CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos"

Transcrição

1 CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos

2 O problema não deveria ser colocado em termos de saber se uma refutação é real ou não. (...) o problema é saber que teoria considerar como teoria interpretativa, que fornece os fatos concretos e que teoria considerar como teoria explanatória, que fatos) (p.158) tentativamente os explica. (explica os Não se trata de propormos uma teoria e a Natureza poder gritar NÃO; trata-se de propormos um emaranhado de teorias e a Natureza poder gritar INCOMPATÍVEIS (p.159) Assim, para Lakatos as teorias científicas falham em proibir qualquer estado observável de coisas Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 2

3 Série de teorias tem elementos que costumam estar ligados por continuidade (aqui Lakatos se aproxima do conceito de ciência normal de Kuhn que veremos mais adiante) Para dar conta de como esta série se articula, Lakatos propõe conceito de Programas de Pesquisa O programa de pesquisa consiste em regras metodológicas, indicando quais caminhos devem ser trilhados (heurística positiva) e quais devem ser evitados (heurística negativa) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 3

4 O programa de pesquisa é constituído de um núcleo rígido ou firme, que é um conjunto de leis consideradas irrefutáveis por uma decisão metodológica, uma convenção compartilhada por todos os cientistas que trabalham no programa As hipóteses auxiliares, formuladas para resolver as anomalias, e as condições iniciais formam o cinto de proteção do programa Lakatos, como Popper, defende que ciência busca aumentar conteúdo empírico e preditivo de suas teorias, e que modificações nas hipóteses auxiliares não podem ser ad hoc (pois diminuem o grau de falseabilidade do sistema de teorias) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 4

5 Exemplos de núcleos rígidos (ou firmes) A proposição de que as estrelas constituem o sistema de referência fundamental para a Física em Copérnico As três leis do movimento e a Lei da Gravitação Universal em Newton A hipótese de que a fermentação é um fenômeno correlacionado com a vida em Pasteur Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 5

6 Exemplos de hipóteses auxiliares: Modelos do sistema solar, forma e distribuição da massa dos planetas e satélites, ótica geométrica, teoria sobre a refração da luz na atmosfera etc. Anomalias modificam hipóteses auxiliares e por vezes levam a corroboração (ex. de Urano e Netuno) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 6

7 Para Lakatos, um programa de pesquisa nunca pode ser refutado, mas ele pode ser rejeitado quando um programa rival demonstra maior poder de explicação Programas de pesquisa podem tomar um caminho progressivo ou degenerativo Caminho progressivo: Usa heurística positiva para mudar as hipóteses auxiliares de modo a gerar previsões novas e inesperadas Se previsões forem corroboradas, o programa é progressivo teoricamente e empiricamente; se não, é progressivo teoricamente Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 7

8 Caminho degenerativo: Usa hipóteses auxiliares de modo a explicar fatos já conhecidos e não tem capacidade de previsão (ex: Marxismo) Conclusão: Progresso científico deve ser visto como proliferação de programas rivais de pesquisa e transferências progressivas e degenerativas de problemas Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 8

9 Pontos de concordância entre Lakatos e Popper: A ciência procura aumentar conteúdo empírico e preditivo de suas teorias, procurando prever fatos novos Para que haja aumento de conteúdo, modificações não podem ser ad hoc (ou seja, que explicam apenas o fato para o qual foram criadas) No exemplo de Netuno, modificação das hipóteses auxiliares (Urano não é o último planeta do sistema solar) levou a novos testes, então não foi ad hoc; caso o cientista introduzisse uma hipótese de que movimento do planeta Urano é irregular, teríamos uma hipótese ad hoc Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 9

10 Pontos de discordância entre Lakatos e Popper: Um programa de pesquisa nunca é refutado, mas ele pode ser rejeitado quando um programa de pesquisa rival explicar o sucesso do programa de pesquisa anterior e tiver maior capacidade de prever fatos novos Lakatos admite que um programa de pesquisa degenerativo pode se transformar num programa progressivo Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 10

11 Críticas às ideias de Lakatos: Se há possibilidades de regeneração, não pode haver regras de rejeição de programas de pesquisa definidas Critério para escolher base empírica nem sempre é critério lógico Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 11

12 Implicações para o Estudo da Economia Colóquio sobre programas de pesquisa em Física e em Economia em Napflion, Grécia, em 1974 ajuda a divulgar ideias Exemplo: Programa de Pesquisa Ortodoxo: Núcleo firme: composto de hipóteses sobre preferências dos agentes, ação dos agentes (independente, maximizadora), informação plena e perfeita mobilidade de fatores Heurística positiva: teorias sobre comportamento otimizador dos agentes; divisão do mercado em compradores e vendedores; teorias sobre estrutura de mercado; condições ceteris paribus; Heurística negativa: teorias sobre desequilíbrio Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 12

13 Implicações para o Estudo da Economia Alguns economistas que advogam o uso do método do falseamento para a Economia, como Hutchinson, caem no equívoco de acreditar que Popper é falseacionista dogmático e usam os princípios do falseamento dogmático Falseamento não é apenas conflito entre teoria e fatos como alguns autores acreditam Não há consenso sobre o que vem a ser o núcleo firme, mas há consenso que há programas de pesquisa alternativos em Economia Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 13

14 Implicações para o Estudo da Economia História das ideias em Economia é contada usando os conceitos de Lakatos Questão: conceitos de Lakatos não conseguem prover modelo de escolha de teorias econômicas Conclusão de Hands (1993): Falseamento de Popper não é adequado para a teoria econômica, e conceitos de programas de pesquisa de Lakatos faz poucas contribuições Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 14

