LIVRO DE FILOSOFIA 3º ANO PROFESSOR: LEONARDO CARRIJO FERREIRA

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1 LIVRO DE FILOSOFIA 3º ANO PROFESSOR: LEONARDO CARRIJO FERREIRA 2010

2 REVISÃO: O CONHECIMENTO: FILOSOFIA GREGA 1. Mito e Logos. 2. Os Pré-socráticos. Parmênides: imobilidade do ser Heráclito: o eterno fluxo 3. Platão: Sócrates: ironia e aporia. Teoria das idéias: o mito da caverna. 4. Aristóteles: Metafísica: o o As categorias: substância e acidente. Teoria das quatro causas. Noções de lógica: o o Proposição: verdade e falsidade. Os termos do silogismo: a validade. O CONHECIMENTO: RAZÃO NATURAL E FÉ CRISTÃ 1. A patrística: Agostinho: a doutrina da iluminação. 2. A escolástica: O problema dos universais: o o A posição realista. A posição nominalista. 3. Tomás de Aquino: Os princípios do conhecimento. As provas da existência de Deus. O CONHECIMENTO: A TEORIA DO CONHECIMENTO 1. Descartes: As regras do método. A dúvida e o cogito. As idéias inatas. 2. Hume: Impressões e idéias Princípios de associação: semelhança, contigüidade, causa e efeito Hábito e conhecimento

3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DE FILOSOFIA O CONHECIMENTO: A TEORIA DO CONHECIMENTO (Continuação) 3. Kant: A revolução copernicana. Intuição (pura e empírica) e conceito (puro e empírico). A priori e a posteriori. Fenômeno e coisa em si. Transcendental e transcendente. Juízos analíticos e juízos sintéticos. A AÇÃO: POLÍTICA 1. O Estado como direito e força: a autonomia da esfera política Maquiavel: O uso da força e da astúcia, por parte do Príncipe, para a conquista e a manutenção do poder. Relações entre fortuna e virtù Relações entre a virtù do Príncipe e as virtudes cristãs. Hobbes, Locke e Rousseau: Estado de natureza e direitos naturais. Contrato Social, sociedade civil e Estado. Constituição do Poder Soberano e limites da soberania. 2. O Estado como processo histórico: Hegel: Dialética e idealismo Estado moderno e liberdade. Marx: Dialética e materialismo histórico. Modo de produção capitalista: forças produtivas e relações sociais de produção. (Infra) estrutura e superestrutura. A concepção do Estado. A AÇÃO: ÉTICA 1. Aristóteles: Teoria do meio termo e prudência. 2. Kant: Ação por dever, conforme ao dever e por inclinação Autonomia e Esclarecimento 3. Nietzsche A transvaloração dos valores. O apolíneo e o dionisíaco. A moral do senhor versus a moral do escravo. Além do bem e do mal. Vontade de potência. 4. Sartre Existência e essência. Liberdade, escolha, angústia e má-fé. Responsabilidade e engajamento político-social.

4 O CONHECIMENTO: A FILOSOFIA GREGA 1. MITO E LOGOS Introdução: Etimologicamente a palavra filosofia é composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio. Filosofia significa, portanto amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita. A filosofia representa a busca amorosa da verdade. Pitágoras, filósofo e matemático do século V a.c., teria usado a palavra filosofia pela primeira vez. Portanto, quando se pensa em filosofia estamos nos referindo a um saber inacabado, uma reaprendizagem constante da visão de mundo, a uma reflexão crítica do conhecimento. O filósofo é aquele que observa, contempla, avalia e julga o valor das coisas, das ações e da vida. Senso comum e filosofia: Chamamos senso comum ao conhecimento adquirido por tradição, herdado dos antepassados e ao qual acrescentamos os resultados da experiência vivida na coletividade a que pertencemos. É um conhecimento ingênuo, fragmentário, assistemático, incoerente e conservador. Só quando transformamos este senso comum em bom senso, podemos nos aproximar da filosofia. Ao filosofar espontâneo do homem comum, costumamos chamar filosofia de vida. Por exemplo: quando um jovem está sempre praticando esportes, com alimentação regrada, evitando o uso de fumo e álcool, justificando que este é o segredo para se viver uma vida duradoura, feliz e saudável. A filosofia propriamente dita só é possível quando o pensar é posto em causa, tornando-se objeto de reflexão. Esta reflexão só é realmente filosófica quando possui três características básicas: Radical: A filosofia busca explicitar os conceitos fundamentais usados em todos os campos do pensar e do agir, ou seja, ela investiga as raízes ou princípios que orientam as várias formas de saber. Rigorosa: O filósofo deve dispor de um método claramente explicitado a fim de proceder com rigor, garantindo a coerência e o exercício da crítica. Deve usar uma linguagem rigorosa e sempre justificar com argumentos as suas afirmações. De conjunto: Enquanto as ciências são particulares, a filosofia é globalizante, porque examina os problemas sobre a perspectiva de conjunto, relacionando os diversos aspectos entre si. Neste sentido, além de considerarmos que o objeto da filosofia é tudo (porque nada escapa a seu interesse), completamos que a filosofia visa ao todo, à totalidade. Ciência e filosofia: Quando a ciência iniciou estava ligada à filosofia, sendo o filósofo responsável pela reflexão em todos os setores da indagação humana. Nesse sentido, os filósofos Tales e Pitágoras eram também geômetras, e Aristóteles escreveu sobre física e astronomia. Na ordem do saber estipulada por Platão, o homem começa a conhecer pela forma imperfeita da opinião (doxa), depois passa ao grau mais avançado da ciência (episteme), para só então ser capaz de atingir o nível mais alto do saber filosófico. A partir do século XVII, a revolução metodológica iniciada por Galileu promove a autonomia da ciência e o seu desligamento da filosofia. Pouco a pouco, desse período até o século XX, aparecem as chamadas ciências particulares - física, astronomia, química, biologia, psicologia, sociologia etc.-, delimitando um campo específico de pesquisa. Na verdade, o que estava ocorrendo era o nascimento da ciência, como a entendemos modernamente. Com a fragmentação do saber, cada ciência se ocupa de um objeto específico: à física cabe investigar o movimento dos corpos; à biologia, a natureza dos seres vivos; à química, as transformações substanciais, e assim por diante. Além da delimitação do objeto da ciência, se acrescenta o aperfeiçoamento do método científico, fundado, sobretudo na experimentação e matematização. O confronto dos resultados e a sua verificabilidade permitem uniformidade de conclusões e, portanto, certa objetividade. As afirmações da ciência são chamadas juízos de realidade, já que de uma forma ou de outra pretendem mostrar como os fenômenos ocorrem, quais as suas relações e, consequentemente, como prevê-los. A primeira questão que nos assalta é imaginar o que resta à filosofia, se, ao longo do tempo, foi esvaziada do seu conteúdo pelo aparecimento das ciências particulares, tornadas independentes. Ainda mais que, no século XX, até as questões referentes ao homem passam a reivindicar o estatuto de cientificidade, representado pela procura do método das ciências humanas. Ora, a filosofia continua tratando da mesma realidade apropriada pelas ciências.

