Macroeconomia Aberta. CE-571 MACROECONOMIA III Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa Programa 1º semestre.
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1 Macroeconomia Aberta CE-571 MACROECONOMIA III Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa Programa 1º semestre
2 PARTE I: Determinantes da taxa de câmbio e do balanço de pagamentos
3 Mercado de câmbio Operações de conversão entre moedas = f( relações comerciais e financeiras entre países emissores de distintas moedas ) troca de bens e serviços + movimento de capitais entre nações => ofertas e demandas por cada uma das divisas conversíveis. Oferta e demanda de divisas se confrontam no mercado de câmbio = constituído por rede mundial de telecomunicações entre os bancos e os intermediários especializados (corretores). Taxa de câmbio = preço pelo qual, em dado momento, uma moeda se troca por outra.
4 Cobertura do risco de câmbio Volatilidade das taxas de câmbio => incerteza, para cada agente econômico, quanto ao valor de seus créditos e/ou de seus débitos contraídos em moeda estrangeira + riscos associados ao intercâmbio internacional (risco de variações de taxas de juros, risco soberano, etc.) => técnicas de cobertura contra o risco cambial
5 Fundamentos macroeconômicos determinantes das taxas de câmbio Fatores fundamentais determinantes da evolução das taxas de câmbio: 1. Paridade de taxas de juros 2. Conta de transações correntes 3. Paridade do poder de compra Fundamentos agem sobre os fluxos de troca de bens e serviços e de capitais => determinam oferta e demanda de divisas.
6 Antecipações, especulação e regulação sobre taxas de câmbio 1. Variações das taxas de câmbio > variações determinadas pelos fatores fundamentais = f( papel das antecipações e da especulação sobre o mercado cambial ) 2. Forças de mercado também são determinantes da taxa de câmbio flexível. 3. Política cambial executada pelo Banco Central determina a taxa de câmbio fixo.
7 Abordagens macroeconômicas do balanço de pagamentos Mecanismos de ajustamento do balanço de pagamentos são: 1. efeitos dos preços relativos e da renda nacional, 2. efeitos das variações da taxa de câmbio (contínuas em regime cambial flutuante e descontínuas em regime cambial fixo) 3. efeitos da política monetária e fiscal. Os dois primeiros efeitos são classificados, por correntes clássica e neoclássica do pensamento econômico, como automáticos. Os últimos são considerados discricionários. 1. A abordagem das elasticidades analisa o impacto que qualquer mudança de preços relativos, através da desvalorização cambial, tem sobre o balanço comercial.
8 Fatores determinantes do balanço de pagamentos 2. Enfoque pela absorção: o déficit do balanço de transações correntes é efeito de: 1. o excesso do investimento privado sobre a poupança privada e/ou 2. o déficit fiscal. 3. Abordagem pelos movimentos de capital enfoca aplicações de capital = f( comparação de rentabilidades) = f( diferencial entre taxas de juros e taxa de câmbio esperada ) 4. Abordagem monetária: os problemas do balanço de pagamentos resultam em impactos monetários, devido às variações das reservas internacionais.
9 PARTE II: Macroeconomia aberta
10 Modelo IS-LM-BP: construção do modelo de equilíbrio geral em economia aberta Marcus Fleming e Robert Mundell introduziram o regime de câmbio no estudo da eficácia relativa da política monetária e da política fiscal, com o objetivo de diminuir o desemprego. Mostraram que a característica fixa ou flexível da taxa de câmbio não afeta o grau dessa eficácia senão na medida que se supõe, simultaneamente, certa mobilidade internacional de capitais.
11 Políticas econômicas em regime de câmbio fixo Há dezesseis situações possíveis de acordo com: 1. a combinação entre os dois regimes cambiais, 2. os dois instrumentos de política econômica e 3. os quatro graus de mobilidade de capital. Resumidamente, quanto à eficácia na busca de maior nível de emprego, com regime de câmbio fixo e a condição de haver certa mobilidade de capital, só a política fiscal atende a essa meta. Nesse regime cambial, a política monetária perde toda autonomia, porque o impacto monetário da variação de reservas cambiais anula o movimento inicial da oferta de moeda.
12 Políticas econômicas em regime de câmbio flexível Com regime de câmbio flexível, a margem de manobra se torna maior. Dependendo do grau de mobilidade de capital determinante chave as variações da taxa de câmbio restabelecem, quase automaticamente, o equilíbrio de balanço de pagamentos. A política monetária é tão mais eficaz e a política fiscal tão menos eficaz quanto mais forte for a mobilidade de capital.
