CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos
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- Valdomiro Caldas Damásio
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1 CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos
2 Economia Evolucionária Ciências vêm passando por mudança de paradigma: de visão mecanicista para visão sistêmica Características da visão sistêmica: O todo é mais do que a soma das partes Se universo é concebido como teia de acontecimentos interrelacionados, teorias devem se articular numa rede de conceitos e modelos Visão processual Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 2
3 Economia Evolucionária (ou evolucionista) Visão sistêmica na Economia Estudos sobre sistemas complexos => auto-organizadores, com dinâmicas não-lineares Abordagem sistêmica vem se firmando em várias vertentes da teoria econômica Economia evolucionária é um exemplo de visão sistêmica Economia hoje está em estado de alerta (definição kuhniana para reconhecimento de anomalias) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 3
4 Economia Evolucionária (ou evolucionista) Crise na ciência econômica coloca as bases para desenvolvimento da teoria evolucionária Principais autores: Richard Nelson, Sidney Winter, Christopher Freeman Tradições teóricas que sustentam a teoria: 1. Velhos institucionalistas e Schumpeter 2. Biologia darwiniana 3. Sistemas complexos 4. Estudos organizacionais Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 4
5 Velhos Institucionalistas: Veblen Economia está atrasada em relação a outras ciências Ciências modernas são evolucionárias, pois são baseadas em teorias de processos Economistas concebem teorias em termos estranhos aos hábitos de funcionamento dos evolucionistas não concebem cumulatividade dos processos Economia busca leis naturais e normais, verdades, tendências, princípios controladores e causas de distúrbios não pode ser classificada como evolucionária pois conhecimento busca se aproximar de verdade absoluta Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 5
6 Velhos Institucionalistas: Veblen Outras ciências começaram com taxonomias e aplicações, e evoluíram para explicação dos fatos; Economia ainda está na etapa de classificações (propensão a consumo, juros, salários etc.) Apesar de algumas discussões sobre utilidade marginal e valor subjetivo, economia ainda é uma ciência taxonômica Atividade econômica considerada como resultado de propensões e hábitos individuais Para ser evolucionária, Economia precisaria discutir a ação econômica Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 6
7 Velhos Institucionalistas: Veblen Para Veblen, economia evolucionária é teoria de um processo de crescimento cultural determinado por interesses econômicos e teoria de uma sequência de instituições econômicas determinadas pelos termos do próprio processo Para se chegar a esta teoria, economistas devem substituir abstrações de economia normal por uma visão que busca entendimento dos fatos através de análise do processo Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 7
8 Velhos Institucionalistas: Commons Aponta necessidade de substituir ação individual por ação coletiva na análise econômica Ação coletiva é conduzida por organizações e sujeita a regras sociais Uma instituição é o conjunto formado pela organização e pelas suas regras de comportamento Dois níveis fundamentais de ação coletiva: Estado e outras organizações Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 8
9 Velhos Institucionalistas: Commons Commons aponta necessidade de se analisar transações (que depois foi recuperada por Williamson) Transações se realizam para transferir propriedade, produzir riqueza ou distribuir riqueza Na sua análise há espaço para ações individuais, que porém estão sempre sujeitas às regras sociais vigentes Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 9
10 Schumpeter Pensa desenvolvimento econômico como processo de mudanças qualitativas, rejeitando, como Veblen e Commons, uma visão mecanicista da Economia Na sua visão, desenvolvimento é promovido por inovações, entendidas como novos produtos, novos processos, novas formas de organização da produção e novos mercados Mudanças que levam a desenvolvimento envolvem ruptura na maneira como os meios de produção são combinados Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 10
11 Biologia darwiniana Objetivos de Darwin: provar que espécies modernas são descendentes corrigidos de espécies anteriores e mostrar como o processo de descendência com modificação ocorre Darwin foi influenciado pelas idéias de Malthus: Organismos tendem a se reproduzir rapidamente até pressionar o ambiente; neste momento de pressão (ou de redução), aqueles que têm vantagens, por menores que sejam, tenderão a sobreviver pressão ajusta evolução Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 11
12 Biologia darwiniana Principais mecanismos de desenvolvimento de organismos: variedade, seleção e transmissão Evolução é um processo algorítmico Características de um algoritmo: (1) Neutralidade do substrato (2) Irracionalidade subjacente (passos simples e lógicos) (3) Resultados garantidos (receita infalível) Ex: Programas de computador ; modelos econométricos; técnicas para classificar, peneirar e construir coisas Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 12
13 Sistemas Complexos Sistema fechado: não tem troca de matéria, energia e/ou informação com ambiente Sistema aberto: tem troca de matéria, energia e/ou informação com ambiente Evolução de um sistema complexo é efeito conjunto de demandas do ambiente e restrições internas que resultam em trajetórias Sistemas fechados tendem a estados de equilíbrio, enquanto sistemas abertos tendem a estados estacionários Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 13
14 Sistemas Complexos Maior parte dos agentes, dada a racionalidade limitada, vai buscar pequenas mudanças em designs existentes Alguns agentes podem se engajar em mudanças de trajetória (inovação radical) enquanto outros adotam um processo míope passo a passo (inovação incremental) Dependência da trajetória, conceito usado originalmente para explicar importância de externalidades, também pode ser usado para entender seleção Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 14
15 Estudos organizacionais Ênfase na natureza imperfeita ou limitada do conhecimento Firmas se comportam não de maneira a maximizar seu lucro e sim para satisfazer os seus objetivos Há conflitos no interior das organizações Ambiente externo afeta organizações Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 15
16 Estudos organizacionais Sobrevivência da firma depende de sua capacidade de aprendizado Firmas seguirão rotinas e regras de decisão que emergem de interações com o ambiente Necessidade de rotinas advém de dois tipos de incerteza: relacionada a ausência de informações e relacionada a limitações cognitivas Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 16
17 Estudos organizacionais Conjunto de rotinas e regras de decisão irão constituir um paradigma tecnológico (ou tecnoeconômico) Evolução da inovação nas firmas sujeita a trajetória tecnológica e dependência da trajetória Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 17
18 Conclusões Cenário de crise da teoria econômica abre espaço paraa consolidação de teorias alternativas Se economia é entendida como sistema aberto, pluralismo metodológico é necessário Economia evolucionária é contribuição no sentido de avançar em explicações alternativas da atividade econômica Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 18
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