ANTIBIOTICOTERAPIA EM AVICULTURA

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1 ANTIBIOTICOTERAPIA EM AVICULTURA SAÚDE ANIMAL Visando manter a eficácia dos antimicrobianos em avicultura e reduzir a possibilidade de que venham a atuar como agentes de seleção para bactérias patogênicas de interesse humano e veterinário, têm sido propostos cuidados e recomendações para o uso destes agentes antiinfecciosos em medicina humana e em medicina veterinária. Por João Palermo Neto 1 ; Anderlise Borsoi 2 s antimicrobianos são usados em medicina veterinária e, em especial em avicultura, visando quatro finalidades muito diferentes entre si: terapêutica, metafilática, profilática e como aditivo zootécnico melhorador da eficiência alimentar. O Quadro 01 modificado de McEwen e Fedorka-Kray (1)* diferencia e resume alguns dos aspectos mais relevantes destes usos. USO TERAPÊUTICO E METAFILÁTICO Uso terapêutico é aquele feito para tratamento de infecções existentes através da medicação dos animais doentes; embora possa ser efetivado e realizado de forma individualizada e por vias parenterais, ele é conduzido em avicultura, de modo geral, de forma coletiva ou massal (terapia grupal) medicando-se as aves através da ração ou, preferencialmente, da água de bebida (2,3,8,9). De fato, é de amplo conhecimento que animais doentes tornam-se inapetentes, reduzindo o consumo de alimentos mais do que aquele da água de dessedentação. Por outro lado, haverá seguramente um lapso relevante de tempo entre o ato de solicitar uma ração medicada com antimicrobiano a um fornecedor e a sua disponibilidade para o tratamento das aves; este lapso de tempo poderá implicar em atraso no início do tratamento o que, seguramente, complicará a resolução do quadro infeccioso. Vale ressaltar que o uso terapêutico dos antimicrobianos é realizado com doses substancialmente elevadas dos mesmos e quando muitos indivíduos já estão doentes. O uso metafilático dos antimicrobianos também é feito de forma grupal ou massal; neste caso, medicam-se com concentrações terapêuticas de antimicrobianos todos os animais de um mesmo lote no momento em que alguns indivíduos apresentem sinais e sintomas indicativos do desenvolvimento ou do curso de um processo infeccioso (2,3,8). Ainda, este uso pode ser decorrente do nº Avicultura Industrial 37

2 SAÚDE ANIMAL Quadro 01. Uso dos antimicrobianos em produção animal* Tipo de Uso Finalidade Via / Veículo ADM Condição do Animal Terapêutico Terapia Parenteral Ração Água de bebida Individual ou grupal Animais clinicamente doentes Metafilático Profilaxia da Doença/Terapia Parenteral Ração Água de bebida Grupal Alguns animais com manifestação clínica de doença Profilático Prevenção de doenças Ração Grupal Nenhum animal doente, alguns podem estar com infecções subclínicas Aditivo Aumentar o ganho de peso e a eficiência alimentar Ração Grupal Animais saudáveis *Modificado de McEwen e Fedorka-Kray (1). ADM: administração conhecimento do curso da patologia, onde se administra quase sempre o mesmo perfil imunológico, idêntica o medicamento em um momento exato, antes de que a linhagem, idade e estado nutricional, estando sujeitos ao doença se estabeleça. Como exemplo, pode-se citar mesmo manejo. Não é difícil imaginar que um processo uma estratégia de controle de clostridiose em áreas infeccioso iniciado em um pequeno número de animais críticas para este problema, onde sabendo-se que o alto se espalhe rapidamente para os outros do mesmo lote. crescimento de clostridios dá-se na terceira semana de O aspecto mais relevante a ser considerado quando vida das aves (em que os mesmos deslocam-se do ceco e do uso terapêutico ou metafilático dos antimicrobianos atingem partes mais craniais do intestino, desenvolvendo é a realização de um diagnóstico etiológico preciso do lesão intestinal) faz-se uso de antimicrobiano, em todas processo infeccioso a ser tratado. Neste caso, a condição as aves e por curto período de tempo, como tratamento ideal é que se conhecessem os resultados de exames metafilático. É racional este emprego de antimicrobianos laboratoriais (testes fenotípicos qualitativos e/ou quantitativos em produção animal, uma vez que os animais que estão e genotípicos ou moleculares) antes da escolha da alojados juntos e em um mesmo ambiente apresentam medicação. Na prática, no entanto, o