FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL II (Anti-depressivos/ Estabilizadores do humor) Prof. MSc. Igor Bomfim

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL II (Anti-depressivos/ Estabilizadores do humor) Prof. MSc. Igor Bomfim"

Transcrição

1 FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL II (Anti-depressivos/ Estabilizadores do humor) Prof. MSc. Igor Bomfim

2 Um pouco sobre monoaminas... Neurotransmissores bioquímicos derivados de aminoácidos através de reações de descarboxilações cujas ações determinam importantes padrões nos transtornos afetivos e de comportamento. Dentre as principais monoaminas encontramos a Norepinefrina (NE), Serotonina (5- HT) e Dopamina (DA), cujas particularidades serão detalhadas a seguir...

3 Norepinefrina (NE) Amina biológica originada do aminoácido Tirosina Determina importantes ações no SNC como: - Ansiedade - Vigília - Humor - Apetite - Raciocínio Estrutura química relacionada às catecolaminas.

4

5

6 Possui cinco tipos de receptores - Acoplados à Proteína G - Receptores Alfa- 1 e Alfa- 2 (Pré e Pós sinápticos) - Receptores Beta- 1, Beta- 2 e Beta- 3 (Não ocorre no SNC) - Atuando via cascata de segundos mensageiros: Adenilato- Ciclase (AMPc) ou Fosfolipase C (DAG e IP3)

7 Vias Noradrenérgicas Corpos celulares dos neurônios localizados no tronco encefálico (Locus Ceruleos) projetam feixes neurais para toda a zona cortical. (Coloração azulada visível à olho nu). Degradação e metabólitos. - MAO Monoaminoxidadase intracelular - COMT Catecol - O - Metil transferase periférica. - MHPG (3-metoxi-4-hidroxifenil-glicol), HVA (Ácido vanilmandélico)

8

9

10

11 Serotonina (5- HT) Amina biológica derivada do aminoácido Triptofano Importante mediador do SNC Ações tanto excitatórias como inibitórias. - Ciclo Circadiano - Controle do reflexo do vômito - Comportamento Alucinatório - Ansiedade - Apetite - Humor - Prazer

12 Receptores Serotonérgicos Todos são metabotrópicos (acoplados à proteína G) à exceção do 5- HT 3 que é ionotrópico HT1 A, 5- HT1 B, 5- HT1 D (Depressão e Ansiedade) - 5- HT2 A (Inibição dopaminérgica) - 5- HT 3 (Controle do vômito)

13

14

15 Vias Serotonérgicas Corpos celulares localizados na região média do tronco encefálico (Núcleos da Rafe) Degradação e Metabólitos - MAO (Monoaminoxidase intracelular) - ALDH (Aldeído desidrogenase) - 5- HIAA (Ácido 5- Hidroxi- indolacético)

16

17

18

19 Dopamina (DA) Amina pré- cursora da norepinefrina Neurônios dopaminérgicos não possuem Dopamina- B- Hidroxilase (DHB) responsável pela conversão da Dopamina em NE. Síntese e metabolismo semelhantes aos envolvidos com a NE. - Controle dos movimentos - Humor - Prazer - Comportamento

20

21 Receptores acoplados à proteína G. Família D1 (D1 e D5) Ativam AC gerando AMPc. Família D2 (D2, D3, D4) Inibem AC. * O Receptor D2 está particularmente envolvido com a esquizofrenia e o D1 com os efeitos sobre humor, cognição e associação.

22 Vias Dopaminérgicas Corpos celulares dos neurônios localizados na substância negra (SN) ou área tegmentar ventral (ATV) projetando- se para o córtex por diferentes vias. - Via Nigro- estriada Projeta- se para o corpo estriado ou gânglios basais (envolvida com o controle motor) - Via Mesocortical Projeta- se para o córtex pré- frontal através do feixe prosencefálico medial (envolvida com o comportamento, memória, integração) - Via mesolímbica Projeta- se para o sistema límbico, inervando a amígdala, hipocampo, giro cingulado e hipotálamo. (Envolvida com as emoções, desejo e vício.)

23

24

25 Depressão Quando estamos atrás do palco e as luzes se apagam, e o ruído ensandecido da multidão começa, isso não me afeta do jeito que afetava Freddie Mercury, que parecia amar, se deliciar com o amor e adoração da multidão, que é algo que eu admiro e invejo totalmente. A verdade é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo nem com vocês nem comigo. Paz, amor, empatia. Kurt Cobain

26 Conceito Transtorno depressivo maior é um transtorno psiquiátrico caracterizado pela perda do prazer nas atividades diárias (anedonia)e alterações cognitivas manifestada através de sintomas como: - Fadiga - Alterações no sono - Ansiedade - Alterações no apetite - Alucinãções - Perda de libido - Pensamentos melancólicos - Suicídio

27 Gatilhos para a condição Divórcio Morte do conjugue Desemprego Aposentadoria Lesões ou doenças (Diabetes, Câncer etc) Aprisionamento Alcoolismo Síndrome de Cushing Doença de Parkinson Stress (Disfunções no EHH)

28 Dados Importantes Iproniazida (tuberculostático) Década de 1950 Papel da Noradrenalina no Humor (1959) Papel Serotonérgico no Prazer e bem- estar. Algumas áreas cerebrais estão particularmente envolvidas como o córtex pré- frontal, hipocampo, amídala e o giro cingulado (Sistema Límbico)

29

30 Hipótese Monoaminérgica E x i s t e u m d é f i c i t n a n e u r o t r a n s m i s s ã o monoaminérgica em pacientes deprimidos, fatores que relacionam a Noradrenalina (NE), Dopamina (DA) e principalmente a Serotonina (5- HT) à esta condição. Esta hipótese proposta por volta de 1965 foi embasada em evidências científicas posteriormente. (Depleção provocada pela reserpina pode levar à depressão)

31 Hipótese Neurotrófica Existe um déficit na liberação de fatores tróficos (BDNF) ou falha em seu receptor (TrKβ). Tais fatores estariam ligados à gênese neuronal. Os níveis elevados de Glutamato estariam elevados, gerando neurotoxicidade e os de BDNF reduzidos, dando à depressão uma origem neurodegenerativa. *BDNF (Brain Derivade Neurotrofic Factor)

32 Teoria Neuroanatômica Estaria a Depressão associada à alterações morfológicas em determinadas regiões do córtex cerebral, em especial o Hipocampo e o Córtex- Frontal que estariam, desta forma, atrofiados (Chaney &Manji, 2004). Achados Pós- Morten em pacientes depressivos : - Volume ventricular e do Hipocampo e do Córtex- Frontal.