5 Apenas que as ciências se especializaram e observam recortes do real, enquanto a filosofia jamais renuncia a considerar o seu objeto do ponto de vista da totalidade. A visão da filosofia é de conjunto, ou seja, o problema tratado nunca é examinado de modo parcial, mas sempre sob a perspectiva de conjunto, relacionando cada aspecto com os outros do contexto em que está inserido. Se a ciência tende cada vez mais para a especialização, a filosofia, no sentido inverso, quer superar a fragmentação do real, para que o homem seja resgatado na sua integridade e não sucumba à alienação do saber parcelado. Por isso a filosofia tem uma função de interdisciplinaridade, estabelecendo o elo entre as diversas formas do saber e do agir. O trabalho da filosofia sob esse aspecto é importante e, sem negar o papel do especialista nem o valor da técnica que deriva desse saber, é preciso reconhecer que o saber especializado, sem a devida visão de conjunto, leva à exaltação do discurso competente e às conseqüentes formas de dominação. A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos os setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão crítica a respeito dos fundamentos desse conhecimento e desse agir. Então, por exemplo, se a física ou a química se denominam ciências e usam determinado método, não é da alçada do próprio físico ou do químico saber o que é ciência, o que distingue esse conhecimento de outros, o que é método, qual a sua validade, e assim por diante. Eles até podem dedicar-se a esses assuntos, mas, quando o fazem, passam a se colocar questões filosóficas. O mesmo acontece com o psicólogo ao usar, por exemplo, o conceito de homem livre. Indagar sobre o que é a liberdade é fazer filosofia. Mudando o enfoque: e se a questão for o comércio, ou a fábrica? A partir da análise das relações sociais resultantes da divisão do trabalho, podemos questionar sobre o conceito subjacente de homem que se encontra nas relações estabelecidas socialmente. Portanto, a filosofia não faz juízos de realidade, como a ciência, mas juízos de valor. O filósofo parte da experiência vivida do homem trabalhando na linha de montagem, repetindo sempre o mesmo gesto, e vai além dessa constatação. Não vê apenas como é, mas como deveria ser. Julga o valor da ação, sai em busca do significado dela. Filosofar é dar sentido à experiência. O nascimento da Filosofia Durante o século VIII a.c. predominava o pensamento mítico através dos poemas de Homero (Ilíada e Odisséia) e Hesíodo (Teogonia). Enquanto os poemas de Homero relatavam feitos heróicos, Hesíodo tentava aplicar a origem do mundo através do surgimento dos deuses, apelando para os mitos, ou seja, uma explicação através da fantasia e da ilusão. Este período é conhecido como Mitológico ou cosmogônico. Os poemas homéricos resultam de um longo, mas progressivo desenvolvimento da poesia oral, em que trabalharam muitas gerações. Usando significantes dos fins do século IX e meados do século VIII a.c., épocas em que foram, ao que parece, compostas, na Ásia Menor Grega, respectivamente a Ilíada e a Odisséia, o poeta nos transmite significados do século XIII ao século VIII a.c. O mérito extraordinário de Homero foi saber genialmente reunir esse acervo imenso em dois insuperáveis poemas que, até hoje, se constituem no arquétipo (modelo primitivo, idéias inatas) da épica ocidental. Hesíodo é um poeta dos fins do século VIII a.c., nascido na povoação de Ascra, junto ao monte Hélicon. Cronologicamente, a primeira produção do poeta-camponês denominou-se Teogonia. Teogonia, de théos, deus, e gígnestheai, nascer, significa nascimento ou origem dos deuses. Trata-se, portanto, de um poema de cunho didático, em que se procura estabelecer a genealogia dos Imortais. Hesíodo, todavia, vai além e, antes da teogonia, coloca os fundamentos da cosmologia, quer dizer, as origens do mundo. Do século VIII ao século VI a.c., grandes novidades vão causar grandes transformações nas visões que o homem tinha de si mesmo e do mundo. Estas novidades foram: Aparecimento da moeda: a moeda que tinha sido inventada na Lídia, aparece na Grécia por volta do século VII a.c. que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas ou dos objetos concretos trocados por semelhança, mas uma troca abstrata, uma troca feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas diferentes, revelando, portanto, uma nova capacidade de abstração e de generalização. Ou seja, a moeda tornase necessária porque, com o comércio, os produtos que antes eram feitos, sobretudo com valor de uso passam a ter valor de troca, isto é, transformamse em mercadoria. Daí a exigência de algo que funcionasse como valor equivalente universal das mercadorias. A invenção da moeda desempenha papel revolucionário, pois está vinculada ao nascimento do pensamento racional. Isso porque passa a ser emitida e garantida pela Cidade, revertendo benefícios para a própria comunidade.

