Paciente: Hélio Barbosa Soares Idade: 43 anos Procedência: Itatinga Profissão: Tratorista Naturalidade: Avaré Diagnostico: Depressão Crônica Grave
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- Pedro Guterres Oliveira
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2 Paciente: Hélio Barbosa Soares Idade: 43 anos Procedência: Itatinga Profissão: Tratorista Naturalidade: Avaré Diagnostico: Depressão Crônica Grave
3 F32 EPISÓDIOS DEPRESSIVOS: DEPRESSÃO CID 10 F32-F33 3 graus de depressão: leve, moderado ou grave Rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga importante, mesmo após um esforço mínimo. Problemas do sono e diminuição do apetite Existe quase sempre uma diminuição da autoestima e da autoconfiança e frequentemente ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves O humor depressivo varia pouco de dia para dia ou segundo as circunstâncias e pode se acompanhar de sintomas ditos somáticos, por exemplo, lentidão psicomotora importante, agitação, perda de apetite e perda de peso
4 F32.0 EPISÓDIO DEPRESSIVO LEVE Geralmente estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas O paciente usualmente sofre com os sintomas mas provavelmente será capaz de desempenhar a maior parte das atividades F32.1 EPISÓDIO DEPRESSIVO MODERADO Geralmente estão presentes quatro ou mais sintomas Paciente aparentemente tem muita dificuldade para continuar a desempenhar as atividades de rotina. F32.2 EPISÓDIO DEPRESSIVO GRAVE SEM SINTOMAS PSICÓTICOS Vários sintomas são marcantes e angustiantes (tipicamente a perda da autoestima e ideias de desvalia ou culpa) Ideias e atos suicidas são comuns e observa-se em geral uma série de sintomas somáticos. F32.3 EPISÓDIO DEPRESSIVO GRAVE COM SINTOMAS PSICÓTICOS Corresponde ao F32.2 mas acompanhado de alucinações, ideias delirantes, lentidão psicomotora, atividades sociais normais tornamse impossíveis Risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de desnutrição As alucinações e os delírios podem não corresponder ao caráter dominante do distúrbio afetivo. F32.8 OUTROS EPISÓDIOS DEPRESSIVOS Depressão atípica Episódios isolados de uma depressão mascarada F32.9 EPISÓDIO DEPRESSIVO NÃO ESPECIFICADO Depressão SOE (Sem Outra Especificação) Transtorno depressivo SOE
5 F33 TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE Caracterizado pela ocorrência repetida de episódios depressivos correspondentes ao F32 Pode comportar breves episódios caracterizados pelo aumento de humor e da atividade (hipomania), sucedendo imediatamente a um episódio depressivo As formas mais graves (F33.2 e F33.3) apresentam pontos comuns com os conceitos da depressão maníaco-depressiva, melancolia, depressão vital e depressão endógena O primeiro episódio pode ocorrer em qualquer idade, da infância à senilidade, sendo que o início pode ser agudo ou insidioso e a duração variável de algumas semanas a alguns meses O risco de ocorrência de um episódio maníaco não pode ser descartado em um paciente com um transtorno depressivo recorrente Em caso de ocorrência de um episódio maníaco, o diagnóstico deve ser alterado pelo de transtorno afetivo bipolar (F31-X)
6 F33.0 TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE, EPISÓDIO ATUAL LEVE Caracterizado pela ocorrência repetida de episódios depressivos, sendo o episódio atual leve, como descrito em F32.0, na ausência de qualquer antecedente de mania. F33.1 TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE, EPISÓDIO ATUAL MODERADO Caracterizado pela ocorrência repetida de episódios depressivos, sendo o episódio atual de moderada gravidade, tal como descrito em F32.1, na ausência de qualquer antecedente de mania. F33.2 TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE, EPISÓDIO ATUAL GRAVE SEM SINTOMAS PSICÓTICOS Caracterizado pela ocorrência repetida de episódios depressivos, sendo o episódio atual grave, sem sintomas psicóticos, tal como descrito em F32.2, na ausência de qualquer antecedente de mania. F33.3 TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE, EPISÓDIO