Produtividade total dos fatores e acumulação de capital no Brasil

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Transcrição:

Revisa Economia & Tecnologia (RET) Volume 9, Número 1, p. 137-150, Jan/Mar 2013 Produividade oal dos faores e acumulação de capial no Brasil Robero Ellery Jr * Resumo: Ese rabalho em como objeivo avaliar o papel da produividade oal dos faores (PTF) na deerminação do produo e do invesimeno no Brasil. Pare significaiva da discussão sobre o papel da PTF na deerminação do produo é feia por meio de exercícios de conabilidade do crescimeno, apesar de oferecer informações imporanes esa écnica não permie avaliar o quano do ganho de produividade pode ser advindo do acumulo de capial e o quano do aumeno no esoque de capial pode ser devido ao aumeno da produividade. Para avaliar o papel da produividade na deerminação do capial são feias simulações do modelo básico de crescimeno, calibrado para reproduzir a economia brasileira, porém com diferenes hipóeses comporameno para a evolução da PTF. Resulados preliminares mosram que pare da acumulação de capial pode ser explicada pela PTF, desa forma políicas que visem aumenar a produividade podem, além do efeio direo sobre o crescimeno, elevar o invesimeno causando um impaco final maior do que o suposo nos exercícios de conabilidade do crescimeno. Absrac: This sudy aims o evaluae he role of oal facor produciviy (TFP) in he deerminaion of oupu and invesmen in Brazil. A significan par of he discussion on he role of TFP in he deerminaion of he produc is made by means of growh accouning exercises, while offering imporan informaion his echnique does no allow o assess he exen in wich produciviy gains may be coming from he accumulaion. To evaluae he role of produciviy in deermining he capial accumulaion I run simulaions of he basic model of growh, calibraed o reproduce he Brazilian economy, bu wih differen hypoheses for he evoluion behavior of TFP. Preliminary resuls show ha par of capial accumulaion can be explained by TFP, so policies o increase produciviy may, in addiion o he direc effec on growh, increase invesmen. Palavras-chave: Invesimeno; Produividade; Brasil. Classificação JEL: D91; D92; C61. * Douor em Economia pela Universidade de Brasília (UNB). Professor adjuno do Deparameno de Economia da Universidade de Brasília (UNB). Endereço elerônico: ellery@unb.br. ISSN 2238-4715 [impresso] ISSN 2238-1988 [on-line] www.ser.ufpr.br/re www.economiaeecnologia.ufpr.br 137

Robero Ellery 1 Inrodução Um ema cenral na discussão sobre o desempenho econômico do Brasil e da América Laina diz respeio aos papéis da acumulação de capial e da produividade oal dos faores (PTF) na rajeória de longo prazo do produo per-capia. A lieraura sugere que o crescimeno brasileiro, em sua maior pare, é devido à acumulação de capial, esa caracerísica é comum a ouros países da América Laina, porém conrasa com o padrão de crescimeno do Lese Asiáico 1. Um pono relevane é a relação enre produividade e invesimeno. Nauralmene, esas duas variáveis possuem relaiva inerdependência, de forma que nem sempre é possível separar o papel de cada uma do processo de desenvolvimeno econômico. A idéia de que muias vezes os ganhos de produividade só podem ser obidos por meio de invesimenos, como no caso de ecnologias embuidas em novas gerações de máquinas, é relaivamene bem explorada na lieraura, enreano, menos esforço foi feio no senido de avaliar o impaco dos ganhos de produividade sobre a decisão de invesir. Ese rabalho procura avaliar como o comporameno da PTF influenciou o invesimeno no Brasil. Seguindo a meodologia uilizada em Kehoe e Presco (2007) serão feias simulações do modelo neoclássico de crescimeno 2 omando como exógeno o comporameno da PTF. Desa forma será possível avaliar como mudanças na produividade poderiam er afeado o produo e a axa de invesimeno no Brasil. Nese senido o rabalho segue a linha desenvolvida em Bugarin e alli (2007) e Ellery Jr e Teixeira (2013) e avança no senido de focar nos efeios da PTF sobre o invesimeno no Brasil. Na próxima seção serão apresenados exercícios de conabilidade do crescimeno. Na erceira seção será apresenado o modelo básico e a relação eórica enre PTF e acumulação de capial. A quara seção apresena as simulações do modelo e a quina seção concluí o rabalho. 2 Conabilidade do Crescimeno Suponha que o produo da economia brasileira possa ser descrio por uma função de produção do ipo Cobb-Douglas 3 do ipo: Y = A K θ 1 θ Onde Y represena o produo agregado, A a produividade oal dos faores (PTF), K o esoque de capial, L a quanidade de rabalho uilizada na produção e θ é um parâmero ecnológico que deermina a paricipação da renda do capial na renda oal. Conhecidos os valores de Y, K, L e do parâmero θ é possível de erminar a produividade oal dos faores. A série de produo uilizada foi a do Produo Inerno Bruo das Conas 1 A ese respeio ver Gomes, Pessoa e Veloso (2003), para uma visão alernaiva sobre o papel da produividade no lese da Ásia ver Young (1995). 2 Ver Cooley e Presco (1995). 3 Sobre a adequação do uso de funções de Cobb-Douglas ver Pessoa e al (2003), para o caso do Brasil ver Ellery Jr e al (2002). L (1) Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 138

