Mercados informação de negócios
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- Izabel da Conceição Santarém
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1 Mercados informação de negócios Grécia Oportunidades e Dificuldades do Mercado Março 2011
2 Índice 1. Oportunidades Comércio Investimento de Portugal na Grécia Investimento da Grécia em Portugal Serviços Turismo 5 2. Dificuldades Comércio Investimento de Portugal na Grécia Investimento da Grécia em Portugal Serviços Turismo 7 3. Cultura de negócios 7 2
3 1. Oportunidades 1.1. Comércio A crise da dívida soberana da Grécia, com que este país se confronta, obrigou o Governo grego a adoptar, na sequência de recomendações da União Europeia (Comissão Europeia e Banco Central Europeu) e do Fundo Monetário Internacional, uma política rigorosa de ajustamento fiscal que está a afectar, significativamente, o poder de compra do consumidor grego. As medidas de austeridade aplicadas já têm um impacto negativo para o comércio. Os sectores mais afectados, que influenciam um leque expressivo das expedições de Portugal para este país, são os do automóvel (-36% das vendas e -60% do volume de negócios), da construção de habitações (-15% das licenças de construção) e do comércio a retalho de vestuário e calçado (-17,5% do volume de vendas). Tudo indica que a economia grega continuará em recessão ao longo de 2011 e que o consumo privado manterá a trajectória descendente, aguardando-se a sua recuperação em finais de Neste contexto, as empresas portuguesas interessadas no mercado grego deverão apostar em produtos de média e alta qualidade e de inovação tecnológica. Para além dos sectores que, tradicionalmente, têm um peso nas expedições para a Grécia, isto é, calçado, têxteis, vestuário, agro-alimentares, máquinas e metalomecânica, há margem para a promoção de sectores como os vinhos, as TIC e a energia, com destaque para as fontes de energia renováveis (solar e eólica). Na presente conjuntura económica, é de salientar a importância de levar a cabo acções promocionais, susceptíveis de melhorar a visibilidade dos produtos portugueses no mercado, enquanto produtos de boa qualidade e de preços competitivos, e de aproveitar a grande simpatia dos gregos para com Portugal. As empresas nacionais deverão, igualmente, adoptar uma política de preços flexível, tendo em consideração que o bom ratio preço/qualidade constitui o factor que mais determina a decisão de compra do consumidor grego que, regra geral, é selectivo e atraído pelas marcas internacionalmente reconhecidas, assim como pelo made in (com preferência ao made in Italy). No mercado grego encontram-se presentes as empresas Petrotec S.A. (estabeleceu a Petroassist Hellas Ltd, para a comercialização de produtos do ramo petrolífero, isto é, bombas e acessórios para estações de gasolina) e PLM Planeamento e Gestão de Manutenção, Lda (criou a PLM Hellas, S.A. ). Dispõem de escritórios e/ou de lojas em várias cidades da Grécia, em regime de franchising, o Grupo Onebiz e as marcas de confecções Peter Murray e Salsa Jeans Investimento de Portugal na Grécia A atracção do IDE constitui uma das grandes prioridades da política económica do Governo grego. Neste âmbito, foi actualizado o quadro legal que prevê incentivos de investimento (Lei sobre o Investimento), está em curso um processo de simplificação do sistema fiscal e de eliminação dos impedimentos 3
4 burocráticos em matéria de licenciamento de grandes projectos (fast track), assim como um amplo programa de privatizações (bancos, organismos portuários, marinas, casinos, etc.) e de liberalização de mercados (bancário, energia e telecomunicações). Importa, igualmente, destacar a importância que as autoridades gregas atribuem à produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis (economia verde). Nesse sentido, foi, recentemente, adoptado um quadro legal prevendo incentivos para impulsionar o investimento no domínio da energia solar, eólica e geotérmica. Grandes players internacionais já se encontram presentes no mercado grego, entre os quais o Grupo Martifer, que criou, para o efeito, uma filial neste país. A proximidade geográfica da Grécia dos mercados do Sudeste Europeu (Balcãs) torna o Norte deste país, nomeadamente a região industrial de Salónica, num potencial centro económico dos agentes económicos internacionais que desejam actuar naquela região. Milhares de empresas gregas actuam nos Balcãs, das quais as grandes dispõem da adequada experiência e poderiam constituir potenciais parceiros para as empresas/indústrias portuguesas que ali quisessem, também, investir. Do IDPE na Grécia é de distinguir o Millennium BCP (detém o Millennium Bank ); a Sonae Sierra (construiu e opera, conjuntamente com parceiros gregos e internacionais, de centros comerciais); e o Grupo Martifer (criou a empresa Martifer Solar Hellas S.A., para desenvolver projectos, principalmente na área da energia solar) Investimento da Grécia em Portugal Apesar do IDE da Grécia estar, principalmente, virado para os países vizinhos do Sudeste Europeu e da Europa Central e de Leste (a Grécia está entre os principais investidores na zona), as indústrias gregas de produtos alimentares, de plásticos, de alumínio e de isolamentos poderiam demonstrar interesse no mercado português. Trata-se de sectores de elevada componente tecnológica que procuram a sua internacionalização. Portugal poderia, também, constituir um parceiro privilegiado para as empresas gregas que estejam interessadas em desenvolver negócios nos mercados da África e da América Latina, pelo que são de analisar as potencialidades de sinergias com vista a joint-ventures nesse sentido Serviços Na Grécia, o sector dos serviços, que contribui com 72% para o Valor Acrescentado Bruto, está em pleno desenvolvimento, constituindo uma área de actuação particularmente interessante para qualquer empresa que presta serviços financeiros, turísticos, informáticos, energéticos, de telecomunicações e de transportes. 4