15 Implicações para o Estudo da Economia Blaug (1975): John Neville Keynes, no seu Tratado sobre o Método da Economia Política (1891), já sugeria princípio de verificação Keynes promoveu alterações no núcleo firme do programa ortodoxo ao introduzir incerteza e raciocínio sobre agregados Hipóteses auxiliares em Keynes: multiplicador, gastos autônomos, demanda especulativa por moeda Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 15

16 Implicações para o Estudo da Economia Blaug (1975): Lakatos observa que economistas não aderem seriamente ao princípio do falseamento (no máximo são falseacionistas ingênuos) Observando a história das ideias econômicas, percebe-se que economistas se aferram a programas de pesquisa degenerativos Marshall dizia que explicação é previsão escrita de trás para frente; muitos economistas se esquecem que previsão não é necessariamente explicação escrita para frente (p. 426) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 16

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Recapitulando O que é ciência? Para o positivismo (ou empirismo) lógico, lógica e matemática são conhecimentos que

Leia mais

CURSO ECONOMIA EVOLUCIONÁRIA E DAS

CURSO ECONOMIA EVOLUCIONÁRIA E DAS CURSO ECONOMIA EVOLUCIONÁRIA E DAS INSTITUIÇÕES Maria da Graça Fonseca e Renata Lèbre La Rovere As idéias de Lakatos O programa de pesquisa, para Lakatos, é constituído de um núcleo rígido, que é um conjunto

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Ementa da Disciplina Noções de Filosofia da Ciência: positivismo, Popper, Kuhn, Lakatos e tópicos de pesquisa recentes.

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Pressupostos Filosóficos da Ciência Positivismo Valoriza indução (do particular para o geral) e relações lógicas entre

Leia mais

A Epistemologia de Imre Lakatos

A Epistemologia de Imre Lakatos ESPECIALIZAÇAO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO Fundamentos Históricos e Filosóficos das Ciências A Epistemologia de Imre Lakatos Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Imre Lakatos Nasceu na Hungria em

Leia mais

A Epistemologia de Imre Lakatos

A Epistemologia de Imre Lakatos Mestrado Profissional em Ciências e Tecnologias na Educação A Epistemologia de Imre Lakatos Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Imre Lakatos Nasceu na Hungria em 1922. Estudou em Budapest, Moscou e Cambridge,

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Kuhn concorda com Popper no que se refere à observação carregada de teoria Também concorda com Popper ao dizer que

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos A crítica aos ortodoxos Bresser Pereira Questão: qual o papel do método hipotético-dedutivo para a Economia? Contextualizando

Leia mais

O núcleo duro da divergência entre ortodoxos e heterodoxos na economia

O núcleo duro da divergência entre ortodoxos e heterodoxos na economia Folha de São Paulo, 23 de outubro de 2016 O núcleo duro da divergência entre ortodoxos e heterodoxos na economia Por: José Luis Oreiro, Paulo Gala RESUMO Autores entram na longa polêmica sobre as diferenças

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Antecedentes da Metodologia Econômica John Stuart Mill (1836): conhecimento se desenvolve a partir de busca de propriedades

Leia mais

Imre Lakatos. O falseamento e a metodologia dos programas de pesquisa científica

Imre Lakatos. O falseamento e a metodologia dos programas de pesquisa científica Imre Lakatos O falseamento e a metodologia dos programas de pesquisa científica Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência II Prof. Valter A. Bezerra Departamento de Filosofia FFLCH-USP Mudança científica

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos A Racionalidade das Revoluções Científicas Progresso da ciência é visto por Popper como (r)evolucionário: explicação

Leia mais

TEORIAS COMO ESTRUTURAS: PARADIGMAS DE KUHN & PROGRAMAS DE PESQUISA DE LAKATOS

TEORIAS COMO ESTRUTURAS: PARADIGMAS DE KUHN & PROGRAMAS DE PESQUISA DE LAKATOS TEORIAS COMO ESTRUTURAS: PARADIGMAS DE KUHN & PROGRAMAS DE PESQUISA DE LAKATOS Prof. Thiago C. Almeida A. F. Chalmers, O que é ciência afinal? Paradigmas de Kuhn Thomas Kuhn 1922 1996 1962 Paradigmas de

Leia mais

Ortodoxia x Heterodoxia: qual o seu programa de pesquisa preferido?

Ortodoxia x Heterodoxia: qual o seu programa de pesquisa preferido? JLCoreiro, 26 de setembro de 2016 Ortodoxia x Heterodoxia: qual o seu programa de pesquisa preferido? Por: José Luis Oreiro (IE-UFRJ) e Paulo Gala (FGV-SP) Para que possamos entender a diferença entre

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Estrutura das Aulas e Calendário Parte 1: O método nas ciências sociais Introdução 29/8 O que é método científico-

Leia mais

CURSO ECONOMIA EVOLUCIONÁRIA E DAS

CURSO ECONOMIA EVOLUCIONÁRIA E DAS CURSO ECONOMIA EVOLUCIONÁRIA E DAS INSTITUIÇÕES Maria da Graça Fonseca e Renata Lèbre La Rovere Objetivo do Curso O principal objetivo do curso economia evolucionária e institucional é o de estudar novos

Leia mais

Fundamentos Teóricos: Postulados da Teoria Quantitativa da Moeda versus Postulados da Teoria Alternativa da Moeda através da Equação De Trocas