Produividade oal dos faores e acumulação de capial no Brasil Nacionais, para o esoque de capial uilizou-se a série do IPEADATA descria em Morandi e Reis (2004) e aualizada aé 2005, para o insumo rabalho foi uilizado o pessoal ocupado de acordo com as Conas Nacionais 4. O valor da paricipação da renda do capial na renda oal, θ, segue Gomes e al (2003 e 2005) e foi fixado em 0,40, número próximo ao sugeridos pela evidência inernacional 5. O Gráfico 1 apresena a evolução da PTF, da relação capial rabalho e do produo per-capia no Brasil enre 1950 e 2005. Noe-se que enquano a PTF cresce aproximadamene 48% em odo o período o produo per-capia cresce de 310% e a relação capial rabalho cresce mais de 450%. A Figura 1 ilusra a esagnação relaiva da PTF em relação ao produo per-capia no Brasil e deixa claro o pequeno papel que a produividade eve no crescimeno da economia brasileira no pós-guerra. Gráfico 1 - PTF, Relação Capial Trabalho e Produo per-capia, Brasil 1950 2005 1950 = 100 540 490 Y/N indice PTF indice K/L indice 440 390 340 290 240 190 140 90 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 Parindo de 100 em 1950 o valor da PTF apresena rajeória crescene aé 1974, quando chega ao valor de 150,5; a parir dese pono apresena rajeória irregular com um pico em 1980 de 159,7, maior valor de oda a série. A década de 1980 foi de queda na PTF com uma lena recuperação a parir de meados dos anos 1990, de forma que apenas em 2005 reorna aos valores de 1974. Em claro conrase com ese comporameno aparece a relação capial 4 Foram as usadas as Conas Nacionais referência 1985 para consruir a série aé 2003, os anos de 2004 e 2005 só esão disponíveis com as Conas Nacionais referência 2002. Como forma de eviar desconinuidade a axa de crescimeno do pessoal ocupado enre 2003 e 2004 e 2004 e 2005 foi uilizada para complear a série aé 2005. 5 Ver Gollin (2002). Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 139

Robero Ellery rabalho, esa apresena crescimeno praicamene ininerrupo aé 1980, sofrendo pequeno efeio da crise do peróleo no início dos anos 1970, e já em 1988 havia reornado ao nível de 1980. O produo em um comporameno semelhane ao da relação capial rabalho, já em meados dos anos 1986 havia reornado aos níveis de 1980, seguindo rajeória irregular aé 1994 e chegando ao seu pico em 2005. A análise da Figura 1, embora limiada, apona na direção clara de que o crescimeno da economia brasileira esá mais relacionado à acumulação de capial do que ao incremeno da produividade. Visando aprofundar a discussão, viso que análises gráficas podem ser enganadoras, será feio um exercício de conabilidade do crescimeno para a economia brasileira no período em quesão. Para realizar o exercício de conabilidade do crescimeno o produo percapia será represenado na forma: Y N K = A L L N Onde N represena a população residene. Tomando-se logarimo da equação 2 e calculando as axas de crescimeno é possível decompor a axa de crescimeno do produo per-capia enre as axas de crescimeno da PTF, da relação capial rabalho e do rabalho. A equação 3 represena esa decomposição: γ γ + θγ + γ YN A Onde γ YN represena a axa de crescimeno do produo per-capia, γ A a axa de crescimeno da PTF, γ KL a axa de crescimeno da relação capial rabalho e γ LN a axa de crescimeno do esforço de rabalho. A Tabela 1 apresena a conabilidade do crescimeno para o Brasil enre 1950 e 2005. Aé a década de 1990 a conribuição dos faores de produção supera a conribuição da PTF 6. Enre 1950 e 1970 a acumulação relaiva de capial foi a maior responsável pelo crescimeno da economia brasileira. A parir da década de 1970 o crescimeno da força de rabalho orna-se o maior responsável pelo crescimeno, ese fao capura o papel das grandes migrações que ocorreram no período. Noe-se que o crescimeno da força de rabalho foi ambém o responsável pelo crescimeno posiivo na década de 1980. KL θ LN (2) (3) 6 Ese resulado é comum a ouras analises semelhanes realizadas para o Brasil e para a América Laina, a ese respeio ver Gomes e al (2003). Para uma análise críica a exercícios de conabilidade do crescimeno nos moldes realizados nesa seção ver Young (1995). Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 140

