UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL GISLENE MAGALI DA SILVA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL GISLENE MAGALI DA SILVA O PROCESSO DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE TOCANTINS - IFTO Brasília DF 2013

GISLENE MAGALI DA SILVA O PROCESSO DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE TOCANTINS - IFTO Dissertaçã de Mestradapresentad à Faculdade de Educaçã da Universidade de Brasília, cm requisit para a cnclusã d Mestrad Prfissinal na área de Plíticas Públicas e Gestã da Educaçã Prfissinal e Tecnlógica, sb a rientaçã da Prfª Drª Raquel de Almeida Mraes. BRASÍLIA(DF), OUTUBRO DE 2013

Ficha catalgráfica elabrada pela Bibliteca Central da Universidade de Brasília. Acerv 1012390.

O PROCESSO DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE TOCANTINS - IFTO BANCADE DEFESA Brasília (DF) 07 de utubr de 2013. Presidente da Banca: Prfª Drª Raquel de Almeida Mraes (FE/UNB) Membr extern: Prfª Drª AraciHack Catapan (UFSC) Membr: PrfºDr.Erland da Silva Reses (FE/UNB) Suplente: PrfºDr.Bernard Kippis (FE/UNB)

AGRADECIMENTOS As espírits da luz que me cnduziram e rientaram durante tda a jrnada; à prfessra Dutra Raquel de Almeida Mraes, rientadra desta dissertaçã, agradeç pels ensinaments, pela sabedria, seriedade e sbretudpr acreditar na transfrmaçã e capacidade d ser human; à prfessra Dutra Araci Catapan pela prtunidadedada a mim de vislumbrar hrizntes para a educaçã a distância; a prfessr Dutr Erland pela gentileza e pels prestimss cnheciments; as prfessres da pós-graduaçã em Plíticas Públicas e Gestã da Educaçã Prfissinal e Tecnlógicada Faculdade de Educaçã pels ensinaments essenciais para meu amadureciment acadêmic; a IFTO que abriu as prtas para estud prtunizand uma melhr cmpreensã da mdalidade a distância; as meus pais, Jse Benevenut da Silva e Maria Faria da Silva, in memrian; a meu filh, Paul Miguel Benevenut, pr cmpreender a minha ausência enquant mãe; as meus querids irmãs pel incentiv e api.

"Nã sabend que era impssível, elefi lá e fez". Jean Ccteau

RESUMO A rede federal de ensin prfissinal está vivenciand a mair expansã de sua história, desde seu iníci, em 1909. A impulsinar um lhar mais prfund para as plíticas públicas dentr ds Instituts Federais de Educaçã - IFs, na utilizaçã da educaçã a distância n cntext d ensin prfissinal tecnlógic surge a pesquisa cm bjetiv de avaliar prcess da institucinalizaçã da plítica pública de educaçã a distância d Institut Federal de Educaçã, Ciência e Tecnlgia de Tcantins IFTO. A pesquisa é d tip descritiv, cm abrdagem e fc na pesquisa qualitativa, abarca tip explratóri e teve seu crpus analisad na prpsta metdlógica da avaliaçã emancipatória smente ns dis primeirs mments que tratam da descriçã da realidade e da crítica da realidade da educaçã a distância n IFTO.A descriçã da realidade envlveu dis prpósits: situar a regulamentaçã da educaçã a distância n cntext prfissinal tecnlógic através de dcuments e caracterizar a educaçã a distância n IFTO. A análise ds resultads indica que s dcuments rientadres de ensin d IFTO reafirmam a necessidade de uma nva rganizaçã a distância. N entant, percebeu-se que s dcuments que regulamentam a ferta e funcinament d ensin n IFTO nã crrbram cm a legitimaçã dessa ferta a distância ns curss presenciais. Fica clar que existe distanciament e descnheciment da EaD dentr d Institut pr parte ds gestres. Efetivamente, planejament para atender à Prtaria 4.059/2005 e à Resluçã 06/2012 d MEC tem sid para repsiçã de aula e ajustament de calendári acadêmic letiv. Na análise de prjets pedagógics de educaçã básica, técnica e tecnlógica, smente ns prjets pedagógics de ensin técnic na mdalidade a distância cnstam frmas de utilizaçã de ensin a distância. Na busca de um mdel de institucinalizaçã da educaçã a distância dentr ds Instituts, CONIF apresentu três prpstas em 2010, IFTO adtu semicentralizad. Neste cntext,a crítica da realidade buscu-se caracterizar a tmada de cnsciência ds crdenadres da educaçã a distância, a explicaçã das defasagens, desajustes e cntradições existentes da EaD dentr d Institut, nde fram discutidas a estruturaçã da equipe e a gestã da EaD n IFTO, as frmas de remuneraçã, a nrmatizaçã de dcuments e, sbretud, mdel que melhr atende a realidade da educaçã a distância n cntext prfissinal tecnlógic d estad d Tcantins. Palavras-chave: avaliaçã emancipatória, educaçã a distância, institucinalizaçã.