Fundamentos Teóricos: Postulados da Teoria Quantitativa da Moeda versus Postulados da Teoria Alternativa da Moeda através da Equação De Trocas Fundamentos Teóricos: Postulados da Teoria Quantitativa da Moeda versus Postulados da Teoria Alternativa da Moeda através da Equação De Trocas Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos A noção de darwinismo O desenvolvimento da teoria evolucionária levou a duas correntes distintas: Autores que argumentam

Leia mais

A construção do conhecimento científico

A construção do conhecimento científico A construção do conhecimento científico Concepções Metodológicas Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior guanis@gmail.com www.cpaqv.org Concepções metodológicas São sistemas teóricos que pretendem compreender

Leia mais

Fundamentos Teóricos: Postulados da Teoria Quantitativa da Moeda versus Postulados da Teoria Alternativa da Moeda através da Equação De Trocas

Fundamentos Teóricos: Postulados da Teoria Quantitativa da Moeda versus Postulados da Teoria Alternativa da Moeda através da Equação De Trocas Fundamentos Teóricos: Postulados da Teoria Quantitativa da Moeda versus Postulados da Teoria Alternativa da Moeda através da Equação De Trocas Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Comentários sobre texto de Friedman (Hands) Grande difusão entre economistas Friedman não está tão preocupado com fundamentos

Leia mais

A HISTÓRIA DO PENSAMENTO CIENTÍFICO

A HISTÓRIA DO PENSAMENTO CIENTÍFICO A HISTÓRIA DO PENSAMENTO CIENTÍFICO Profa. Msc. Raquel Maria Rodrigues Departamento de Genética e Biologia Evolutiva Universidade de São Paulo Secretaria de Educação do Estado de São Paulo Guarulhos, Julho/2010

Leia mais

REFLEXÕES SOBRE METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA DISCIPLINAS DE PESQUISA PROF. DR. LUÍS EDUARDO ALMEIDA

REFLEXÕES SOBRE METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA DISCIPLINAS DE PESQUISA PROF. DR. LUÍS EDUARDO ALMEIDA REFLEXÕES SOBRE METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA DISCIPLINAS DE PESQUISA 2016-2 PROF. DR. LUÍS EDUARDO ALMEIDA CIÊNCIA Etimologia: Ciência vem da palavra latina scientia, que significa conhecimento;

Leia mais

A Epistemologia de Popper

A Epistemologia de Popper ESPECIALIZAÇAO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO Fundamentos Históricos e Filosóficos das Ciências A Epistemologia de Popper Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Karl Raimund Popper Popper nasceu em Viena

Leia mais

Departamento de Geografia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. Iniciação à Pesquisa em Geografia I

Departamento de Geografia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. Iniciação à Pesquisa em Geografia I Departamento de Geografia Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Universidade de São Paulo Iniciação à Pesquisa em Geografia I Método e Hipótese Prof. Dr. Fernando Nadal Junqueira Villela Método

Leia mais

INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE QUÍMICA I /03/2009 FLAVIO ANTONIO MAXIMIANO A NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE QUÍMICA I /03/2009 FLAVIO ANTONIO MAXIMIANO A NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE QUÍMICA I 2009 14/03/2009 FLAVIO ANTONIO MAXIMIANO A NATUREZA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO VISÕES SOBRE A CIÊNCIA Filósofo Historiador Cientista Sociólogo Senso comum PROFESSOR

Leia mais

MÉTODO CIENTÍFICO. Patrícia Ruiz Spyere

MÉTODO CIENTÍFICO. Patrícia Ruiz Spyere MÉTODO CIENTÍFICO Introdução Método científico Modelos de método científico INTRODUÇÃO Mitos Explicação da realidade e dos fenômenos naturais de forma simbólica, por meio de deuses, semi-deuses e heróis

Leia mais

Aula 4 Métodos de Pesquisa

Aula 4 Métodos de Pesquisa Metodologia Científica Aula 4 Métodos de Pesquisa Profa. Ms. Daniela Cartoni daniela_cartoni@yahoo.com.br A CONSTRUÇÃO DO MÉTODO CIENTÍFICO Principais métodos científicos Aplicações do método MÉTODO DE

Leia mais

Introdução à Microeconomia

Introdução à Microeconomia Fundamentos de economia: introdução à microeconomia e macroeconomia Prof. Ms. Marco marco.arbex@live.estacio.br Blog: www.marcoarbex.wordpress.com Introdução à Microeconomia Introdução à Microeconomia

Leia mais

Introdução à Microeconomia

Introdução à Microeconomia Fundamentos de economia: introdução à microeconomia e macroeconomia Prof. Ms. Marco A. Arbex marco.arbex@live.estacio.br Introdução à Microeconomia Blog: www.marcoarbex.wordpress.com Introdução à Microeconomia

Leia mais

Autor: Francisco Cubal

Autor: Francisco Cubal Autor: Francisco Cubal O senso comum traduz o modo como percepcionamos o mundo a partir das informações apreendidas pelos sentidos, permitindo criar representações ligadas a um determinado significado

Leia mais

CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Prof. Dra. Renata Cristina da Penha França E-mail: renataagropec@yahoo.com.br -Recife- 2015 MÉTODO Método, palavra que vem do

Leia mais

Fundamentos da pesquisa científica. Metodologia Científica Prof. Ms. Luís Paulo Neves

Fundamentos da pesquisa científica. Metodologia Científica Prof. Ms. Luís Paulo Neves Fundamentos da pesquisa científica Metodologia Científica Prof. Ms. Luís Paulo Neves Introdução à Metodologia Científica Esta disciplina tem por objetivo: oferecer instrumentos para o trabalho de estudo