13 PARTE III: Macroeconomia dinâmica: ciclo e crescimento econômico
14 Flutuações decorrentes de informações incompletas Teorias monetaristas e novoclássicas partem das hipóteses neoclássicas de racionalidade e de preços flexíveis, mas questionam a hipótese de informações perfeitas para todos agentes. Ciclo monetarista: decorre dos trabalhadores esperarem ex-ante aumento nos salários relativos e constatarem ex-post queda dos salários reais, devido à ilusão monetária, provocada, no curto prazo, por política expansionista.
15 Instabilidade decorrente de choques de política econômica Escola das expectativas racionais: flutuações econômicas decorrem de o nível de preços efetivo desviar-se de o nível de preços esperado. Logo, variações previstas na oferta da moeda não afetariam a produção, apenas as mudanças imprevistas o fariam. Ao surpreender os agentes, o governo mais desestabiliza do que estabiliza a economia.
16 Capacidade de intervenção governamental Na teoria keynesiana, atribui-se papel essencial ao governo, enquanto nos modelos clássicos o governo aparece mais como fonte de instabilidade do que de correção dos desequilíbrios. Questão-chave: qual é a possibilidade de a política econômica evitar as flutuações econômicas decorrentes da ocorrência de choques (variações de preços relativos) inesperados?
17 Determinantes do ciclo de investimentos segundo Kalecki A taxa de decisões de investimento (D) é: 1. função crescente de: a acumulação interna de capital, isto é, poupança bruta das firmas (S), e a taxa de modificação do montante dos lucros ( L / t). 2. função decrescente de: a taxa de modificação do estoque de equipamentos ( K / t). Supondo relação linear, o investimento em capital fixo (com defasagem em relação à decisão) é: F t+1 = D = a S + b ( L / t) c ( K / t) + d, onde d é constante sujeita a modificações de longo prazo dos fatores de desenvolvimento, refletindo, principalmente, as inovações tecnológicas.
18 Ciclo dos preços dos ativos Aumento dos preços dos ativos => pressão sobre os preços de bens e serviços = f( efeito riqueza ): (1) aumento da renda financeira do consumidor e do ganho de capital do investidor, via ações, estimularia os gastos privados + (2) elevação dos valores das garantias, p. ex., via preços dos imóveis, aumentaria a disposição dos bancos de conceder empréstimos => pressão na demanda agregada, aproximando-se do pleno emprego => impacto inflacionário. Progresso da deflação de ativos => insolvabilidade bancária = f( desaparecimento das margens de garantia de seus clientes ) => ameaça à solidez de toda a estrutura financeira.
19 Modelos de crescimento a longo prazo Crescimento em curto prazo: componentes da demanda final (C, I, G) explicam a flutuação do produto efetivo abaixo do produto potencial. Crescimento do produto em longo prazo = f(acumulação de capital, inovações tecnológicas, elevação da eficiência do trabalho) Modelo Harrod-Domar: inspiração keynesiana. Modelo de Solow = modelo neoclássico de crescimento. Ambos apresentam visão mecânica.
20 Modelo de Harrod-Domar Modelo keynesiano simples de determinação da renda para economia fechada sem governo: Harrod (1939) e Domar (1946). Considera três variáveis básicas para o crescimento: 1. a taxa de investimento; 2. a taxa de poupança; 3. a relação produto-capital. Parte do princípio de que o investimento agregado apresenta dois efeitos: 1. efeito demanda: I => demanda pelo produto; 2. efeito capacidade: I => capacidade da economia em elaborar o produto.
21 Modelo de Solow Atribui o crescimento econômico 1. à acumulação de capital, 2. ao crescimento da força de trabalho e 3. às alterações tecnológicas. Na versão mais simples, Na versão mais simples, 1. o produto per capita é função crescente (a) da proporção entre capital-trabalho e (b) do estado da tecnologia; 2. a poupança é igual ao investimento (em economia fechada); 3. supõe-se que a taxa de crescimento populacional seja constante e exógena.
22 Conclusões do modelo de Solow Aumento da taxa de poupança provoca aumento permanente tanto do nível do produto per capita quanto da proporção capital-trabalho, mas não da taxa de crescimento do estado estável da economia. Taxa mais alta de crescimento populacional provoca aumento permanente da taxa de crescimento, mas redução dos níveis do produto per capita, no estado estável. O progresso tecnológico permite crescimento permanente mais rápido.
23 Inovações: determinantes da tendência de crescimento a longo prazo O enfoque neo-schumpeteriano atribui às inovações tecnológicas o papel de principal fator dinâmico da atividade econômica capitalista. A idéia central da abordagem evolucionista é que as mudanças econômicas entendidas tanto no aspecto técnico-produtivo (processos e produtos) quanto na estrutura e dinâmica dos mercados (concentração, diversificação, rentabilidade, crescimento) têm origem na busca incessante de introduzir inovações, por parte das firmas, devido à competição acirrada. Estas inovações são submetidas aos mecanismos de seleção inerentes à concorrência e ao mercado.
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