6 Além desse efeito político de democratização, a moeda sobrepõe aos símbolos sagrados e afetivos o caráter racional de sua concepção: muito mais do que um metal precioso que se troca por qualquer mercadoria, a moeda é um artifício racional, uma convenção humana, uma noção abstrata de valor que estabelece a medida comum entre valores diferentes; A invenção da escrita alfabética: na Grécia surge por influência dos fenícios e já no século VIII a.c. se acha suficientemente desligada de preocupação esotéricas e religiosas. Enquanto os rituais religiosos são cheios de fórmulas mágicas, termos fixos e inquestionados, os escritos deixam de ser reservados apenas aos que detêm o poder e passam a ser divulgados em praça pública, sujeitos a discussão e à crítica. Apenas um parêntese esclarecedor: isso não significa que a escrita tenha se tornado acessível a todos. Muito ao contrário, permanece ainda grande o número de analfabetos. O que está em questão, no entanto, é a dessacralização da escrita, ou seja, seu desligamento da religião. A escrita gera uma nova idade mental porque exige de quem escreve uma postura diferente daquela de quem apenas fala. Como a escrita fixa a palavra, e consequentemente o mundo, para além de quem a proferiu, necessita de mais rigor e clareza, o que estimula o espírito crítico. Portanto a escrita aparece como possibilidade maior de abstração e de generalização, uma vez que a escrita alfabética ou fonética, diferentemente de outras escritas, supõe que não se represente uma imagem da coisa que está sendo dita, mas a idéia dela, o que dela se pensa e se transcreve. Uma maior reflexão da palavra que tenderá a modificar a própria estrutura do pensamento; A lei escrita: Drácon (séc. VII a.c.), Sólon e Clístenes (séc. VI a.c.) são os primeiros legisladores que marcaram uma nova era: a justiça, até então dependente da arbitrariedade dos reis ou da interpretação da vontade divina, é codificada numa legislação escrita. Regra comum a todos, norma racional, sujeita à discussão e modificação, a lei escrita passa a encarnar uma dimensão propriamente humana. As reformas provocadas pela legislação de Clístenes fundam a polis sobre uma base nova: a antiga organização tribal é abolida e estabelecem-se novas relações, não mais baseadas na consangüinidade, mas determinadas por nova organização administrativa. Tais modificações expressam o ideal igualitário que prepara a democracia nascente, pois a unificação do corpo social abole a hierarquia fundada no poder aristocrático das famílias; Da cidadania: o nascimento da polis (por volta dos séculos VIII a.c. e VII a.c.) é um acontecimento decisivo que marca um começo, uma verdadeira invenção, que provocou grandes alterações na vida social e nas relações entre os homens. A originalidade da cidade grega é que ela está centralizada na ágora (praça pública), espaço onde se debatem os problemas de interesse comum. A polis se faz pela autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, palavra dada pelos deuses e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do conflito, da discussão, da argumentação. O saber deixa de ser sagrado e passa a ser objeto de discussão. Agora, com a polis, a cidade política, surge a palavra como direito de cada cidadão de emitir em público sua opinião, discuti-la com os outros, persuadi-los a tomar uma decisão proposta por ele, de tal modo que surge o discurso político como diálogo, discussão de deliberação humana, isto é, como decisão racional e exposição dos motivos ou das razões para fazer ou não fazer alguma coisa. Separam-se na polis o domínio público e privado: isto significa que ao ideal de valor de sangue, restrito a grupos privilegiados em função do nascimento ou fortuna, se sobrepõe à justa distribuição dos direitos dos cidadãos enquanto representantes dos interesses da cidade. Está sendo elaborado o novo ideal de justiça, pelo qual todo cidadão tem direito ao poder. A nova noção de justiça assume caráter político, e não apenas moral, ou seja, ela não diz respeito apenas ao indivíduo e aos interesses da tradição familiar, mas se refere a sua atuação na comunidade. A idéia da lei como expressão da vontade de uma coletividade humana que decide por si mesma o que é melhor para si e como ela definirá suas relações internas; o surgimento da vida urbana: com predomínio do comércio e do artesanato, dando desenvolvimento a técnicas de fabricação e de troca, e diminuindo o prestígio das famílias da aristocracia proprietária de terras, por quem e para quem os mitos foram criados; além disso, o surgimento de uma classe de comerciantes ricos, que precisava encontrar pontos de poder e de prestígio para suplantar o velho poderio da aristocracia de terras e de sangue (as linhagens constituídas pelas famílias), fez com que se procurasse o prestígio pelo patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos,

7 favorecendo um ambiente onde a filosofia poderia surgir. Da democracia: o apogeu da democracia ateniense se dá no século V a.c. Atenas possuía meio milhão de habitantes, dos quais 300 mil eram escravos e 50 mil estrangeiros, excluídas mulheres e crianças, restavam apenas 10% considerados cidadãos propriamente ditos, capacitados para decidir por todos. Por isso quando falamos em democracia ateniense, é bom lembrar que a maior parte da população se achava excluída do processo político. Aliás, quanto mais se desenvolvia a idéia de cidadão ideal, com a consolidação da democracia, mais a escravidão surgia como contraponto indispensável, na medida em que ao escravo eram reservadas as tarefas consideradas menores dos trabalhos manuais e da luta pela sobrevivência. Mas não resta dúvida de que, na fase aristocrática anterior, havia ainda outros tipos de privilégios. O que enfatizamos no processo é a mutação do ideal político e o surgimento de uma nova concepção de poder; As viagens marítimas: que permitiram aos gregos descobrir que os locais que os mitos diziam habitados por deuses, titãs e heróis eram, na verdade, habitados por outros seres humanos; e que as regiões dos mares que os mitos diziam habitados por monstros e seres fabulosos não possuíam nem monstros nem seres fabulosos. As viagens produziram o desencadeamento ou a desmistificação do mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação sobre sua origem, explicação que o mito já não podia oferecer; A invenção do calendário: que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, revelando, com isso, uma capacidade de abstração nova, ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino incompreensível; As transformações decorrentes destas novidades levaram à necessidade de um pensamento que não apelasse para as fantasmagorias e imaginações. A atividade filosófica, enquanto abordagem racional e toda a forma de pensamento do ocidente, surge no contexto cultural grego, se expressando inicialmente como tentativa de explicar a realidade do mundo sem recorrer à religião. É o período dos chamados filósofos pré-socráticos, de cujas obras nos restam apenas alguns fragmentos. Dentre esses filósofos, alguns vão explicar o mundo apelando para um arqué, ou seja, o elemento constitutivo básico do qual a totalidade do universo seria constituída. Note-se que a preocupação é que haja um princípio ordenador, que dê ordem ao universo. O declínio do pensamento mítico e começo de um saber de tipo racional datase, então no século VI a.c. na Mileto jônica. E Tales, Anaximandro, Anaxímenes inauguram um novo modo de reflexão concernente à natureza que tomam por objeto de uma investigação sistemática. 2. OS PRÉ-SOCRÁTICOS Os primeiros pensadores que tentaram encontrar esta explicação racional foram os filósofos pré-socráticos, no século VI a.c. Estes filósofos preocuparam em encontrar a origem de todas as coisas e o elemento constitutivo de tudo o que existia. Eis a apresentação sintetizada destes filósofos e suas idéias: A escola Jônica Situadas na região da Jônia, alguns filósofos procuraram concentrar o seu estudo na Physis (natureza). Preocuparam com uma substância básica que existisse em todos os seres e que fosse a origem de tudo. Tales de Mileto: filósofo e matemático encontrou na água esta substância básica. Tales afirmava: Tudo é água, a terra está sobre a água e Tudo está cheio de deuses. Anaxímenes de Mileto: dizia que esta substância era o ar. Anaximandro de Mileto: afirmava que Tudo é Apeiron (infinito, indeterminado). Heráclito de Éfeso: despreocupado com esta substância básica afirma que Tudo é vir-aser ou Tudo flui, ou seja, o mundo é algo dinâmico, representa tensão e harmonia. Para Heráclito, existia prazer porque existia dor, alegria devido à tristeza, etc. Ele se tornou o estreante da dialética. A escola Eleática A escola Eleática se preocupou em encontrar um princípio racional como ponto de referência para qualquer tipo de conhecimento. Seus principais filósofos foram: Parmênides, Xenófanes e Zenão. Parmênides de Eléia: foi o grande pensador desta escola, tendo os outros dois como seguidores de suas idéias. O princípio racional de Parmênides era: O ser é. O nãoser não é. Dentro deste princípio Parmênides afirmará que o ser é UNO (indivisível) e IMÓVEL (o movimento é ilusório). Ele pode ser considerado o estreante da metafísica.

