Evolução do Capital Humano nas Diferentes Regiões do Brasil

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Transcrição:

Evolução do Capal Humano nas Dferenes Regões do Brasl 99-2008 Fernando de Holanda Barbosa Flho Samuel de Abreu Pessôa Fernando A. Veloso Ibre/FGV Ibre/FGV Ibmec/RJ Resumo Ese argo nvesga a evolução do capal humano para o Brasl e suas cnco regões no período de 99 a 2008, ulzando uma medda de capal humano baseada em dados mcroeconômcos. Uma das prncpas conrbuções dese argo é a consrução de uma medda específca de capal humano que perme mensurar ano a evolução da parcpação dos dversos níves de escolardade e experênca do rabalhador no oal de horas rabalhadas como a varação em sua produvdade ao longo do empo. Os resulados mosram que o capal humano da economa braslera aumenou enre 99 e 2008, e declnou somene na regão Cenro-Oese. A evolução do capal humano resulou do aumeno na parcpação do oal de horas rabalhadas de rabalhadores mas qualfcados, em pare compensada pela redução na remuneração do capal humano. O argo mosra anda uma comparação enre os resulados das dversas regões que sugere uma baxa mobldade no mercado de rabalho de rabalhadores pouco qualfcados. Absrac Ths paper nvesgaes he evoluon of human capal n Brazl and s fve regons beween 99 and 2008, usng a measure of human capal based on mcroeconomc daa. One of he man conrbuons of hs paper s o consruc a specfc measure of human capal ha allows one o quanfy boh he evoluon of he parcpaon of he dfferen levels of educaon and experence of he labor force n oal hours worked and he varaon of s producvy over me. The resuls show ha he human capal sock ncreased n Brazl and declned only n he Mdwes regon. Ths was due o he ncrease n he parcpaon componen of he labor force, whch was parally compensaed by he reducon n he producvy componen. Fnally, compares he human capal n s fve regons and he resuls sugges ha here s low labor mobly among he less qualfed workers. ÁREA CRESCIMETO, DESEVOLVIMETO ECOÔMICO E ISTITUIÇÕES Palavras- chave: capal humano, crescmeno econômco, regressão mncerana. Keywords: human capal, economc growh, mnceran regresson. Classfcação JEL: O4, J24, J3.

Evolução do Capal Humano nas Dferenes Regões do Brasl 99-2008. Inrodução Ese argo nvesga a evolução do capal humano para o Brasl e suas cnco regões no período de 99 a 2008, ulzando uma medda de capal humano consruída a parr de dados mcroeconômcos, desenvolvda em Barbosa Flho, Pessôa e Veloso (2009, 200). Esa medda perme separar o capal humano em dos componenes dsnos. O componene de parcpação esá relaconado à quandade de capal humano, enquano o componene de produvdade mede o reorno do capal humano. Como mosram Topel (999), Krueger e Lndahl (200) e Lange e Topel (2006), o capal humano agregado em um efeo sgnfcavo no crescmeno econômco, de magnude não nferor ao efeo mcroeconômco da educação sobre os saláros. Essa leraura evdenca a mporânca de nclur o capal humano na análse de decomposções de crescmeno. Hall e Jones (999) e Bls e Klenow (2000) procuram levar em cona o mpaco da escolardade no capal humano aravés de uma esmava da axa de reorno da educação. o enano, esa é obda com base em dados de uma cross-secon de países. Em conseqüênca, a evolução do capal humano em cada país ao longo do empo reflee predomnanemene a varação da escolardade méda. Ese argo generalza a medda de capal humano ulzada em Hall e Jones (999) e Bls e Klenow (2000). A medda específca de capal humano aqu consruída quanfca ano a evolução da parcpação dos dversos níves de escolardade e experênca do rabalhador no oal de horas rabalhadas, como a varação em sua produvdade ao longo do empo. Essa decomposção é possível porque a medda de capal humano ulzada nesse esudo é consruída com o auxílo de uma regressão de Mncer (94) de saláros, em que o capal humano é obdo aravés da produvdade margnal do rabalho. Em parcular, o argo mosra que essa medda de capal humano decorre nauralmene da agregação das Bls e Klenow (2000) ambém ulzam ndcadores de experênca da força de rabalho. 2