ABSTRACT The federal system f vcatinal educatin is experiencing the largest expansin in its histry, since its inceptin in 1909. By driving a deeper lk t public plicies within the IFs in the use f distance educatin in the cntext f technlgical vcatinal teaching, research arises t evaluate the prcess f institutinalizatin f public plicy in distance educatin in the Federal Institute f Educatin, Science and Technlgy f Tcantins - IFTO. The research is descriptive with apprach and fcus n qualitative research, encmpasses the explratry type and had its crpus analyzed in the methdlgical prpsal f emancipatry evaluatin nly in the tw first mments dealing with the descriptin f reality and the criticism f the reality in distance educatin in the IFTO. The descriptin f reality invlved tw purpses: t situate the regulatin f the distance educatin in a technlgical prfessinal cntext thrugh dcuments and characterize the distance educatin in the IFTO. The results analysis indicates that the dcuments guiding teaching in the IFTO reaffirm the need fr a new rganizatin in distance. Hwever, it was nticed that the dcuments gverning the prvisin and peratin f educatin in the IFTO d nt crrbrate the legitimacy f this ffer in distance in the presentable curses. It is clear that there is detachment and lack f knwledge f EAD int the Institute, by managers. Effectively the planning t meet the 4.059/2005 Ordinance and Reslutin 06 /2012 f MEC has been fr replacement and adjustment f schl academic calendar. In the analysis f pedaggical prjects f basic technical and technlgical educatin, pedaggical prjects nly in the educatinal prjects f technical educatin in distance mde are set ways f using distance learning. In search f a mdel f institutinalizatin f distance educatin within the Institutes, the CONIF presented three prpsals and in 2010, the IFTO adpted the semi centralized mdel. In this cntext the criticism f reality sught t characterize the awareness f educatin crdinatrs at distances, explanatin f discrepancies, misfits and cntradictins within the existing EAD institute where he discussed the team structure and management f EaD in IFTO, frms f cmpensatin, the standardizatin f dcuments and especially the mdel that best meets the reality f distance educatin in the cntext f prfessinal technlgical f the f Tcantins. Keywrds: Critical evaluatin, distance educatin, institutinalizatin.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Prpsta de mdel centralizad... 30 Figura 2 Prpsta de mdel semicentralizad... 31 Figura 3 Prpsta de mdel descentralizad... 31 Figura 4 Distribuiçã de pls pr regiã (%)... 36 Figura 5 Rteir da pesquisa semi-estruturada sbre a institucinalizaçã da Ea... 49 Figura 6 Mdel de pesquisa nline sbre a institucinalizaçã da EaD... 50 Figura 7 Pls de api presencial da Rede e-tec Brasil n Tcantins... 55 Figura 8 Mdel de Organizaçã EaD/IFTO 2013... 56 Figura 9 Prcediments para a análise na perspectiva da avaliaçã emancipatória... 58 Figura 10 O paradigma da avaliaçã emancipatória da EaD n IFTO... 59 Figura 11 Página inicial d ambiente utilizad para a crítica da realizada... 110

LISTA DE GRÁFICOS Gráfic 1 A ppulaçã representativa da entrevista semi-estruturada... 67 Gráfic 2 A ppulaçã representativa sbre a realidade d PPC... 70 Gráfic 3 Representatividade sbre atendiment cm qualidade da EaD... 84 Gráfic 4 A ppulaçã representativa da pesquisa n frmat Ggle Dcs... 102 Gráfic 5 Númer de respstas diárias... 102 Gráfic 6 Prcediments ds gestres cm a EAD... 103 Gráfic 7 Temp de envlviments ds crdenadres cm a EAD... 104

LISTA DE QUADROS Quadr 1 Dcuments institucinais e fnte de pesquisa... 46 Quadr 2 Parâmetrs para avaliaçã ds dcuments institucinais... 47 Quadr 3 Análise d cntextds prjets pedagógics ds curss superires em tecnlgia d IFTO sbre metldgias EaD... 63 Quadr 4 Análise d cntext ds prjets pedagógics de curss básics e técnics d IFTO e sbre as metldgias EaD... 64 Quadr 5 A realidade d PDI na perspectiva ds gestres d IFTO... 68 Quadr 6 A realidade ds PPC na perspectiva ds gestres d IFTO... 69 Quadr 7 A realidade da rganizaçã didátic-pedagógica na perspectiva ds gestres. 71 Quadr 8 A realidade da aplicabilidade das nrmativas gvernamentais ns curss d IFTO... 72 Quadr 9 A realidade sbre a frmataçã de curs para atender a EaD... 73 Quadr 10 A realidade sbre a Gestã de dcuments... 76 Quadr 11 A realidade sbre expansã da EaD dentr Educaçã prfissinal... 77 Quadr 12 A realidade sbre a implantaçã de pls para atender a EaD... 79 Quadr 13 A realidade sbre atendiment cm qualidade da EaD... 81 Quadr 14 A realidade sbre Tecnlgia e Cmunicaçã... 82 Quadr 15 A realidade sbre Infraestrutura para a ferta da EaD... 83 Quadr 16 A realidade sbre a remuneraçã ds prfissinais envlvids... 84 Quadr 17 A realidade sbre s prfissinais envlvids cm a EaD... 86 Quadr 18 A realidade sbre a capacitaçã ds prfissinais envlvids... 87 Quadr 19 A realidade sbre as parcerias... 88 Quadr 20 A realidade sbre Mdel EaD d IFTO... 92 Quadr 21 A percepçã ds gestres d IFTO sbre a Educaçã a Distância... 96 Quadr 22 A realidade sbre frtaleciment da plítica pública n Estad... 99

LISTA DE SIGLAS ABRAEAD Anuári Brasileir Estatístic de Educaçã Aberta e a Distância BBC Bristish Bradcasting Crpratin BRASILEAD Cnsórci Brasileir de Educaçã a Distância CONIF Cnselh Nacinal das Instituições da Rede Federal de Educaçã Prfissinal, Científica e Tecnlógica DEAD Diretria de educaçã a distância EaD Ensin a Distância e-tec Escla Técnica Aberta IFEs Instituts Federal de Educaçã IFTO Institut Federal de Educaçã, Ciência e Tecnlgia d Tcantins MEC Ministéri da Educaçã PROEJA Prgrama Nacinal de Integraçã da Educaçã Básica cm a educaçã Ensin Prfissinal na mdalidade de Jvens e Adults SEED Secretaria de Educaçã a Distância SETEC Secretaria de Educaçã Prfissinal e Tecnlógica UAB Universidade Aberta d Brasil UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFMT Universidade Federal de Mat Grss UFPR Universidade Federal de Paraná UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UnB Universidade de Brasília UniREDE Assciaçã Universidade em Rede