33 Fármacos Antidepressivos Produzem aumento na concentração de neurotransmissores na fenda sináptica através da inibição do metabolismo, bloqueio de recaptura neuronal ou atuação em autoreceptores pré- sinápticos.

34

35 Classes de antidepressivos. Antidepressivos Tricíclicos (ADT) Inibdores da recaptura de Serotonina (ISRS) Inibidores da Monoaminoxidase (I- MAO) Atípicos (Segunda Geração)

36 Tricíclicos (ADT) Inibem a recaptura de Noradrenalina (NE), Serotonina (5- HT) e em menor grau Dopamina(DA) Amplamente utilizados na depressão maior. Meia lida longa com metabólitos ativos. Superdosagem pode gerar confusão, mania, arritmias. Interagem com álcool, sedativos, hipotensivos Não devem ser administrados com I- MAO.

37 Antidepressivos Tricíclicos Clomipramina (Anafranil) Imipramina (Tofranil) Amitriptilina (Tryptanol) Nortriptilina (Pamelor) Protriptilina (Vivactil; Concordin) Maprotilina (Ludiomil) Amoxapina (Asendin) Doxepina (Sinequan; Adapin) Desipramina (Norpramin) Trimipramina (Surmontil)

38 Imipramina Desipramina Amitriptilina Clomipramina Protriptilina Duração de ação: 1-3 Dias. Aparecimento dos efeitos: 2-4 semanas.

39

40 Reações Adversas Sedação (Bloqueio H1) Visão turva Constipação Boca seca Taquicardia Bloqueio Muscarínico Náuseas e vômitos Mania e convulsões (ocasionalmente)

41 Inibidores Seletivos da Recaptura de Serotonina (ISRS) Classe mais comumente prescrita. Menor risco de efeito cardíaco. Menor toxicidade que os ADT. Maior tolerabilidade. Interação com álcool e sedativos Efeitos antimuscarínicos e do bloqueio H1 são variáveis.

42

43 lnibidores Seletivos da Recaptura de Serotonina (ISRS) Fluoxetina (Prozac) Paroxetina (Aropax) Fluvoxamina (Luvox) Sertralina (Zoloft) Citalopram (Cipramil) Escitalopram (Lexapro)

44 lnibidores da Recaptura de Serotonina e Noradrenalina (Inibidores de Dupla Recaptura) Bupropiona (Zyban) Venlafaxina (Efexor) Duloxetina (Cymbalta)

45 Inibidores da MAO IMAO clássicos - irreversíveis e não- seletivos Fenelzina (Nardil) Tranilcipromina (Parnate) Isocarboxazida (Marplan) Nialamida (Niamid) IRMA - Inibidores reversíveis da MAO A Moclobemida (Aurorix) Inibidores seletivos da MAO B Selegilina (Niar, Eldepril, Jumexil, Deprenil)

46 Drogas Estabilizadoras do Humor

47 Drogas Estabilizadoras do Humor Os transtornos do humor, caracterizados por elevações do humor acima do normal, bem como depressões, cujo humor se encontra abaixo da normalidade. O Lítio (carbolitium) não apenas trata os episódios agudos de mania e hipomania, como também foi o primeiro agente psicotrópico demonstrado capaz de prevenir os episódios recorrentes do Transtorno Afetivo Bipolar

48 Drogas Estabilizadoras do Humor Demostraram valor em quadros transtorno maníaco- depressivos de maneira geral e também nos pacientes refratários ao lítio: Carbamazepina (Tegretol) Ácido Valpróico e Valproatos (Depakote)

49 Obrigado

A depressão é uma doença que afeta: o bem estar físico provocando cansaço, alterações no sono e mudanças de apetite. o bem estar mental provocando

A depressão é uma doença que afeta: o bem estar físico provocando cansaço, alterações no sono e mudanças de apetite. o bem estar mental provocando Antidepressivos A depressão é uma doença que afeta: o bem estar físico provocando cansaço, alterações no sono e mudanças de apetite. o bem estar mental provocando alterações de ânimo, no pensamento e no

Leia mais

Fármacos antidepressivos. Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Junior Farmacêutico Clínico-Industrial Doutor em Biotecnologia

Fármacos antidepressivos. Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Junior Farmacêutico Clínico-Industrial Doutor em Biotecnologia Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Junior Farmacêutico Clínico-Industrial Doutor em Biotecnologia Jequié 2015 Introdução Depressão é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns Classificação Depressão

Leia mais

Tratamento Combinado: TCC e Psicofarmacologia

Tratamento Combinado: TCC e Psicofarmacologia Tratamento Combinado: TCC e Psicofarmacologia Guilherme Fracasso Médico Psiquiatra - Especialista em Dependência Química Psicoterapeuta Individual e Família Gratidão Conflitos de Interesse Não recebo qualquer

Leia mais

TRANSTORNOS DE HUMOR TRANSTORNO DE HUMOR MAIOR. Episódios depressivos e/ou maníacos. Episódios de depressão + mania = Transtorno afetivo bipolar

TRANSTORNOS DE HUMOR TRANSTORNO DE HUMOR MAIOR. Episódios depressivos e/ou maníacos. Episódios de depressão + mania = Transtorno afetivo bipolar TRANSTORNOS DE HUMOR TRANSTORNO DE HUMOR MAIOR Episódios depressivos e/ou maníacos Episódios de depressão + mania = Transtorno afetivo bipolar Episódios de depressão recorrentes = Transtorno depressivo

Leia mais

Transtornos podem ser considerados como Psíquicos Psiquiátricos

Transtornos podem ser considerados como Psíquicos Psiquiátricos Transtornos podem ser considerados como Psíquicos Psiquiátricos Alguns autores colocam como alterações de comportamento não acompanhadas de alterações de consciência Conceito de neurose Conceito de psicose

Leia mais

Ansiedade e Transtornos de Humor: Uso de medicamentos depressores

Ansiedade e Transtornos de Humor: Uso de medicamentos depressores Ansiedade e Transtornos de Humor: Uso de medicamentos depressores Profa. Norma Moreira Salgado Franco Auxiliar: André Mendonça CLASSIFICAÇÃO TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Ataque de Pânico Início súbito de intensa

Leia mais

INTRODUÇÃO. Transtornos do humor ou transtornos afetivos:

INTRODUÇÃO. Transtornos do humor ou transtornos afetivos: ANTIDEPRESSIVOS Profª. MSc. INTRODUÇÃO 2 INTRODUÇÃO Transtornos do humor ou transtornos afetivos: Unipolar ocorrência de episódios depressivos; Bipolar ocorrência de episódios depressivos e de mania. INTRODUÇÃO

Leia mais

Transtornos Depressivos Transtornos Bipolares

Transtornos Depressivos Transtornos Bipolares Antidepressivos Prof. Dr. Gilda Angela Neves - 2015 Distúrbios Afetivos ou Transtornos do Humor Quando as flutuações diárias de nosso afeto se tornam excessivas em termos de intensidade e/ou duração, passando

Leia mais

Neurotransmissão e Neurotransmissores do Sistema Nervoso Central. Liberação do neurotransmissor

Neurotransmissão e Neurotransmissores do Sistema Nervoso Central. Liberação do neurotransmissor Neurotransmissão e Neurotransmissores do Sistema Nervoso Central Liberação do neurotransmissor Fonte: Silverthorn, 2002 1 Exocitose Fonte: Golan et al., 2009 Término da ação do neurotransmissor 1 2 3 Fonte:

Leia mais

Segundo OMS, o transtorno afetivo afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, sendo a primeira causa de incapacidade para o trabalho entre todos

Segundo OMS, o transtorno afetivo afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, sendo a primeira causa de incapacidade para o trabalho entre todos Segundo OMS, o transtorno afetivo afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, sendo a primeira causa de incapacidade para o trabalho entre todos os problemas de saúde (Murray e Lopez, 1996) e a quarta

Leia mais

Uso de antidepressivos na clínica ginecológica

Uso de antidepressivos na clínica ginecológica Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo Uso de antidepressivos na clínica ginecológica 22ª Jornada de Ginecologia e Obstetrícia

Leia mais

Modernos Antidepressivos. Profa.Vilma Aparecida da Silva Fonseca

Modernos Antidepressivos. Profa.Vilma Aparecida da Silva Fonseca Modernos Antidepressivos Profa.Vilma Aparecida da Silva Fonseca Contexto Antidepressivos Triciclicos: efeitos colaterais perigosos: alteração da condução cardiaca Efeitos desagradaveis: anticolinérgicos

Leia mais

27/05/2017. É um sintoma fundamental de muitos distúrbios psiquiátricos e um componente de muitas condições clínicas e cirúrgicas.

27/05/2017. É um sintoma fundamental de muitos distúrbios psiquiátricos e um componente de muitas condições clínicas e cirúrgicas. Psicofarmacologia Prof. Herval de Lacerda Bonfante Departamento de Farmacologia PSICOFARMACOLOGIA Distúrbios Psiquiátricos - Tratamento : 1950 10 a 15% de prescrições - EUA Brasil prevalência de transtornos

Leia mais

Drogas do Sistema Nervoso Central

Drogas do Sistema Nervoso Central Drogas do Sistema Nervoso Central Depressão Conceito: Transtorno do humor(abaixamento persistente de humor) que influencia profundamente o comportamento e o pensamento, uma síndrome com sintomas e sinais

Leia mais

Aula prática 2. PBL: Prescrição racional de antidepressores

Aula prática 2. PBL: Prescrição racional de antidepressores Aula prática 2 PBL: Prescrição racional de antidepressores DEPRESSÃO MAJOR OU ENDÓGENA É precipitada por um acontecimento não adequado ao grau de depressão; corresponde a 25% de todas as depressões É autónoma

Leia mais

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DEPRESSÃO UNIPOLAR

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DEPRESSÃO UNIPOLAR TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DEPRESSÃO UNIPOLAR Júlia Frozi Rafael Mondrzak Betina Lejderman Lucas Spanemberg UNITERMOS ATENDIMENTO PSIQUIÁTRICO; DEPRESSÃO; DEPRESSÃO UNIPOLAR; TRATAMENTO. KEYWORDS PSYCHIATRIC

Leia mais

Fármacos AntiDepressivos

Fármacos AntiDepressivos Fármacos AntiDepressivos Prof. Dr. Marcos Moreira Prof. Adjunto de Farmacologia, ICB/UFJF Prof. Adjunto de Neurologia, FCMS/JF/SUPREMA Roteiro de Apresentação Definição de depressão; Histórico dos antidepressivos;

Leia mais

FARMACOLOGIA CURSO DE FARMÁCIA. SISTEMA NERVOSO CENTRAL Prof. Cezar

FARMACOLOGIA CURSO DE FARMÁCIA. SISTEMA NERVOSO CENTRAL Prof. Cezar FARMACOLOGIA CURSO DE FARMÁCIA SISTEMA NERVOSO CENTRAL Prof. Cezar DROGAS PSICOTRÓPICAS Conceito: drogas com tropismo para o SNC e que afetam o humor e o comportamento. Classificação-sugerida pela OMS

Leia mais

Desordens Pisiquiátricas

Desordens Pisiquiátricas Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Saúde Desordens Pisiquiátricas Manoelito Coelho dos Santos Junior Feira de Santana Conceitos Básicos Sedativo: efeito calmante Ansiolíticos: reduz

Leia mais

Alexandre de Araújo Pereira Psiquiatra, Msc, Doutorando em Medicina pela UFMG Professor do Curso de Medicina UNIFENAS - BH

Alexandre de Araújo Pereira Psiquiatra, Msc, Doutorando em Medicina pela UFMG Professor do Curso de Medicina UNIFENAS - BH Alexandre de Araújo Pereira Psiquiatra, Msc, Doutorando em Medicina pela UFMG Professor do Curso de Medicina UNIFENAS - BH PREMISSA: Circuitos cerebrais disfuncionais podem mediar sintomas psiquiátricos

Leia mais

NEUROTRANSMISSORES MÓDULO 401/2012. Maria Dilma Teodoro

NEUROTRANSMISSORES MÓDULO 401/2012. Maria Dilma Teodoro NEUROTRANSMISSORES MÓDULO 401/2012 Maria Dilma Teodoro NEUROTRANSMISSORES São rapidamente liberados pelos neurônio présináptico, difundem-se através da fenda, e têm um efeito de inibição ou de excitação

Leia mais

Sensações intensas de melancolia, desesperança, desespero; Incapacidade de sentir prazer em atividades usuais;

Sensações intensas de melancolia, desesperança, desespero; Incapacidade de sentir prazer em atividades usuais; Curso - Psicologia Disciplina: Psicofarmacologia Resumo Aula 4- Depressão Maior e Distimia Sintomas da Depressão Sensações intensas de melancolia, desesperança, desespero; Incapacidade de sentir prazer