equações de Mncer ndvduas para odos os rabalhadores. A base de dados ulzada para o cálculo do capal humano e do número de horas rabalhadas é a Pesqusa aconal por Amosra de Domcílos (PAD) do IBGE. Os resulados mosram que o capal humano aumenou no Brasl e em quaro de suas cnco regões, com exceção da regão Cenro-Oese. A elevação do capal humano decorreu do aumeno da parcpação no mercado de rabalho de rabalhadores mas qualfcados. O componene de parcpação aumenou em pelo menos 30% em odas as regões, com exceção da regão ore. Enreano, esa fore elevação do componene de parcpação fo parcalmene compensada por uma queda da produvdade em odas as regões, com exceção da regão ore. A queda do componene de produvdade vara enre uma redução de 3% para o Sudese aé uma redução de 3% na regão Cenro-Oese. O argo mosra anda que a ulzação dos anos médos de educação como medda de capal humano não é ndcada para comparações enre países/regões onde não haja lvre mobldade do rabalho. Iso ocorre porque, na ausênca de lvre mobldade de rabalho, o reorno do capal humano dfere enre países/regões e, nese caso, a ulzação de uma medda de capal humano baseada somene no aspeco quanavo não levará em consderação o efeo de varações na remuneração do capal humano. O argo esá organzado em quaro seções, além desa nrodução. A seção 2 apresena a meodologa de consrução da varável de capal humano. Anda nesa seção, apresenamos o méodo de decomposção do capal humano em seus componenes de parcpação e produvdade. A seção 3 apresena os resulados obdos para o capal humano braslero e de suas cnco regões. A seção 4 apresena um exercíco conrafacual onde a remuneração do capal humano é a mesma para as dversas regões. As prncpas conclusões do argo esão reundas na seção. 2. Meodologa 2.. Capal Humano e Horas Trabalhadas O cálculo do capal humano por rabalhador, rabalhadores em ermos de escolardade, h, e de experênca, 3 H, consdera dferenças enre os E. A amosra fo dvdda

em cnco níves de escolardade: analfabeos e com º cclo do ensno fundamenal ncompleo (nferor a quaro anos de esudo), º cclo do ensno fundamenal compleo (escolardade gual ou maor que quaro e nferor a oo anos de esudo), 2º cclo do ensno fundamenal compleo (gual ou maor que oo e nferor a onze anos de esudo), ensno médo compleo (gual ou maor que onze e nferor a qunze anos de esudo) e superor compleo (qunze ou mas anos de esudo). Os níves de experênca foram dvddos em nervalos de cnco anos: de 0 a 4 anos de experênca, de a 9 anos de experênca, de 0 a 4 anos de experênca, e assm sucessvamene aé ndvíduos com experênca superor a 30 anos. O cruzameno das cnco caegoras de escolardade com as see caegoras de experênca produz 3 caegoras de capal humano. A medda de capal humano em dos componenes: a produvdade e a parcpação. Dversos esudos que nvesgam a relação enre educação e crescmeno econômco mosram que o mpaco agregado do capal humano no produo é de magnude smlar ao efeo mcroeconômco da educação sobre os saláros. 2 Em função dsso, nese argo a produvdade é compreendda como o reorno que o mercado de rabalho paga a uma dada combnação de escolardade e experênca, enquano a parcpação é nerpreada como o peso relavo de cada grupo de escolardade e experênca no oal de horas rabalhadas. educação e Para ober a produvdade, β ( h j, Ek ), de um rabalhador com h j anos de E k anos de experênca, esmaremos uma equação de Mncer onde são consderadas 3 varáves dummes com a neração enre os dversos níves de escolardade e experênca. Esas dummes foram esmadas com base na segune equação de Mncer, em que w é o saláro por hora do -ésmo rabalhador: I ( h j,, Ek, ) ψ ( h j, Ek, ) + γ lconrolesl, ε 0 + β, j= k = ln w = α +. () l= a equação acma, ψ represena cada uma das 3 dummes assocadas às nerações enre experênca e escolardade e β é o seu coefcene, que represena o 2 Ver Topel (999), Krueger e Lndahl (200) e Lange e Topel (2006). Barbosa Flho e Pessôa (2008) apresenam um survey da leraura. 4

