Platão 428/27 348/47 a.c.

Transcrição

1 Professor Ricardo da Cruz Assis Filosofia - Ensino Médio Platão 428/27 348/47 a.c. O corpo é inimigo do espírito, o sentido se opõe ao intelecto, a paixão contrasta com a razão. 1

2 Platão e Sócrates Representação medieval 2

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4 HYBRIS Hybris (em grego ὕϐρις, "hýbris"), na mitologia grega, era a daemon que personifica a insolência, violência, lascívia, orgulho imprudente, arrogância e qualquer comportamento ultrajante no geral. A Hybris se caracterizada pelas suas atitudes que passam do limite, aludindo a uma confiança excessiva, um orgulho exagerado, presunção, arrogância ou insolência, que com frequência termina sendo punida. Possui desprezo temerário pelo espaço pessoal alheio, unido à falta de controle sobre os próprios impulsos, sendo um sentimento violento inspirado pelas paixões exageradas, consideradas doenças pelo seu caráter irracional e desequilibrado. 4

5 O espírito humano é peregrino neste mundo e prisioneiro na caverna do corpo. Deve, pois, transpor este mundo e libertar-se do corpo para realizar o seu fim, isto é, chegar à contemplação do inteligível, para o qual é atraído por um amor nostálgico, pelo eros platônico. Platão foi o fundador da primeira instituição de ensino superior do mundo ocidental, a academia, criada em 387 a.c., teve esse nome por estar situada nos jardins do filósofo Academos 5

6 O conhecimento humano é dividido em dois graus: O conhecimento sensível, particular, mutável e relativo; O conhecimento intelectual, universal, imutável, absoluto, que ilumina o primeiro conhecimento, mas que dele não se pode derivar. 6

7 Desenvolvendo, exagerando, exasperando a doutrina da maiêutica socrática, Platão diz que os conceitos são a priori, inatos no espírito humano, donde têm de ser oportunamente tirados, e sustenta que as sensações correspondentes aos conceitos não lhes constituem a origem, e sim a ocasião para fazê-los reviver, relembrar. 7

8 Do mundo material e contingente, não há ciência, devido à sua natureza inferior, mas apenas é possível, no máximo, um conhecimento sensível verdadeiro - opinião verdadeira - que é precisamente o conhecimento adequado à sua natureza inferior. Pode haver conhecimento apenas do mundo imaterial e racional das ideias pela sua natureza superior. O mundo ideal, racional para Platão - transcende inteiramente o mundo empírico, material, em que vivemos. 8

9 As ideias não são, no sentido platônico, representações intelectuais, formas abstratas do pensamento, são realidades objetivas, modelos e arquétipos eternos de que as coisas visíveis são cópias imperfeitas e fugazes. Assim a ideia de homem é o homem abstrato perfeito e universal de que os indivíduos humanos são imitações transitórias e defeituosas. 9

10 O mundo em que vivemos é mera sombra, onde nada é estável ou permanente, impossibilitando o verdadeiro conhecimento, existe um reino mais elevado e espiritual, o mundo luminoso das idéias. 10

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22 Comparação com a Atualidade Extraindo a sabedoria que A Alegoria da Caverna nos ensina, percebemos que muitas vezes a realidade é outra, encoberta pelas sombras do desconhecimento. E não é fácil aceitar a realidade, convencer-se de que uma doutrina acatada por dezenas de anos possa conter ilusões. Mostra-nos a visão de uma humanidade ignorante, prisioneira das sensações, do imediatismo e inconsciente de sua limitada perspectiva. 22

23 A analogia é um ataque aos nossos hábitos de pensamentos. Aceitamos os objetos concretos que nos cercam como reais. Mas eles não são. São apenas cópias imperfeitas e menos reais de formas imutáveis e eternas. Essas formas são as realidades permanentes, ideais e originais a partir das quais são construídas cópias concretas, imperfeitas e corruptíveis. 23

24 - O que é o mundo exterior? O mundo das idéias verdadeiras ou da verdadeira realidade. - Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A dialética. - O que é a visão do mundo real iluminado? A filosofia. - Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o filósofo (Platão está se referindo à condenação de Sócrates à morte pela assembléia ateniense)? Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro. 24

25 REFLEXÕES: O homem sabe que o poder corrompe. O homem quer o poder para mudar o que está errado. Logo, o homem quer se corromper para mudar. O poder seduz o ignorante, o despreparado, o homem que não caminha em direção à luz, mas que precisa do jogo político para se sentir importante. Fora do jogo não sobrevive a um mínimo pensar. O aprendizado para tornar-se um homem lúcido passa por sofrimento e solidão, já que pensar é uma ato individual e necessita abstrair-se de prazeres materiais e transitórios. Pensar necessita querer sair das trevas da ignorância com coragem e abnegação. 25

26 As amarras individuais são verdadeiras prisões guardadas pelo medo e pela ignorância, onde quebrar os ferrolhos leva o homem ao caminho da luz e da soberania. Uma vez livre, a própria liberdade se encarregará de uni-lo a outros homens, também livres, formando nova corrente do pensar. Vamos sair da caverna. Vamos descobrir que a luz do sol brilha intensamente e é possível determinar que os rumos das nossas vidas podem ser direcionadas por nós, não por homens de almas lamacentas. 26

27 POLÍTICA: O CAMINHO PARA A REALIZAÇÃO PLENA DA FILOSOFIA A República 27

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30 "Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente." (Platão, Carta Sétima, 326b). 30

31 - Magistrados e Militares não deveriam manter nenhuma posse, pois: a propriedade impede as pessoas de se dedicarem ao bem da coletividade - O casamento e a vida familiar seriam proibidos, as uniões seriam decididas por juízes, com o objetivo de manter o vigor da raça - O que Platão imaginava como uma sociedade perfeita não passava de um novo regime aristocrático, dirigido por homens e mulheres inteiramente dedicados ao serviço público e ao aperfeiçoamento da raça humana. 31