ATUAL GRAVE COM SINTOMAS PSICÓTICOS Caracterizado pela ocorrência repetida de episódios depressivos, sendo o episódio atual grave, com sintomas psicóticos, tal como descrito em F32.3, na ausência de qualquer antecedente de mania. F33.4 TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE, ATUALMENTE EM REMISSÃO Apresentou no passado dois ou mais transtornos depressivos como descritos acima (F33.0-F33.3) mas não apresenta atualmente nenhum sintoma depressivo há vários meses. F33.8 OUTROS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS RECORRENTES F33.9 TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE SEM ESPECIFICAÇÃO Depressão unipolar SOE
7 HIPÓTESES NEUROQUÍMICAS PARA A DEPRESSÃO SISTEMAS MONOAMINÉRGICOS: NORADRENALINA, SEROTONINA E DOPAMINA Os sistemas monoaminérgicos se originam em pequenos núcleos no tronco cerebral e mesencéfalo e projetam-se difusamente pela córtex e sistema límbico. Esses sistemas são compostos por neurônios que contêm norepinefrina (NE), serotonina (5-HT) e dopamina (DA). Junto com a acetilcolina (ACh), eles exercem efeitos de modulação e integração sobre outras atividades corticais e subcorticais e estão envolvidos na regulação da atividade psicomotora, apetite, sono e, provavelmente, do humor. A observação dos efeitos antidepressivos dos inibidores da monoaminoxidase (MAO) e dos tricíclicos, a partir do final da década de 50, permitiu o surgimento de especulações sobre os substratos cerebrais nos transtornos afetivos. Pesquisas nas áreas básicas sugeriam que os inibidores da MAO aumentavam as concentrações cerebrais de noradrenalina e serotonina. Os antidepressivos tricíclicos, por sua vez, inibiam a recaptura sináptica das monoaminas, principalmente de NE, mas também de 5-HT, aumentando agudamente os níveis sinápticos.
8 HIPÓTESES NEUROQUÍMICAS PARA A DEPRESSÃO DESSENSIBILIZAÇÃO DE RECEPTORES Alterações da função dos sistemas neurotransmissores podem ocorrer através da mudança na sensibilidade de receptores pré e pós-sinápticos, sem alteração da quantidade do próprio neurotransmissor. Hipótese de deficiência de neurotransmissores modificada e, em seu lugar, proposta a hipótese de dessensibilização dos receptores. Propõe que o atraso no aparecimento do efeito terapêutico dos antidepressivos estava relacionado a alterações no número e sensibilidade dos receptores monoaminérgicos. Como esse efeito demora dias ou semanas para ocorrer, os investigadores propunham que a depressão podia ser explicada por uma supersensitividade de receptores beta-adrenérgicos.
9 HIPÓTESES NEUROQUÍMICAS PARA A DEPRESSÃO NEUROIMAGEM Recentes avanços nos métodos de neuroimagem tornaram possível uma ampliação no conhecimento da neurobiologia das doenças mentais, através da visualização de regiões e/ou circuitos envolvidos na fisiopatologia desses transtornos. Aplicados ao estudo da depressão, vários estudos utilizando as técnicas de neuroimagem estrutural e funcional apontam anormalidades cerebrais como alterações volumétricas, metabólicas e de fluxo sanguíneo global e regional em pacientes com transtornos do humor.
10 RELAÇÃO FAMILIAR Reside com o pai, irmã mais nova e irmão com distúrbio mental. Separado desde janeiro, com três filhos (25a, 20a e 18a); relata tentativa de matar a esposa (álcool na cama e caneta na carótida) por falta de confiança e possível traição. Refere ter poucos amigos
11 HISTÓRIA DA DEPENDÊNCIA Iniciou uso de bebida alcoólica aos 12 anos. Aos 16 anos iniciou o uso de solventes e aos 18 anos o de maconha. Aos 26 anos conheceu o crack, chegando a utilizar com 35 anos cerca de 10 pedras por dia. Relata que tem problemas financeiros, mas não vende nada de sua casa para sustentar o vício. Encontra-se abstinente por causa da internação.
12 ENFRENTAMENTO DA DOENÇA Utiliza a bebida alcoólica e as drogas para suprir o vazio que sente no peito. Tem pensamentos suicidas e refere que gostaria de morrer (várias tentativas de suicídio como enforcamentos e intoxicação medicamentosa).