veterinário de campo tende a escolher um antimicrobiano Figura 01. Relações farmacocinéticas e farmacodinâmicas de um antimicrobiano com um micro-organismo para iniciar o tratamento baseado em sua experiência clínica anterior ou no histórico da granja que assiste. De fato, os resultados do antibiograma chegam de modo geral, quando o tratamento já foi iniciado, servindo para confirmar ou não o acerto da medicação escolhida, sendo ela mantida ou substituída caso se mostre que outra molécula seja mais eficiente para o tratamento do quadro infeccioso em questão. É comum classificarem-se as bactérias após os testes de sensibilidade em sensíveis ou resistentes aos antimicrobianos. Um micro-organismo 38 Avicultura Industrial nº

3 é considerado sensível a um antimicrobiano quando ele é inibido por uma concentração igual ou menor que aquela do ponto de corte (breakpoint) definido para este antimicrobiano em cepas padrões do mesmo gênero e espécie (S x mg/l). Resistentes, neste caso, seriam as bactérias inibidas por concentrações do antimicrobiano maiores que aquela do ponto de corte (breakpoint), também definido para este antimicrobiano em cepas padrões do mesmo gênero e espécie (R > x mg/l). Alguns classificam as bactérias em um nível de sensibilidade intermediário, quando as doses efetivas dos antimicrobianos estão muito próximas dos pontos de corte ou quando não se tem certeza absoluta do perfil de sensibilidade/ resistência (4). Essa categoria também inclui uma zona-tampão, o que deverá impedir que pequenos fatores técnicos e não sujeitos a controle causem discrepâncias importantes na interpretação, especialmente no caso de fármacos com margens estreitas de farmacotoxicidade (29). Por outro lado, e do ponto de vista de estudos de eficácia baseados em relações farmacocinéticas (FC, níveis plasmáticos) e farmaccodinâmicos (FD, CIM90% ou CBM90%), um micro-organismo é considerado sensível a um antimicrobiano quando seu valor de CIM50% ou CBM50% for menor que metade (½) da concentração média ou um quarto (¼) da concentração máxima (Cmax) desse medicamento no sangue ou nos tecidos (2,5). A Figura 01 ilustra um estudo de FC/FD. Destaque-se, no entanto, e é de relevância, que muitos antimicrobianos alcançam elevadas concentrações em alguns tecidos como, por exemplo, acontece com os macrolídeos nos pulmões, o que sem dúvida contribui para relações FC/FD mais precisas que aquelas oriundas de comparações com os níveis plasmáticos. Algumas bactérias chegam até mesmo a ser consideradas como condicionalmente sensíveis quando sua sensibilidade aos antimicrobianos somente se manifesta nos tecidos em que eles se concentram mais. Neste último caso e, curiosamente, o efeito in vivo do antimicrobiano pode ser melhor que aquele avaliado in vitro através das provas de sensibilidade. Neste âmbito, vale lembrar que os antimicrobianos têm diferentes características de entrada e permanência e atividade nas células do sistema imune. Mostrou-se em monócitos e macrófagos de humanos que a penetração dos antimicrobianos pode ser baixa para aminoglicosídeos, moderada para fosfomicina, lincomicina, sulfametoxazol e quinolonas, e, alta para macrolídeos. O acúmulo de antimicrobiano em tais células tem reconhecida importância no tratamento de patógenos intracelulares, sejam facultativos ou obrigatórios. A partir do já categorizado em humanos e modelos murinos, pode-se inferir que este assunto também adquire relevância para outros animais, aqui incluindo-se as aves (31). Uma pergunta sempre feita quando se trata do uso de antimicrobianos em avicultura diz respeito à possibilidade de fazer associações entre moléculas dos mesmos antimicrobianos. Dizem as boas práticas de uso, que se devem evitar associações de antimicrobianos, sendo elas recomendadas apenas em casos de comprovação de infecções mistas, nº Avicultura Industrial 39