8 Zenão de Eléia: discípulo de Parmênides, elaborou argumentos para defender a doutrina de seu mestre. Com eles pretendia demonstrar que a própria noção de movimento era inviável e contraditória. Xenófanes: foi o fundador da escola eleática. A escola Itálica Pitágoras de Samos: foi o grande filósofo desta escola. Ele afirmava que tudo poderia ser atribuído pela matemática. Todas as coisas poderiam ser quantificáveis, ou seja, o número era a realidade primeira. Para Pitágoras o mundo nada mais era do que a passagem da unidade para a multiplicidade. O famoso teorema de Pitágoras na matemática, que afirma que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa, surgiu há dois mil e quinhentos anos atrás através dos estudos deste grande filósofo e matemático. A escola Atomista Nesta escola, destacaram-se Leucipo e Demócrito. Este último foi o mais importante. Leucipo de Mileto: a phýsis ou o Ser é o átomo, o não cortável, isto é o indivisível. Demócrito de Abdera: afirmava que todas as coisas eram compostas por átomos. Estes átomos eram partículas indivisíveis e de várias formas diferentes. Conforme a junção entre determinadas formas estruturavam-se as diversas matérias e substâncias. Outros grandes filósofos Empédocles de Agrigento: assim como os filósofos da Jônia, preocupou-se com uma substância básica. Enquanto os outros jônicos encontraram esta única substância, Empédocles encontrou quatro elementos básicos: terra, ar, água e fogo. Ele acreditava que tudo que existia partia da junção destes elementos. Anaxágoras de Clazomenas: afirmava que as transformações que se dão na Phisys devem ser pensadas em termos de composição e decomposição, unidade e multiciplidade. A filosofia pré-socrática se caracteriza pela preocupação com a natureza do mundo exterior. O nascimento da filosofia na Grécia é marcado pela passagem da cosmogonia para a cosmologia. A cosmogonia, típica do pensamento mítico, é descritiva e explica como do caos surge o cosmos, a partir da geração dos deuses, identificados às forças da natureza. Na cosmologia, as explicações rompem com a religiosidade: a arché (princípio) não se encontra mais na ordem do tempo mítico, mas significa princípio teórico, enquanto fundamento de todas as coisas. Daí a diversidade de escolas filosóficas, dando origem a fundamentações conceituais (e, portanto abstratas) muito diferentes entre si. Vamos destacar dois dentre os présocráticos: Heráclito e Parmênides. Relembramos também que o tempo destruiu grande parte da obra dos primeiros filósofos, deles nos restando apenas fragmentos e os comentários sobre seus textos feitos pelos filósofos do período clássico. Parmênides: a imobilidade do ser O ser é imóvel Parmênides ( a.c.) viveu em Eléia, cidade do sul da Magna Grécia (atual Itália) e é o principal expoente da chamada escola eleática. Elaborou importantíssima teoria filosófica na medida em que influenciou de forma decisiva o pensamento ocidental. Ocupou-se longamente em criticar a filosofia heraclitiana: ao tudo flui (panta rei) de Heráclito, contrapôs a imobilidade do ser. Para Parmênides é absurdo e impensável considerar que uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo. À contradição opõe o princípio segundo o qual o ser é e o não-ser não é. Mais tarde, os lógicos chamarão a isto princípio de identidade, base de toda construção metafísica posterior. Por raciocínios que não cabe examinar neste pequeno espaço, Parmênides conclui, a partir do princípio estabelecido, que o ser é único, imutável, infinito e imóvel. Não há, entretanto, como negar a existência do movimento no mundo que percebemos, onde as coisas nascem e morrem, mudam de lugar e se expõem em infinita multiplicidade. Para Parmênides, o movimento existe apenas no mundo sensível, e a percepção levada a efeito pelos sentidos é ilusória. Só o mundo inteligível é verdadeiro, pois está submetido ao princípio que hoje chamamos de identidade e de não-contradição. Uma das conseqüências dessa teoria é a identidade entre o ser e o pensar. Ou seja, as coisas que existem fora de mim são idênticas ao meu pensamento, e o que eu não conseguir pensar não pode ser na realidade. Heráclito: o eterno fluxo Tudo flui Heráclito ( a.c.) nasceu em Éfeso, na Jônia (atual Turquia). Tal como seus contemporâneos pré-socráticos, busca compreender a multiplicidade do real. Mas, ao contrário deles, não rejeita as contradições e quer apreender a realidade na sua mudança, no seu devir. Todas as coisas