reorno assocado ao par ( j, k) de escolardade e experênca. O coefcene γ l é o reorno dos conroles ulzados na regressão. Defnndo o saláro médo w como a méda geomérca ponderada dos saláros ndvduas, onde os pesos ϕ são dados pela parcpação do -ésmo rabalhador na ofera oal de rabalho, emos: w = = w ϕ, Sob a hpóese de que há (2) =,..., rabalhadores e que cada rabalhador enha rabalhado l horas, emos de () e (2) que o logarmo do saláro médo por hora pode ser escro como: ln w l = ln w l = = I l = β ψ l = γ lconroles l, j= k = l= = α 0 + +. (3) l l = A equação (3) pode ser reescra como: ln w = l β ψ = α 0 + + G, j= k= l = em que G I l γ conroles = l l, l= l =. Assm, ln w = 0 α + β ϕ G, (4) j= k= + em que ϕ é a parcpação na ofera oal do rabalho da caegora de capal humano que combna o j-ésmo po de escolardade e a k-ésma modaldade de experênca, j =,...,, e k =,...,, so é:

onde w ( h j,, Ek ) l l = ψ, ϕ. A equação (4) pode ser reescra como: β ( h j, Ek ) w = w o ( e ) j= k= ϕ =, () o + G o = e α. A condção de maxmzação do lucro das frmas com respeo ao rabalho e ecnologa descra por uma função de produção Cobb-Douglas mplca que o saláro por hora rabalhada é proporconal ao capal humano por rabalhador 3 : w = w H (6) o De () e (6), a agregação das equações mnceranas ndvduas é compaível com o comporameno maxmzador das frmas desde que o capal humano seja expresso como: H = j= k= β ( h j, Ek ) ( e ) ϕ () ese argo, ulzaremos a medda de capal humano descra por (). Ese índce é uma generalzação da medda ulzada em Hall e Jones (999) e Bls e Klenow (2000), que é descra por 4 θ ψ ψ h H = e (8) onde θ > 0 e 0 <ψ < para capurar reornos decrescenes da educação. Desconsderando a conrbução da experênca e assumndo que odos os rabalhadores êm o mesmo nível θ β h = h. ψ ψ de escolardade, h, fca claro que (8) é um caso parcular de (), com ( ) O oal de horas rabalhadas na economa é obdo aravés da soma do oal de horas rabalhadas de cada grupo. 3 Ver Barbosa Flho, Pessôa e Veloso (2009). 4 A versão do exo nclu apenas educação, dado que a medda de capal humano de Hall e Jones (999) não nclu experênca. 6

L = l. (9) j= k= Com sso, podemos calcular a parcpação, ϕ, no oal de horas rabalhadas de cada um dos 3 grupos de rabalhadores com h anos de escolardade e E anos de experênca. 2.2. Decomposção do Capal Humano A varação do capal humano pode ser decomposa em dos faores: a produvdade, β, e a parcpação, ϕ. Com base na expressão do capal humano, podese decompor a axa de crescmeno do capal humano enre dos períodos consecuvos da segune forma: H ln H = ln = j= k = = ln j= k= β β, ( h j, Ek ) ( e ) β, ( h j, Ek ) ( e ) β, ( h, E ) ϕ j k, β, ( h j, Ek ) ( e ) ln e j= k = j= k= ϕ j= k =,, j= k =, Esa expressão pode ser reescra como: β ϕ ϕ ϕ ( ) = j= k = ϕ, ( β ϕ β ϕ ).,,

H ln H 2 = = = ( β ϕ β, ϕ ) ( β ϕ β, ϕ ) + ( β, ϕ β ϕ ) j= k = 2 H ln H [ ϕ, ( β, β ) + β ( ϕ ϕ )] + [ ϕ, ( β, β ) + β, ( ϕ ϕ ) ] j= k = j= k = j= k = = ϕ ϕ j= k = 2 2 + ϕ Produvdade Produvdade + ϕ ( β H + ln H ( β β β Parcpação Parcpação. 2,, β ) + ) + j= k= = j= k= + β 2 β (0), 2 2 ( ϕ + β,, j= k = ϕ ( ϕ,, ϕ ), ) Como mosra (0), pode-se decompor a varação do capal humano em dos componenes, produvdade e parcpação, onde o prmero capura a varação do reorno do capal humano enre dos períodos, e o segundo esá assocado à varação da parcpação de cada nível de capal humano no oal de horas rabalhadas. O componene de produvdade pondera a varação do reorno pela méda arméca da parcpação, ϕ, no níco e no fm do período em quesão. Analogamene, o componene de parcpação ulza como pesos os valores da produvdade, β, no níco e no fm do período em quesão. 2.3. Dados e Esmação Os dados foram obdos da Pesqusa aconal de Amosra Domclar (PAD) para odos os anos dsponíves no período 99-2008. Foram ulzados dados para homens e mulheres que esejam no mercado de rabalho. As regressões de saláros foram esmadas por mínmos quadrados ordnáros, sendo ulzados os pesos amosras de cada observação. Foram empregadas as segunes varáves de conrole: dummes de sexo, cor, rabalhador sndcalzado, rabalhador do seor públco e rabalhador com carera. A PAD esá dsponível para odos os anos enre 99 e 2008 com exceção do ano 2000, quando realza-se o Censo. Desa forma, as observações do ano 2000 são a méda enre as observações dos anos de 999 e 200. 8