Produividade oal dos faores e acumulação de capial no Brasil Tabela 1 - Conabilidade de Crescimeno, Brasil 1950 2005 Taxa de Cresc. Devido a: PIBpc PTF K/L L/N 1950-59 4,00% 1,45% 2,54% 0,02% 1960-69 2,74% 0,66% 1,25% 0,82% 1970-79 5,66% 1,31% 1,85% 2,43% 1980-89 0,07% -1,59% 0,00% 1,69% 1990-99 0,70% 1,01% 0,53% -0,83% 2000-05 1,30% 0,69% -0,18% 0,78% 1950-05 2,60% 0,72% 1,13% 0,74% Fone: Elaboração própria como base nos dados do Ipeadaa e Conas Nacionais. Os resulados da conabilidade do crescimeno corroboram as conclusões da Figura 1. De acordo com Solow (1956 e 1957) no longo prazo a axa de crescimeno da economia é deerminada pela axa de crescimeno da produividade oal dos faores. Nese senido, o declínio da axa de crescimeno da economia brasileira a parir da década de 1980 é consisene com o proposo em Solow. A esagnação dos anos 1980 foi decorrência da incapacidade da economia brasileira de gerar ganhos de produividade. A despeio da previsão eórica, pare significaiva das políicas públicas visando crescimeno, considera que o aumeno da axa de invesimeno, ou da axa de poupança, é o principal objeivo a ser alcançado para que o país vole a crescer. Políicas direcionadas á reomada da produividade muias vezes ocupam espaço secundário na discussão sobre crescimeno 7. Um dos possíveis moivos é a fala de consenso eórico a respeio de quais variáveis deerminam o desempenho da produividade, enquano a axa de invesimeno pode ser direamene afeada por ações do governo. Enreano, além de afear direamene o crescimeno, a PTF afea a relação capial rabalho. Dese modo, o aumeno da produividade pode elevar a relação capial rabalho, com a vanagem que ese aumeno seria advindo de decisões óimas dos agenes econômicos e não de planos de invesimeno públicos com poencial de disorcer as decisões óimas dos agenes. A próxima uiliza o modelo neoclássico de crescimeno para esabelecer a conexão enre a relação capial rabalho e a PTF. 3 Relação Capial Trabalho e Produividade Toal dos Faores A versão padrão do modelo básico de crescimeno é caracerizada por um agene represenaivo que maximiza o valor presene de seu fluxo de uilidade esperada, a produção ocorre por meio de uma ecnologia que apresena rendimenos decrescenes. Os agenes são exposos a um choque esocásico originado por uma disribuição conhecida por odos. Os mercados rabalham em 7 Como exemplo compare a repercussão da Políica de Desenvolvimeno Produivo (PDP) com o Programa de Aceleração do Crescimeno (PAC). Enquano a primeira busca aumeno da produividade o segundo é claramene focado em invesimeno. Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 141