4 SAÚDE ANIMAL Quadro 02. Associações de antimicrobianos passíveis de uso em avicultura* Antimicrobiano Ampicilina Bacitracina Colistina Enrofloxacina Eritromicina Espectinomicina Espiramicina Estreptomicina Gentamicina Neomicina Oxitetraciclina Penicilina G Sulfonamidas Tilosina Possíveis Associações Aminoglicosídeos, Florfenicol Clortetraciclina, Robenidina, Penicilina Aminoglicosídeos, Eritromicina, Espiramicina, Penicilinas, Quinolonas, Sulfas, Tetraciclinas Aminoglicosídeos, Colistina Colistina, Espectinomicina, Flumequina, Sulfas Eritromicina, Lincomicina Aminoglicosídeos, Flumequina, Colistina, Sulfas Colistina, Penicilinas, Quinolonas, Tetraciclinas Colistina, Eritromicina, Espiramicina, Quinolonas, Sulfas, Virginiamicina Colistina, Eritromicina, Espiramicina, Sulfas, Penicilinas, Virginiamicina Carbemicilina, Eritromicina, Espiramicina, Sulfas Aminoglicosídeos, Bacitracina, Estreptomicina, Flumequina, Sulfas Colistina, Eritromicina, Espiramicina, Tetraciclinas, Tilosina, Trimetoprim Aminoglicosídeos, Flumequina, Hidromicina, Sulfas *Modificado de Spinosa e Tarrága (3) em casos de resistência bacteriana comprovada, no tratamento de infecções graves e de etiologia desconhecida e, ainda, para o tratamento de animais imunodeprimidos. Neste caso, recomenda-se sejam consultadas tabelas indicativas de associações passíveis de serem feitas, pois pode ocorrer quando destas associações (até mesmo entre antimicrobianos usados terapeuticamente e como aditivos) efeitos sinérgicos, aditivos e antagônicos. O Quadro 02 mostra algumas associações passíveis de uso em avicultura (3). O Quadro 03, modificado de Michels (6), resume algumas das indicações terapêuticas mais relevantes para o uso dos antimicrobianos para tratamento de infecções de aves. USO PROFILÁTICO E COMO ADITIVO Em profilaxia, os antimicrobianos são usados de forma preventiva, isto é, quando nenhum dos animais encontra-se clinicamente enfermo (1-3,8). Neste caso, porém, e dentro de certos limites, a experiência adquirida no manejo continuado desta espécie animal indica que os mesmos têm grande possibilidade de adquirir uma infecção em uma determinada fase da produção. Exemplo clássico deste tratamento é a administração, intraovo ou no 1º dia de vida, do ceftiofur ou da gentamicina para prevenção da contaminação de pintinhos e/ou erradicação de Salmonella spp eventualmente presente nas matrizes ou a administração do ceftiofur juntamente com a vacina de Marek nos primeiros dias de vida dos animais. Outro exemplo é o emprego de alguns antimicrobianos para prevenção de distúrbios entéricos de origem infecciosa ou não-infecciosa (vide adiante). De modo geral, as doses preventivas dos antimicrobianos são menores que aquelas usadas terapeuticamente (40% desta) e maiores que as usadas como aditivo, sendo administradas preferencialmente de forma contínua através da ração (1-3). Finalmente, antimicrobianos são usados como aditivos zootécnicos melhoradores da eficiência alimentar ou, como antigamente se denominavam, promotores de crescimento. Neste caso, nenhum dos animais está doente, sendo o tratamento realizado para aumentar o ganho de peso e melhorar a conversão alimentar, ou seja, melhorar os parâmetros de produtividade. Neste caso, os antimicrobianos são usados continuamente na ração em concentrações significativamente menores que aquelas empregadas terapeuticamente (geralmente, menores que 100 ppm). Ressalte-se, e de grande relevância, que o efeito esperado e benéfico dos antimicrobianos usados como aditivos manifesta-se também em aves sadias. A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu alguns critérios esperados de um aditivo ideal (7), critérios estes que vêm sendo divulgados por outros autores (8,9). São eles: 1- não ser 40 Avicultura Industrial nº

5 Quadro 03. Algumas indicações terapêuticas para os antimicrobianos em avicultura* Doença Botulismo Cólera aviária Aerosaculite Onfalite Enterite Salpingite Coligranuloma Artrite Sinovite Celulite Coriza infecciosa Dermatite gangrenosa Enterite necrótica Enterite ulcerativa Micoplasmose Paratifo aviário Pulorose Tifo aviário Opções de Tratamento Bacitracina, Penicilina, Tetraciclina Sulfas, Penicilinas, Tetraciclinas, Estreptomicina, Espiramicina Tetraciclina, Neomicina, Gentamicina, Sulfa + Trimetoprim, Estreptomicina, Cefalosporinas Sulfas + Trimetoprim, Tetraciclinas, Macrolídeos, Quinolonas Tetraciclinas, Eritromicina, Penicilina Bacitracina, Tetraciclinas, Lincomicina, Neomicina, Estreptomicina Bacitracina, Estreptomicina, Tetraciclinas Tiamulina, Tilosina, Norfloxacina, Enrofloxacina Cefalosporinas, Quinolonas, Gentamicina, Sulfas, Tetraciclinas, Neomicina Sulfas, Tetraciclinas, Quinolonas, Neomicina Sulfas, Tetraciclinas, Quinolonas, Neomicina *Modificado de Michels (6) mutagênico ou carcinogênico; 2- melhorar