CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos
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1 CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos
2 Antecedentes da Metodologia Econômica John Stuart Mill (1836): conhecimento se desenvolve a partir de busca de propriedades comuns Distinção entre ciência e arte: a ciência é uma coleção de verdades, a arte é um conjunto de regras As regras para fazer uma nação aumentar em riqueza não constituem uma ciência, mas são os resultados da ciência. Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 2
3 Antecedentes da Metodologia Econômica A economia política é uma ciência, e não uma arte; não pode ser comparada à economia doméstica A economia política é a ciência das leis que regulam a produção, distribuição e consumo da riqueza Como riqueza é um conceito vago, Mill sugere uma definição mais completa: a ciência das leis que regulam a produção, distribuição e consumo da riqueza na medida em que elas dependam das leis da natureza humana Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 3
4 Antecedentes da Metodologia Econômica A economia política é uma ciência, e não uma arte; não pode ser comparada à economia doméstica A economia política é a ciência das leis que regulam a produção, distribuição e consumo da riqueza Como riqueza é um conceito vago, Mill sugere uma definição um pouco mais completa: a ciência das leis que regulam a produção, distribuição e consumo da riqueza na medida em que elas dependam das leis da natureza humana Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 4
5 Antecedentes da Metodologia Econômica Mill adverte que a definição mais completa não significa que razões além da busca por riqueza devam ser levadas em consideração na Economia: A economia política considera a humanidade enquanto ocupada unicamente em adquirir ou consumir a riqueza: e aspira a mostrar qual é o curso de ação no qual a humanidade, vivendo num estado de sociedade, seria impelida se aquela causa (...) fosse regra absoluta de todas as suas ações. Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 5
6 Antecedentes da Metodologia Econômica Mill adverte que a definição mais completa não significa que razões além da busca por riqueza devam ser levadas em consideração na Economia: A economia política considera a humanidade enquanto ocupada unicamente em adquirir ou consumir a riqueza: e aspira a mostrar qual é o curso de ação no qual a humanidade, vivendo num estado de sociedade, seria impelida se aquela causa (...) fosse regra absoluta de todas as suas ações. Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 6
7 Antecedentes da Metodologia Econômica Mill reconhece que vários fatores agem ao mesmo tempo sobre a busca e o consumo de riqueza, e propõe que cada um eles seja analisado separadamente: Quando um efeito depende de uma concorrência de causas, estas causas devem ser estudadas cada uma à sua vez e as leis devem ser investigadas separadamente se desejarmos, através das causas, obter o poder de prever ou de controlar o efeito.. Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 7
8 Antecedentes da Metodologia Econômica Definição completa de Economia Política: a ciência que traça as leis daqueles fenômenos da sociedade que se originam das operações combinadas da humanidade para a produção de riqueza, na medida em que aqueles fenômenos não sejam modificados pela procura de qualquer outro objeto Método a priori e a posteriori: a priori é indução e raciocínio, a posteriori é apenas indução Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 8
9 Antecedentes da Metodologia Econômica Pelo método a priori, significamos o raciocínio a partir de uma hipótese assumida, a qual não é uma prática confinada à matemática mas pertence à essência de toda ciência que admite a razão geral Economia política é ciência abstrata e seu método é a priori Premissas não precisam estar fundamentadas em fatos Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 9
10 Antecedentes da Metodologia Econômica Quando os princípios da Economia Política são aplicados a um caso particular, pode haver circunstâncias não explicadas por estes princípios; estas circunstâncias são denominadas de casos perturbadores Não existe uma lei e uma exceção a esta lei: se a força perturbadora se aplicar a outros casos ela pode fundamentar outra lei Já no caso da arte, a exceção leva a modificações nas regras que a compõem Método dedutivo é composto por indução, raciocínio e verificação, e fundamenta a construção de teorias Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 10
11 Começa citando John Neville Keynes, que distingue ciência positiva de ciência normativa Ciência positiva: corpo sistematizado de conhecimentos relativos ao que é Ciência normativa: corpo sistematizado de conhecimentos em que se analisam critérios acerca do que devia ser Para Friedman, a Economia é uma ciência positiva Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 11