9 mudam sem cessar, e o que temos diante de nós em dado momento é diferente do que foi há pouco e do que será depois: Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez não somos os mesmos, e também o rio mudou. Portanto não há ser estático, e o dinamismo pode bem ser representado pela metáfora do fogo, forma visível da instabilidade, símbolo da eterna agitação do devir, o fogo eterno e vivo, que ora se acende e ora se apaga. Para Heráclito o ser é o múltiplo. Não no sentido apenas de que existe a multiplicidade das coisas, mas de que o ser é múltiplo por estar constituído de oposições internas. O que mantém o fluxo do movimento não é o simples aparecer de novos seres, mas a luta dos contrários, pois a guerra é pai de todos, rei de todos. E é da luta que nasce a harmonia, como síntese dos contrários. Pode-se dizer que Heráclito teve a intuição da lógica dialética a ser elaborada por Hegel e depois Marx, no século XIX. 3. PLATÃO: Introdução Platão foi discípulo de Sócrates. Seu nome era Arístocles, e recebeu o pseudônimo de Platão por ter ombros largos. Ele foi responsável por ter escrito todas as idéias de Sócrates, pois este não deixou uma linha sequer. Sua obra apresenta-se em diálogos, característica da dialética. Ele fundou sua própria escola de filosofia chamada Academia, onde se ensinava matemática e ginástica além da própria filosofia. Os Sofistas No século V a.c. surgiram vários mestres ambulantes que passavam de cidade em cidade, e de casa em casa, ensinando aos jovens as suas sabedorias e cobrando pelos seus ensinamentos. Ensinavam a areté (a virtude, ou a habilidade). Preocupavam-se com o imediato da vida política e do poder. Portanto, ensinavam a Paidéia, o que significava a preparação do jovem para o ideal do homem belo e bom, sendo esta a principal virtude. A grande mudança de pensamento causada pelos sofistas foi o deslocamento do foco de estudo da razão: enquanto os présocráticos se concentravam na natureza para se chegar à compreensão racional do mundo, os sofistas vão se concentrar no homem. Protágoras, um dos mais eminentes sofistas, dizia: O homem é a medida de todas as coisas. Os sofistas afirmavam que o homem era o responsável pela criação dos valores. Outros grandes sofistas foram: Crítias, Górgias, Hippias. Sócrates: ironia e aporia. Sócrates ( a.c.) foi o grande filósofo por excelência. Ele viveu em Atenas no século V a.c. Era um homem feio, gordo, mas, quando falava, era dono de um estranho fascínio. Permanecia sempre em praça pública, discutindo com os jovens. Interpelava os transeuntes, dizendo-se ignorante, e fazia perguntas aos que julgavam entender determinado assunto. Colocava interlocutor em tal situação que não havia saída senão reconhecer a própria ignorância. Suas máximas eram: Conhecete a ti mesmo e Só sei que nada sei. Com estas frases, Sócrates demonstrava: primeiro, o ponto de partida para se chegar ao conhecimento era o próprio homem; e segundo, que só a partir do reconhecimento de sua própria ignorância é que se pode alcançar a sabedoria. Sócrates, através do diálogo, questionava os jovens e seus conhecimentos aprendidos com os sofistas. Diferentemente dos sofistas, Sócrates mantém a separação entre opinião e verdade, entre aparência e realidade, entre percepção sensorial e pensamento. Por isso, sua busca visa a alcançar algo muito precioso: passar da multiplicidade de opiniões contrárias, da multiplicidade de aparências opostas, da multiplicidade de percepções divergentes à unidade do conceito ou da idéia (que é a definição universal e necessária da coisa procurada). Ele não se preocupava em transmitir conhecimentos verdadeiros e acabados, e sim indagar os jovens de tal forma que eles mesmos chegassem ao conhecimento. Esta era a chamada maiêutica socrática, a arte de dar a luz aos espíritos. Sócrates foi um grande crítico e usava da ironia para questionar aqueles que se achavam sábios. Com sua crítica aos ensinamentos dos sofistas, os quais não admitiam questionamentos, Sócrates foi considerado um subversivo em sua época. Sendo assim, o grande filósofo de Atenas acabou sendo condenado à morte, obrigado a tomar cicuta. Cabe a Sócrates o mérito de ter colocado em questão a importância da definição de conceitos para se organizar o saber. Ele não escreveu nada; coube a seus seguidores, principalmente Platão, seu mais importante discípulo, todos os relatos a respeito de seus diálogos e idéias. A Maiêutica Libertos do orgulho e da pretensão de que tudo sabiam, os discípulos podiam então iniciar o caminho da reconstrução de suas próprias idéias. Novamente, Sócrates lhes propunha uma série de questões

10 habilmente colocadas. Nesta segunda fase do diálogo, o objetivo de Sócrates era ajudar seus discípulos a conceberem suas próprias idéias. Assim, transportava para o campo da filosofia o exemplo de sua mãe, Fenareta, que, sendo parteira, ajudava a trazer crianças ao mundo. Por isso, essa fase do diálogo socrático, destinada à concepção de idéias, era chamada de maiêutica, termo grego que significa arte de trazer à luz. Um corruptor da juventude? Sócrates não dava importância à posição socioeconômica de seus discípulos. Dialogava com ricos e pobres, cidadãos e escravos. O que importava eram as condições interiores, psicológicas, de cada pessoa, pois essas condições eram indispensáveis ao processo de autoconhecimento. Para a democracia ateniense, da qual não participava a maioria da população, composta de escravos, estrangeiros e mulheres, Sócrates foi considerado subversivo. Representava uma ameaça social, na medida em que desrespeitava a ordem vigente e dirigia suas atenções para as pessoas, sem fazer distinções de classe ou posição social. Interessado tão-somente na prática da virtude e na busca da verdade, contrariava os valores dogmáticos da sociedade ateniense. Por isso, recebeu a acusação de ser injusto com os deuses da cidade e de corromper a juventude. No final do processo foi condenado a beber cicuta (veneno extraído de uma planta do mesmo nome). Diante de seus juizes, Sócrates assumiu uma postura viril, altaneira, imperturbável, de quem nada teme. Permanecia absolutamente em paz com sua própria consciência. Se alguém lhe perguntasse Não te envergonhas, Sócrates, de ter dedicado a vida a uma atividade pela qual te condenam a morte?, ele responderia: Estás enganado, se pensas que um homem de bem deve ficar pesando, ao praticar seus atos, sobre as possibilidades de vida ou de morte. O homem de valor moral deve considerar apenas, em seus atos, se eles são justos ou injustos, corajosos ou covardes. Foi assim que Sócrates procurou caracterizar sua vida: construindo uma personalidade corajosa e guiando sua conduta pelo seu critério de justiça. Viveu conforme sua própria consciência. Morreu sem ter renunciado a seus mais caros valores morais. Teoria das idéias: o mito da caverna Teoria do conhecimento: teoria das reminiscências uma alma imortal Mundo das Idéias e Mundo dos Sentidos Uma das primeiras preocupações de Platão era a relação entre o eterno e imutável, de um lado, e o que flui de outro. Enquanto os sofistas consideravam questões a respeito da moral do homem e os ideais ou virtudes da sociedade como algo que se modificava de cidade-estado para cidade- Estado e de geração para geração, Sócrates acreditava em regras ou normas eternas. Portanto, Platão seguindo a mesma orientação de seu mestre vai se preocupar com o eterno e imutável tanto na natureza quanto na moral e na sociedade. Sendo assim, ele fará uma divisão entre dois mundos, ou seja, Platão defende um dualismo psicofísico no que se refere ao homem, ou seja, a alma, como pertencente ao mundo das idéias, é imortal; enquanto o corpo, como pertencente ao mundo dos sentidos, é perecível. Sendo assim, segundo a visão platônica, as idéias são inatas, estão adormecidas até que se entre em contato com o mundo concreto. É a chamada teoria das reminiscências. O mundo da natureza é para Platão um mundo dos sentidos, feito de material sujeito a corrosão do tempo; neste mundo tudo flui e é passageiro. Porém existe um outro mundo feito de formas eternas e imutáveis, este mundo é o mundo das idéias. A estas formas, imagens padrão, imagens primordiais, Platão chamou de mundo das idéias. O mundo dos sentidos seria apenas uma cópia imperfeita do mundo das idéias. E o caminho do filósofo deve compreender a passagem do mundo dos sentidos, imperfeito, enganoso e feito de opiniões incertas, para o mundo das idéias, feito de um conhecimento seguro que reconhecemos com a razão. Podemos dizer que: a razão é eterna e universal, justamente porque elas só se manifesta sobre dados que são eternos e universais. Dialética Platônica A primeira etapa do processo de conhecimento é dominada pelas impressões ou sensações advindas dos sentidos. Essas impressões sensíveis são responsáveis pela opinião que temos da realidade. A opinião (doxa) representa o saber que temos sem tê-lo procurado metodicamente. O conhecimento, entretanto, para ser autêntico, deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, o plano da opinião, e penetrar na esfera racional da sabedoria, o mundo das idéias. Para atingir esse mundo, o homem não pode ter apenas amor às opiniões (filodoxia); precisa possuir um amor ao saber (filosofia). O método proposto por Platão para