Robero Ellery concorrência perfeia e os preços se ajusam auomaicamene ás condições de ofera e demanda. Formalmene o problema da família represenaiva pode ser descrio como: ( ) (4) max E β u C, L 0 = 0 s.a θ 1 θ C + X = A K L (5) onde C represena o consumo, L, as horas rabalhadas, A a produividade oal dos faores, X o invesimeno e K o esoque de capial. Os parâmeros são ais que b represena o faor de descono, e i a paricipação da renda do capial na renda oal. O esoque de capial evolui de acordo com: K K + X + 1 = (1 δ ) onde d é a depreciação, a população cresce a uma axa n. Dividindo odas as variáveis por A L e represenado a razão pela lera minúscula correspondene á lera original o problema acima pode ser represenado pela seguine Equação de Bellman: (6) A condição de primeira ordem associada a k + 1 deermina uma Equação de Euler que pode ser escria na forma 8 : Por meio da equação 8 observa-se que a dinâmica da relação capial rabalho depende da evolução da produividade oal dos faores, da axa de subsiuição ineremporal e de alguns parâmeros. Sendo assim, políicas que levem a um aumeno da produividade oal dos faores levam a um aumeno da relação capial rabalho. 1 σ C 1 Considerando uma função de uilidade do ipo u( C, L ) = + g( L) a axa de subsiuição ineremporal será dada por: 1 σ onde γ c represena a axa de crescimeno do consumo. Pelas equações 8 e 9, quando a PTF fica esagnada, a única forma de aumenar a relação capial rabalho seria por meio de uma redução na axa de crescimeno do consumo. O Gráfico 2 mosra o comporameno da axa de 8 Cole e alli (2005) rabalha com a mesma expressão para a relação capial rabalho, enreano ese auor considera que a PTF é da forma A = η Α, onde Α é a PTF do país líder, no caso Esados Unidos, e n é um número enre zero e um. θ 1 θ { u( A k l + (1 δ ) k (1 + n)( 1+ γ ) k ) + βv ( k )} V ( k ) = max + 1 + 1 k + 1, l K L + 1 + 1 θa = (1 + n)( 1+ γ ) u β uc u u c c + 1 C = C + 1 σ c + 1 = (1 δ ) ( γ 1) σ C 1 1 θ (7) (8) (9) Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 142

Produividade oal dos faores e acumulação de capial no Brasil crescimeno do consumo no Brasil enre 1971 e 1980. Para eviar problemas com preços relaivos uilizou-se a série de consumo a valores consanes de 1980, conforme disponibilizada pelo IPEA 9, esa série cobre os período de 1970 a 2008, a figura encerra em 1980, pois ese foi o ano que se encerrou a endência acenuada de crescimeno da relação capial rabalho. Gráfico 2 - Taxa de Crescimeno do Consumo, Brasil 1971 1980 0,14 0,12 0,1 0,08 0,06 0,04 0,02 0 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 Fone: Elaboração própria como base nos dados do Ipeadaa e Conas Nacionais. O Gráfico 2 sugere que, de acordo com o previso pelo modelo neoclássico de crescimeno, a elevação da relação capial produo se deu por meio de um sacrifício no consumo. Para reforçar ese pono vale noar que em 1970 o consumo represenava 83% do PIB, em 1980 ese valor havia caído para 78%. A redução no consumo e na axa de crescimeno do consumo foi parcialmene induzida por políicas públicas 10 e não o resulado de uma decisão óima das famílias. É provável que as caracerísicas políicas da época enham inibido uma reação mais fore da sociedade a políica de redução forçada do consumo. A viabilidade dese ipo de políica em uma democracia permanece uma incógnia a ser esudada. A discussão acima sugere que a elevação da relação capial rabalho pode ser obida por meio da elevação da produividade oal dos faores sem que seja necessário sacrificar consumo, e possivelmene, bem-esar. Ficou esabelecida, por meio do modelo neoclássico de crescimeno econômico, a relação enre acumulação de capial e PTF. Na próxima seção um modelo semelhane ao descrio será uilizado para, por meio de simulações, avaliar o impaco da PTF no invesimeno. 9 www.ipeadaa.gov.br 10 Um exemplo desa redução forçada do consumo foi a poupança forçada inroduzida pela criação do FGTS pela Lei n. 5.107 de 13/09/1966. Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 143