LISTA DE TABELAS Tabela 1 Oferta da EaD n IFTO... 105 Tabela 2 A regulamentaçã da EaD n IFTO... 106 Tabela 3 A estrutura da Gestã EaD/IFTO... 107 Tabela 4 O mdel da EaD n IFTO... 108

SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 15 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ENQUANTO POLITICA PÚBLICA... 19 1.1 A institucinalizaçã da educaçã a distância ns Instituts Federais de Educaçã,Ciência e Tecnlgia. 27 1.2 A Rede e-tec Brasil e suas cnquistas 33 2 METODOLOGIA DE ANÁLISE DA AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO IFTO... 40 2.1 A avaliaçã emancipatória: nv paradigma da educaçã prfissinal a distância 44 2.1.1 A descriçã da realidade da educaçã a distância n IFTO: primeir mment 46 2.1.2 A crítica da realidade da educaçã a distância n IFTO: segund mment 49 2.1.3 A análise da criaçã cletiva: terceir mment 53 3 O INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DO TOCANTINS E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA... 54 3.1 O IFTO e a expansã d ensin prfissinalizante n Tcantins 54 3.2 Análise e discussã ds resultads 57 3.3 As traduções ds dcuments gvernamentais e institucinais sbre as metdlgias da educaçã a distância n IFTO 59 3.4 A percepçã ds gestres d IFTO/EaD sbre a educaçã a distância n IFTO através de instrument qualitativ: a entrevista semi-estruturada 67 3.5 A educaçã a distância d IFTO sb a perspectiva ds gestres d IFTO/EaD e gestres da Rede e-tec Brasil 101 3.6 A visã participativa ns fóruns de discussã ds gestres d IFTO/EaD e gestres da Rede e-tec Brasil sbre a institucinalizaçã da EaD n IFTO 109 4. CONCLUSÃO... 116 REFERÊNCIAS... 122 APÊNDICE... 125 ANEXO... 134

15 INTRODUÇÃO A rede federal de ensin prfissinal está vivenciand a mair expansã de sua história, desde seu iníci, em 1909. Segund Suza (2005, p.205), a ruptura da elitizaçã d sistema educacinal brasileir redefine a educaçã prfissinal a trná-la cmplementar a ensin básic, prmvend uma expansã sem precedentes na história d país ns curss de nível técnic e tecnlógic. Trata-se de um segment da educaçã cntínua atualizad tecnlgicamente e vltad para a necessidade d mercad de trabalh, qual atende s públics adults e jvens que buscam a inserçã rápida n mercad de trabalh. Cm previsã de prtunizar capacitaçã a 600 mil pessas até final de 2014, nde 562 campi fertarã diferenciadas mdalidades de ensin, há que se impulsinar um lhar mais prfund para as plíticas públicas dentr ds Instituts Federais de Educaçã, Ciência e Tecnlgia, utilizand a educaçã à distância n cntext d ensin prfissinal tecnlógic. A educaçã a distância tem garantid seu desenh e espaç dentr d ensin prfissinal desde a criaçã ds Instituts Federais de Educaçã e, apesar d atual cntext tecnlógic cntribuir para aprendizad rápid pr meis das páginas webs, a utilizaçã da educaçã nesta mdalidade nã tem tid a mesma prprçã dentr ds IFs. O direit de acess a blended learning, curss à distância, as disciplinas semipresenciaissã resultads de plíticas recentes nas quais s instituts federais de educaçã ainda necessitam de estuds para prmver e dar cndições de utilizaçã igualitária desse frmat de educaçã n cnjunt de mdalidades d ensin prfissinal e tecnlógic. Puc se tem feit para transfrmar a realidade ds Instituts n sentid de superar perig de reducinisms u engessament da EaD em estruturas rígidas e decunh meramente perativ que marcam, muitas vezes, camp da legislaçã educacinal (PRETI, 2009, p.137). Plíticas gvernamentais nrmatizam, desde 2004, disciplinas semipresenciais e curss à distância, n sentid de refrçar um nv prcess de aprendizagem agregand ganhs na frmaçã ds aluns d ensin prfissinalizante. Prtarias autrizam instituições de ensin a utilizarem a mdalidade semipresencial n ensin superir, desde que esta ferta nã ultrapasse 20% (vinte pr cent) 1 da carga hrária ttal d curs. 1 Prtaria nº 4.059 de 10 de dezembr de 2004.

