CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS
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- Filipe Fernandes Tuschinski
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1 CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo Inovação - IE/UFRJ Aula 5
2 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Wennekers e Thurik (1999): Tendência à redução do tamanho médio das empresas e ao aumento da participação de empresas de pequeno porte no emprego nos anos 90 4 consequências: empreendedorismo, dinâmica da inovação, dinâmica industrial e geração de emprego Empreendedorismo é conceito vago e mal definido Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 2
3 Empreendedorismoe Crescimento Econômico Ambiente afeta empreendedor, que através de mediação da atividade inovadora e do mercado chega ao crescimento Literatura econômica confere ao empreendedor várias características Estudo do empreendedorismo envolve várias disciplinas Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 3
4 Empreendedorismo e Crescimento Econômico 13 características do empreendedor: Pessoa que assume risco associado à incerteza Fornecedor de capital financeiro Inovador Tomador de decisões Líder industrial Administrador Coordenador de recursos econômicos Proprietário de empresa Empregador de fatores de produção Contratante Mediador Alocador de recursos Fundador de start-ups Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 4
5 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Empreendedorismo se materializa pela geração de novas idéias e pela criação de novos negócios Literatura sobre crescimento econômico neoclássica tenta incorporar empreendedorismo como capacidade específica do capital humano Teoria da eficiência X mostra empreendedor como fornecedor de soluções criativas para ineficiência Coase: empreendedor é coordenador de produção; Williamson: papel do empreendedor dentro da firma reduz custos de transação Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 5
6 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Estudos sobre entrada de novas firmas (start-ups) e firmas inovadoras Baumol: arranjos institucionais afetam a quantidade de esforços empreendedores Teorias de crescimento endógenas recuperam empreendedorismo como forma de capital humano Teorias de crescimento não explicam condições para atividade inovadora Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 6
7 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Lazonick: economia deve ser compreendida como processo histórico e dinâmico Estudo histórico do empreendedorismo mostra importância para emergência das cidades na Europa Jane Jacobs mostra importância das cidades como espaços de ligação com outras cidades e de improvisação econômica Outros estudos mostram importância de empreendedores para Revolução Industrial e fatores culturais de (des) valorização dos empreendedores para crescimento Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 7
8 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Estudos sobre milagre asiático valorizam empreendedorismo como fator de crescimento (Phelps, Porter) Aspectos culturais precisam também ser levados em consideração mas ligação não é direta Quadro legal e institucional é também importante Empreendedorismo ocorre independentemente de porte da empresa Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 8
9 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Visões históricas complementam dois tipos de análise: Porter: invenção e empreendedorismo estão no centro da vantagem competitiva Evolucionistas: Competição no mercado e crescimento econômico tem a ver com mecanismos de seleção nãolineares e descontinuidades da mudança técnica; mecanismos de seleção afetados por competências, aprendizado e criação de novas empresas por empreendedores Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 9
10 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Visão histórica embasa paradigma empreendedor, que deve ser contrastado com paradigma neoclássico (ver figura 2) Empreendedorismo individual deve ser distinguido do empreendedorismo corporativo (ver tabela III) 3 tipos de empreendedor dependendo da posição em relação a propriedade e características (ver tabela IV) Modelo ligando empreendedorismo e crescimento (ver figura 4) Síntese: diferentes disciplinas envolvidas (ver tabela V) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 10
11 2 Paradigmas Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 11
12 Empreendedorismo individual e corporativo Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 12
13 3 tipos de empreendedor Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 13
14 Modelo de Empreendedorismo e Crescimento Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 14
15 Modelo de Empreendedorismo e Crescimento Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 15
16 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Wennekers e Thurik - síntese: Definição: Empreendedor percebe e cria novas oportunidades, e introduz novas idéias no mercado Tipos: empresários schumpeterianos, intrapreneurs, proprietários/administradores Nem todos que têm negócio próprio são empreendedores 3 campos de pesquisa: medida, determinantes e impactos sobre o desenvolvimento Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 16
17 O Papel do Empreendedorismo na Economia - Winter Empreendedorismo, desde Schumpeter, é um tema que se ajusta mal ao mainstream Contexto da discussão: Economia enquanto ciência, enquanto contribuição para política econômica Críticos do mainstream concordam muito mais em críticas do que em programa alternativo Compreensão do empreendedorismo só é possível com mudanças nas teorias sobre comportamento econômico Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 17