3. Resulados A ulzação dos anos médos de educação como medda de capal humano é uma práca esabelecda na leraura econômca. Apesar de ser uma medda de fácl mensuração, os anos médos de escolardade represenam uma medda exclusvamene quanava, sem qualquer aspeco qualavo. Com o objevo de preencher esa lacuna, ese argo ulza a medda de capal humano aqu proposa para avalar e comparar as duas meddas de capal humano no Brasl e suas regões. A Tabela mosra os anos médos de escolardade da população braslera e da população das dferenes regões do país. Com base na Tabela pode-se perceber que os anos médos de educação da população braslera aumenaram de forma monoônca enre 99 e 2008. Caso o capal humano de um país seja meddo aravés dos anos médos de educação, pode-se observar que o capal humano aumenou de forma sgnfcava em odo o país. Tabela : Anos Médos de Educação no Brasl e por regão Brasl ore ordese Cenro-Oese Sudese Sul 99 4,2 4, 2,8 4,4 4,9 4, 996 4,3 4,0 3, 4,,0 4,8 99 4,4 4, 3,2 4,6, 4,8 998 4,6 4,2 3,3 4,8,3, 999 4,8 4,4 3, 4,9,4,2 2000 4,9 4,6 3,6,0,6,4 200,0 4, 3,8,,, 2002,2 4,8 4,0,4,9, 2003,4 4,9 4,, 6,0,9 2004, 4,6 4,3, 6,2 6,0 200,6 4,8 4,4,8 6,3 6, 2006,8,0 4,6 6,0 6, 6,3 200,9, 4,8 6, 6,6 6,3 2008 6,0,3 4,9 6,3 6, 6, Fone: Elaboração própra com base em dados da PAD. A Tabela mosra anda que a regão com maor méda de anos de educação é a regão Sudese, seguda das regões Sul, Cenro-Oese, ore e ordese. Ese processo de amplação dos anos médos de escolardade é decorrene da unversalzação da educação. Enreano, como menconado acma, os anos médos de educação não levam em cona qualquer aspeco qualavo da educação, em parcular no que se refere à forma 9

aravés das qual o mercado de rabalho remunera os dferenes pos de escolardade. A Tabela 2 mosra a evolução do capal humano calculado conforme a equação () para o Brasl e suas cnco regões: ore, ordese, Cenro-Oese, Sudese e Sul. A medda proposa na equação () possu a vanagem de avalar não somene o aspeco quanavo da educação, como ambém mensurar o mpaco da produvdade da mesma no mercado de rabalho. Tabela 2: Capal Humano no Brasl e por regão Brasl ore ordese Cenro-Oese Sudese Sul 99 3,3 3,0 2, 3,3 4,0 2,8 996 3,3 2,6 2, 3,0 3, 3,6 99 3, 3,4 2, 3,4 4,2 3, 998 3,6 3,2 2,,9 4, 3,2 999 3,6 3, 2, 3,6 4, 3, 2000 3,6 3, 2, 3, 3, 3,0 200 3, 3,8 2,8 3,8 3,3 2,4 2002 3,6 4, 2, 3,4 4,4 4, 2003 4,,0 4,6 4, 3,6 3,4 2004 4, 3,0 2,9 3, 8, 4,8 200 3,8 2,9 3,0 3, 3,8 2,4 2006 3,, 3,4 4, 4, 2,0 200 3,9 2, 3, 3,4 3,0 2,9 2008 3,9 4,0 2, 3,0,0 3,0 Fone: Elaboração própra com base em dados da PAD. Os resulados mosram que o capal humano aumenou no Brasl e em quaro de suas cnco regões enre 99 e 2008, apresenando redução somene na regão Cenro- Oese. Comparando o capal humano enre as dferenes regões do país observa-se que a regão com capal humano mas elevado no Brasl é a regão Sudese, um resulado esperado e compaível com os anos médos de educação. Ao mesmo empo surpreende perceber que o capal humano da regão Sul do Brasl é superor, somene, ao capal humano da regão ordese, em desacordo com os anos médos de educação. 6 A comparação enre a Tabela e a Tabela 2 mosra que o rankng enre as regões com maor capal humano depende do méodo proposo e, desa forma, mosra a mporânca de agregar algum aspeco qualavo à medda de capal humano. Dferenemene dos anos médos de educação, que apresenam um crescmeno 6 O baxo capal humano da regão Sul é explcado em grande pare pela redução do componene de produvdade do capal humano. Esse ópco será explorado nas próxmas subseções. 0