Leia mais

Introdução. O que é Ciência? O que chamamos de conhecimento científico? Como separar a Ciência da pseudo-ciência? Isaac Newton (sec XVI)

Introdução. O que é Ciência? O que chamamos de conhecimento científico? Como separar a Ciência da pseudo-ciência? Isaac Newton (sec XVI) O Método Científico Introdução Platão e Aristóteles (sec V ac) Isaac Newton (sec XVI) O que é Ciência? O que chamamos de conhecimento científico? Como separar a Ciência da pseudo-ciência? O desafio da

Leia mais

Instituto de Economia - UFRJ IEE Economia do Empreendedorismo Professora: Renata La Rovere Tutor: Guilherme Santos

Instituto de Economia - UFRJ IEE Economia do Empreendedorismo Professora: Renata La Rovere Tutor: Guilherme Santos Instituto de Economia - UFRJ IEE 531 - Economia do Empreendedorismo 2016.2 Professora: Renata La Rovere Tutor: Guilherme Santos Conceitos propostos por Sara Saraswathy Raciocínio causal visa a atingir

Leia mais

Ideias sobre a natureza do conhecimento científico

Ideias sobre a natureza do conhecimento científico Ideias sobre a natureza do conhecimento científico Profª Tathiane Milaré Texto L A formulação de leis naturais tem sido encarada, desde há muito, como uma das tarefas mais importantes da ciência. O método

Leia mais

SKOCPOL, THEDA. ESTADOS E REVOLUÇÕES SOCIAIS: ANÁLISE COMPARATIVA DA FRANÇA, RÚSSIA E CHINA. LISBOA: EDITORIAL PRESENÇA, 1985.

SKOCPOL, THEDA. ESTADOS E REVOLUÇÕES SOCIAIS: ANÁLISE COMPARATIVA DA FRANÇA, RÚSSIA E CHINA. LISBOA: EDITORIAL PRESENÇA, 1985. SKOCPOL, THEDA. ESTADOS E REVOLUÇÕES SOCIAIS: ANÁLISE COMPARATIVA DA FRANÇA, RÚSSIA E CHINA. LISBOA: EDITORIAL PRESENÇA, 1985. Mauricio GONÇALVES 1* Por que fazer a resenha de um livro originalmente publicado

Leia mais

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE. O que é Ciência?

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE. O que é Ciência? CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE O que é Ciência? O QUE É CIÊNCIA? 1 Conhecimento sistematizado como campo de estudo. 2 Observação e classificação dos fatos inerentes a um determinado grupo de fenômenos

Leia mais

PESQUISAR: PERGUNTAR, INQUIRIR, INDAGAR, INVESTIGAR.

PESQUISAR: PERGUNTAR, INQUIRIR, INDAGAR, INVESTIGAR. O MÉTODO CIENTIFICO PESQUISAR: PERGUNTAR, INQUIRIR, INDAGAR, INVESTIGAR. MÉTODO CIENTIFICO O Método Científico é o modo sistemático de explicar um grande número de ocorrências semelhantes. Todas as Ciências

Leia mais

Metodologia Científica. Thaís Gaudencio do Rêgo

Metodologia Científica. Thaís Gaudencio do Rêgo Metodologia Científica Thaís Gaudencio do Rêgo gaudenciothais@gmail.com Ciência O conhecimento fornecido pela ciência distingue-se por um grau de certeza alto Desfruta de uma posição privilegiada com relação

Leia mais

FILOSOFIA DA CIÊNCIA. Prof. Adriano R. 2º Anos

FILOSOFIA DA CIÊNCIA. Prof. Adriano R. 2º Anos FILOSOFIA DA CIÊNCIA Prof. Adriano R. 2º Anos CÍRCULO DE VIENA - Os filósofos do Círculo de Viena representam o movimento filosófico do positivismo lógico ou empirismo lógico, segundo o qual o saber científico

Leia mais

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS. Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS. Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ Estrutura da Aula Empreendedorismo e Crescimento Econômico (Wennekers e

Leia mais

O PROGRAMA DE PESQUISA DE IMHRE LAKATOS. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

O PROGRAMA DE PESQUISA DE IMHRE LAKATOS. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior O PROGRAMA DE PESQUISA DE IMHRE LAKATOS Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior Introdução Lakatos, junto com Popper, Kuhn e Feyerabend, participou de debates de alto nível na epistemologia contemporânea.

Leia mais

Capítulo 6. Gravitação Universal

Capítulo 6. Gravitação Universal Capítulo 6 Gravitação Universal Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem,

Leia mais

O Falseacionismo Ingênuo e a solução fantástica (Série pseudociências Parte 3#)

O Falseacionismo Ingênuo e a solução fantástica (Série pseudociências Parte 3#) O Falseacionismo Ingênuo e a solução fantástica (Série pseudociências Parte 3#) Karl Popper Para começar esta postagem, vou fazer uma analogia, que já usei em conversas em outros blogs. Lógico que este

Leia mais

Demanda Agregada salários e preços rígidos

Demanda Agregada salários e preços rígidos Demanda Agregada salários e preços rígidos Arranjos institucionais salários são periodicamente e não continuamente. revistos (1) comum em suporte para a rigidez de preços: custos associados com mudanças

Leia mais

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos

CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA. Professora Renata Lèbre La Rovere. Tutor: Guilherme Santos CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Economia Evolucionária Ciências vêm passando por mudança de paradigma: de visão mecanicista para visão sistêmica Características