11 atingir o conhecimento autêntico (epistéme) é a dialética. A dialética consiste na contraposição de uma opinião com a crítica que dela podemos fazer, ou seja, na afirmação de uma tese qualquer seguida de uma discussão e negação desta tese, com o objetivo de purificá-la dos erros e equívocos. Segundo Platão todos os objetos sensíveis possuem caráter contraditório, pois o intermédio entre o ser e o não-ser e apropriados como objeto de opinião mas não de conhecimento, ou seja, o que é belo é também, sob certo aspecto, feio; o que é justo é, sob certo aspecto, injusto, e assim por diante. Teoria política A república Platão cria um Estado idealizado e utópico, em um desejo de reconstrução da polis grega. Como características deste Estado, defende a abolição da família e da propriedade privada, direitos iguais para as mulheres e educação das crianças através de um sistema público. Ele cria um sistema classista e uma sofocracia na sociedade, estabelecendo uma comparação entre o corpo, a alma e o Estado. A organização dessa sociedade classista aconteceria da escola. Haveria um processo de seleção ao longo da formação acadêmica. Ao completar vinte anos, os alunos que menos se destacassem seriam TEXTO COMPLEMENTAR ALEGORIA DA CAVERNA - O MITO DA CAVERNA Trata-se de um trecho do Livro VII de A República: no diálogo, as falas na primeira pessoa são de Sócrates, e.seus interlocutores, Glauco e Adimanto, são os irmãos mais novos de Platão. Agora continuei - representa da seguinte forma o estado de nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens em morada subterrânea, em forma de caverna, que tenha em toda a largura uma entrada aberta para a luz; estes homens aí se encontram desde a infância, com as pernas e o pescoço acorrentados, de sorte que não podem mexer-se nem ver alhures exceto diante deles, pois a corrente os impede de virar a cabeça; a luz lhes vem de um fogo aceso sobre uma eminência, ao longe atrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa um caminho elevado; imagina que, ao longo deste caminho, erguese um pequeno muro, semelhante aos tabiques que os exibidores de fantoches erigem à frente deles e por cima dos quais exibem as suas maravilhas. Vejo isso disse ele. Figura, agora, ao longo deste pequeno muro homens a transportar objetos considerados como alma de bronze e representariam os trabalhadores. Completados mais dez anos de estudo, aqueles que menos destacaram seriam considerados como alma de prata e representariam os guerreiros. Os mais notáveis que sobrariam destes cortes, por terem alma de ouro, seriam os filósofos. Dentre eles, aos cinqüenta anos, seriam escolhidos o corpo supremo dos magistrados, aqueles que ficariam responsáveis pelo governo da cidade. O mito da caverna Do clássico A República, temos no livro VII, A Alegoria da Caverna (em anexo). Neste capítulo o pensamento de Platão pode ser expresso e entendido por duas vias. A visão epistemológica e a política. Na visão epistemológica, o mito da caverna é uma alegoria a respeito das duas principais formas de conhecimento: na teoria das idéias, Platão distingue o mundo sensível, dos fenômenos, e o mundo inteligível, das idéias. A visão política entende-se o papel do sábio, que é ensinar e governar, pois os homens não vêem. Para Platão o filósofo é o único que pode atingir o mundo das idéias, usando o caminho do conhecimento. Tratase da necessidade da ação política, da transformação dos homens e da sociedade, desde que essa ação seja dirigida pelo modelo ideal contemplado. de todo gênero, que ultrapassam o muro, bem como estatuetas de homens e animais de pedra, de madeira e de toda espécie de matéria; naturalmente, entre estes portadores, uns falam e outros se calam. Eis exclamou um estranho quadro e estranhos prisioneiros! Eles se nos assemelham repliquei mas, primeiro, pensas que em tal situação jamais hajam visto algo de si próprios e de seus vizinhos, afora as sombras projetadas pelo fogo sobre a parede da caverna que está à sua frente? E como poderiam? observou se são forçados a quedar-se a vida toda com a cabeça imóvel? E com os objetos que desfilam, não acontece o mesmo? Incontestavelmente. Se, portanto, conseguissem conversar entre si não julgas que tomariam por objetos reais sombras que avistassem?. Necessariamente Considera agora o que lhes sobrevirá naturalmente se forem libertos das cadeias e curados da ignorância. Que se separe um desses prisioneiros, que o forcem a levantar-se imediatamente, a volver o pescoço, a caminhar, a erguer os olhos à luz: ao efetuar todos esses movimentos