Leia mais

Depressão neurótica. Depressão Maior

Depressão neurótica. Depressão Maior Depressão neurótica Depressão Maior Eficácia dos ISRS vs. placebo na depressão maior (131 trials, >27000 pacientes) Equivaleu a uma melhora de 2,25 pontos na Hamilton depression de 17 itens (varia de 0

Leia mais

Farmacoterapia na Depressão

Farmacoterapia na Depressão Farmacoterapia na Depressão TRANSTORNOS MENTAIS Entendem-se como transtornos mentais e comportamentais condições clinicamente significativas caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor (emoções)

Leia mais

Farmacologia do Sistema Nervoso Central

Farmacologia do Sistema Nervoso Central Farmacologia do SNC Farmacologia do Sistema Nervoso Central Prof. Me. Rondinelle Gomes Pereira Farmacêutico UFOP Mestrado Química Orgânica Produtos Naturais UFMG Doutorando Química Orgânica Produtos Naturais

Leia mais

ANTIPARKINSONIANOS. FARMACOLOGIA II Prof. Ana Alice Universidade Nove de Julho

ANTIPARKINSONIANOS. FARMACOLOGIA II Prof. Ana Alice Universidade Nove de Julho ANTIPARKINSONIANOS FARMACOLOGIA II Prof. Ana Alice Universidade Nove de Julho MAL OU DOENÇA DE PARKINSON (DP) Caracterizado: Bradicinesia Rigidez muscular Tremor em repouso Desequilíbrio postural - distúrbios

Leia mais

FREUD, S. (1915). Luto e melancolia. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1969.

FREUD, S. (1915). Luto e melancolia. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1969. FREUD, S. (1915). Luto e melancolia. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1969. v. 14. DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia

Leia mais

Antipsicóticos 27/05/2017. Tratamento farmacológico. Redução da internação. Convivio na sociedade. Variedade de transtornos mentais

Antipsicóticos 27/05/2017. Tratamento farmacológico. Redução da internação. Convivio na sociedade. Variedade de transtornos mentais Psicofarmacologia Antipsicóticos Psicose Variedade de transtornos mentais Delírios (crenças falsas) Prof. Herval de Lacerda Bonfante Departamento de Farmacologia Vários tipos de alucinações Esquizofrenia:

Leia mais

Escrito por Blanco Dom, 25 de Abril de 2010 15:47 - Última atualização Sex, 21 de Maio de 2010 00:50

Escrito por Blanco Dom, 25 de Abril de 2010 15:47 - Última atualização Sex, 21 de Maio de 2010 00:50 Antidepressivo é uma substância considerada eficaz na remissão de sintomas característicos da síndrome depressiva, em pelo menos um grupo de pacientes com transtorno depressivo. Algumas substâncias com

Leia mais

Caso clínico Parkinson

Caso clínico Parkinson Caso clínico Parkinson Caso clínico M.S., 62 anos, Masculino, Branco, Casado, Aposentado. O paciente procurou atendimento devido a dificuldade progressiva de realizar tarefas manuais, tais como abotoar

Leia mais

Doxepina. IT- Informativo técnico

Doxepina. IT- Informativo técnico Doxepina IT- Informativo técnico 1. Introdução A descoberta no final da década de 50 de drogas antidepressivas e sua utilização na prática clínica trouxe um avanço importante no tratamento e no entendimento

Leia mais

Antipsicóticos 02/02/2016. Tratamento farmacológico. Redução da internação. Convivio na sociedade. Variedade de transtornos mentais

Antipsicóticos 02/02/2016. Tratamento farmacológico. Redução da internação. Convivio na sociedade. Variedade de transtornos mentais Psicofarmacologia Psicose Variedade de transtornos mentais Delírios (crenças falsas) Prof. Herval de Lacerda Bonfante Departamento de Farmacologia Vários tipos de alucinações Esquizofrenia: tipo de psicose

Leia mais

18/03/2015 Os medicamentos utilizados para tratamento de depressão ajudam os fumantes que estão tentando parar de fumar? Cochrane

18/03/2015 Os medicamentos utilizados para tratamento de depressão ajudam os fumantes que estão tentando parar de fumar? Cochrane Cochrane Evidências confiáveis. Decisões bem informadas. Melhor saúde. Os medicamentos utilizados para tratamento de depressão ajudam os fumantes que estão tentando parar de fumar? Introdução e objetivos

Leia mais

SINAPSE. Sinapse é um tipo de junção especializada, em que um neurônio faz contato com outro neurônio ou tipo celular.

SINAPSE. Sinapse é um tipo de junção especializada, em que um neurônio faz contato com outro neurônio ou tipo celular. Disciplina: Fundamentos em Neurociências Profa. Norma M. Salgado Franco SINAPSE Sinapse é um tipo de junção especializada, em que um neurônio faz contato com outro neurônio ou tipo celular. Podem ser:

Leia mais

CASO 1. Qual é a melhor terapia? Quais são os efeitos colaterais da terapia proposta?

CASO 1. Qual é a melhor terapia? Quais são os efeitos colaterais da terapia proposta? CASO 1 Um homem de 42 anos chega ao consultório de seu psiquiatra com queixa de humor deprimido, que afirma ser idêntico às depressões que teve anteriormente. Foi diagnosticado com depressão maior pela

Leia mais

Sinapses. Comunicação entre neurônios. Transmissão de sinais no sistema nervoso

Sinapses. Comunicação entre neurônios. Transmissão de sinais no sistema nervoso Sinapses Comunicação entre neurônios Transmissão de sinais no sistema nervoso Biofísica 2018 / Ciências Biológicas / FCAV UNESP Recordando... Transmissão de sinais em um neurônio Fases: Estímulo alteração

Leia mais

TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA

TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA FISIOLOGIA DA TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA O neurônio noradrenérgico: o Os neurônios noradrenérgicos na periferia são neurônios simpáticos pósganglionares, cujos corpos celulares

Leia mais

IMIPRAMINA HCL. Antidepressivo Tricíclico

IMIPRAMINA HCL. Antidepressivo Tricíclico IMIPRAMINA HCL Antidepressivo Tricíclico Descrição Trata-se de um pó branco a bege claro inodoro e cristalino. Livremente solúvel em água e em álcool solúvel em acetona insolúvel em éter e em benzeno.