16 Decrets criam Sistema de Universidade Aberta (UAB) e a Rede de Ensin Aberta (Rede e-tec Brasil) 2 que integram curss de frmaçã superir e de frmaçã prfissinal técnica de nível médi e PROEJA, fertads em rede pública na mdalidade à distância cm a justificativa de prmver uma educaçã frmadra d ser human e nã smente uma pssibilidade educativa para atender àqueles que, de alguma frma, nã tiveram acess a ensin presencial. A busca de um frmat nde prfessr pde cmbinar ensin distribuíd e a aprendizagem da educaçã a distância cm a interaçã cnfrtável da sala de aula é um esfrç para chegar a uma síntese das duas mdalidades e leva a frmas híbridas de ensin. Um mdel de educaçã que pderá suplantar utrs, especialmente para as pessas que pdem precisar de alternativa pr causa de suas agendas ltadas, mas que também precisa da estrutura de suprte de uma sala de aula. Neste sentid, em mai de 2010, Cnselh Nacinal das Instituições da Rede Federal de Educaçã Prfissinal, Científica e Tecnlógica CONIF se reuniu, em Brasília, para discutir a institucinalizaçã da EaD ns Instituts Federais. Dentre s váris entendiments que perpassam pel prcess de institucinalizaçã n âmbit das instituições de ensin, três prpstas para nrmatizar a institucinalizaçã da educaçã a distância ns Instituts Federais de Educaçã transitam ns frmats centralizad, descentralizad e semicentralizad. Apesar desse avanç, grande desafi ainda é prcess de institucinalizaçã frtalecid cm plítica pública. Em Rcha et al (2011, p.1), a institucinalizaçã atrela-se a avaliaçã, na medida em que sistema cmplex da EaD, vinculad a aspect tecnlógic, pedagógic, administrativ-financeir, pssui um cntínu e sólid prcess de avaliaçã que passa necessariamente pels cmpnentes da aprendizagem institucinal. Partind d enfque da avaliaçã institucinal, Saul (1988, p.107) afirma que para avaliar prgrama u plítica se deve ater a uma perspectiva crític-transfrmadra da realidade que se deseja, cm prcess avaliativ, uma prática demcrática. E mdel de avaliaçã que se mstra adequad é a perspectiva emancipatória. Em vista diss, a questã nrteadra deste estud é: cm se encntra prcess da institucinalizaçã da educaçã a distância n Institut Federal de Educaçã, Ciência e Tecnlgia d Tcantins IFTO? 2 Decret nº 5.800 de junh de 2006 dispõe sbre Sistema Universidade Aberta d Brasil (UAB). Decret nº 7.589, de 26 de utubr de 2011 institui a Rede e-tec Brasil.

17 Para tant, bjetiv desta pesquisa é avaliar prcess da institucinalizaçã da plítica pública de educaçã à distância d Institut Federal de Educaçã, Ciência e Tecnlgia d Tcantins IFTO. E de maneira específica: Relacinar as plíticas federativas que nrmatizam a educaçã a distância n cntext nacinal e n Institut Federal de Educaçã d Tcantins; Analisar a estrutura de regulamentaçã da educaçã a distância n IFTO; Analisar s mdels da educaçã a distância n Institut Federal de Educaçã d Tcantins; Prpr medidas para a efetivaçã de prjets institucinais de educaçã a distância, dentr de instituiçã de ensin presencial. Esta pesquisa tem pr justificativa a necessidade da avaliaçã qualitativa da trajetória da educaçã a distância n cntext d ensin prfissinal e tecnlógic d Tcantins, baseada ns princípis da avaliaçã emancipatória. Pr se tratar de plítica pública é necessári buscar cnheciment através de uma abrdagem metdlógica crítica e epistemlgicamante apiada numa cncepçã de ciência que recnhece papel ativ d sujeit na prduçã d cnheciment (FRANCO, 2012, p.10). Para dar cnta das demandas exigidas na avaliaçã, estud teve cm eix nrteadr a Rede e-tec Brasil, pr ser fertante da educaçã técnica na mdalidade a distância n Institut Federal de Educaçã, Ciência e Tecnlgia d Tcantins na percepçã ds gestres envlvids de frma direta e s dcuments que regulamentam ensin técnic e tecnlógic d IFTO. N sentid de buscar medidas para a efetivaçã da pesquisa, estud está rganizad em três capítuls. O primeir capítul apresenta a discussã ds autres sbre A educaçã a distância enquant plítica pública. É traçada a história da educaçã a distância, s percurss e cnquistas alcançadas e as leis que nrmatizam a institucinalizaçã. Abrdam-se, também, as prpstas de institucinalizaçã da educaçã a distância ns Instituts Federais de Educaçã, Ciência e Tecnlgia, dand destaque para IFTO. N segund capítulintitulad Metdlgia de análise da institucinalizaçã da plítica pública EaD n IFTO, sã esclarecids s parâmetrs metdlógics empregads para estudar a educaçã a distância n cntext prfissinal d Tcantins. A prpsta cntempla a avaliaçã emancipatória de Ana Maria Saul, entendida cm a avaliaçã que prmve a transfrmaçã na realidade de um dad curs.

18 O terceir capítul O Institut Federal de Educaçã d Tcantins e a Educaçã a Distância trata ds resultads decrrentes da pesquisa empírica realizada cm s gestres da EaD dentr d Institut Federal de Educaçã d Tcantins e da análise dcumental. Neste espaç serã interpretads s resultads da pesquisa e, pr se tratar de uma avaliaçã emancipatória relata as manifestações e as sugestões ds gestres da educaçã a distância.

