RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA
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- Vitorino Camilo Freire
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1 RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA 1) Para Parmênides o devir ou movimento é uma mera aparência provocada pelos enganos de nossos sentidos. A realidade é constituída pelo Ser que é identificado com o pensar, ou seja, o Ser puramente inteligível, uno, imóvel, imutável e ingênito. Já Heráclito ficou conhecido como o "filósofo do devir", sustentando a realidade como processo em que todo ser é um vir-a-ser, ou seja, o real como um dinamismo provocado pela luta dos contrários. Assim, na filosofia de Heráclito o Cosmo é constituído por um eterno fluxo, um movimento compreendido como alternância de opostos e gerador de uma ordem. Platão concilia tais posições a partir da compreensão de que existe tanto a realidade constituída pelo devir, o mundo sensível ou dos sentidos, quanto a realidade do Ser imóvel e eterno, o mundo inteligível ou das ideias. No mundo dos sentidos toda a realidade é a do movimento, tal como preconizado por Heráclito, em que todas as coisas mudam, se transformam e, portanto, são de caráter transitório, perecível e cópia de um verdadeiro Ser ou modelo eterno que constitui o mundo das ideais. Desse modo, no mundo das ideias existe o Ser, tal como compreendido por Parmênides, um Ser todo inteiro, inabalável, forma ou essência eterna e que é distinto dos seres do mundo sensível, na medida em que esses são apenas cópias imperfeitas daquele verdadeiro Ser.
2 2) Segundo Tomás de Aquino a razão prova a existência de Deus a posteriori, ou seja pelos efeitos, pois ela não pode alcançar a natureza intima de Deus, pois Deus é puro espírito e o homem é alma, mas ainda é também corpo e, por isso, não pode contemplar diretamente o criador. No entanto, a partir da observação das realidades sensíveis, a razão encontra os vestígios imperfeitos da substância de Deus. Isso significa que, por meio dos sentidos, a razão ao perceber como todas as coisas e seres do mundo existem para a realização de um fim e que não são dotados de inteligência própria, mas buscam realizar aquilo que é próprio de suas naturezas, é forçoso admitir uma inteligência ordenadora como aquela que comanda e dirige, a semelhança de um arqueiro que atira a flecha na direção de seu alvo. Essa inteligência é Deus. A filosofia de Tomás de Aquino foi conhecida como filosofia aristotélico-tomista pelo modo com que ele cristianizou o pensamento daquele filósofo da antiguidade. Na teoria das quatro causas, Aristóteles estabeleceu que todas as substâncias existem a partir de quatro causas: a material, a formal, a eficiente e a final. Ele considerava que a causa final é a mais importante de todas, pois acreditava que tudo na natureza existe em função de um "telos" ou fim. Assim, isso explica toda ideia de movimento ou atualização das potências dos seres e, consequentemente, suas próprias razões de ser ou existir. Daí, para realizar seu fim, todo ser sofre a ação de um outro para atualizar suas potências e, se há o movimento, é necessário admitir um primeiro ser movente ou motor imóvel, este seria um ato puro, sem potência, mas absolutamente necessário para dar sentido a todo movimento. Esse Ser será, para Tomás de Aquino, Deus.
3 3) A moral de escravos é permeada pela passividade humana, indivíduos que negam a vida e toda a sua vontade de poder. Nela, a ideia de valor é a que opõe o bem e o mal, sendo o bem a fraqueza, a resignação, a pobreza, a negação dos desejos e instintos, o voltar-se para uma outra ordem, um outro mundo. Já o mal é entendido como valorização dos desejos e apetites, perseguindo essa vida, querer a luta e ambicionar grandes coisas. Assim, trata-se de uma moral que subjuga o homem e massacra toda a sua vontade, pois ao negar as paixões e ambições, ele está negando a própria vida e opondo a ela valores pretensamente superiores. Na moral de escravos o ideal é o da procura da paz e do repouso. O homem se torna enfraquecido e diminuído em sua potência. A alegria de viver é transformada em ódio à vida, o ódio dos impotentes. A conduta humana, orientada pelo ideal ascético, torna-se marcada pelo ressentimento. O ressentimento nasce da fraqueza e é nocivo ao fraco. O homem ressentido, incapaz de esquecer e fica "envenenado" pela sua inveja e impotência ante os espíritos fortes e audazes. A Vontade de poder ou de potência é compreendida por Nietzsche como a fundamental força motriz no ser humano. Força de realização, ambição e esforço para alcançar a posição mais alta possível na vida. Segundo o filósofo a vida é uma vontade de potência, mas com o desenvolvimento da moral de escravos ou de rebanho ocorreu o "estrangulamento" dessa força, pois o homem resignado e que se faz impotente, nega que deseja as grandes coisas e estabelece como ideal a quietude e conformismo. Segundo Nietzsche, na proposta de transvaloração de todos os valores, cabe ao homem criticar aqueles valores tradicionais de resignação ou rebanho e estabelecer a ideia de valor que diz sim a vida, quer a luta, ambiciona pelas grandes coisas e extravasa toda a vontade de potência, inerente ao homem. De um ser que se fez pequeno e humilhado, o homem se faz criador de valores, buscar ir para além do homem, o super-homem, tal como descrito na obra de Nietzsche.
4 4) O ceticismo teórico de Hume constitui o entendimento de que não é possível estabelecer qualquer conhecimento de modo universal e necessário e que, portanto, toda ciência opera num campo de probabilidades e nunca de certezas irrefutáveis. Sendo a base de todo o conhecimento as impressões e, na medida em que estas são variáveis e inconstantes, não é possível extrair da natureza leis universais. Assim, nossas convicções, asseverava Hume, resultam da força do hábito. É pelo hábito que o homem é levado a acreditar em nexos causais ou relações necessárias de causa e efeito e, na medida em que o hábito é tão somente crença ou costume adquirido pela repetição ou sucessão dos eventos observados, não tem valor epistemológico racional e não pode ser colocado como certeza. Hume situa que todo o conhecimento tem como ponto de partida as impressões, que são as percepções mais fortes e vivas e que são aquelas dadas pelos sentidos. Assim, Hume é designado como empirista radical, sustentando que nossas ideias ou pensamentos são meras cópias ou representações mentais das impressões.
5 Kant, por sua vez, pode ser designado como um racionalista crítico, pois defendia que a experiência sensível é importante, mas destacava que ela só seria possível para o homem a partir de certas categorias a priori, ou seja, estruturas que se encontram no sujeito ou razão. Daí, para o filósofo, a razão dá a forma e os objetos da experiência sensível dão a matéria do conhecimento. Por isso, Kant estabeleceu que a razão só poderia conhecer o que ela mesma poderia produzir ou traduzir dos objetos da experiência, algo que foi denominado por ele como "fenômeno".
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