Leia mais

AFFRON 30 cápsulas 13/11/2017

AFFRON 30 cápsulas 13/11/2017 13/11/2017 Ingredientes: Affron (Extrato seco de Açafrão com 3,5% de Lepticrosalides) Vitamina B6 Cobre Affron 100% Açafrão (Crocus sativus L.) geneticamente certificado Extrato com elevado teor de componentes

Leia mais

Farmacologia dos transtornos de ansiedade. Profa. Dra. Thais Porto Ribeiro Pós-doutorado na Université de Strasbourg - FRANÇA

Farmacologia dos transtornos de ansiedade. Profa. Dra. Thais Porto Ribeiro Pós-doutorado na Université de Strasbourg - FRANÇA Farmacologia dos transtornos de ansiedade Profa. Dra. Thais Porto Ribeiro Pós-doutorado na Université de Strasbourg - FRANÇA Grego: ANSHEIN que significa OPRIMIR/ SUFOCAR O que é ansiedade? Angústia: Desejo,

Leia mais

Processo Seletivo Unificado de Residência Médica 2017 PADRÃO DE RESPOSTAS PSIQUIATRIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Processo Seletivo Unificado de Residência Médica 2017 PADRÃO DE RESPOSTAS PSIQUIATRIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Processo Seletivo Unificado de Residência Médica 2017 PADRÃO DE RESPOSTAS PSIQUIATRIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Situação-Problema 1 A) Síndrome de Cushing exógena (iatrogêncica) secundária ao uso de corticoides.

Leia mais

Não Coma Isto Se Está a Tomar Aquilo

Não Coma Isto Se Está a Tomar Aquilo Não Coma Isto Se Está a Tomar Aquilo DR.ª MADELYN FERNSTROM DR. JOHN FERNSTROM Não Coma Isto Se Está a Tomar Aquilo Os riscos ocultos de misturar comida e medicamentos Tradução de: Susana Serrão Pergaminho

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL E PSIQUIÁTRICA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL E PSIQUIÁTRICA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL E PSIQUIÁTRICA Antidepressivos Profª Gabriella de Andrade Boska Outubro, 2018 Introdução Existem atualmente mais

Leia mais

DOR PROTOCOLO DO TRATAMENTO CLÍNICO PARA O NEUROLOGISTA. Laura Sousa Castro Peixoto

DOR PROTOCOLO DO TRATAMENTO CLÍNICO PARA O NEUROLOGISTA. Laura Sousa Castro Peixoto DOR PROTOCOLO DO TRATAMENTO CLÍNICO PARA O NEUROLOGISTA Laura Sousa Castro Peixoto DOR Dor é uma sensação ou experiência emocional desagradável, associada com dano tecidual real ou potencial. IASP Tratamento

Leia mais

Copyright The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Síntese das catecolaminas

Copyright The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Síntese das catecolaminas Síntese das catecolaminas Mecanismo de Ação Monoaminas não agem diretamente em canais iônicos. Exceção é o receptor 5HT-3 (serotonina). Agem através de segundos mensageiros, como camp. camp ativa PKA que

Leia mais

14/08/2012. Continuação

14/08/2012. Continuação As informações são transmitidas no SN principalmente sob a forma de POTENCIAIS de AÇÃO NERVOSOS chamados de "IMPULSOS NERVOSOS" através de sucessões de neurônios. Continuação Os sinais nervosos são transmitidos

Leia mais

Prof. Msc. Carlos Renato Nogueira Mestre em Neurofarmacologia (UFC)

Prof. Msc. Carlos Renato Nogueira Mestre em Neurofarmacologia (UFC) Prof. Msc. Carlos Renato Nogueira Mestre em Neurofarmacologia (UFC) O termo psicose define um grande número de distúrbios mentais. A esquizofrenia é um tipo de psicose, caracterizado por uma percepção

Leia mais

BIOQUÍMICA DA DEPRESSÃO

BIOQUÍMICA DA DEPRESSÃO BIOQUÍMICA DA DEPRESSÃO DAIANE PATRICIA MOREIRA 1 ; ANA GABRIELLY BEFFA; LARISSA FERREIRA KUSMINSKI. 1 ; LETICIA PAIOLA SOARES 1 ; MIKALOUSKI, UDSON 2 RESUMO A depressão é um transtorno mental que pode

Leia mais

MECANISMOS DE AÇÃO DE PSICOFÁRMACOS

MECANISMOS DE AÇÃO DE PSICOFÁRMACOS MECANISMOS DE AÇÃO DE PSICOFÁRMACOS CRIS ODONTO-USP História da Psicofarmacologia Moderna lítio: Cade (1949) 1 o relato tratamento da mania clorpromazina: Delay e Deniker (1952) clordiazepóxido: 1 o BDZ

Leia mais

Assistência Farmacêutica na Depressão

Assistência Farmacêutica na Depressão Definição Assistência Farmacêutica na Depressão Grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade, envolvendo o abastecimento de medicamentos

Leia mais

Comunicação entre neurônios. Transmissão de sinais no sistema nervoso

Comunicação entre neurônios. Transmissão de sinais no sistema nervoso Comunicação entre neurônios Transmissão de sinais no sistema nervoso Neurônios Conduzem informações através de sinais elétricos Movimentos de íons através da membrana celular Correntes iônicas codificam

Leia mais

Antidepressivos-Ansiolíticos

Antidepressivos-Ansiolíticos Medicina M2 BMF224 Antidepressivos-Ansiolíticos alprazolam lorazepam fluoxetina duloxetina venlafaxina ewton G. de Castro Professor Associado, MD, DSc Lab. de Farmacologia Molecular CCS sala J1-029 diazepam

Leia mais

16/08/2013. Antipsicóticos. Prof. Herval de Lacerda Bonfante Departamento de Farmacologia. Sintomas Positivos. Sintomas negativos

16/08/2013. Antipsicóticos. Prof. Herval de Lacerda Bonfante Departamento de Farmacologia. Sintomas Positivos. Sintomas negativos Psicofarmacologia Antipsicóticos Prof. Herval de Lacerda Bonfante Departamento de Farmacologia Tratamento das psicoses Esquizofrenia mais prevalente 1% da população H : 15 a 25 anos M: dois picos-20 a

Leia mais

Depressão: Medicamentos Anti-depressivos e Estabilizadores do Humor. Depressão: o que é e o que não é

Depressão: Medicamentos Anti-depressivos e Estabilizadores do Humor. Depressão: o que é e o que não é Depressão: Medicamentos Anti-depressivos e Estabilizadores do Humor 1 Depressão: o que é e o que não é Aqueles que sofrem de depressão têm mais que "tristeza", e esse sentimento pode durar por muito tempo.