19 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ENQUANTO POLÍTICA PÚBLICA Para se cmpreender prcess de desenvlviment de plíticas públicas é precis entender primeiramente própri cnceit e seu alcance. Segund Parada (2006), tant plíticas quant plíticas públicas estã relacinadas intrinsecamente a pder scial. A diferença fundamental está n pressupst de que a plítica pde ser analisada pela capacidade de estabelecer plíticas públicas sbre as quais tenham influência e que pssibilitem retrn em gvernança e pder as envlvids em sua implantaçã e gestã. Na atual sciedade, as tecnlgias interativas têm prduzid grande impact e alteraçã nas relações sciais e nas relações de espaç n trabalh e n lazer, cnfigurand assim, nvas plíticas públicas para atender as especificidades reginais e s interesses ds diverss segments dessa sciedade capitalista. Desta frma, nã se pde ignrar as nvas linguagens, s hábits e culturas da realidade cntemprânea. Dentre s principais interesses sciais que devem ser abrangids pelas plíticas públicas, estã a educaçã e a frmaçã para mund d trabalh. Entender as pessas que vivem essa realidade, suas necessidades e especificidades, inseridas em um cntext sciecnômic e cultural, e assim atendê-las e frmá-las adequadamente, é uma alternativa que as esclas buscam através da plítica pública d ensin a distância. Os primeirs mdels dessa nva geraçã de ensinar à distância se desenvlveram simultaneamente em muits países e cntinentes. Mas a primeira ntícia que se registru da intrduçã d métd de ensinar à distância fi anúnci das aulas pr crrespndência ministradas pr Caleb Philips em 20 de març de 1728, na Gazette de Bstn, EUA, que enviava suas lições tdas as semanas para aluns inscrits (NUNES, 2010, p.2). Dentre utras iniciativas, destaca-se a criaçã de uma Divisã de Ensin pr Crrespndência n Departament de Extensã da Universidade de Chicag, pr iniciativa d Reitr William R. Harper. Segund descreve Saraiva (1996. p.18) Adentrand sécul XX, bserva-se mviment cntínu de cnslidaçã e expansã da educaçã a distância, cnfirmand, de cert md, as palavras de William Harper, escritas em 1886: Chegará dia em que vlume da instruçã recebida pr crrespndência será mair d que transmitid nas aulas de nssas academias e esclas; em que númer ds estudantes pr crrespndência ultrapassará ds presenciais.

Ainda na década de 20, rádi cntribuiu cm uma parcela na cnslidaçã da educaçã ppular n Brasil e n mund e, trna-se assim, segund mei de transmissã de educaçã a distância. Ns EUA, rádi destaca-se, em 1928, a partir da ferta de educaçã para adults prmvida pela BBC. N Brasil, s prgramas educativs cmeçam através de iniciativa privada em 1922, inicialmente, transmitids pela Rádi Sciedade d Ri de Janeir. Durante décadas ensin pr crrespndência perpassa pr váris cntinentes e essa metdlgia fi frtemente utilizada até a Segunda Guerra Mundial. Cm remessa de materiais didátics pel crreis que usavam as ferrvias cm transprte. 20 N Brasil, destaca-se Institut Mnitr (1939) e Institut Universal Brasileir (1941) que capacitaram brasileirs para mercad de trabalh n segment da educaçã prfissinal básica. Surge a pssibilidade de uma plítica educacinal n Brasil. Para Dye (2009, p.101) existe uma íntima relaçã entre plíticas públicas e as instituições gvernamentais e uma plítica nã se transfrma em plítica pública antes que seja adtada, implementada e feita cumprir pr alguma instituiçã gvernamental. Nesse sentid, em 1936, a emissra radifônica passa de privada à pública retmand antigs prgramas e criand utrs para prmver a plítica pública da educaçã a distância. A partir da criaçã d Serviç de Radidifusã Educativa d Ministéri da Educaçã e Saúde, prgramas cm a Escla Rádi-Pstal, a Universidade d Ar, prgramas cm caráter religis e prjets cm Mbral tiveram veiculaçã n âmbit nacinal pr três décadas. Mas cm td ser human pssui valres que muitas vezes sã cnflitantes quand cmparads cm s valres de utra pessa, períd deflagrad pela censura prvca, segund Alves (2009, p.9), a estagnaçã da educaçã a distância n Brasil, desmnte da EAD via rádi fi um ds principais causadres de nssa queda n ranking internacinal. Para Rua (1998), uma decisã plítica crrespnde a uma esclha entre um leque de alternativas e, embra uma plítica pública implique uma decisã plítica, nem tda decisã chega a cnstituir uma plítica pública. E define que públicas nã sã privadas u apenas cletivas. [...] dimensã pública é dada nã pel tamanh d agregad scial sbre qual incidem, mas pel seu caráter imperativ. Iss significa que uma de suas características centrais é fat de que sã decisões e açõesrevestidas da autridade sberana d pder públic. (RUA, 1998, p.232).

21 Desta frma, s prgramas educativs n rádi sã substituíds pelas emissras de televisã. Outr mei de cmunicaçã que cmeça de frma lenta n an de 1950, mas a invaçã cm a cmbinaçã de imagem e vz marca períd ds prgramas educativs. A televisã educativa, implantada n Brasil, sem bedecer a um planejament decrrente de uma plítica pública, passa a desempenhar papel fundamental n ensin e frmaçã prfissinal, principalmente nas décadas de 1960 a 1970. A cmbinaçã ds prgramas educativs através de televisã e pr crrespndência, se prliferaram neste períd, cntribuind para frmaçã de técnics que atendam à demanda d mercad de trabalh e para a qualificaçã de mã de bra prdutiva para expansã e cnslidaçã da indústria em territóri nacinal. Após a década de 70, a falta de api plític, a desbrigaçã das emissras de ceder hráris diáris para a transmissã ds prgramas educativs e s hráris incmpatíveis ns canais aberts, cntribuíram para retrcess da educaçã através de prgramas televisivs. A tecnlgia prprcina a capacitaçã de prfessres e adults através de sistemas frmais e infrmais, mas nã cnsegue alcançar a ppulaçã mens assistida pelas mídias mais avançadas. A EAD n Brasil é marcada pr uma trajetória de sucesss, nã bstante a existência de alguns mments de estagnaçã prvcads pr uma ausência de plíticas públicas para setr. Em mais de cem ans, excelentes prgramas fram criads e, graças à existência deles, frtes cntribuições fram dadas a setr para que se demcratizasse a educaçã de qualidade, atendend, principalmente, cidadãs fra das regiões mais favrecidas. (ALVES, 2009, p.8). O períd de 1960 a 1980 registra a criaçã das megauniversidades e a institucinalizaçã de várias ações ns camps da educaçã secundária e superir que cmeça na Eurpa e impulsinam a expansã para mais itenta países. Os primeirs mdels se desenvlvem simultaneamente em muits lugares, mas a iniciativa da Inglaterra transfrma a educaçã a distância numa referência mundial. Até an de 2010, a Open University havia capacitad mais de dis milhões de pessas e registrava cerca de 160 mil matrículas, send 40 mil para curss de pós- graduaçã e 60 mil para curss extracurriculares. N Brasil, camp da educaçã superir é marcad pela criaçã da Universidade de Brasília - UnB (1973) que cnstituiu a base para prgramas de prjeçã de educaçã a distância. Mais tarde destacam-se as Universidade Federal de Mat Grss - UFMT, Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e a Universidade Federal d Paraná -UFPR.

