Física do Calor Licenciatura: 14ª Aula (02/10/2015)

Documentos relacionados
γ = C P C V = C V + R = q = 2 γ 1 = 2 S gas = dw = W isotermico

Ex: Ciclo de Carnot para um gás ideal

Física do Calor Licenciatura: 6ª Aula (19/08/2015)

AULA 10 Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica

Física 10 Questões [Difícil]

Cálculo de variações de entropia

FIS01183 Turma C/CC Prova da área 2 07/05/2010. Nome: Matrícula: Explicite seu raciocínio e os cálculos realizados em cada passo!

DISPONIBILIDADE DE ENERGIA

DISPONIBILIDADE DE ENERGIA

Prof. Oscar. Cap. 20 ENTROPIA E SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA

Instituto de Física. FEP112 - FÍSICA II para o Instituto Oceanográfico 1º Semestre de 2009

Nenhum desses processos violaria a Lei de Conservação de Energia se ocorresse no sentido inverso.

Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica.

Corolário do Teorema de Carnot ou Segundo Teorema de Carnot

Expansão livre de um gás ideal

Q T = T Q T = T Q T. ds = (4.8)

18 e 20/Abr/2016 Aulas 12 e 13. Introdução à Física Estatística Postulados Equilíbrio térmico Função de Partição; propriedades termodinâmicas

( ) ( ) ( ) ( ) Algumas consequências do Primeiro Princípio. Método das misturas (utilizado para determinar calores específicos, em calorimetria)

Ajuste de um modelo linear aos dados:

S f S k = S ( U k, V 0, ) N 0 + S. onde U k e U k

F r. PASES 2 a ETAPA TRIÊNIO o DIA GAB. 1 5 FÍSICA QUESTÕES DE 11 A 20

1 Princípios da entropia e da energia

Capítulo 19. A teoria cinética dos gases

do Semi-Árido - UFERSA

Mecânica Estatística. - Leis da Física Macroscópica - Propriedades dos sistemas macroscópicos

Cap. 6 - Energia Potencial e Conservação da Energia Mecânica

1ª e 2ª leis da termodinâmica

Trabalho e Energia. Curso de Física Básica - Mecânica J.R. Kaschny (2005)

Dinâmica Estocástica. Instituto de Física, outubro de Tânia Tomé - Din Estoc

CAPÍTULO II 1ª LEI DA TERMODINÂMICA

Termodinâmica Exercícios resolvidos Quasar. Termodinâmica. Exercícios resolvidos

TERMODINÂMICA QUÍMICA

Introdução às Medidas em Física a Aula

SC de Física I Nota Q Nota Q2 Nota Q3 NOME: DRE Teste 1

Termodinâmica dos Sistemas Abertos Sistemas heterogêneos: Potencial Químico. Grandezas Molares.

QiD 6 3ª SÉRIE/PRÉ - VESTIBULAR PARTE 3 QUÍMICA

MECÂNICA CLÁSSICA. AULA N o 7. Teorema de Liouville Fluxo no Espaço de Fases Sistemas Caóticos Lagrangeano com Potencial Vetor

FÍSICO-QUÍMICA I Termodinâmica do Equilíbrio

CQ110 : Princípios de FQ

13. Oscilações Eletromagnéticas (baseado no Halliday, 4 a edição)

Física I p/ IO FEP111 ( )

Alocação sequencial - filas

8 Soluções Não Ideais

Expectativa de respostas da prova de Física Vestibular 2003 FÍSICA. C) Usando a lei das malhas de Kirchhoff temos para a malha mais externa:

Série de exercícios 2

Potenciais termodinâmicos, critérios de espontaneidade e condições de equilíbrio

LISTA de GASES e TERMODINÂMICA PROFESSOR ANDRÉ

Termodinâmica dos Sistemas Abertos Sistemas heterogêneos: Potencial Químico. Grandezas Molares.

Física I LEC+LET Guias de Laboratório 2ª Parte

Física E Semiextensivo V. 3

Física I para Oceanografia FEP111 ( ) Aula 10 Rolamento e momento angular

É o grau de associação entre duas ou mais variáveis. Pode ser: correlacional ou experimental.

V.1. Introdução. Reações Químicas.