Robero Ellery 4. Produividade Toal dos Faores e Invesimeno O modelo desa seção é uma versão ligeiramene modificada do modelo anerior. Os indivíduos escolhem uma seqüência de consumo e de horas rabalhadas, h, de forma a resolver o problema: max E β (1 + n) 0 = 0 [ ln( c ) + αln(1 h )] (10) (1 θ ) θ 1 θ s.a c + x = z 1+ λ) k h (11) ( onde z + 1 = 1 ρ + ρ z + ε, com 0 < ρ < 1 e ε é um ruído branco. A regra de movimeno do capial é mesma da anerior. Como o modelo não permie solução analíica será feia uma aproximação linear-quadráica para aproximar as funções políicas em uma proximidade do esado esacionário. A função políica permie escrever a o invesimeno em função das variáveis de esado do modelo, capial e PTF, desa forma poderá ser uilizada para avaliar o impaco da PTF no invesimeno. A calibração seguirá Bugarin e alli (2007) 11. A axa de crescimeno da população é de 2,39% a.a., enquano a axa de crescimeno da produividade é de 1,3% a.a. A paricipação da renda do capial na renda oal é igual a 0,4, a axa de depreciação é de 9%, o faor de descono, calculado a parir da regra de movimeno do capial, é 0,85 e α é igual a 1,57. Eses parâmeros garanem que a economia arificial reproduz e relação capial produo, cuja média para o período de 1950 a 2005 foi de 2,07, e a fração do dia dedicada ao rabalho observada na economia brasileira. 0,3 0,25 Gráfico 3 - Taxa de Invesimeno no Brasil, 1970 2005 Simulação Dado Observado 0,2 0,15 0,1 0,05 0 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fone: Elaboração própria como base nos dados do Ipeadaa e Conas Nacionais. 11 Os auores rabalham com o mesmo modelo uilizado nesa seção, de forma que não há inconsisência enre os valores do parâmeros. Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 144

Produividade oal dos faores e acumulação de capial no Brasil O Gráfico 3 mosra os valores observados para a axa de invesimeno no Brasil bem como os obidos por meio da simulação do modelo. Como esperado a axa de invesimeno simulada é consisenemene mais baixa do que a axa de invesimeno observada. Uma inerpreação para ese resulado é que a axa de invesimeno óima, induzida pela PTF, seria menor do que a observada. Teoricamene um desempenho mais favorável da PTF poderia er elevado as axas de invesimeno sem a necessidade de recorrer a mecanismos de poupança forçada e sem sacrificar a axa de crescimeno do consumo. Para quanificar esa possibilidade são feias simulações de dois cenários alernaivos para a evolução da PTF. O primeiro supõe um aumeno médio de 1% na axa de crescimeno da PTF enre 1950 e 2005, o segundo considera um aumeno médio de 4% nesa axa. O Gráfico 4 ilusra eses dois cenários, os valores observados e o caso básico. Gráfico 4 - Cenários para Taxa de Invesimeno, 1970 2005 0,35 0,3 Observado Caso base Caso base + 1% Caso base +4% 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0 1970 1971 1972 Fone: Elaboração própria como base nos dados do Ipeadaa e Conas Nacionais. O caso mais próximo ao observado ocorre quando a PTF cresce a uma axa 4% maior do que a observada, ou seja, a PTF cresce aproximadamene 4,7% ao ano enre 1950 e 2005. Ese caso deixaria a evolução da PTF brasileira semelhane á da coreana, que cresceu aproximadamene 4,6% ao ano enre 1953 e 2003 12. Desa forma eria sido possível ober alas axas de invesimeno sem as políicas de acumulação forçada de capial desde que a PTF no Brasil ivesse crescido de forma semelhane á de países como a Coréia. A década de 1980 apresena o maior desafio para o modelo neoclássico de crescimeno em ermos de reproduzir o comporameno da axa de invesimeno no Brasil. Mesmo com a PTF seguindo padrões coreanos o modelo subesima a axa de invesimeno nese período. Bugarin e alli (2007) argumenam que pare da dinâmica de acumulação de capial nese período pode ser explicada 12 Ver Ellery Jr. (2009). 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 145