Leia mais

Em resposta ao recurso interposto em relação à publicação do gabarito das provas objetivas, informamos abaixo o parecer da Banca Examinadora.

Em resposta ao recurso interposto em relação à publicação do gabarito das provas objetivas, informamos abaixo o parecer da Banca Examinadora. Candidata: ALESSANDRA DA SILVA KULKAMP Questão 23: o recurso é improcedente, conforme se verá abaixo: Os antidepressivos tricíclicos promovem o bloqueio da passagem de neurotransmissores (monoaminas principalmente

Leia mais

Paciente: Hélio Barbosa Soares Idade: 43 anos Procedência: Itatinga Profissão: Tratorista Naturalidade: Avaré Diagnostico: Depressão Crônica Grave

Paciente: Hélio Barbosa Soares Idade: 43 anos Procedência: Itatinga Profissão: Tratorista Naturalidade: Avaré Diagnostico: Depressão Crônica Grave Paciente: Hélio Barbosa Soares Idade: 43 anos Procedência: Itatinga Profissão: Tratorista Naturalidade: Avaré Diagnostico: Depressão Crônica Grave F32 EPISÓDIOS DEPRESSIVOS: DEPRESSÃO CID 10 F32-F33 3

Leia mais

Transmissão sináptica

Transmissão sináptica Transmissão sináptica Lembrando que: Distribuição iônica através da membrana de um neurônio em repouso: Íon [i] mm [e] mm Pot. Equ. (mv) K + 400 20-75 Na + 50 440 +55 Cl - 52 560-60 A - 385 - - No Potencial

Leia mais

Terapêutica Farmacológica nas Perturbações do Espectro Autista

Terapêutica Farmacológica nas Perturbações do Espectro Autista Terapêutica Farmacológica nas Perturbações do Espectro Autista Paula Correia,, Armando Fernandes, Miguel Palha Centro de Desenvolvimento Infantil- Hospital Santa Maria Patologia Pervasiva do Desenvolvimento

Leia mais

Ansiedade Edvard Munch 1894

Ansiedade Edvard Munch 1894 Ansiedade Edvard Munch 1894 Ansiolíticos Fármacos utilizados no tratamento da ansiedade, reduzir sintomas ou intensidade das crises Hipnóticos São fármacos que causam sonolência e facilitam o início e

Leia mais

O CARÁTER NEURODEGENERATIVO DO TRANSTORNO BIPOLAR

O CARÁTER NEURODEGENERATIVO DO TRANSTORNO BIPOLAR O CARÁTER NEURODEGENERATIVO DO TRANSTORNO BIPOLAR Geisa Egypto Barbosa Caccere¹, Suzana Mara Julião², Camila Contin Diniz de Almeida Francia 3, Luis Alberto Domingo Francia Farje,4,5,6 ¹ Aluna de Psicologia

Leia mais

ANTI - INFLAMATÓRIOS Farmacologia Prof. Dr. José Edilson Gomes Júnior Enfermagem Parnamirim-RN Outubro/2016

ANTI - INFLAMATÓRIOS Farmacologia Prof. Dr. José Edilson Gomes Júnior Enfermagem Parnamirim-RN Outubro/2016 ANTI - INFLAMATÓRIOS 1 Farmacologia Prof. Dr. José Edilson Gomes Júnior Enfermagem Parnamirim-RN Outubro/2016 2 FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 3 INTRODUÇÃO Fármacos que atual no sistema nervoso

Leia mais

Sistema Límbico. Prof. Gerardo Cristino. Aula disponível em:

Sistema Límbico. Prof. Gerardo Cristino. Aula disponível em: FACULDADE DE MEDICINA/UFC-SOBRAL MÓDULO SISTEMA NERVOSO NEUROANATOMIA FUNCIONAL Sistema Límbico Prof. Gerardo Cristino Aula disponível em: www.gerardocristino.com.br Objetivos de Aprendizagem Sistema Límbico

Leia mais

Distúrbios Neurodegenerativos

Distúrbios Neurodegenerativos Distúrbios Neurodegenerativos Mecanismos de Morte Neuronal Excitotoxicidade Apoptose Estresse oxidativo Excitotoxicidade Os aminoácidos excitatórios (EAA), por ex glutamato podem causar morte neuronal.

Leia mais

Drogas que afetam o sistema nervoso. Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente

Drogas que afetam o sistema nervoso. Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente Drogas que afetam o sistema nervoso Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente O cérebro e a medula espinhal compõe o sistema nervoso central. Cada nervo do sistema nervoso é composto por uma

Leia mais

Doença neurodegenerativa caracterizada por um distúrbio crónico e progressivo do sistema nervoso central e tem inicio com a morte das células responsá

Doença neurodegenerativa caracterizada por um distúrbio crónico e progressivo do sistema nervoso central e tem inicio com a morte das células responsá Doença neurodegenerativa caracterizada por um distúrbio crónico e progressivo do sistema nervoso central e tem inicio com a morte das células responsáveis pela produção de dopamina; Sintomas Tremores Bradicinesia

Leia mais

SISTEMA NERVOSO PSIQUIATRIA

SISTEMA NERVOSO PSIQUIATRIA SISTEMA NERVOSO PSIQUIATRIA A) CONCEITOS Tipo de transtorno de humor. O transtorno bipolar (TB) se caracteriza por alterações do humor, com recorrência de episódios depressivos e maníacos ao longo da vida.