12 sofrerá, e o ofuscamento o impedirá de distinguir os objetos cuja sombra enxergava há pouco. O que achas, pois, que ele responderá se alguém lhe vier dizer que tudo quanto vira até então eram vãos fantasmas, mas que presentemente, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, vê de maneira mais justa? Se, enfim, mostrando-lhe cada uma das coisas passantes, o obrigar, à força de perguntas, a dizer o que é isso? Se, e, dizer o que é isso? Não crês que ficará embaraçado e que as sombras que viu há pouco lhe parecerão mais verdadeiras do que os objetos que ora lhe são mostrados? Muito mais verdadeiras reconheceu ele. E se o forçam a fitar a própria luz, não ficarão os seus olhos feridos? Não tirará dela a vista, para retornar às coisas que pode olhar, e não crerá que estas são realmente mais distintas do que as outras que lhe são mostrados?. Seguramente. E se prossegui o arrancam à força de sua caverna, o compelem a escalar a rude e escarpada encosta e não o soltam antes de arrastá-lo até a luz do sol, não sofrerá ele novamente e não se queixará destas violências? E quando houver chegado à luz, poderá, com os olhos completamente deslumbrados pelo fulgor, distinguir uma só das coisas que agora chamamos verdadeiras? Não poderá respondeu ; ao menos desde logo. Necessitará, penso, de hábito para ver os objetos da região superior. Primeiro distinguirá mais facilmente as sombras, depois as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas, a seguir os próprios objetos. Após isso, poderá, enfrentando a claridade dos astros e da lua, contemplar mais facilmente durante a noite os corpos celestes e o céu mesmo, do que durante o dia o sol e sua luz. Sem dúvida. Por fim, imagino, há de ser o sol, não suas vãs imagens refletidas nas águas ou em qualquer outro local, mas o próprio sol em seu verdadeiro lugar, que ele poderá ver e contemplar tal como é. Necessariamente. Depois disso, há de concluir, a respeito do sol, que é este que faz as Partilho de tua opinião - replicou - na medida em que posso. estações e os anos, que governa tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é causa de tudo quanto ele via, com os seus companheiros, na caverna. Evidentemente, chegará a esta conclusão Imagina ainda que este homem torne a descer a caverna e vá sentar-se em seu antigo lugar; não terá ele os olhos cegados pelas trevas, ao vir subitamente do pleno sol? Seguramente sim disse ele. E se, para julgar estas sombras, tiver de entrar de novo em competição, com os cativos que não abandonaram as correntes, no momento em que ainda está com a vista confusa e antes que seus olhos se tenham reacostumado (e o hábito à obscuridade exigirá ainda bastante tempo), não provocará riso à própria custa e não dirão eles que, tendo ido para cima, voltou com a vista arruinada, de sorte que não vale mesmo a pena tentar subir até lá? E se alguém tentar soltá-los e conduzi-los ao alto, e conseguissem eles pegá-lo e matá-lo, não o matarão? Sem dúvida alguma respondeu. Agora, meu caro Glauco continuei cumpre aplicar ponto por ponto esta imagem ao que dissemos mais acima, comparar o mundo que a vista nos revela à morada da prisão e a luz do fogo que a ilumina ao poder do sol. No que se refere à subida à região superior e à contemplação de seus objetos, se a considerares como a ascensão da alma ao lugar inteligível, não te enganarás sobre o meu pensamento, posto que também desejas conhecê-lo. Deus sabe se ele é verdadeiro. Quanto a mim, tal é minha opinião: no mundo inteligível, a idéia do bem é percebida por último e a custo, mas não se pode percebê-la sem concluir que é a causa de tudo quanto há de direito e belo em todas as coisas; que ela engendrou, no mundo visível, a luz e o soberano da luz; que, no mundo inteligível, ela própria é soberana e dispensa a verdade e a inteligência; e que é preciso vê-la para conduzir-se com sabedoria na vida particular e na vida pública. (Platão, A República, v. II, p. 105 a 109. li, p. (105 a l09.)

13 ARISTÓTELES: Metafísica: Introdução: Aristóteles foi filósofo e cientista. Pode ser considerado como o último filósofo grego e o primeiro grande biólogo da Europa. Foi aluno de Platão durante vinte anos, e assim como Platão havia fundado a Academia, Aristóteles fundou uma escola chamada Liceu. Acima de tudo, Aristóteles foi um grande organizador de conceitos e um pesquisador da natureza. A crítica a Platão Aristóteles retoma a problemática do conhecimento e se preocupa em definir a ciência como conhecimento verdadeiro, conhecimento pelas causas, capaz de superar os enganos da opinião e de compreender a natureza do devir. Mas ao analisar a oposição entre o mundo sensível e o inteligível segundo a tradição de Heráclito, Parmênides e Platão, Aristóteles recusa as soluções apresentadas e critica pormenorizadamente o mundo separado das idéias platônicas. Para ele, as idéias não são inatas como afirmava Platão. Aristóteles parte do estudo do mundo concreto e conclui que as idéias surgem a partir do conhecimento empírico, da experiência vivida. As categorias: substância e acidente. A teoria de Aristóteles se baseia em três distinções fundamentais, que passamos a descrever simplificadamente: substânciaessência-acidente; ato-potência; forma-matéria, que por sua vez desembocam na teoria das quatro causas. Aristóteles traz a idéias do céu à terra : rejeita o mundo das idéias de Platão, fundindo o mundo sensível e o inteligível no conceito da substância, enquanto aquilo que é em si mesmo, ou enquanto suporte dos atributos. Ora, quando dizemos algo de uma substância, podemos nos referir a atributos que lhe convêm de tal forma que, se lhe faltassem, a sustância não seria o que é. Designamos esses atributos de essência propriamente dita, e chamamos de acidente o atributo que a substância pode ter ou não, sem deixar de ser o que é. Então, a substância individual este homem tem como características essenciais os atributos pelos quais este homem é homem (Aristóteles diria, a essência do homem é a racionalidade) e outros, acidentais (como ser gordo, velho ou belo), atributos esses que não mudam o ser do homem em si. No entanto, o problema das transformações dos seres ainda não se resolve com os conceitos de essência e acidente, e por isso Aristóteles recorre às noções de forma e matéria. Matéria é o princípio indeterminado de que o mundo físico é composto, é aquilo de que é feito algo, o que não coincide exatamente o que nós entendemos por matéria, na física, por se caracterizar pela indeterminação. Forma é aquilo que faz com que uma coisa seja o que é. Todo ser é constituído de matéria e forma, princípios indissociáveis. Enquanto a forma é o princípio inteligível, a essência comum aos indivíduos da mesma espécie, pela qual todos são o que são, a matéria é pura passividade, contendo a forma em potência. Numa estátua, por exemplo, a matéria (que nesse caso é a matéria segunda, pois já tem alguma determinação) é o mármore; a forma é a idéia que o escultor realiza na estátua. É através da noção de matéria e forma que se explica o devir. Todo ser tende a tornar atual a forma que tem em si como potência. A potência é a capacidade de tornar-se alguma coisa e, para tal, é preciso que sofra a ação de outro ser já em ato. Teoria das quatro causas O movimento é a passagem da potência para o ato. A semente que contém o carvalho em potência foi gerada por um carvalho em ato. Tais considerações levam à distinção dos diversos tipos de movimento e às causas do movimento ou teoria das quatro causas: as mudanças derivam da causa material, da causa formal, da causa eficiente e da causa final. Causa formal: é aquilo que faz com que um ser seja tal ser determinado; Causa material: é aquilo de que algo surge, a matéria de que é uma coisa é feita; Causa eficiente: é aquilo pelo qual uma coisa é, o fenômeno que produz outro; Causa final: é aquilo em razão do qual algo existe, é o fim pretendido na consecução de um ato. Causa primordial, primeiro motor imóvel, ato puro: DEUS. Toda a estrutura teórica da filosofia aristotélica desemboca na teologia. A descrição das relações entre as coisas leva ao reconhecimento da existência de um ser superior e necessário, ou seja, Deus. Isso porque, se as coisas são contingentes, já que não têm em si mesmas a razão de sua existência, é preciso concluir que são produzidas por causas a elas exteriores. Assim, todo ser contingente foi produzido por outro ser, que também é contingente e assim por diante. A escada da natureza Para Aristóteles tudo o que ocorre na natureza pode ser dividido em dois grupos principais: o grupo das coisas inanimadas e o grupo das criaturas vivas. No primeiro grupo