22 Em 1990, cm a necessidade de nvas frmas de rganizaçã n trabalh, rerdenament d prcess de acumulaçã capitalista, estimuland a entrada das tecnlgias, prvca a busca pr qualificar trabalhadres de tds s setres, nã smente n setr primári. Essas transfrmações ecnômicas vêm cnslidar a ideia de uma educaçã técnica e prfissinal permanente e cntinuada; de uma educaçã nã restrita à escla. A educaçã a distância vem, nesta perspectiva, mdificar tdas as frmas de aprendizad e ensin, inclusive as presenciais, flexibilizand a necessidade da presença física, rerganizand s espaçs e temps, a linguagem, as mídias e s prcesss. Neste cntext, em 1992, n gvern Itamar Franc, fi criada a Crdenadria Nacinal de Educaçã a Distância na estrutura d MEC. Em 1996, n gvern Fernand Henrique Cards, a Crdenadria transfrma-se em Secretaria de Educaçã a Distância - SEED. A partir de entã, MEC tem cm açã prmver uma plítica nacinal para atender a esta mdalidade de ensin visand, inicialmente, a frmaçã e aperfeiçament d prfessr. N entant, apenas em 1996 a mdalidade de educaçã a distância bteve respald legal para sua realizaçã cm a Lei de Diretrizes e Bases da Educaçã Lei 9.394, de 20 de dezembr de 1996, que estabelece, em seu artig 80, a pssibilidade de us rgânic da mdalidade de educaçã a distância em tds s níveis e mdalidade de ensin. Assim: Art. 80. O Pder Públic incentivará desenvlviment e a veiculaçã de prgramas de ensin à distância, em tds s níveis e mdalidades de ensin, e de educaçã cntinuada. Em seu artig 87, parágraf terceir: 3 O Distrit Federal, cada Estad e Municípi, e, supletivamente, a Uniã, devem: II - prver curss presenciais u à distância as jvens e adults insuficientemente esclarizads; III realizar prgramas de capacitaçã para tds s prfessres em exercíci, utilizand também, para ist, s recurss da educaçã a distância Para definir a maneira cm a educaçã a distância deve ser fertada Decret 5.622/2005 em seu artig 1º, rienta: [...] send uma mdalidade educacinal na qual a dimensã didáticpedagógica n prcess de ensin e aprendizagem crre cm a utilizaçã

de meis e tecnlgia de infrmaçã e cmunicaçã, cm estudantes e prfessres desenvlvend atividades em lugares u temps diverss. 23 Cmpreende-se que cmpete a pder públic pssibilitar ensin a distância cm açã de inclusã e desenvlviment scial através d ensin e da frmaçã prfissinal. É neste cntext que a educaçã a distância ganha frma e preminência pssibilitand a transpsiçã de barreiras, entre elas a gegráfica, e tend cm suprte a evluçã das tecnlgias de infrmaçã e da cmunicaçã (TIC s). Mran (2011. p.45) cncrda cm Bellni (2009) quant a fat de existir resistência e precnceits sbre a EaD a citar que para alguns, é a sluçã ds prblemas educacinais; para utrs é uma frma educacinal inferir. Mas acredita, também, que muits já estã percebend que Brasil smente pderá superar sua defasagem educacinal pr mei d us intensiv de tecnlgias em rede, da flexibilizaçã ds temps e espaçs de aprendizagem, e da gestã integrada de mdels presenciais e digitais. E chama atençã para uma imprtante mudança na EaD. A educaçã a distância está se transfrmand, de uma realidade cmplementar u especial para situações específicas, em referência para uma mudança prfunda na educaçã cm um td. É uma pçã imprtante se s bjetivs sã aprendizad a lng da vida, a frmaçã cntinuada, a aceleraçã prfissinal, a cnciliaçã entre estud e trabalh. (MORAN, 2011, p.45). O prcess de abertura ecnômica na década de 1990, prmve a discussã da educaçã cntinuada e permanente e us das tecnlgias e perante este cntext, a EaD é cnsiderada cm pssibilidade real de ampliaçã de prtunidades educacinais para a ppulaçã cm um td (PEREIRA e MORAES, 2009, p.82). As primeiras ideias para a criaçã de um Sistema Nacinal de Educaçã Aberta n Brasil cmeçaram em 1993 quand, segund Guimarães (1996, p.28): [...] pr prpsta da Universidade de Brasília, s reitres das universidades públicas brasileiras, reunids na sede d Crub, em Brasília, reslveram assinar entre si um Cnvêni para implantar Cnsórci Interuniversitári de Educaçã Cntinuada e a Distância que, entre utrs bjetivs, visa clabrar cm s gverns federal, estaduais e municipais n aument e diversificaçã da ferta das prtunidadeseducacinais d país, através da criaçã d Sistema Nacinal de Educaçã a Distância, sb cmand d Ministéri da Educaçã e d Desprt.