Leia mais

Vigília e Sono. Geanne Matos de Andrade. Depto de Fisiologia e Farmacologia. Os ritmos da vida. Ritmos biológicos

Vigília e Sono. Geanne Matos de Andrade. Depto de Fisiologia e Farmacologia. Os ritmos da vida. Ritmos biológicos Vigília e Sono Ritmos Biológicos Geanne Matos de Andrade Depto de Fisiologia e Farmacologia Os ritmos da vida Ritmos biológicos infradiano circadiano ultradiano Sistema temporizador circadiano- marca-passo

Leia mais

Débora Zanatta 1 Fernanda Cristina Ostrovski Sales 2 Janaína Camilotti 1 Kassiana Kwiatkowski Momteiro 1

Débora Zanatta 1 Fernanda Cristina Ostrovski Sales 2 Janaína Camilotti 1 Kassiana Kwiatkowski Momteiro 1 ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO EM PACIENTES COM TRANSTORNOS DEPRESSIVOS Débora Zanatta 1 Fernanda Cristina Ostrovski Sales 2 Janaína Camilotti 1 Kassiana Kwiatkowski Momteiro 1 1. Acadêmicas do curso

Leia mais

Aula 15: Doenças do sistema nervoso central

Aula 15: Doenças do sistema nervoso central Aula 15: Doenças do sistema nervoso central Depressão Depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas,

Leia mais

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES BÁSICAS DAS SINAPSES E DAS SUBSTÂNCIAS TRANSMISSORAS

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES BÁSICAS DAS SINAPSES E DAS SUBSTÂNCIAS TRANSMISSORAS ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES BÁSICAS DAS SINAPSES E DAS SUBSTÂNCIAS TRANSMISSORAS AULA 4 DISCIPLINA: FISIOLOGIA I PROFESSOR RESPONSÁVEL: FLÁVIA SANTOS Divisão sensorial do sistema nervoso Receptores

Leia mais

Médicos e enfermeiros da Atenção Primária à Saúde (postos e unidades básicas de saúde) de todo o Brasil

Médicos e enfermeiros da Atenção Primária à Saúde (postos e unidades básicas de saúde) de todo o Brasil TeleCondutas tem por objetivo serem materiais de apoio de fácil utilização e busca rápida, passíveis de serem consultados durante o atendimento aos pacientes. Foram elaboradas pela equipe de teleconsultores

Leia mais

Drogas que atuam no Sistema Nervoso Autônomo. Astria Dias Ferrão Gonzales 2017

Drogas que atuam no Sistema Nervoso Autônomo. Astria Dias Ferrão Gonzales 2017 Drogas que atuam no Sistema Nervoso Autônomo Astria Dias Ferrão Gonzales 2017 SNC Todos os estímulos do nosso ambiente causam, nos seres humanos, sensações como dor e calor. Todos os sentimentos, pensamentos,

Leia mais

Antidepressivos-Ansiolíticos

Antidepressivos-Ansiolíticos Medicina M2 BMF224 Antidepressivos-Ansiolíticos alprazolam lorazepam fluoxetina duloxetina venlafaxina ewton G. de Castro Professor Associado, MD, DSc Lab. de Farmacologia Molecular CCS sala J1-029 diazepam

Leia mais

Ansiedade. Estado de tensão,apreensão ou inquietude,com causa iden4ficável ou não

Ansiedade. Estado de tensão,apreensão ou inquietude,com causa iden4ficável ou não Ansiedade Estado de tensão,apreensão ou inquietude,com causa iden4ficável ou não Manifestações somá4cas freqüentemente associadas:(palpitação torácica,sudorese,tremores Ansiedade Manifestações leves ou

Leia mais

DISTÚRBIOS AFETIVOS I) DEFINIÇÃO II) EPIDEMIOLOGIA III) QUADRO CLÍNICO A) DEPRESSÃO

DISTÚRBIOS AFETIVOS I) DEFINIÇÃO II) EPIDEMIOLOGIA III) QUADRO CLÍNICO A) DEPRESSÃO DISTÚRBIOS AFETIVOS I) DEFINIÇÃO II) EPIDEMIOLOGIA III) QUADRO CLÍNICO A) DEPRESSÃO SINTOMAS Emocionais --> tristeza, fossa, baixo astral ansiedade irritabilidade anedonia Psicológicos --> culpa, sensação

Leia mais

A Importância do Uso dos Medicamentos no Processo de Acolhimento. Dr. George E. da Silva

A Importância do Uso dos Medicamentos no Processo de Acolhimento. Dr. George E. da Silva A Importância do Uso dos Medicamentos no Processo de Acolhimento Dr. George E. da Silva Há o desejo de interromper o uso da droga Tempo de retirada da droga Início dos sinais Pico dos sintomas Duração

Leia mais

Psicofarmacologia PROFª THIELY OTT

Psicofarmacologia PROFª THIELY OTT Psicofarmacologia PROFª THIELY OTT Psicofarmacologia Parte 1 Parte 2 Histórico Medicamentos & Transtornos Neuroanatomia Farmacologia Psicofarmacologia UM BREVE RELATO HISTÓRICO Psicofarmacologia & Histórico

Leia mais

Transtornos do Humor

Transtornos do Humor Transtornos do Humor Transtorno afetivo unipolar episódios de depressão Transtorno afetivo bipolar episódios recorrentes de depressão e mania Transtorno Afetivo Bipolar Episódio de Mania - Critérios Diagnósticos

Leia mais

Fisiologia do sistema nervoso

Fisiologia do sistema nervoso Fisiologia do sistema nervoso Curso de Nutrição CC: Fisiologia Humana I Prof. Leandro Cattelan leandrocattelan@hotmail.com Novembro de 2017 Tópicos a serem abordados Parte I (Aula 1) I. Divisão do sistema

Leia mais

FARMACOLOGIA DOS DISTURBIOS MENTAIS

FARMACOLOGIA DOS DISTURBIOS MENTAIS FARMACOLOGIA DOS DISTURBIOS MENTAIS DEPRESSÃO Depressão: humor deprimido ou irritabilidade, perda de interesse e prazer (anedonia), diminuição de apetite e/ou peso corpóreo, distúrbios do sono, fadiga

Leia mais

PSICOFARMACOLOGIA DOS ANTIDEPRESSIVOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

PSICOFARMACOLOGIA DOS ANTIDEPRESSIVOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA PSICOFARMACOLOGIA DOS ANTIDEPRESSIVOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Bianca de Cássia Alves Barbosa 1 ; Jefferson Adler Lopes de Freitas 2 ; Anderson Fellyp Avelino Diniz 3 ; Larissa Paloma Lopes de Freitas

Leia mais

Antidepressivos e depressão resistente. João Relvas

Antidepressivos e depressão resistente. João Relvas Antidepressivos e depressão resistente João Relvas ANTIDEPRESSIVOS 1950s IMAOs e ATCs imipramina iproniazida 1957 1980s SSRIs 1982 zimeldina 1988 fluoxetina 1964 Sugerido papel da Noradrenalina na depressão

Leia mais

Farmacologia dos Antidepressivos/Ansiolíticos

Farmacologia dos Antidepressivos/Ansiolíticos Farmacologia dos Antidepressivos/Ansiolíticos Março, 2009 Fabrício A. Moreira (farmoreira@yahoo.com.br) Departamento de Farmacologia Instituto de Ciências Biológicas Vincent van Gogh Universidade Federal