o desempenho de maneira efetiva e econômica; 3- atuar melhorando a microbiota comensal normal; 4- atuar apenas em bactérias gram-positivas; 5- ser eficaz em pequenas doses; 6- ter nula ou baixa capacidade de absorção oral, isto é, que não ter ação sistêmica; 7- possuir baixa capacidade de deposição residual; 8- ser atóxico para os animais nas dosagens recomendadas; 9- não possuir resistência cruzada com outros antimicrobianos; 10- não ser criticamente importante para uso terapêutico em medicina humana ou veterinária e, finalmente, 11- não produzir efeitos deletérios sobre o meio ambiente. Enquanto seja difícil para um aditivo preencher todos os critérios estabelecidos acima como ideais, é relevante tê-los em mente quando da escolha e do uso dos aditivos em avicultura. Como mostra a Figura 02, questiona-se mais, na atualidade, os usos profiláticos e como aditivo dos antimicrobianos que aqueles realizados de forma metafilática ou terapêutica; de fato, estes usos implicam na administração de concentrações inferiores à terapêutica e por tempo prolongado. Neste sentido, embora nenhuma relação de causalidade tenha sido, até o momento, comprovada entre o uso de antimicrobianos como aditivos e como promotores em medicina veterinária e o desenvolvimento de resistência a bactérias de interesse para a saúde da população (10-12), é inquestionável do ponto de vista científico que a exposição de bactérias a concentrações subterapêuticas de antimicrobianos por tempo prolongado carreia potencial para indução de resistência bacteriana (13-15). Atualmente, os seguintes antimicrobianos estão registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como aditivos zootécnicos melhoradores da eficiência alimentar: avilamicina, bacitracina de zinco, bacitracina metileno disalicilato (BMD), colistina, clorexidina, enramicina, espiramicina, flavomicina, halquinol, lincomicina, tilosina e virginiamicina. Embora eles tenham sido registrados pelo Mapa como aditivos e sejam, no momento, usados como tal na prática avícola através da via oral e misturados à ração, quer nos parecer seja conveniente recordar que antimicrobianos usados profilaticamente ou como aditivos zootécnicos propriamente ditos têm mecanismos de ação diferentes, são empregados visando objetivos diferentes e deveriam ser usados em concentrações diferentes. nº Avicultura Industrial 41

6 SAÚDE ANIMAL Figura 02. Questionamentos feitos em relação ao uso de antimicrobianos data máxima vênia, quer nos parecer existir uma certa confusão no que diz respeito aos usos dos antimicrobianos de forma profilática e como aditivo em produção animal. Neste sentido, os antimicrobianos que são usados com finalidade profilática em aves atuam diminuindo a mortalidade do plantel e, de forma importante, reduzindo ou impedindo a instalação de processos infecciosos subclínicos intestinais por bactérias enteroinvasivas; dentre elas, cabe destacar algumas espécies de Salmonella spp, de Pasteurella spp, de Escherichia coli, de Campylobacter jejuni e de clostridios Não se pretende com estas afirmações dizer que o emprego que, por possuírem fatores de citoadesividade têm condições de antimicrobianos como aditivos ou de forma profilática de aderir aos enterócitos, destruindo as microvilosidades (20). deva ter seu uso suspenso pelo Mapa. A importância As enterites produzidas pelos agentes citados, embora do uso dos aditivos ou de medicação profilática em muitas vezes não se traduzam por manifestações clínicas produção animal é inquestionável. Rostagno (16), este (10,17) evidentes de infecção, são caracterizadas quando da e outros (18-19) autores já salientaram a relevância do necroscopia dos animais e dos exames histopatológicos emprego desta ferramenta farmacológica em avicultura do intestino por aumento de peso intestinal em decorrência e as consequências nefastas da impossibilidade deste da presença de edema, petéquias, destruição de vilos uso. No entanto, há que se saber exatamente, quando do e focos inflamatórios na mucosa; um maior número de uso, que tipo de procedimento farmacológico está sendo colônias de bactérias patogênicas tem sido, também, empregado (profilático ou como aditivo) adaptando-se isolado do conteúdo intestinal destes animais. Estas lesões a escolha dos antimicrobianos e, em especial, as doses intestinais, ainda que