LISTA DE EXERCÍCIOS DE FÍSICA B PROF MICHELE RUIZ

Capítulo 30: Indução e Indutância

Experiência V (aulas 08 e 09) Curvas características

2) Método das diferenças finitas

% Al 48 b) Alumínio que fica em solução. Precisamos calcular o equilíbrio da alumina com Al e O no aço:

Física I para Engenharia. Aula 5 Trabalho Energia Potencial

Física Geral 3001 Cap 4 O Potencial Elétrico

PROVA 2 Cálculo Numérico. Q1. (2.0) (20 min)

SOLUÇÃO PRATIQUE EM CASA

EXPANSÃO TÉRMICA DOS LÍQUIDOS

3 Animação de fluidos com SPH

CONCURSO DE ADMISSÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO E GRADUAÇÃO FÍSICA CADERNO DE QUESTÕES

Física I. Aula 5 Energia Potencial e Conservação de energia

3. Um protão move-se numa órbita circular de raio 14 cm quando se encontra. b) Qual o valor da velocidade linear e da frequência ciclotrónica do

Física E Semiextensivo V. 4

F-328 Física Geral III

Programação Dinâmica. Fernando Nogueira Programação Dinâmica 1

Notas Processos estocásticos. Nestor Caticha 23 de abril de 2012

Sempre que surgir uma dúvida quanto à utilização de um instrumento ou componente, o aluno deverá consultar o professor para esclarecimentos.

a somatória de todas as forças atuantes no VC considerado. v dv = v nvda + F

Física Geral I - F Aula 12 Momento Angular e sua Conservação. 2º semestre, 2012

1 Transições de fase e sistemas abertos

Laboratório de Mecânica Aplicada I Estática: Roldanas e Equilíbrio de Momentos

Resumos Numéricos de Distribuições

Parênteses termodinâmico

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

TEM701 Termodinâmica dos Materiais

CAPITULO II - FORMULAÇAO MATEMATICA

Resoluções dos testes propostos

CAPÍTULO 5: CÁLCULOS DE EQUILÍBRIO DE FASES. Critério de equilíbrio. O problema geral do equilíbrio líquido-vapor. Capítulo 1. f = P dp.

Probabilidade e Estatística I Antonio Roque Aula 4. Resumos Numéricos de Distribuições

4.1 Modelagem dos Resultados Considerando Sazonalização

Prof. Lorí Viali, Dr.

Sistemas Reticulados

Gabarito para a prova de 1º Ano e 8ª serie (atual 9º Ano)

Unidade II 1. Estudo dos gases e primeira Lei da Termodinâmica

c) No modelo EBM de Budyko (1969)*, aproxima-se Ro por:

Física E Semiextensivo V. 4

4 Critérios para Avaliação dos Cenários

Capítulo 9. Colisões. Recursos com copyright incluídos nesta apresentação:

Radiação Térmica Processos, Propriedades e Troca de Radiação entre Superfícies (Parte 2)

Classificação das Equações de Conservação

Unidade I 3. Calorimetria

Física do Calor Licenciatura: 4ª Aula (19/08/2015)

/augustofisicamelo. Menu. 01 Gerador elétrico (Introdução) 12 Associação de geradores em série

Transcrição:

Físca do Calor Lcencatura: 4ª ula (2//25) Pro. lvaro annucc mos, na últma aula: Conceto de Entropa (S): exprme a tendênca de todos os sstemas íscos de evoluírem espontaneamente para uma stuação de maor desordem. Enuncados para a 2ª Le da termodnâmca: () O calor não lu espontaneamente de um corpo ro para um corpo quente (Clausus) () Não pode exstr uma máquna térmca que converta todo o calor em trabalho (Kelvn-Planck) () odos os processos íscos ocorrem de orma que S Unverso Cálculo de varação da entropa (envolvendo processos reversíves): trocado ds S Como já dscutmos antes, a varação de energa nterna ( U ) de um gás que passa por uma transormação termodnâmca não depende do camnho escolhdo para levar o sstema de estado ncal ao nal (sto é, a energa nterna corresponde a uma varável de estado ) Mas sendo U U( ) ; e como P nr (gás deal), segue então que U U( P, ) Porém, quando ntroduzmos a ª Le da termodnâmca: recebdo realzado U Q W, dscutmos o ato de que Q e W dependem do camnho segudo e, Mas, e quanto à Entropa? portanto, não são varáves de estado. Pelo ato da Entropa representar o grau de desordem do sstema que se encontra em um dado estado termodnâmco - não mportando como lá chegou - pode-se nerr que esta grandeza trata-se também de uma varável de estado. Porém, usando que ds, como ca o ato da varação da Entropa (ds) depender do calor trocado (); e o calor em s não ser uma varável de estado? Há a alguma contradção? Para analsar sto de uma manera smplcada, consderemos um gás deal que, através de dos processos (dos camnhos) dstntos, é levado do mesmo estado ncal ao mesmo estado nal, envolvendo derentes quantdades de calor trocadas:

o processo: transormação sotérmca (I) seguda por uma transormação adabátca (F). 2 o processo: transormação adabátca (IB) seguda por uma transormação sotérmca (BF). trocado troca amos mostrar que muto embora Q do processo Qprocess o 2, a varação de entropa S S nal Sncal é a mesma para os dos processos. Notemos, prmeramente, que quando uma transormação é adabátca, então Q e S (não há varação de entropa), de orma que: SB S Quanto às transormações sotérmcas, temos que U Q W e, assm, todo calor trocado resulta em trabalho realzado: De orma que: W Pd nr d nr ln ; Q W nr ln QB WB nr ln B Portanto, a varação de Entropa corresponde ao processo () e ao processo (2) será: Q Q Q nr S ( S S) ln ` S2 ( S S) 2 nr ln B Ou seja, S S2 apenas se B Podemos mostrar que esta ultma gualdade é verdadera pegando os dos processos adabátcos (, B) e usando que cte : BB B B B B amos agora dscutr um detalhe que vem a ser um Processo Reversível.

Consderemos um gás deal no nteror de um clndro com êmbolo (pstão) que move-se sem atrto; e vamos colocá-lo em contato com um reservatóro térmco que encontra-se à temperatura (constante). Empurrando o êmbolo rapdamente (o gás não passa por estados estaconáros ntermedáros), teremos um processo que não pode ser representado, consequentemente, em um dagrama P; apenas os estados ncal e nal é que poderão ser ndcados no gráco. Para que a transormação possa ser representada em um dagrama P, a compressão do gás tem que ser eta de orma lenta, gradual, para permtr que ele passe por sucessvos estados de equlíbro termodnâmcos. Uma manera partcularmente nteressante de se azer sto é amontoando gradatvamente grãos de area sobre o êmbolo e permtr que. após cada grão acrescentado, o sstema atnja o equlíbro. Estando em contato com o reservatóro térmco, então a temperatura mantém-se constante (a cada grão acrescentado, um é transerdo ao reservatóro) e U Q W gora, ao se retrar cada grão o sstema retorna pelo mesmo camnho ao estado ncal; e esta talvez seja a melhor dealzação de um processo dto reversível Um análogo mecânco sera o movmento de um pêndulo (de pequena ampltude) sem atrto ou resstênca do ar. gora quando exste atrto, o processo é tpcamente rreversível (geração de calor, som, rompmento de estruturas supercas do materal, etc.), e envolve perda rrecuperável de energa do sstema). Sabendo-se que um processo é reversível, então: reversvel S Unverso tenção: um processo reversível sgnca, tpcamente, que a transormação ocorre de orma lenta, passando por uma sucessão de estados de equlíbro termodnâmco; porém o nverso não é verdade! (basta haver atrto entre o êmbolo e o clndro no exemplo acma, para que o processo seja rreversível!). Note que um processo peretamente reversível trata-se de uma dealzação ísca, que na realdade não exste; entretanto trata-se de uma ótma aproxmação para mutos sstemas íscos reas.

Outro ponto mportante: quando se tem um processo rreversível, sto não sgnca que ele ca mpossbltado de retornar ao seu estado ncal; ele apenas não retorna por s só. Por ação externa, realzação de trabalho ou trocando calor, mutas vezes se consegue que um sstema termodnâmco restabeleça as suas condções ncas. E sendo o processo rreversível: S Unverso Importante: o cálculo da varação da entropa em um processo termodnâmco rreversível não pode ser eto através da expressão S ; por sso é que deve-se buscar um processo alternatvo reversível, hpotétco, para levar o sstema do estado ncal ao nal. Ex. : Dos blocos de alumíno dêntcos cal Cl, 25, cada um com massa m g, g K encontram-se às temperaturas C e 2 C, quando são colocados em contato no nteror de um recpente de paredes adabátcas. Calcule a varação da entropa do sstema, após o equlíbro ter sdo alcançado. Solução: Como o sstema encontra-se solado, temos que: l S S S vznhança S S2 Unverso sstema Processos reversíves alternatvos: levar cada um dos blocos até a sstemas de aquecmento/resramento, de temperaturas controláves. l 5 C através de Então: d S mc mc ln I ; (já que m c d ) Portanto: 323 323 S Unverso () (, 25) ln ln,44,68 373 273 cal SUnverso,52 Ssstema K Ex. 2: Um recpente (com paredes adabátcas) em contato térmco com um reservatóro cal térmco, contém kg de gelo ( L 8 ) à C. Determne: g a) varação de entropa do processo. b) varação de entropa da vznhança. Solução: a) 3 ( )(8 cal ml g ) g cal S Q 292 273K K

b) Sendo processo reversível: S S S Unverso sstema vznhança S vznhança cal 292 K