monoônco, a Tabela 2 mosra a elevada varabldade do capal humano. Esa elevada varabldade ocorre devdo ao componene de produvdade do capal humano, que fluua consderavelmene em vrude de ser afeado pelo cclo econômco. A Tabela 3 e a Fgura mosram o capal humano e seus dos componenes, produvdade e parcpação, para o Brasl e suas cnco regões, endo como base o ano de 99, onde o capal humano e seus componenes são guas a 00. Tabela 3: Decomposção do Capal Humano no Brasl e por regão Brasl Sudese Sul H H produvdade H parcpação H H produvdade H parcpação H H produvdade H parcpação 99 00 00 00 00 00 00 00 00 00 996 99 96 03 94 92 02 30 2 03 99 06 00 0 0 00 0 06 0 998 0 02 08 04 96 08 4 06 08 999 0 00 0 03 94 09 2 3 2000 09 96 3 92 83 2 06 94 3 200 0 93 6 82 2 86 2002 0 92 9 0 94 4 2 8 2003 24 02 22 9 6 20 2 0 20 2004 39 3 23 220 8 22 0 39 22 200 93 2 9 8 23 86 69 2 2006 4 88 29 04 82 26 0 2 200 9 9 3 6 9 28 03 80 28 2008 8 88 34 2 9 30 06 80 33 Cenro Oese ordese ore H H produvdade H parcpação H H produvdade H parcpação H H produvdade H parcpação 99 00 00 00 00 00 00 00 00 00 996 90 88 03 00 96 04 88 90 9 99 03 98 06 0 9 06 3 4 00 998 6 66 8 0 03 0 06 04 02 999 08 00 08 06 98 09 04 99 0 2000 0 0 08 9 2 6 08 0 200 02 2 0 96 2 09 2002 02 88 0 9 36 23 0 2003 24 04 9 84 4 9 6 48 2 2004 4 9 20 8 9 22 98 9 08 200 94 23 22 99 23 96 88 09 2006 38 09 26 3 06 2 4 3 200 02 9 29 39 0 30 83 6 2008 9 69 32 0 80 34 3 8 Fone: Elaboração própra com base em dados da PAD. Com base na Tabela 3, pode-se perceber a dferença de comporameno ao longo do empo das componenes de produvdade e parcpação do capal humano, com a sére de