18 O Papel do Empreendedorismo na Economia O que é exatamente o mainstream? Características principais do mainstream: 1. Teoria normativa da escolha, centrada em comportamento otimizador e maximizador 2. Premissa complementar: alocação de recursos (não sendo muito claro se é para investigar eficiência ou resultados) Conceito de racionalidade ligado a consistência interna Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 18
19 O Papel do Empreendedorismo na Economia Abordagem normativa é útil para política pública O que é empreendedor? Dificuldade: trabalhador por conta própria, considerado empreendedor pelas estatísticas, nem sempre é empreendedor schumpeteriano Para o mainstream, empreendedor não se distingue de alocadores de recursos (exemplo pg.19) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 19
20 O Papel do Empreendedorismo na Economia O principal problema não é que estudos sobre empreendedorismo são empobrecidos por pouco apoio da teoria econômica, e sim que teoria econômica é empobrecida por uma assimilação fraca das implicações do empreendedorismo Veblen em 1898 já criticava a Economia por não ser uma ciência evolucionária Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 20
21 O Papel do Empreendedorismo na Economia Base do pensamento evolucionário: causação cumulativa Como observado por Hume, contiguidade é essencial para causação => mesmo objetos distantes podem ter conexão Enquanto isso, no mainstream, relações são dadas por futuros imaginados (as if) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 21
22 O Papel do Empreendedorismo na Economia Escolha racional viola princípio da causação Possibilidade de diferentes gostos e de diferentes quadros cognitivos não é considerada Ao ter uma estética de modelos com expressão matemática, rigor lógico e simplicidade, mainstream exclui a possibilidade de análise da complexidade Na base da ciência evolucionária está a ideia de não intencionalidade, enquanto mainstream adota premissa similar à de design inteligente Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 22
23 O Papel do Empreendedorismo na Economia Lacunas na explicação do mainstream: Evolução tecnológica Comportamento de grandes organizações = > vem sendo mais estudado por teóricos de disciplinas complementares à Economia História da evolução tecnológica não consegue ser contada sem levar em conta o empreendedor História das organizações começa com histórias de empreendedores Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 23
24 O Papel do Empreendedorismo na Economia Exemplo da indústria de semicondutores: startups criadas por funcionários das firmas; localização no Vale do Silício da primeira startup ligada a decisão pessoal do empreendedor Papel do Empreendedorismo na Economia: 1. Fundamentar processos de escolha que não são racionais (no sentido do mainstream) 2. Chamar a atenção para os processos de causação cumulativa na mudança tecnológica e no crescimento das organizações Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 24
25 O Papel do Empreendedorismo na Economia Duas contribuições da economia evolucionária para entender empreendedor Ao se livrar da hipótese de racionalidade, empreendedor pode ser estudado como ele é => comportamento empreendedor é similar ao do indivíduo comum, mas ele sofre menos a força dos hábitos e da incerteza Supor causação cumulativa no estudo de tecnologia e de organizações guia pesquisa sobre inovação empreendedora Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 25
26 O Papel do Empreendedorismo na Economia Schumpeter, ao reduzir o foco nas características individuais do empreendedor ao longo de sua obra, faz isso para chamar a atenção de que o importante é a mudança causada pelos empreendedores Oportunidades para empreender vêm de fatores históricos, regionais, de recombinações de recursos provenientes de crises Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 26
27 O Papel do Empreendedorismo na Economia Schumpeter, ao reduzir o foco nas características individuais do empreendedor ao longo de sua obra, faz isso para chamar a atenção de que o importante é a mudança causada pelos empreendedores Oportunidades para empreender vêm de fatores históricos, regionais, de recombinações de recursos provenientes de crises Nem sempre estas oportunidades atendem às necessidades sociais (ex: meio-ambiente) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 27
28 O Papel do Empreendedorismo na Economia Conclusão: estudo do empreendedorismo fez grandes progressos sem auxílio da Economia, mas pode ser reforçado com ajuda de Economia que deveria ter sido (evolucionária). Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 28
29 User-Industry Spinouts Adam, Fontana e Malerba User-industry spin-outs: startups fundadas por ex-funcionários que tinham atuado em empresas da fase seguinte da cadeia de valor O conhecimento adquirido na empresa original faz com que estes funcionários escolham estratégias de entrada no mercado específicas Conhecimento tecnológico, organizacional e de mercado leva estas firmas a buscar se inserir em nichos de demanda Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 29
30 Spinouts Adam, Fontana e Malerba Maioria dos estudos sobre startups e spin-outs considera apenas o contexto de conhecimento da indústria específica Este estudo sugere que o conhecimento pode cruzar as fronteiras industriais e ir a montante da cadeia de valor Assim, este estudo qualifica os estudos sobre spinouts (empreendedorismo de empregados) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 30
31 Spinouts Adam, Fontana e Malerba 3 grandes áreas de estudo sobre empresas inovadoras: Spinouts (empreendedorismo de empregados) Spinoffs (empreendedorismo de acadêmicos) Empreendedorismo de usuários O contexto de entrada na indústria é importante: spinouts tem mais sucesso nas indústrias originais ou nas indústrias a montante da cadeia de valor, sendo que últimas tem mais sucesso que primeiras em mercados específicos Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 31
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