Robero Ellery por mudanças nos preços relaivos de bens de capial, paricularmene quano à consrução civil. Feia a correção ocorre uma redução na axa de invesimeno da década de 1980 e, especificamene, desaparece o pico de 1989 13. Ouro pono relevane que pode ser avaliado a parir de simulações do modelo neoclássico é o quano um aumeno da PTF afea a rajeória do produo per-capia. Cole a alli (2007) argumenam que a maior resrição sobre o crescimeno da América Laina advém das baixas axas de crescimeno da produividade. Em paricular os auores mosram que os efeios da escassez de capial, físico ou humano, são pequenos quando comparados aos da PTF. Ellery Jr (2009) chega ao mesmo resulado em análise específica sobre o Brasil. O Gráfico 5 mosra o comporameno do produo per-capia brasileiro em comparação ao que eria ocorrido se a PTF brasileira ivesse crescido a axas semelhanes á dos Esados Unidos, que o caso onde se acrescena 1% na axa de crescimeno da PTF brasileira, porém sem as políicas de crescimeno forçado. Noe-se que, nese caso, a produo aual esaria próximo do observado, porém a rajeória eria apresenado menos picos e quedas abrupas. Gráfico 5 - Produo per-capia no Brasil, 1950 2005 450 400 Observado Caso base Caso base + 1% 350 300 250 200 150 100 50 0 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 Fone: Elaboração própria como base nos dados do Ipeadaa e Conas Nacionais. Caso o fraco desempenho da PTF enha sido causado por conseqüência das políicas de crescimeno forçado adoadas no pós-guerra, hipóese discuida em Cole e alli (2007), pode-se dizer que odo o ganho de crescimeno do pósguerra foi perdido nas década perdidas de 1980 e 1990. O efeio negaivo pode ser ainda mais grave se, na ausência desas políicas, a PTF no Brasil ivesse seguido rajeória semelhane á da Coréia. O Gráfico 6 ilusra ese caso 14. 13 De fao a axa de invesimeno em 1989 chega a a 27%, mas cai para 19% se feia a correção pelos preços relaivos. 14 Para faciliar a visualização a Figura 6 uiliza escala logarímica. Para efeios de comparação de valores absoluos, o úlimo valor da série observada é de 410,5 conra 3894,4 da série simulada. Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 146

Produividade oal dos faores e acumulação de capial no Brasil Gráfico 6 - Produo per-capia no Brasil, 1950 2005 10000 Observado Caso base + 4% 1000 100 10 1950 1952 Fone: Elaboração própria como base nos dados do Ipeadaa e Conas Nacionais. De acordo com as simulações ilusradas na Figura 6, se o Brasil ivesse implemenado um conjuno de políicas capazes de fazer com que a PTF crescesse acima da dos Esados Unidos, especificamene com valores próximos aos observados na Coréia, o produo per-capia de 2005 seria da ordem de 9,5 vezes o observado naquele ano. Nauralmene nada garane que al conjuno de políicas seria facível para o Brasil, enreano o exercício ilusra a imporância do aumeno da axa de crescimeno da PTF para engendrar um processo de crescimeno susenável no Brasil. 5 Conclusão 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 Ese rabalho avaliou o impaco da PTF na dinâmica de acumulação de capial e crescimeno do produo per-capia no Brasil. Inicialmene, por meio de exercício de conabilidade do crescimeno, mosrou-se que a acumulação de capial preponderou sobre a PTF na deerminação do crescimeno do PIB percapia. Esa caracerísica, comum a ouros países da América Laina, esaria associada a uma fala de susenabilidade das axas de crescimeno, o que de fao aconeceu. Na erceira seção foram exploradas as relações eóricas enre a razão capial rabalho e a PTF. Nesa seção ficou esabelecia a relação enre esoque de capial e PTF, em paricular, foi viso que quano maio a PTF maior será a razão enre capial e rabalho de equilíbrio. Dados da economia brasileira mosram uma elevação da relação enre capial e rabalho, porém não mosram Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 147

