endogeneização! 5 Exportações 54% das exportações dependem de cerca de menos de 200 empresas num universo de sociedades de cerca de , eu diria que 80% das exportações provêm, tão somente de 928 empresas e como referi, nos últimos anos o número de pessoas colectivas com valores declarados (definição utilizada) que exportavam diminuíram. Os valores globais de exportação ainda não atingiram os níveis de Paralelamente, 80% da exportação portuguesa de bens por mercados, em 2010, tiveram como destino os seguintes mercados: Espanha Alemanha França Reino Unido Angola Países Baixos Itália EUA Bélgica Brasil México Suécia Suíça A Espanha representa cerca de 30% das nossas exportações e quando consideradas individualmente as mais importantes regiões deste pais, estas têm as seguintes posições na estrutura das nossas exportações:
3 Rank Clientes Espanha 2 Alemanha 3 França 4 Reino Unido 5 Angola Galicia Madrid Cataluña 6 Holanda 7 Itália 8 EUA 9 Bélgica Andalucía Castilla y León Com. Valenciana 10 Brasil 11 México 12 Suécia Castilla La Mancha 13 Suíça 14 Polónia Aragón Extremadura 15 Marrocos País Vasco 16 Turquia 17 Cabo Verde Navarra * os dados das regiões espanholas foi elaborado com base nas suas compras a Portugal Assim, o aumento das nossas exportações pode ter por base, e devido às necessidades de curto prazo: o apoio às grandes empresas de sempre (EDP, Vista Alegre, Vinhos Visabeira, Mota-Engil, Grupo Lena, Martifer, etc.) na sua diversificação de mercados. Estão nesta situação grande parte das 900 empresas que acima referi. o apoio às pequenas e médias empresas para aumentar significativamente a nossa base exportadora que tem vindo a reduzir-se drasticamente, conforme o s dados apresentados acima. Este apoio é de primordial importância com especial incidência no caso do mercado espanhol e em outros mercados de proximidade bem como nos PALOP s. O auxílio às empresas portuguesas para avançarem para os mercados emergentes deve ser, principalmente ao nível das PMEs, fortemente
4 acompanhado com um serviço de consultoria que possa levar a bom porto esta saída para mercados um pouco mais distantes. A experiência junto das empresas portuguesas, GEs e PMEs, faz notar de forma geral, a necessidade que estas têm em sentir que os mercados de destino são referência de um estratégia nacional e que podem ser acompanhadas a nível institucional nos seu primeiros passos. Na sequência desta observação seria também importante introduzir uma motivação para a criação de grupos de exportação de produtos complementares e ou da mesma fileira (como o caso da hotelaria), para criar massa critica na presença nos mercados exteriores. A tentativa de criação deste grupo foi já por algumas vezes tentada, mas a dificuldade de associação dos nossos empresários tem sido o motivo de insucesso destes sindicatos de exportação que em Itália e Espanha tem obtido bastante êxito. As Grandes empresas que foram ajudadas a exportar e a internacionalizar-se através do serviço público, têm a responsabilidade social de funcionar como motor para a internacionalização dos seus fornecedores portugueses e outras PMEs para os mercados onde estão implantados. (ex. existem cerca de 100 empresas portuguesas na Polónia. Se cada uma delas contribuísse para a internacionalização de outra empresa portuguesa, rapidamente e mesmo com um baixo grau de execução, se poderia aumentar a nossa presença na Polónia: produtos, serviços, empresas) 6. Substituição das Importações, IDE e IDPE Para a sustentabilidade do nosso tecido industrial seria de adoptar uma versão actualizada duma politica de substituição de importações, promovendo uma contracção das importações de modo a provocar uma maior utilização da indústria nacional. Políticas de consuma português, maior rigor nas exigências administrativas para aprovação dos produtos a importar, apoios específicos a novos produtos com capacidade de substituir os importados, não exportar sem valor acrescentado (caso do calcário para a China) e outros, aliás como em alguns o países da UE subliminarmente realizam. Paralelamente é da maior importância o lançamento de uma forte política de captação de investimento estrangeiro, que pode ser também complementar esta política atrás refeida. O investimento estrangeiro é outro dos factores de grande importância para a alteração da nossa situação económica actual. O processo de atracção de investimento, mais ainda porque muitos dos investidores actuais vêm de mercados que não são os tradicionais,
5 nomeadamente das economias emergentes, deveria ter uma perspectiva muito direccionada, regional e muito sectorial. Sectores, áreas de negócio e/ ou regiões especificas do país deveriam ser definidas como os motores do crescimento económico português no curto e médio prazo e destino principal do investimento nacional e estrangeiro. Para estes motores económicos deveriam ser atraídos, de forma pinpoint, investimentos, com base na sua performance para arrastar o crescimento, e retirar deles as áreas de baixo crescimento e que atrasam o desenvolvimento. Estes motores deveriam receber prioritariamente, por parte das entidades públicas e das grandes empresas, apoio financeiro, mão-de-obra especializada e um acompanhamento público privilegiado (ex. CAAPIN). Perde-se com esta politica alguma diversificação industrial, que era competitiva com os salários baixos. Hoje não é possível ser competitivo desta forma, sendo necessário uma maior integração económica devido à globalização, caminhar para actividades de maior valor acrescentado e tecnologicamente intensivas e com alguma especialização, para criar massa crítica e uma interligação entre as empresas e o talento para retirar o maior benefício. Assim focar num número restrito de motores de crescimento económico, podendo estabelecer, politicamente, prioridades de forma mais coerente e coordenada. Para criar um impacto sustentável o investimento tem que ser significativo; obtendo-se uma melhor percepção do valor nacional que se pode transmitir aos investidores estrangeiros e nacionais sendo necessário uma estrutura administrativa de liderança mais directa que facilite a determinação de prioridades, a monitorização da performance de um número específico de sectores e a avaliação do impacto económico.
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