Fi criad, na sequência, cnsórci BRASILEAD e, em 2000, a UniREDE. Prém, devid à falta de api institucinal efetiv pr parte d MEC, parte destas prpstas nã fi cnslidada. A cnstruçã da agenda para a rganizaçã e funcinament da plítica nacinal d Sistema Educacinal de Educaçã a Distância fica cndicinada a Gvern Federal e a Ministéri da Educaçã. A eles cabem decidir que tip de rganizaçã e de instituições devem ser implantadas e, ainda, quais priridades educacinais devem cupar essas instituições de educaçã a distância. Nessa perspectiva, Gvern vai buscar frmas de rganizações em experiências internacinais. Para Guimarães 3 (1996, p.32), a experiência internacinal tem demnstrad que as instituições de educaçã a distância pdem ter existência autônma [...], designadas na literatura internacinal pr single mde systems, u estar assciadas a uma universidade cnvencinal, denminada dual mde systems. Pretti (2009, p.29) questina que país nã estava preparad para receber um sistema nacinal em educaçã a distância, centrad sem uma estrutura de api e acmpanhament in lc. Mais vantajs e prdutiv seria dual mde system, ist é, a EaD estar assciada a uma universidade u instituiçã cnvencinal. As diferenças culturais, as distâncias e s prblemas sciais muit melhr pdem ser atendids pr iniciativas lcais e reginais. (PRETTI, 2009, p.30). 24 N entant, s interesses científics pela cnslidaçã da educaçã a distância n Brasil vã se frtificand n sentid de buscar alternativas para uma legislaçã educacinal brasileira que alémde nã incentivar a educaçã a distância, cria dificuldades para suaaplicaçã, agra n sentid de a submeter às mesmas exigências que se aplicam a ensin presencial. A cnquista de espaç para essa educaçã aparece em frma de recmendações n dcument aprvad da Assembleia Geral da ABED 4, em 1996, cm I Epístla de Sã Paul sbre Educaçã a Distância. O dcument da ABED identifica a necessidade de se criar uma ba articulaçã, junt às autridadeseducacinais, cm vistas a: 3 4 Primeir presidente d BRASILEAD. Assciaçã Brasileira de Educaçã a Distância - sciedade científica, sem fins lucrativs, cm finalidades de prmver estud, a pesquisa, desenvlviment, a prmçã e a divulgaçã da Educaçã a Distância. Criada em Sã Paul, em 21 de junh de 1995.

a) eliminar as restrições hje existentes em relaçã à educaçãa distância, que deve receber mesm tratament dispensad a ensin presencial; b) desenvlver prgramas de educaçã adistância em nível reginal e nacinal sem a brigatriedade de prévia autrizaçã ds sistemas de ensin ds estads; c) assessrar CngressNacinal, s cnselhs estaduais de Educaçã e CONSED Cnselh desecretáris Estaduais de Educaçã, na tarefa de regulamentar a educaçãa distância. 25 Nvas frmas para incluir métds e práticas de ensin-aprendizagem que incrprem us integrad de tecnlgias de infrmaçã e cmunicaçã ns curss superires sã, entã, repensadas pel Gvern. E n dia 10 de dezembr de 2004, MEC dispnibiliza na Prtaria 4.059 a utilizaçã da mdalidade semipresencial 1. Para fins desta Prtaria, caracteriza-se a mdalidade semipresencial cm quaisquer atividades didáticas, móduls u unidades de ensinaprendizagem centrads na aut-aprendizagem e cm a mediaçã de recurss didátics rganizads em diferentes suprtes de infrmaçã que utilizem tecnlgias de cmunicaçã remta. 2. Pderã ser fertadas as disciplinas referidas n caput, integral u parcialmente, desde que esta ferta nã ultrapasse 20 % (vinte pr cent) da carga hrária ttal d curs. 3. As avaliações das disciplinas fertadas na mdalidade referida n caput serã presenciais (BRASIL, 2004). Mas a expansã da mdalidade a distância, n ensin superir, smente crre em 2006, quand MEC cria sistema Universidade Aberta d Brasil UAB. Segund dads d Anuári Brasileir de Educaçã Aberta e a distância - AbraEAD (2007, p.29), relativ às matrículas em EaD das instituições credenciadas pr este Sistema de Ensin, de 778.458 matriculas efetivas, 74% estavam cupadas pr estudantes de graduaçã e pós-graduaçã d Sistema Federal, enquant 26% eram da Educaçã de Jvens e Adults (EJA), n ensin médi, fundamental e em curss técnics d Sistema Estadual. Dada a necessidade de atender às nvas tecnlgias, n an de 1996, a ABED na I Epístla de Sã Paul sbre educaçã a distância (1996), recmendaçã 4, enfatiza a imprtância da educaçã a distância e da qualificaçã d trabalhadr brasileir. [ ] Para atender à mdernidade das nvas tecnlgias, é indispensável qualificar trabalhadr. Esta tarefa, n cas brasileir, significa atender a curt e médi praz, milhões de trabalhadres cncentrads nas grandes cidades u lcalizads ns pequens núcles urbans e na zna rural. As esclas prfissinalizantes tradicinais, bem cm SENAC, SENAI, SENAR e SENAT, nã têm cndições de suprir esta demanda (que se estima em 15 milhões de trabalhadres smente neste an). A educaçã à distância,