Leia mais

A Matéria Escura. Samuel Jorge Carvalho Ximenes & Carlos Eduardo Aguiar

A Matéria Escura. Samuel Jorge Carvalho Ximenes & Carlos Eduardo Aguiar UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Instituto de Física Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Mestrado Prossional em Ensino de Física A Matéria Escura Samuel Jorge Carvalho Ximenes & Carlos

Leia mais

Conhecimento comum. Método indutivo-experimental. Concepção Clássica. Critério de cientificidade: verificacionismo. Método hipotético-dedutivo

Conhecimento comum. Método indutivo-experimental. Concepção Clássica. Critério de cientificidade: verificacionismo. Método hipotético-dedutivo Conhecimento comum O conhecimento vulgar ou do senso comum é empírico e por isso, sensitivo e subjetivo. Marcado pela ideologia dominante* e, portanto, assistemático (não é estruturada racionalmente) e

Leia mais

Conceitos Básicos. Prof. Regis Augusto Ely. Agosto de Revisão Novembro 2012

Conceitos Básicos. Prof. Regis Augusto Ely. Agosto de Revisão Novembro 2012 Conceitos Básicos Prof. Regis Augusto Ely Agosto de 2011 - Revisão Novembro 2012 1 Metodologia da ciência econômica Teoria: conjunto de idéias sobre a realidade (Ex: teoria macroeconômica). componentes

Leia mais

Maurício Mendonça ESPIRITISMO & CIÊNCIA

Maurício Mendonça ESPIRITISMO & CIÊNCIA Maurício Mendonça ESPIRITISMO & CIÊNCIA Original completo em Pesquisas da Sobrevivência da Alma (...) LAKATOS E OS PROGRAMAS DE PESQUISA CIENTÍFICA Contrariando Popper, Lakatos defendeu a idéia de que

Leia mais

FALSIFICACIONISMO POPPERIANO Falsificacionismo.mp4 ou MÉTODO DAS CONJETURAS E REFUTAÇÕES

FALSIFICACIONISMO POPPERIANO Falsificacionismo.mp4 ou MÉTODO DAS CONJETURAS E REFUTAÇÕES FALSIFICACIONISMO POPPERIANO Falsificacionismo.mp4 ou MÉTODO DAS CONJETURAS E REFUTAÇÕES Karl Popper está preocupado com dois problemas epistemológicos básicos O que distingue ciência da não ciência? Qual

Leia mais

O que é Ciência, afinal?

O que é Ciência, afinal? O que é Ciência, afinal? Produção e composição de alimentos HNT 0205-2016 O senso comum de Ciência Conhecimento científico é conhecimento comprovado A Ciência é objetiva O conhecimento científico é confiável

Leia mais

PESQUISA E DIREITO MÉTODOS DE PESQUISA CIENTÍFICA. Artur Stamford da Silva Prof. Associado UFPE/CCJ/FDR/DTGDDP

PESQUISA E DIREITO MÉTODOS DE PESQUISA CIENTÍFICA. Artur Stamford da Silva Prof. Associado UFPE/CCJ/FDR/DTGDDP PESQUISA E DIREITO MÉTODOS DE PESQUISA CIENTÍFICA Artur Stamford da Silva Prof. Associado UFPE/CCJ/FDR/DTGDDP C I Ê N C I A Y X falar por dados MÉTODOS caminhos abstrato teórico e TÉCNICAS real /caso vivência

Leia mais

O texto e a imagem trazem representações da teoria do Big-Bang. Descreva, de maneira simplificada, como a teoria explica o surgimento do universo:

O texto e a imagem trazem representações da teoria do Big-Bang. Descreva, de maneira simplificada, como a teoria explica o surgimento do universo: 1 - Leia o trecho abaixo e observe a imagem: On line 6º ano / 2ºTrimestre Quanto à origem do Universo, são muitas as teorias que buscam explicar a sua criação, porém, a mais aceita pela classe científica

Leia mais

QUESTÕES P/ REFLEXÃO MÉTODO CIENTÍFICO

QUESTÕES P/ REFLEXÃO MÉTODO CIENTÍFICO QUESTÕES P/ REFLEXÃO MÉTODO CIENTÍFICO O que é método e metodologia? E procedimento ou técnica? Como esses elementos se relacionam no contexto da ciência? O que é método científico? Quais as vantagens

Leia mais

A Epistemologia de Popper

A Epistemologia de Popper ESPECIALIZAÇAO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO Fundamentos Históricos e Filosóficos das Ciências A Epistemologia de Popper Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Karl Raimund Popper Popper nasceu em Viena

Leia mais

FILOSOFIA DA CIÊNCIA

FILOSOFIA DA CIÊNCIA FILOSOFIA DA CIÊNCIA 1 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA DA CIÊNCIA» Nesta matéria iremos estudar o que significam o pensamento humano, o conhecimento, a filosofia e a ciência para a Filosofia da Ciência. 2 O pensamento

Leia mais

Prof. Aparecido Carlos Duarte

Prof. Aparecido Carlos Duarte Unidade I METODOLOGIA CIENTÍFICA Prof. Aparecido Carlos Duarte Conteúdo: o que é ciência; classificação e divisão da ciência; o que é método; o que é metodologia científica; o que é um paradigma; movimentos

Leia mais

CONCEITOS DE GRAVITAÇÃO E NOÇÕES DE BURACOS NEGROS

CONCEITOS DE GRAVITAÇÃO E NOÇÕES DE BURACOS NEGROS Universidade de São Paulo Faculdade de Educação Metodologia do Ensino de Física Professor Maurício Pietrocola São Paulo 2008 André Quirino Pereira 4895646 Caio Correia Gomes 4897839 Clayton Alves Figueiredo