13 HISTÓRICO DE INTERNAÇÃO 1 Internação 09/11/2011 Encaminhado para o Cais pela Dr Katia (Caps AD) após uso de 8 pedras de crack 2 Internação 10/08/2012 Pensamentos paranoides e ideação suicida 3 Internação - Voluntária 23/04/2016 Episódios dissociativos e ideação suicida
14 MEDICAMENTOS Sertralina: tratamento de sintomas de depressão, incluindo depressão acompanhada por sintomas de ansiedade, em pacientes com ou sem história de mania. Clorpromazina: NEUROPSIQUIATRIA - Pode ser prescrito em quadros psiquiátricos agudos, ou então no controle de psicoses de longa evolução. CLÍNICA GERAL - Manifestação de ansiedade e agitação, soluços incoercíveis, náuseas e vômitos e neurotoxicoses infantis; também pode ser associado à barbitúricos no tratamento do tétano. CIRURGIA - Como agente pré-anestésico. OBSTETRÍCIA - Em analgesia obstétrica e no tratamento da eclampsia. O cloridrato de Clorpromazina é indicado nos casos em que haja necessidade de uma ação neuroléptica, vagolítica, simpatolítica, sedativa ou antiemética. Diazepam: é usado no tratamento de estados de excitação associados à ansiedade aguda e pânico assim como na agitação motora e no delirium tremens.
15 Conforme Candido & Furegato (2005), o cuidar em enfermagem tem como finalidade prioritária amenizar o sofrimento humano, manter a dignidade e facilitar meios para manejar as crises e as experiências do viver e do morrer, atuando na promoção, recuperação e reabilitação da saúde e qualidade de vida. O planejamento e a implementação do cuidado de enfermagem devem basear-se nas características clínicas que cada portador de transtorno depressivo apresenta, identificadas através da observação constante no relacionamento enfermeiro-paciente, que deve ser tranquilo, de forma amigável, compreensivo e sério, visando sempre o aumento da autoestima do paciente. (ROZENTHAL et. al., 2004)
16 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM INTRA-HOSPITALAR: -Acolhimento. Ajudar o paciente e familiares com orientação, apoio, favorecimento, facilitação e promoção de ações que promovam o bem estar; -Ajustar-se ao ritmo do paciente deprimido, estudando os relatos sobre a vida e os interesses do paciente; -Oferecer aconselhamento psicoterapêutico; -Desenvolvimento das habilidades do paciente;
17 -Fazer um levantamento mais detalhado do histórico do paciente, conhecer as pessoas que englobam a sua rede social; -Evitar a superproteção; -Trabalhar com foco no aumento da autoestima, desenvolvendo atividades que leve a pessoa a se autovalorizar e estimular para que se responsabilize por si mesma; -Utilizar o reforço positivo, mostrando que respeitamos e valorizamos a pessoa; --Discutir as experiências, relacionamentos, acontecimentos e sentimentos que são importantes à pessoa, num esforço para esclarecer as áreas de dificuldade na vida da pessoa deprimida;
18 -Evitar a superproteção; -Trabalhar com foco no aumento da autoestima, desenvolvendo atividades que leve a pessoa a se autovalorizar e estimular para que se responsabilize por si mesma; -Utilizar o reforço positivo, mostrando que respeitamos e valorizamos a pessoa; --Discutir as experiências, relacionamentos, acontecimentos e sentimentos que são importantes à pessoa, num esforço para esclarecer as áreas de dificuldade na vida da pessoa deprimida; -Levar muito a sério qualquer ideia sobre suicídio e informar toda a equipa terapêutica; -Envolver sempre a família ou pessoas significativas, esclarecendo as suas dúvidas e evidenciando o seu papel importante na recuperação da pessoa deprimida; Associadas a essas intervenções podem-se incluir as psicoterapias e o tratamento medicamentoso.
19 Intervenções de enfermagem Pós Alta: -Instruir sobre estratégias comportamentais para a promoção do valor próprio; - Avaliar quanto à presença de ideação suicida. Avaliar o ambiente doméstico quanto à presença de riscos, oferecendo números de emergência e ensinar como e quando pedir ajuda por telefone; -Resgatar a rede de apoio, conhecer os laços do paciente; -Orientar e oferecer opções quanto a participação em atividades educativas, oficinas terapêuticas (artesanato, floricultura, jardinagem, horticultura, música, pintura, reciclagem); -Ajudar para que o paciente desenvolva e busque seus objetivos;
20 -Estabelecer relação de ajuda com o paciente e o familiar; -Desenvolver um plano de tratamento estratégico para lidar com a dependência química da melhor forma. Procurar manter um diálogo com o paciente, apresentando as opções de tratamento; -Orientar a procurar atendimento em saúde mental após alta para dar continuidade no tratamento.
21 FONTE df 65 Enfermagem psiquiátrica: princípios e prática/gail W. Stuart e Michele T. Laraia; trad. Dayse Batista. -6.e.d. - Porto Alegre : Artmed Editora,
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