5 1.5. Turismo A Grécia é um dos principais destinos turísticos a nível internacional e, assim, concorrente de Portugal. O turismo, conjuntamente com a marinha mercante, desempenha um papel fundamental para a economia grega, representando aproximadamente um quinto do seu PIB. O número de turistas que procuraram a Grécia eleva-se a, aproximadamente, 15 milhões por ano. Como mercado emissor, cerca de 3 milhões de gregos viajam, anualmente, para o estrangeiro. Os seus principais destinos são as grandes capitais europeias (Paris, Londres, Roma, Viena, Budapeste, etc), registando-se, ultimamente, uma preferência crescente por destinos como a Turquia (Istambul), o Egipto (Cairo e cruzeiros no rio Nilo), naturalmente, antes da crise política naquele país, e os Emiratos Árabes Unidos (Dubai), ou seja cidades com voos directos e de estadias curtas. O turismo doméstico está, igualmente, em fase de crescimento, como resultado dos investimentos nesta área (construção de novos alojamentos e recuperação dos mais antigos) e da melhoria das infraestruturas do país. Na sua generalidade, o turista grego tem um poder de compra elevado; costuma utilizar hotéis e restaurantes de média-alta gama e gasta significativamente em compras. A partir de Junho de 2011, a TAP PORTUGAL ligará directamente Lisboa e Atenas, com cinco voos por semana no Verão e três no inverno. As agências de turismo de viagens gregas consideram que os desenvolvimentos políticos na região do Médio Oriente e do Magreb, com caso mais significativo o do Egipto, deverão beneficiar o turismo na Grécia, entre outros destinos turísticos europeus como Espanha, Itália e Portugal. 2. Dificuldades 2.1. Comércio Ambiente económico desfavorável, devido à crise da dívida soberana da Grécia e da adopção de medidas que afectaram o consumo privado; Desconhecimento da potencialidade da oferta portuguesa, devido à escassez de acções promocionais neste mercado; Consequente falta de visibilidade do made in Portugal ; 5
6 Atracção do consumidor grego pelas marcas internacionalmente reconhecidas, bem como pelo made in Italy, independentemente da qualidade efectiva do produto italiano; Custos e duração do transporte de mercadorias Portugal-Grécia pouco competitivos (ex. azulejos e artigos sanitários em cerâmica); Aumento da concorrência de países terceiros (China, Índia, Egipto, Turquia, etc), sobretudo nos principais produtos exportados (têxteis-lar, calçado, confecções, etc); Condições de pagamento que, regra geral, oscilam entre 90 e 120 dias; Aumento significativo de falências, sobretudo no decurso do ano findo, pelo que se recomenda a obtenção de dados sobre a solvabilidade financeira dos potenciais parceiros/colaboradores locais, antes de se estabelecer qualquer contrato comercial; convém, ainda, uma leitura cuidada dos acordos contratuais, a fim de evitar discrepâncias entre versões gregas e versões noutra língua Investimento de Portugal na Grécia Complexidade dos procedimentos burocráticos até ao licenciamento e à concretização do investimento; Quadro legal complexo, frequentemente não preciso, sobretudo no que se refere ao ordenamento do território e à utilização dos terrenos; Falta de transparência em alguns centros decisórios da função pública; Resistência dos cidadãos a investimentos que podem vir a concorrer com os seus interesses, locais ou particulares; Sistema fiscal não estável Investimento da Grécia em Portugal Preferência da Grécia pela sua própria zona geográfica, ou seja, o Sudeste Europeu e a Europa Central e de Leste, onde as empresas gregas têm vindo a desenvolver uma actividade robusta; Desconhecimento das oportunidades de negócio em Portugal e do progresso nas áreas da inovação e I&T. 6
7 2.4. Serviços Ver ponto Turismo Inexistência de uma campanha promocional no mercado; Conhecimento fraco da oferta turística de Portugal. 3. Cultura de Negócios do Mercado Os empresários gregos apreciam os contactos directos e pessoais com os seus potenciais parceiros estrangeiros. Gostam de serem visitados e, frequentemente, por sua própria iniciativa, até costumam visitar as instalações dos seus fornecedores. Mostram uma grande receptividade às acções promocionais, desenvolvidas no mercado grego. Embora profissionais, muitas vezes são pouco formais e as reuniões decorrem num ambiente confortável, que facilita a criação de um relacionamento de confiança. A pontualidade não tem vindo a constituir uma característica da cultura empresarial grega. Contudo, e dado que está a registar-se uma melhoria nesse sentido, aconselha-se o respeito pelas horas das reuniões marcadas. Em geral, não há problemas de comunicação, sobretudo com as médias e grandes empresas, cujos quadros dominam o inglês (sobretudo as gerações mais jovens) ou o francês (gerações mais velhas). Há muitos, também, que falam italiano e alemão. Não será, porém, sempre esse o caso em empresas pequenas e mais familiares. A actividade económica é reduzida em Agosto, mês das férias de Verão (sobretudo da primeira até ao fim da terceira semana), assim como nas semanas que antecedem ou seguem ao Natal/Ano Novo e à Páscoa Ortodoxa. Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. Av. 5 de Outubro, 101, LISBOA Tel. Lisboa: Contact Centre: aicep@portugalglobal.pt Capital Social 110 milhões de Euros Matrícula CRC Porto Nº 1 NIPC
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