produvdade apresenando uma volaldade elevada e uma ausênca de endênca, enquano que o componene de parcpação apresena uma endênca de crescmeno. A Tabela 3 mosra que o componene de parcpação aumena em odas as regões do país enre 99 e 2008. Ese resulado sgnfca que o percenual de mão-de-obra mas qualfcada esá aumenando no país e em odas as suas regões. Ese aumeno é de pelo menos 30% para o país e para quaro de suas regões, com exceção da regão ore, que apresena elevação de somene 8%. A conraparda do rápdo aumeno da parcpação é a queda no componene de produvdade, que ocorre de forma expressva nas regões Cenro-Oese, Sul e ordese. A regão ore fo a únca que apresenou um crescmeno smulâneo das componenes de produvdade e parcpação, o que resulou num elevado crescmeno de seu capal humano. A elevada volaldade do componene de produvdade pode ser percebda na Fgura, que mosra a evolução enre 99 e 2008 do capal humano e de seus dos componenes para o Brasl e suas cnco regões. A Fgura mosra a evolução monoônca do componene de parcpação. Esa elevação é assocada ao aumeno progressvo dos anos de educação da população braslera e ao processo de unversalzação da educação. A Fgura mosra anda que a elevada varação do capal humano deve-se ao componene de produvdade. O componene de produvdade depende do cclo econômco, uma vez que os saláros varam juno com a avdade econômca. Em parcular, em períodos de aceleração do cclo, os saláros aumenam, elevando os reornos da educação e, com sso, o valor do capal humano. Esa elevada varabldade deve-se ao fao de que a medda de capal humano aqu ulzada corresponde a uma varável de esoque calculada a preço de mercado (marke value) e não a preço de lvro (book value). A Fgura mosra anda que as dferenes regões são afeadas de formas dsnas pelos cclos econômcos. Mesmo assm pode-se enconrar algumas semelhanças acerca do componene de produvdade enre as regões Sul e Sudese, onde o componene de produvdade elevou-se em 2002, reduzu-se em 2003, e angu seu valor máxmo no ano de 2004. os úlmos anos a rajeóra do componene de produvdade mosrou recuperação na regão Sudese e esagnação na regão Sul. 2

Fgura : Decomposção do Capal Humano por Regão Brasl Cenro-Oese 60 40 60 40 20 00 80 60 40 20 0 20 00 80 60 40 20 0 ore 80 60 40 20 00 80 60 40 20 0 99 996 99 998 999 2000 200 2002 2003 2004 200 2006 200 2008 99 996 99 998 999 2000 200 2002 2003 2004 200 2006 200 2008 Sudese Sul 20 200 0 00 0 0 80 60 40 20 00 80 60 40 20 0 99 996 99 998 999 2000 200 2002 2003 2004 200 2006 200 2008 99 996 99 998 999 2000 200 2002 2003 2004 200 2006 200 2008 99 996 99 998 999 2000 200 2002 2003 2004 200 2006 200 2008 ordese 200 80 60 40 20 00 80 60 40 20 0 99 996 99 998 999 2000 200 2002 2003 2004 200 2006 200 2008 H Hproduvdade Hparcpação O capal humano das regões ordese e ore angu o seu pco no ano de 2003, quando o componene de produvdade apresenou grande elevação, com redução no ano 3

de 2004 para níves smlares aos de 2002 no ordese e nferores aos de 2002 na regão ore. O maor peso relavo das regões Sudese e Sul em comparação com as regões ordese e ore fez com que o pco do capal humano no Brasl enha ocorrdo em 2004. A regão que apresenou a maor elevação do capal humano fo a regão ore, com uma elevação do capal humano acma de 30%, em vrude da elevação smulânea dos componenes de parcpação e produvdade. Ouro aspeco mporane na comparação do capal humano enre regões esá relaconado à consane na esmação da equação de Mncer. A consane da equação de Mncer mede o reorno do rabalhador com menor grau de qualfcação na economa do país ou daquela regão. Como o capal humano é meddo pela produvdade relava dos grupos com dferenes qualfcações em relação ao grupo com menor qualfcação, ponderada pela parcpação relava no oal de horas rabalhadas de cada grupo, a varação no nível da remuneração do grupo de menor qualfcação afea o capal humano. Uma breve análse dos faores que afeam a remuneração do grupo menos qualfcado e, em conseqüênca, a consane das equações de Mncer é realzada na próxma seção. A Tabela 4 mosra a correlação enre o capal humano (H) e seus dos componenes, produvdade (H produvdade ) e parcpação (H parcpação ), com os anos médos de educação. Tabela 4: Correlação enre os Anos de Educação e o Capal Humano Brasl ore ordese Cenro-Oese Sudese Sul H 0, 0, 0, 0,3 0,2-0, H produvdade -0,4-0, 0, -0,3-0, -0, H parcpação,0,0,0 0,9,0,0 Fone: Elaboração própra com base em dados da PAD. A Tabela 4 mosra que a relação enre os anos médos de educação e o capal humano de uma economa não é drea. Como mosra a abela, a correlação enre anos médos de escolardade e capal humano é baxa nas cnco regões. Os anos médos de educação possuem uma correlação elevada com o componene de parcpação (pracamene gual a ). o enano, a correlação da escolardade méda com a produvdade é baxa em valor absoluo e negava em odas as regões, com exceção do 4