14 temos como exemplo: as pedras, gotas de água e torrões de terra. Já no segundo, o das criaturas vivas, possuem dentro de si uma potencialidade de transformação. Para Aristóteles, a natureza progride das coisas inanimadas para as criaturas vivas. Ao reino das coisas inanimadas segue-se primeiramente o reino das plantas, que, em relação ao reino das coisas inanimadas, parece quase animado, e em relação ao reino dos animais parece quase inanimado. Aristóteles divide o reino das criaturas vivas em dois subgrupos, o dos animais e o do homem. Ética Aristóteles acha que o homem só é feliz se puder desenvolver e utilizar todas as suas capacidades e possibilidades. Aristóteles acreditava em três formas de felicidades: a primeira forma de felicidade é uma vida de prazeres e satisfações. A segunda forma de felicidade é uma vida como cidadão livre, responsável. E a terceira forma de felicidade é a vida como pesquisador e filósofo. Ressalta que é necessário integrar essas três formas afim de que o homem possa levar uma vida realmente feliz. Ele recusa toda e qualquer decisão unilateral. No que concerne às virtudes, Aristóteles chama a atenção para um meio termo de ouro. Não devemos ser nem covardes, nem audaciosos, mas corajosos. (Coragem de menos significa covardia e coragem demais significa audácia). Também não devemos ser avarentos, nem extravagantes, mas generosos. (Generosidade de menos é avareza e generosidade demais é extravagância). O mesmo vale para a alimentação. Política Aristóteles critica o autoritarismo de Platão, considerando sua utopia impraticável e inumana. Recusa a sofocracia platônica que atribui poder ilimitado a apenas uma parte do corpo social, os mais sábios. A reflexão aristotélica sobre a política não se separa da ética, pois a vida individual está conjugada com a vida comunitária. Se Aristóteles conclui que a finalidade da ação moral é a felicidade do indivíduo, também a política tem por fim organizar a cidade feliz. Dá importância a educação na formação ética dos indivíduos. A justiça é o que garante o princípio da igualdade. Refere a uma justiça distributiva, segundo a qual a distribuição justa é a que leva em conta o mérito das pessoas. Isso significa que não se pode dar o igual para desiguais, já que as pessoas são diferentes. Para Aristóteles, a justiça está intimamente ligada ao império da lei, pela qual se faz prevalecer a razão sobre paixões cegas. Para Aristóteles o cidadão seria aquele que tivesse qualidades que variavam conforme as exigências da constituição aceita pela cidade. Excluía os escravos, os estrangeiros e as mulheres. Excluí também da cidadania a classe dos artesãos, comerciantes e trabalhadores braçais em geral, em primeiro lugar porque a ocupação não lhes permite o tempo de ócio necessário para participar do governo e segundo lugar porque, reforçando o desprezo que os antigos tinham pelo trabalho manual, Aristóteles pondera que esse tipo de atividade embrutece a alma e torna o indivíduo incapaz da prática de uma virtude esclarecida. Aristóteles estabelece uma tipologia das formas de governo que se tornou clássica. Usa o critério de número, da quantidade, para distinguira a monarquia, a aristocracia e a politéia. Aristóteles considera que as três formas de governo podem ser consideradas boas, quando visam o interesse comum, e más, corrompidas, degeneradas, quando têm como objetivo o interesse particular. Visão da mulher A visão que Aristóteles tinha da mulher não era tão animadora quanto a de Platão. Para ele a mulher era o homem inacabado, incompleto. O homem dá a forma e a mulher a substância, na formação da criança. Noções de lógica: Introdução A diferença entre forma e substância também é muito importante quando Aristóteles descreve como o homem reconhece as coisas do mundo. Quando reconhecemos as coisas, nós a colocamos em diferentes grupos ou categorias. Aristóteles foi um organizador, um homem extremamente meticuloso, que queria pôr ordem nos conceitos dos homens. Fundou a ciência da lógica e estabeleceu uma série de normas rígidas para que as conclusões ou provas pudessem ser consideradas logicamente válidas. A palavra lógica vem do grego logos, que significa palavra, expressão, pensamento, conceito, discurso, razão. Portanto, a lógica oferece as regras do pensamento correto. A lógica foi tratada como ciência por Aristóteles. A lógica aristotélica foi apresentada em sua obra Órganon, que significa instrumento (ou seja, o instrumento para se proceder corretamente no pensar). Aristóteles se preocupava com as leis do pensamento e o ato de raciocinar (argumentar) propriamente dito. O que é o raciocínio? É um tipo de operação discursiva do pensamento, consistente em encadear logicamente juízos e deles tirar uma conclusão. É um tipo de conhecimento mediato, isto é, procede por mediação entre determinados elementos básicos. Para se construir um raciocínio lógico, é preciso organizar os elementos básicos necessários à sua construção. Eis um exemplo de raciocínio lógico: Toda baleia é um mamífero.

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