12 Começa citando John Neville Keynes, que distingue ciência positiva de ciência normativa Ciência positiva: corpo sistematizado de conhecimentos relativos ao que é Ciência normativa: corpo sistematizado de conhecimentos em que se analisam critérios acerca do que devia ser Para Friedman, a Economia é uma ciência positiva Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 12
13 Economia normativa não é independente da Economia positiva, pois diretrizes de política dependem de previsões feitas pela teoria A teoria será julgada pelo seu poder preditivo, relativamente à classe de fenômenos que pretende explicar O único teste relevante para a validade de uma hipótese é sua comparação de suas previsões com a experiência A evidência empírica não prova uma hipótese, e sim refuta ou não refuta a hipótese Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 13
14 Previsões da Economia não se referem apenas a fatos futuros; podem também explicar fatos passados ainda não explicados A validade de uma hipótese não é por si mesma um critério suficiente para a escolha de uma dentre várias hipóteses viáveis. O número de fatos observados é invariavelmente finito, ao passo que o número de hipóteses possíveis é infinito. A escolha de uma das hipóteses possíveis é arbitária (ex.salário mínimo) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 14
15 Assim Friedman considera a coerência lógica relevante mas secundária Para Friedman, as dificuldades de teste das hipóteses relativas à Economia levam a mal-entendidos: evidência empírica é importante para elaborar hipóteses e testar sua validade Supondo que a hipótese é compatível com a evidência existente, os testes ulteriores desta hipótese envolverão deduzir fatos novos Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 15
16 Assim Friedman considera a coerência lógica relevante mas secundária Para Friedman, as dificuldades de teste das hipóteses relativas à Economia levam a mal-entendidos: evidência empírica é importante para elaborar hipóteses e testar sua validade Supondo que a hipótese é compatível com a evidência existente, os testes ulteriores desta hipótese envolverão deduzir fatos novos Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 16
17 Assim Friedman considera a coerência lógica relevante mas secundária Para Friedman, as dificuldades de teste das hipóteses relativas à Economia levam a mal-entendidos: evidência empírica é importante para elaborar hipóteses e testar sua validade Supondo que a hipótese é compatível com a evidência existente, os testes ulteriores desta hipótese envolverão deduzir fatos novos Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 17
18 Friedman considera errôneo considerar que hipóteses de uma teoria admitem, além de verificações, pressupostos. E que a verificação dos pressupostos é um teste de validade da hipótese (não é, como mostra o exemplo da lei de queda dos corpos) O problema importante é especificar as circunstâncias que a hipótese é testada Uma hipótese é importante quando explica muito com base em pouco Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 18
19 Uma hipótese, ou teoria, consiste de uma asserção de que certas forças se mostram importantes para uma particular classe de fenômenos e de uma especificação de como atuam as forças declaradas importantes. Hipótese como envolve dois elementos: 1. Um modelo abstrato, mais simples do que o mundo real; 2. Um conjunto de regras que definem a classe de fenômenos relativamente aos quais o modelo se torna a representação do mundo real Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 19
20 Regras devem ser formuladas explicitamente, para tornar ciência objetiva, mas serão necessariamente incompletas Se pressupostos não podem ser usados para testar validade de hipóteses, então críticas quanto ao realismo dos pressupostos da teoria econômica não procedem Há uma confusão básica entre acuidade descritiva e relevância analítica Uma mesma firma pode ser considerada como em competição perfeita ou como monopolista: tudo depende do problema a ser considerado Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 20
21 Conclusões de Friedman: a Economia, enquanto ciência positiva, é um corpo de generalizações, provisoriamente acolhidas, referentes a fenômenos econômicos, passíveis de se verem utilizadas para prever as consequências das alterações das circunstâncias Progresso da Economia encontra obstáculos derivados da dificuldade de realizar experiências Críticas a realismo dos pressupostos não procedem O programa da Economia positiva exigirá teste e aperfeiçoamento das hipóteses existentes e elaboração de novas hipóteses Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 21
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