ordese. Logo, a ulzação dos anos médos de educação não parece represenar uma boa medda de capal humano para o Brasl. 4. Conrafacual: Igualando os Reornos da Capal Humano A dferença relava de capal humano enre as regões é em grande pare explcada pelo baxo reorno do capal humano em uma regão relavamene à oura. Desa forma, regões com mas anos médos de educação podem apresenar uma medda de capal humano nferor à de oura regão, como pode ser observado nas Tabelas e 2. A prncpal dferença enre esas meddas é a dferene valoração do capal humano enre as regões. Esa seção realza um exercíco conrafacual onde o reorno da capal humano nas dferenes regões do Brasl é gual ao reorno calculado para o país como um odo. A Tabela mosra que, uma vez elmnado o dferencal de reorno do capal humano enre as regões, o capal humano das regões passa a se comporar de forma smlar à medda de anos médos de escolardade, com a regão Sudese apresenando o mas elevado capal humano, seguda das regões Sul, Cenro-Oese, ore e ordese. Tabela : Capal Humano no Brasl e por regão com a produvdade do Brasl Brasl ore ordese Cenro-Oese Sudese Sul 99 3,3 3,3 2, 3,2 3, 3,4 996 3,3 3,0 2, 3,2 3,6 3,4 99 3, 3,3 2,8 3,4 3,9 3,6 998 3,6 3,4 3,0 2,8 4,0 3,8 999 3,6 3,4 3,0 3, 4,0 3,8 2000 3,6 3,4 2,9 3, 3,9 3, 200 3, 3,3 2,9 3, 3,9 3, 2002 3,6 3,4 3,0 3,6 4,0 3, 2003 4, 3,8 3,4 4,0 4, 4,2 2004 4, 4,0 3,9 4,,0 4,8 200 3,8 3,4 3,2 3,9 4,2 4,0 2006 3, 3,3 3,2 3, 4, 3,9 200 3,9 3, 3,3 3,9 4,2 4,0 2008 3,9 3, 3,4 3,9 4,2 4, Correlação enre Anos médos de Educação e o Capal Humano conrafacual H 0, 0, 0,8 0, 0,6 0, Fone: Elaboração própra com base em dados da PAD. A úlma lnha da Tabela mosra a correlação enre os anos de escolardade e o capal humano conrafacual. Pode-se observar que a correlação aumenou para odas as

regões, fao explcado pela menor volaldade da sére de produvdade da economa braslera. Com a redução da volaldade, a elevada correlação do componene de parcpação com os anos médos de escolardade passou a er um maor mpaco sobre a correlação enre o capal humano (conrafacual) de cada regão e os anos médos de educação. ese sendo, uma quesão neressane que surge na análse do capal humano é a razão pela qual rabalhadores com qualfcações dferenes recebem remunerações dsnas nas dferenes regões. Em uma economa com lvre mobldade de rabalho, os reornos das dferenes qualfcações deveram ser guas enre as regões e, nese caso, a ulzação de anos médos de escolardade como uma medda de capal humano não sera ão problemáca, vso que o valor de mercado do capal humano sera o mesmo para as dferenes regões. Logo, uma comparação de capal humano enre dferenes países não deve ser baseada nos anos médos de educação como medda de capal humano, vso que não exse lvre mobldade no mercado de rabalho enre países. Os resulados acma ndcam que exse um dferencal na remuneração do capal humano enre as cnco regões, o que sugere que a mobldade do rabalho no Brasl não é sufcene para equalzar os reornos. Mas especfcamene, exse um elevado dferencal enre regões na remuneração dos rabalhadores menos qualfcados, capurada pela consane esmada na equação de Mncer, como mosra a Tabela 6. Isso ndca que a mobldade do rabalho é baxa enre os grupos menos qualfcados. O desvo padrão do componene de produvdade fo de 6,6 no Brasl; 28,0 no Sudese; 26,0 no Sul; 3,6 no Cenro-Oese; 6,6 no ordese e 24,3 na regão ore. 6