Leia mais

Tema, Problematização e Justificativa

Tema, Problematização e Justificativa Departamento de Geografia Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Universidade de São Paulo Iniciação à Pesquisa em Geografia I Tema, Problematização e Justificativa Prof. Dr. Fernando Nadal

Leia mais

GRAVITAÇÃO UNIVERSAL. Professor Danilo. Folha 33

GRAVITAÇÃO UNIVERSAL. Professor Danilo. Folha 33 GRAVITAÇÃO UNIVERSAL Professor Danilo Folha 33 Q. 01 MODELOS ANTIGOS Q. 01 MODELOS ANTIGOS Os primeiros modelos de mundo Q. 01 MODELOS ANTIGOS Os primeiros modelos de mundo Movimento retrógrado dos planetas

Leia mais

O conhecimento e a incerteza do ponto de vista do ceticismo

O conhecimento e a incerteza do ponto de vista do ceticismo O conhecimento e a incerteza do ponto de vista do ceticismo IF UFRJ Mariano G. David Mônica F. Corrêa Laboratório de Ciências Radiológicas http://www.lcr.uerj.br http://www.labmetroonline. com.br/ Laboratório

Leia mais

TEORIAS DA CONSTRUÇÃO DO SABER CIENTÍFICO PROF. ANTONIO LÁZARO SANT ANA

TEORIAS DA CONSTRUÇÃO DO SABER CIENTÍFICO PROF. ANTONIO LÁZARO SANT ANA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA SOCIOLOGIA E ÉTICA ZOOTECNIA TEORIAS DA CONSTRUÇÃO DO SABER CIENTÍFICO PROF. ANTONIO LÁZARO SANT ANA MARÇO 2018 TEORIAS DA

Leia mais

Uma Introdução à Filosofia da Ciência.

Uma Introdução à Filosofia da Ciência. Uma Introdução à Filosofia da Ciência. Álvaro Leonardi Ayala Filho Instrumentação para o Ensino da Física I Roteiro Introdução I: Epistemologia? Introdução II: A Filosofia e o Ensino de Ciências. Explicação

Leia mais

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS. Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS. Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ Estrutura da Aula A emergência da geografia econômica evolucionária (Boschma

Leia mais

Método e Metodologia Conceitos de método e seus princípios

Método e Metodologia Conceitos de método e seus princípios Conceitos de método e seus princípios Caminho pelo qual se chega a determinado resultado... É fator de segurança. Seleção de técnicas para uma ação científica... Forma de proceder ao longo de um caminho

Leia mais

Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças V. 1, N. 1, 2013 ISSN

Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças V. 1, N. 1, 2013 ISSN Revista Contabilidade, Ciência da Gestão e Finanças V. 1, N. 1, 2013 ISSN 2317-5001 http://ojs.fsg.br/index.php/rccgf DA DESCOBERTA DE ANOMALIAS À EMERGÊNCIA DE REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS Kadígia Faccin kadigia@gmail.com

Leia mais

[80] O efeito multiplicador em questão pressupõe que a economia esteja em desemprego.

[80] O efeito multiplicador em questão pressupõe que a economia esteja em desemprego. 1. (EBC, Analista de Empresa de Comunicação Pública Economia, 2011, CESPE) Considerando o fato de que um aumento do gasto governamental provoca um aumento proporcional da renda nacional e sabendo que a

Leia mais

Fatores Determinantes do

Fatores Determinantes do Fatores Determinantes do Balanço de Pagamentos Abordagem pela Absorção Abordagem pelos Movimentos de Capital Abordagem Monetária http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Contabilidade das relações externas

Leia mais

Homo Economicus e. Introdução

Homo Economicus e. Introdução Homo Economicus e Finanças Racionais Introdução Aula de Fernando Nogueira da Costa http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Homem econômico: abstração Século XIX: fragmentação do objeto de pesquisa,

Leia mais

MODELANDO O COSMO CSA 9ºANO

MODELANDO O COSMO CSA 9ºANO MODELANDO O COSMO CSA 9ºANO - Característica e importância dos modelos e teorias científicas; - Disputas entre teorias científicas; - Modelos geocêntrico e heliocêntrico para o cosmo; - Introdução do conceito

Leia mais

EAE0111 Fundamentos de Macroeconomia. Lista 3

EAE0111 Fundamentos de Macroeconomia. Lista 3 EAE0111 Fundamentos de Macroeconomia Lista 3 Prof: Danilo Igliori Questão 1 Em sua Teoria Geral, Keynes propôs que, no curto prazo, a renda total da economia era determinada: a) Pela produtividade marginal

Leia mais

Uma nota prévia sobre a ciência e o que é conhecimento científico

Uma nota prévia sobre a ciência e o que é conhecimento científico Investigação: Objectivos e metodologias Uma nota prévia sobre a ciência e o que é conhecimento científico O que é Ciência? Uma teoria científica é uma tentativa de explicação racional do universo, num

Leia mais

1. GRAVITAÇÃO PARTE I

1. GRAVITAÇÃO PARTE I 1. GRAVITAÇÃO PARTE I CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 1- GRAVITAÇÃO 1.1. Lei da Gravitação de Newton; 1.. Energia potencial gravitacional; 1.3. Leis de Kepler; Modelo Geocêntrico Vs Modelo Heliocêntrico Modelo