pequenas, são suficientes para reduzir a serem empregadas aos efeitos que se busca. Assim, a permeabilidade, dificultando a absorção dos nutrientes pela mucosa intestinal ao mesmo tempo Figura 03. Papéis relatados para a microbiota comensal das aves* em que produzem perdas energéticas relevantes; como consequência, elas reduzem o ganho de peso e pioram os índices de conversão alimentar das aves. Cabe neste ponto citar que a manutenção fisiológica da integridade intestinal e estruturas anexas de suporte têm custo para as aves, especialmente quanto mais jovem forem, sendo este custo estimado em até 20% da energia bruta consumida (30). Assim, o uso de doses profiláticas dos antimicrobianos, ao impedir o estabelecimento de manifestações subclínicas de infecção, normalizam a absorção intestinal e os *Modificado de O Hara; Shanahan (21) parâmetros produtivos. Em especial, 42 Avicultura Industrial nº

7 evitam quadros do tipo síndrome de má absorção, mortalidade e aumento de custos com medicação terapêutica ou metafilática, refugagem e gasto energético dos animais. Os aditivos zootécnicos propriamente ditos, por outro lado, produzem seus efeitos até mesmo em aves sadias, isto é, que não apresentam processos infecciosos subclínicos intestinais. O mecanismo de ação destes agentes é, portanto, totalmente diverso do acima descrito: em concentrações adequadas (geralmente menores que 100 ppm), eles mantêm a eubiose intestinal ao selecionar algumas espécies de bactérias comensais relevantes como, por exemplo, os Lactobacillus que ao produzir ácido lático, ácidos graxos de cadeia curta e outros nutrientes importantes, contribuem para o maior crescimento das aves. A Figura 03 modificada de O Hara (21) resume algumas das funções protetoras, funcionais e metabólicas atribuídas à microbiota intestinal. Há amplas evidências científicas na atualidade de que a saúde intestinal (eubiose) é mantida pelo equilíbrio dinâmico entre microbiota comensal (bifidobactérias, Lactobacillae, bacterioides, Eubactéria, etc.), sistema imune intestinal (tonsilas cecais, placas de Peyer, bursa de Fabricius, divertículo de Merkel, folículos linfóides múltiplos, linfócitos T, B, células NK e dendríticas) e integridade da mucosa intestinal (enterócitos, células de Paneth, células M, de Globet, etc.) (22,23). A microbiota comensal, em particular, tem ações protetoras bem mais importantes, embora sutis. De fato, mostrou-se que ela regula a atividade dos linfócitos TCD4+ presentes na mucosa intestinal (via ativação das células dendríticas), de forma tal a direcionar a produção de citocinas anti-inflamatórias em detrimento da produção de outras de perfil inflamatório (24). Mostrou-se, também, que ela impede, direta ou indiretamente, a ativação do fator NF- B induzido por bactérias patogênicas, ativação esta fundamental para que ocorra a transcrição gênica de citocinas e quimiocinas inflamatórias (23). Destaque-se, neste momento, que perturbações da relação harmônica existente entre mucosa intestinal, sistema imune e microbiota ( eubiose ) levam frequentemente as aves a apresentar uma condição denominada disbiose ou disbacteriose (20), caracterizada pela presença de uma biota qualitativa e/ou quantitativamente anormal no intestino delgado que, seguramente tem impacto negativo sobre os animais. De fato, desordens entéricas resultantes de disbiose têm sido associadas a prejuízos econômicos incontestáveis para a avicultura em decorrência de redução do ganho de peso, aumento da conversão alimentar, desuniformidade do plantel e refugagem. Neste caso, o uso de antimicrobianos como aditivos e em doses recomendadas para tal (menores que 100 ppm), tem se mostrado efetivo em manter a eubiose intestinal, melhorando inclusive a qualidade da biota comensal. Por certo, probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos, óleos essenciais e medidas de manejo como, por exemplo, acidificação da água de bebida, entre tantas outras que têm sido analisadas, podem encontrar aqui as justificativas para seus estudos e eventual emprego clínico. nº Avicultura Industrial 43