Tabela 6: Consanes das Equações de Mncer Brasl ore ordese Cenro-Oese Sudese Sul 99 0,4* 0,2* 0,2* 0,4* 0,* 0,* 996 0,8*,* 0,*,2*,* 0,6* 99 0,* 0,* 0,4* 0,6* 0,6* 0,* 998 0,* 0,6* 0,3*,* 0,* 0,8* 999 0,* 0,6* 0,4* 0,6* 0,* 0,6* 2000 0,6* 0,6* 0,4* 0,* 0,9* 0,9* 200 0,* 0,6* 0,* 0,8*,0*,2* 2002 0,* 0,6* 0,6*,0* 0,8* 0,8* 2003 0,* 0,* 0,* 0,9*,*,0* 2004 0,*,* 0,*,* 0,3 0,* 200,0*,2* 0,*,4*,2*,* 2006,* 2,0* 0,8*,2*,3* 2,0* 200,2*,6* 0,8*,6*,*,* 2008,3*,2*,3*,8*,3*,8* Fone: Elaboração própra com base em dados da PAD. O ermo (*) represena sgnfcavo a %.. Conclusão Ese argo analsa a evolução do capal humano no Brasl e em suas dferenes regões, ulzando uma medda de capal humano consruída a parr de dados mcroeconômcos, desenvolvda em Barbosa Flho, Pessôa e Veloso (2009, 200). Esa medda perme separar o capal humano em dos componenes dsnos. O componene de parcpação esá relaconado à quandade de capal humano, enquano o componene de produvdade mede o reorno do capal humano. Os resulados mosram que o capal humano aumenou no Brasl e em quaro de suas cnco regões, com exceção da regão Cenro-Oese. A elevação do capal humano resulou do aumeno da parcpação de rabalhadores mas qualfcados no mercado de rabalho. O componene de parcpação aumenou em pelo menos 30% para odas as regões, com exceção da regão ore. Enreano, esa fore elevação do componene de parcpação fo parcalmene compensado por uma queda da produvdade em odas as regões, com exceção da regão ore. A queda do componene de produvdade vara de 3% para o Sudese aé 3% na regão Cenro-Oese. O argo ambém mosra que a ulzação dos anos médos de educação como medda de capal humano não é ndcada para comparações enre países/regões onde não

haja lvre mobldade do rabalho. Iso ocorre porque na ausênca de lvre mobldade de rabalho o reorno do capal humano dfere enre países/regões. ese caso, a ulzação de uma medda de capal humano baseada somene no aspeco quanavo orna-se menos relevane, uma vez que não consdera dferenças de remuneração do capal humano. Por úlmo, o argo conclu que exse um dferencal na remuneração do capal humano enre as cnco regões, o que sugere que não exse lvre mobldade no mercado de rabalho no Brasl. Mas especfcamene, exse um elevado dferencal enre regões na remuneração dos rabalhadores menos qualfcados, ndcando que a mobldade do rabalho é baxa enre os grupos menos qualfcados. Referêncas Bblográfcas Barbosa Flho, Fernando de Holanda e Pessôa, Samuel de Abreu (2008). Educação e Crescmeno: O Que a Evdênca Empírca e Teórca Mosra? Mmeo. Barbosa Flho, Fernando de Holanda, Pessôa, Samuel de Abreu e Veloso, Fernando (2009). Evolução do Capal Humano no Brasl e nos EUA 992-200. Texos para Dscussão número 4 do IBRE. Barbosa Flho, Fernando de Holanda, Pessôa, Samuel de Abreu e Veloso, Fernando (200). Evolução da Produvdade Toal dos Faores na Economa Braslera com Ênfase no Capal Humano 992-200. Revsa Braslera de Economa, 64 (2): 9-3. Bls, Mark e Peer J. Klenow (2000). Does Schoolng Cause Growh?, Amercan Economc Revew 90 (): 60-83. Krueger, Alan B e Lndahl, Mkael (200). Educaon for Growh: Why and for Whom? Journal of Economc Leraure, 39 (4): 0-36. Hall, Rober e Jones, Charles (999). Why do Some Counres produce so Much More Oupu han Ohers?, Quarerly Journal of Economcs, 4 (): 83-6. Lange, Faban e Topel, Rober (2006). The Socal Value of Educaon and Human Capal, In: Hanushek, Erc e Welch, Fns (eds). Handbook of he Economcs of Educaon, orh-holland, volume : 49-09. 8

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