Leia mais

ANSIEDADE. Por: Tharcila Viana Chaves. O grito Edvard Munch

ANSIEDADE. Por: Tharcila Viana Chaves. O grito Edvard Munch ANSIEDADE Por: Tharcila Viana Chaves O grito Edvard Munch ANSIEDADE DEFINIÇÃO Desordem psiquiátrica caracterizada por sensações subjetivas de angústia e apreensão, acompanhadas de alterações periféricas,

Leia mais

Aspectos Anatômicos: CÉREBRO E TDAH

Aspectos Anatômicos: CÉREBRO E TDAH Entendendo o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) Parte I Aspectos Anatômicos: CÉREBRO E TDAH Ft. Alline Camargo Fisioterapeuta graduada pela Universidade de Sorocaba (UNISO) (CREFITO-3/228939-F)

Leia mais

SISTEMA MOTOR VISCERAL

SISTEMA MOTOR VISCERAL SISTEMA MOTOR VISCERAL SOMÁTICO Aferente ou Sensorial Sistema Nervoso VISCERAL Eferente ou Motora Sistema Nervoso Autônomo Divisão Simpática Divisão Parassimpática Divisão Entérica Órgãos Viscerais Gerais

Leia mais

As bases neurobiológicas do transtorno bipolar Neurobiological Basis of Bipolar Disorder

As bases neurobiológicas do transtorno bipolar Neurobiological Basis of Bipolar Disorder Artigo Original As bases neurobiológicas do transtorno bipolar Neurobiological Basis of Bipolar Disorder RODRIGO MACHADO-VIEIRA 1 RODRIGO A. BRESSAN 2 BENÍCIO FREY 3 JAIR C. SOARES 4 Resumo Neste artigo,

Leia mais

Cronograma das Atividades Didáticas FCFRP/USP - 1 o semestre de 2018

Cronograma das Atividades Didáticas FCFRP/USP - 1 o semestre de 2018 Cronograma das Atividades Didáticas FCFRP/USP - 1 o semestre de 2018 Nome da Disciplina: Farmacologia II - Curso Noturno Código da Disciplina: 6012032 CARGA HORÁRIA TOTAL DE CADA PROFESSOR: Lusiane Maria

Leia mais

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO ORGANIZAÇÃO GERAL DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Sistema Nervoso Central Periférico Autônomo Somático Simpático Parassimpático Ação integradora sobre a homeostase corporal. Respiração

Leia mais

FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL I (Ansiolíticos e hipnóticos) Prof. Igor Bomfim

FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL I (Ansiolíticos e hipnóticos) Prof. Igor Bomfim FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL I (Ansiolíticos e hipnóticos) Prof. Igor Bomfim O sintoma principal é a expectativa apreensiva ou preocupação exagerada, mórbida. ANSIEDADE ANSIEDADE Normal: - Adapta

Leia mais

Tecido nervoso. Ø A função do tecido nervoso é fazer as comunicações entre os órgãos do corpo e o meio externo.

Tecido nervoso. Ø A função do tecido nervoso é fazer as comunicações entre os órgãos do corpo e o meio externo. Tecido nervoso Tecido nervoso Ø A função do tecido nervoso é fazer as comunicações entre os órgãos do corpo e o meio externo. Ø Encéfalo, medula espinhal, gânglios nervosos e nervos Ø Céls nervosas: neurônios

Leia mais

RESPOSTA RÁPIDA 105 /2013

RESPOSTA RÁPIDA 105 /2013 RESPOSTA RÁPIDA 105 /2013 SOLICITANTE Juíza de Direito: Dr(a). Juizado Especial 0512 Pirapora NÚMERO DO PROCESSO nº0512.13 003595-3 DATA 17/05/2013 1- O medicamento solicitados Venlafaxina (Venlift),é

Leia mais

RESPOSTA RÁPIDA 430/2014 Informações sobre Depressão: Clo e Frontal

RESPOSTA RÁPIDA 430/2014 Informações sobre Depressão: Clo e Frontal RESPOSTA RÁPIDA 430/2014 Informações sobre Depressão: Clo e Frontal SOLICITANTE Drª Herilene de Oliveira Andrade Juíza de Direito Comarca de Itapecerica NÚMERO DO PROCESSO Autos nº 0335.14.1563-7 DATA

Leia mais

FISIOLOGIA HUMANA UNIDADE II: SISTEMA NERVOSO

FISIOLOGIA HUMANA UNIDADE II: SISTEMA NERVOSO FISIOLOGIA HUMANA UNIDADE II: SISTEMA NERVOSO ORGANIZAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO CANAIS IÔNICOS E BOMBAS CONDUÇÃO DE IMPULSOS NERVOSOS (SINÁPSES QUÍMICAS E ELÉTRICAS) SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO

Leia mais

Fisiologia do Sistema Nervoso. Dra Luci Mara França Correia Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial

Fisiologia do Sistema Nervoso. Dra Luci Mara França Correia Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Fisiologia do Sistema Nervoso Dra Luci Mara França Correia Draluci.dor@gmail.com Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial O que é Fisiologia? A fisiologia (do grego physis = natureza, função ou funcionamento;

Leia mais

Condução nervosa e Sinapses do SNC

Condução nervosa e Sinapses do SNC Condução nervosa e Sinapses do SNC Unidade básica - SNC 100 bilhões - Rede sináptica extensa Células Gliais Prof Lucindo (DFS/UFS) 1 Divisão Sensorial - Órgãos e sentidos (Tato, visão, etc...) - MEMÓRIA

Leia mais

A t n ide d pr p e r ssivos

A t n ide d pr p e r ssivos Antidepressivos 1 A DEPRESSÃO É UM DISTÚRBIO AFECTIVO (primariamente é um distúrbio do humor) 1.DEPRESSÂO UNIPOLAR - está frequentemente associada a ansiedade - nãohá episódios demania - nãohá evidência

Leia mais

NUTRIÇÃO NO TRATAMENTO DOS PROCESSOS DEPRESSIVOS

NUTRIÇÃO NO TRATAMENTO DOS PROCESSOS DEPRESSIVOS 32 NUTRIÇÃO NO TRATAMENTO DOS PROCESSOS DEPRESSIVOS Danielle dos Santos TAVARES 1 Dazieli Teixeira FLAMINI 2 Regina Maria de SOUZA 3 RESUMO O trabalho apresenta como objetivo central realizar um estudo

Leia mais