8 SAÚDE ANIMAL Saliente-se, no entanto que as disbioses podem ter origem não-infecciosas sendo decorrência também de falhas na alimentação (estrutura e qualidade do pelete, palatabilidade, formulação e conteúdo, presença de micotoxinas, deficiências nutricionais, alterações nas quantidades de NaCl) ou de manejo (espaço de comedouro e bebedouro disponível, qualidade do ar, temperatura ambiente, densidade, etc.) (20). Assim, por exemplo, Qinteiro-Filho e colaboradores (25), trabalhando em nossos laboratórios, mostraram em frangos de corte que o aumento da temperatura ambiente (31ºC ou 36ºC dos dias 35 a 41 de vida) produziu piora nos índices indicativos de performance, assim como aumento dos níveis séricos de corticosterona, redução do peso da bursa de Fabricius e do timo, redução da produção de H 2 O 2 por macrófagos em processo de fagocitose e, também, aumento de processos infecciosos, em especial na lâmina própria do jejuno. Observa-se, assim, que erros de manejo ao produzir disbioses, acabam favorecendo o desenvolvimento de cepas patogênicas, resultando, quase sempre, em processos infecciosos subclínicos. Nestas condições, é possível que o uso dos antimicrobianos em doses preconizadas como aditivos venha a impedir o aparecimento das mesmas e, consequentemente, suas consequências sobre a saúde das aves. USO PRUDENTE DOS ANTIMICROBIANOS EM AVICULTURA Por tudo quanto exposto e, visando manter a eficácia dos antimicrobianos em avicultura e reduzir a possibilidade de que venham a atuar como agentes de seleção para bactérias patogênicas de interesse humano e veterinário, têm sido propostos cuidados e recomendações para o uso destes agentes anti-infecciosos em medicina humana e em medicina veterinária. Os mais relevantes em medicina veterinária são os seguintes (26-28) : 1- procure diminuir o uso de antimicrobianos em animais de produção (monitore a saúde de seus animais, estabeleça medidas preventivas como vacinação, biossegurança, higiene, controle o fluxo de animais, estabeleça programas de melhoramento genético, nutricional e ambiental, etc.); 2- compare as vantagens e desvantagens dos antimicrobianos antes da escolha do agente a ser usado; 3- use antimicrobianos apenas quando os benefícios do uso forem claros e mensuráveis; e, 4- siga os protocolos e guias de uso racional. Dentre as recomendações constantes destes protocolos, citamos: 1- medique apenas sob a orientação de um médico veterinário ou de um profissional devidamente habilitado para tal; 2- use os medicamentos apenas como indicado em bula; 3- não use produtos veterinários que não tenham sido aprovados e autorizados pelo Mapa, isto é, o uso extra-label é totalmente contraindicado; 4- use apenas após um diagnóstico apropriado; 5- limite o tratamento aos animais doentes ou que estejam em próximo contato com eles; 6- evite usar em produção animal, especialmente como aditivos e de forma profilática, os antimicrobianos que tenham sido considerados como criticamente importantes para a terapia humana e animal (cefalosporinas de 3ª e 4ª geração, macrolídeos, quinolonas e fluoroquinolonas); e, entre outras, 7- evite misturar antimicrobianos e quanto o fizer, tenha certeza dos efeitos decorrentes da associação. Por certo, nem sempre é possível aplicar estes critérios na prática diária da avicultura; o que também ocorre quando da criação de outras espécies de animais de produção. No entanto, não resta dúvida que estes quesitos devem servir de subsídios para reflexão e, se possível, considerados quando do uso clínico dos antimicrobianos uma vez que servem de Norte para os médicos veterinários, técnicos e produtores rurais que devem tê-los sempre em mente quando de suas práticas diárias. De fato, como nos legou a sabedoria de Victor Hugo a Prudência é a filha mais velha da sabedoria. Ou, como poderia ser traduzida na linguagem simplória empregada por nossas avós Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. 1 Professor Titular de Farmacologia Aplicada e Toxicologia da FMVZ/USP e membro do Joint Expert Committee on Food Aditives (JECFA) do Codex alimentarius da FAO/OMS 2 Pós-doutoranda na FMVZ/USP e tem pesquisa na cadeia avícola industrial com ênfase em Salmonella e Campylobacter *Todos os números entre parênteses sobre-escritos são indicativos das referências bibliográficas deste artigo. Elas podem ser obtidas no site da revista Avicultura Industrial por meio do link com.br/?antibioticoterapia0813 Trabalho do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (SP), Brasil 44 Avicultura Industrial nº

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