Leia mais

3 Revisão da Literatura

3 Revisão da Literatura 16 3 Revisão da Literatura Este trabalho se propõe a avaliar o futuro de um setor após um momento de ruptura causado por inovações. Este não é o primeiro caso de uma indústria que sofre mudanças drásticas

Leia mais

Leis de Kepler Miguel Migu Net N a, 2, j 0 a 0 n 8 eiro de 2019 [Imagem:

Leis de Kepler Miguel Migu Net N a, 2, j 0 a 0 n 8 eiro de 2019 [Imagem: Miguel Neta, 2008 janeiro de 2019 [Imagem: www.wonderwhizkids.com] Sistema Geocêntrico Grécia antiga A Terra como centro geométrico do Universo. Lua Mercúrio Vénus Sol Marte Júpiter Saturno estrelas numa

Leia mais

Introdução a Microeconomia. Aula 4 Isnard Martins. Bibliografia capitulo 4, capítulo 1 Material de Aula Estácio de Sá

Introdução a Microeconomia. Aula 4 Isnard Martins. Bibliografia capitulo 4, capítulo 1 Material de Aula Estácio de Sá Introdução a Microeconomia Aula 4 Isnard Martins Bibliografia capitulo 4, capítulo 1 Material de Aula Estácio de Sá Rosseti J. Introdução à Economia. Atlas 2006 2 FUNDAMENTOS DE ECONOMIA Autonomia e Inter-relação:

Leia mais

Macroeconomia. 5. O Mercado de Bens e Serviços. Francisco Lima. 2º ano 1º semestre 2012/2013 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial

Macroeconomia. 5. O Mercado de Bens e Serviços. Francisco Lima. 2º ano 1º semestre 2012/2013 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial Macroeconomia 5. O Mercado de Bens e Serviços Francisco Lima 2º ano 1º semestre 2012/2013 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial Oferta Agregada Nível de preços e custos Produto potencial Capital,

Leia mais

5. Política Monetária Novo-Clássica 5.1. Expectativas racionais, curva de oferta de Lucas e a curva de Phillips vertical

5. Política Monetária Novo-Clássica 5.1. Expectativas racionais, curva de oferta de Lucas e a curva de Phillips vertical 5. Política Monetária Novo-Clássica 5.1. Expectativas racionais, curva de oferta de Lucas e a curva de Phillips vertical Carvalho et al. (2015: cap. 10) Modenesi (2005: cap. 3, ss.1-3.1) 11/06/2019 1 Novo

Leia mais

I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a

I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a Filosofia da Ciência Realidade Axioma Empirismo Realismo cientifico Instrumentalismo I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a Definição Filosofia da ciência é a área que estuda os fundamentos e

Leia mais

Do Positivismo ao racionalismo crítico

Do Positivismo ao racionalismo crítico Do Positivismo ao racionalismo crítico De acordo com o indutivista ingênuo, a ciência começa com observação, a observação fornece uma base segura sobre a qual o conhecimento científico pode ser construído,

Leia mais

Mesa MACROECONOMIA: TEORIA, POLÍTICA E IDEOLOGIA Revisão do Programa de Pesquisa do Novo Consenso Macroeconômico a partir da Crise Financeira nos EUA

Mesa MACROECONOMIA: TEORIA, POLÍTICA E IDEOLOGIA Revisão do Programa de Pesquisa do Novo Consenso Macroeconômico a partir da Crise Financeira nos EUA Mesa MACROECONOMIA: TEORIA, POLÍTICA E IDEOLOGIA Revisão do Programa de Pesquisa do Novo Consenso Macroeconômico a partir da Crise Financeira nos EUA Semana do Economia da UEM 12/11/2015 Luiz Fernando

Leia mais

REFORMULAÇÃO DA LEI DOS PERÍODOS A PARTIR DOS PRINCÍPIOS NEWTONIANOS

REFORMULAÇÃO DA LEI DOS PERÍODOS A PARTIR DOS PRINCÍPIOS NEWTONIANOS REFORMULAÇÃO DA LEI DOS PERÍODOS A PARTIR DOS PRINCÍPIOS NEWTONIANOS Lucas Lopes da Silva Santos; Manuella de Andrade Albuquerque; Allan Giuseppe de Araújo Caldas; Arthur Vinicius Ribeiro de Freitas Azevedo;

Leia mais

INTRODUÇÃO À NATUREZA DA CIÊNCIA. O conhecimento científico é uma forma específica de conhecer e perceber o mundo!!! 2. A PRINCIPAL QUESTÃO: Modelos

INTRODUÇÃO À NATUREZA DA CIÊNCIA. O conhecimento científico é uma forma específica de conhecer e perceber o mundo!!! 2. A PRINCIPAL QUESTÃO: Modelos INTRODUÇÃO À NATUREZA DA CIÊNCIA 2. A PRINCIPAL QUESTÃO: 1. INTRODUZINDO A QUESTÃO: O QUE É CIÊNCIA, AFINAL????? Modelos Leis Por que estudar natureza da ciência???? Qual a importância desses conhecimentos

Leia mais

2ª crítica- A indução é injustificável ( inferir do particular para o geral: ir do alguns, para o todos ) CRÍTICA DE HUME À INDUÇÃO

2ª crítica- A indução é injustificável ( inferir do particular para o geral: ir do alguns, para o todos ) CRÍTICA DE HUME À INDUÇÃO A observação precede sempre a hipótese/lei O raciocínio indutivo está na origem das leis científicas Uma hipótese torna-se lei científica apenas depois de verificada pela experimentação Novos casos observados