Robero Ellery um aumeno da PTF compaível com esa elevação. As condições de equilíbrio do modelo neoclássico implicam que esa combinação é possível desde que ocorra uma redução na axa de crescimeno do consumo, esa redução é observada na economia brasileira durane o período em quesão. O resulado que o modelo neoclássico subesima o invesimeno no Brasil esá presene em Bugarin e ali( 2007), aqui foi mosrado que o aumeno do esoque de capial foi de fao obido por meio da redução na axa de crescimeno do consumo. A quara seção raou da relação enre PTF e invesimeno e produo per-capia. Para iso foram uilizadas simulações do modelo neoclássico de crescimeno econômico. Inicialmene consaou-se que a axa de invesimeno no Brasil ficou muio acima da previsa pelo modelo básico, que seria a axa induzida pela PTF. O resulado se maném mesmo quando é feia a hipóese que a axa de crescimeno da PTF aumena em 1% e 4%, ornando-a próxima da observada nos Esados Unidos e na Coréia, respecivamene. Quando da análise do produo per-capia foi viso que, mesmo com a menor axa de invesimeno, o produo eria crescido de forma semelhane à observada no caso da PTF er crescido a uma axa 1% maior e seria quase dez vezes maior que o observado se a PTF ivesse crescido a uma axa 4% maior do que a que ocorreu. A conclusão geral é que políicas ou mudanças insiucionais que induzam a um aumeno da PTF êm um maior poencial de afear o crescimeno do que políicas focadas na axa de invesimeno. Esa conclusão esá de acordo com a enconrada em Cole e alli (2007) e Ellery Jr e Teixeira (2013). Enreano nada pode ser dio sobre a naureza das políicas que possam induzir o crescimeno da PTF, aceias as conclusões dese rabalho, deerminar os efeios das políicas públicas sobre a PTF é, sem dúvida, o desafio cenral para os esudiosos do crescimeno econômico do Brasil. Referências Bugarin, M., Ellery Jr., R. G., Gomes, V., & Teixeira, A. (2007). The Brazilian depression in he 1980s and 1990s. Em Grea Depressions of he Twenieh Cenury. Timohy Kehoe e Edward Presco (org.). Federal Reserve Bank of Minneapolis, Minnesoa. Bugarin, M., Ellery Jr., R. G., & Gomes, V. (2005). Long-run implicaions of Brazilian capial sock and income esimaions. Brazilian Review of Economerics, v.25 (1). Cole, H. L., Ohanian, L. E., Riascos, A., & Schmiz, J. (2005). Lain America in he rearview mirror. Journal of Moneary Economics, v.52 (1). Cooley, T. & Presco, E. (1995). Economic growh and business cycle. Em Froniers of Business Cycle Research. Thomas Cooley (org.). Princeon Universiy Press, Princeon. Ellery Jr., R. G. (2009). Esraégias para o Crescimeno da Economia Brasileira. Em Crescimeno Econômico: Seor Exerno e Inflação. Renau Michel e Leonardo Carvalho (org.). Insiuo de Pesquisa Econômica Aplicada, Brasília. Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 148

Produividade oal dos faores e acumulação de capial no Brasil Ellery Jr., R. G & Teixeira, A. (2013). O Milagre, a Esagnação e a Reomada do Crescimeno: As Lições da Economia Brasileira nas Úlimas Décadas. Em Desenvolvimeno Econômico: Uma Perspeciva Brasileira. Fernando Veloso, Pedro Ferreira, Fabio Giambiagi e Samuel Pessoa (org). Elsevier, Rio de Janeiro. Ellery Jr., R. G., Gomes, V. & Sachsida, A. (2002). Business cycles flucuaions in Brazil. Revisa Brasileira de Economia, v.56 (2). Gollin, D. (2002) Geing income shares righ. Journal of Poliical Ecoonomy, v110 (2), p. 458-74. Gomes, V., Pessôa, S., & Veloso, F. (2003). Evolução da produividade oal dos faores na economia brasileira: uma análise comparaiva. Pesquisa e Planejameno Econômico, v.33 (3). Kehoe, T. & Presco, E. (2007). Grea Depressions of he Twenieh Cenury. Federal Reserve Bank of Minneapolis, Minnesoa. Morandi, L. & Reis, E. (2004). Esoque de capial fixo no Brasil 1950 2002. Em Anais do XXXII Enconro Nacional de Economia, João Pessoa. Anpec. Pessôa, Samuel, Pessoa, Silvia, & Rob, Rafael. (2003) Elasiciy of subsiuion beween capial and labor: a panel daa approach. Ensaios Econômicos n.494, EPGE/FGV-RJ. Solow, R. (1956). A conribuion o he heory of economic growh. Quarerly Journal of Economics, v.70 (1). Solow, R. (1957). Technical change and aggregae producion funcion. The Review of Economics and Saisics, v.39 (3). 1957. Young, A. (1995). The yranny of numbers: confroning he saisical realiies of he Eas Asian growh experience. Quarerly Journal of Economics, v110 (augus), p. 641-80. Revisa Economia & Tecnologia (RET) Vol. 9(1), p. 137-150, Jan/Mar 2013 149