Leia mais

CAPÍTULO 2 A ECONOMIA COMO CIÊNCIA SOCIAL. Introdução

CAPÍTULO 2 A ECONOMIA COMO CIÊNCIA SOCIAL. Introdução CAPÍTULO 2 A ECONOMIA COMO CIÊNCIA SOCIAL Introdução A economia é tida como uma ciência social. Ou seja, o estudo das actividades económicas do ponto de vista social. Contudo, muitos economistas sustentam

Leia mais

Demanda Agregada. Políticas Monetárias e a Demanda Agregada. Demanda Agregada. Teoria da Preferência da Liquidez

Demanda Agregada. Políticas Monetárias e a Demanda Agregada. Demanda Agregada. Teoria da Preferência da Liquidez 32. Inflluência das Políticas Fiscal e Monetária na Demanda Agregada Muitos fatores influenciam a demanda agregada além de políticas fiscal e/ou monetárias Em particular, o gasto desejado por indivíduos

Leia mais

OBJETIVISMO E O RELATO OBJETIVISTA

OBJETIVISMO E O RELATO OBJETIVISTA OBJETIVISMO E O RELATO OBJETIVISTA Prof. Thiago C. Almeida A. F. Chalmers, O que é ciência afinal? Objetivismo Introdução Enfatiza que itens do conhecimento transcendem as crenças e estados de consciência

Leia mais

Modelos de determinação da renda: o Modelo Clássico

Modelos de determinação da renda: o Modelo Clássico Modelos de determinação da renda: o Modelo Clássico 1 Modelo Clássico x Modelo Keynesiano São duas formas de entender a economia, baseadas em pressupostos diferentes e com resultados diferentes. A contabilidade

Leia mais

Combinatória I. Sumário Introdução Princípios Básicos... 2

Combinatória I. Sumário Introdução Princípios Básicos... 2 11 Combinatória I Sumário 11.1 Introdução....................... 2 11.2 Princípios Básicos................... 2 1 Unidade 11 Introdução 11.1 Introdução Combinatória é um vasto e importante campo da matemática

Leia mais

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo Inovação - IE/UFRJ Aula 5 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Wennekers e Thurik (1999): Tendência à

Leia mais

FlutuaçõesEconômicasde Curto Prazo. Flutuações Econômicas de Curto Prazo. Três Fatos Sobre Flutuações. Flutuações PIB real. Flutuações - Investimento

FlutuaçõesEconômicasde Curto Prazo. Flutuações Econômicas de Curto Prazo. Três Fatos Sobre Flutuações. Flutuações PIB real. Flutuações - Investimento 31. e Demanda s FlutuaçõesEconômicasde Curto Prazo Flutuações econômicas ocorrem de ano para ano Na maioria dos anos a produção de bens e serviços aumenta Em alguns anos esse crescimento não acontece,

Leia mais

A ciência e as ciências sociais. Prof. Marcos Vinicius Pó Introdução às Humanidades e Ciências Sociais

A ciência e as ciências sociais. Prof. Marcos Vinicius Pó Introdução às Humanidades e Ciências Sociais A ciência e as ciências sociais Introdução às Humanidades e Ciências Sociais É possível conhecer a complexidade e diversidade da realidade em sua totalidade? 2 Conhecimento sobre a realidade Há diversas

Leia mais

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori Contabilidade Nacional

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori Contabilidade Nacional Introdução à Macroeconomia Danilo Igliori (digliori@usp.br) Contabilidade Nacional 1 O Fluxo Circular da Renda Mercado de fatores Renda ($) Trabalho Famílias Firmas Bens Despesas ($) Mercado de produtos

Leia mais

Homo Economicus e Finanças Racionais. Introdução. Aula de Fernando Nogueira da Costa.

Homo Economicus e Finanças Racionais. Introdução. Aula de Fernando Nogueira da Costa. Homo Economicus e Finanças Racionais Introdução Aula de Fernando Nogueira da Costa http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Homem econômico: abstração Século XIX: fragmentação do objeto de pesquisa,

Leia mais

Economia. Modelo Clássico. Professor Jacó Braatz.

Economia. Modelo Clássico. Professor Jacó Braatz. Economia Modelo Clássico Professor Jacó Braatz www.acasadoconcurseiro.com.br Economia MODELO CLÁSSICO Renda e produto de equilíbrio Modelo Clássico x Modelo Keynesiano São duas formas de entender a economia,

Leia mais

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CIÊNCIA E TECNOLOGIA CIÊNCIA E TECNOLOGIA O QUE É CIÊNCIA? Um dos grandes problemas é o de diferenciar ciência de outras formas de conhecimento, em especial o senso comum. Mas afinal, o que é isso tudo? Em primeiro lugar,

Leia mais

Sumário da 12ª aula. Vimos qual o efeito no equilíbrio de concorrência perfeita de uma alteração na curva da oferta

Sumário da 12ª aula. Vimos qual o efeito no equilíbrio de concorrência perfeita de uma alteração na curva da oferta Sumário da 12ª aula erturbações ao equilíbrio de concorrência Alterações da curva da oferta Alterações da curva da procura Vimos qual o efeito no equilíbrio de concorrência perfeita de uma alteração na

Leia mais

Universidade de São Paulo - USP Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia LISTA 1

Universidade de São Paulo - USP Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia LISTA 1 Universidade de São Paulo - USP Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Departamento de Economia Disciplina: REC2201 - Teoria Macroeconômica I Profa. Dra. Roseli da Silva

Leia mais