face a suas características de flexibilidade, invaçã e mbilizaçã ds recurss humans e materiais existentes, cnstitui uma via cmpetente para enfrentar tal prblema. 26 Neste sentid, é desenhad um mdel de educaçã prfissinal e técnica a distância ns mldes da Universidade Aberta d Brasil (UAB). Deve-se entender, primeiramente, que para implementar uma plítica pública, é necessári, antes, fazer cm que essa plítica entre na agenda d gvern pela transfrmaçã d estad de cisas em prblema plític. Rua (2006, p.240) salienta que, a partir deste mment inicia-se a frmulaçã de alternativas, nde decide claramente as preferências ds atres e manifestam-se s seus interesses. E é entã que s diverss atres entram em cnfrnt. Desta frma, percebe-se que, mesm tratand de uma mdalidade de ensin cm a finalidade de ampliar e demcratizar acess a curss de educaçã prfissinal técnica de nível médi, é desenhad e rganizad de md nrmativ cm características cnservadras, seguind tradicinalism d ensin presencial. Mas, cm firme prpósit de cnstruir a cultura dentr da educaçã prfissinal e tecnlógica, Sistema e-tec teve seu iníci cm prgrama de educaçã a distância em 2007 uma açã da SEED. Mas smente cm a implantaçã da Rede e-tec Brasil, através d decret 7.589 de 2011, que apnta nvas pssibilidades de atender às mudanças sciais, plíticas e tecnlógicas que têm crrid n país e que impactam diretamente na educaçã. Esse nv debate n âmbit educacinal surge, nã só na perspectiva da cnslidaçã da educaçã a distância, mas na busca da rerganizaçã esclar. Assim, a educaçã vivencia um mviment de transiçã, quand velhs cnceits cexistem cm iniciativas que desafiam um mdel mais tradicinal quand a educaçã prfissinal a distância passa a smar as ações da plítica prfissinal e tecnlógica na Secretaria de Educaçã Prfissinal e Tecnlógica(SETEC), em 2011. Outras iniciativas transcedem, também, s velhs cnceits cm as tecnlgias de cmunicaçã e a glbalizaçã que sã fenômens que interpelam cm implicaçã direta ns mds cm as instituições educativas pensam e rganizam suas dinâmicas. Sã prcesss cmplexs que têm a ver cm as questões curriculares e que demandam nvs cnceits para as categrias temp e espaç. (TRIESEN, 2011, p.251). Na cntempraneidade, aspect determinante, tant da rganizaçã curricular quant das experiências pedagógicas d ensinar e d aprender, nã é mais a materialidade e a frmalidade d espaç da sala de aula, tampuc temp linear definid para cada disciplina.

27 Nã imprta a presença física d alun na sala de aula u em qualquer utr ambiente físic pr determinad temp. O prcess d ensinar e d aprender já nã se encntra exclusivamente cndicinad a ambiente, num temp determinad e pr um currícul predefinid. Ainda que a sala de aula e a rganizaçã ds temps pedagógics cntinuem send imprtantes para desenvlviment dessas atividades, surgem alternativas que, a princípi, respndem bem às demandas d mment. Send uma delas a garantia d acess às diversas frmas de aprpriaçã e scializaçã significativa da infrmaçã e d cnheciment. Nessa cncepçã, nã basta rerganizar temp crnlógic e s espaçs frmais da escla. Triesen (2011, p.254) cnsidera que fatr mais imprtante é recnheciment d sistema educacinal em cnsiderar ritm de aprendizagem de cada estudante. Trata-se de recnhecer e cnsiderar que cada sujeit tem seu ritm própri de aprendizagem e, prtant, um md singular de pensament, mviment e açã e que essa aprendizagem só ganha sentid na relaçã que esse sujeit estabelece cm utr, cm cnheciment e cm mund. À escla cabe papel de integrar, pr intermédi de sua dinâmica curricular e pedagógica, s temps e s espaçs individuais as cletivs. E, dentr dessa singularidade, a educaçã a distância, prfissinal tecnlógica, busca frmas para encntrar sustentaçã suficiente para uma transfrmaçã mais efetiva dessa nva realidade, através da cnslidaçã e emancipaçã dessa plítica pública seja através d ensin a distância, d ensin nline, d blended learning u nas mdalidades semipresenciais. 1.1 A institucinalizaçã da educaçã a distância ns Instituts Federais de Educaçã, Ciência e Tecnlgia A nrmatizaçã da educaçã a distância para ferta d ensin técnic e tecnlógic pel Ministéri da Educaçã através d decret 7589 de 2011- quand institui a Rede e-tec Brasil - nas instituições integrantes da Rede Federal de Educaçã Prfissinal, Científica e Tecnlógica e as vinculadas as sistemas estaduais de ensin, leva a cmpreender cm se encntram s prcesss de institucinalizaçã d ensin a distância dentr ds Instituts Federais de Ensin. Em seus estuds sbre institucinalizaçã da EaD, na Universidade Federal de Mat Grss, Preti (2009, p.135) relatu nã há mdels de institucinalizaçã, u prcess

28 únic, mas prcesss, ist é, cada instituiçã busca, alicerçada em suas experiências, em suas frmas de rganizar trabalh, de distribuir pder, percurs própri a ser traçad, desenhad Uma plítica, quand traça um caminh n qual as sluções vã send desenhadas de acrd cm a trajetória e participaçã ds atres envlvids, tem uma finalidade única, a transfrmaçã em açã sólida. E pde se imaginar, entã, que essas ações chegarã à institucinalizaçã. Váris sã s mdels que vêm send desenvlvids a lng da histricidade d ensin a distância. Dentre eles, s de frmat autônm (single mde system e dual mde system), adtad pr várias instituições internacinais; s de gestã cmpartilhada (entre esferas administrativas distintas) cm s frmats centralizad, descentralizad e semicentralizad prpsts para ensin prfissinal e tecnlógic. Desta frma, para uma plítica ser transfrmada em plítica pública e institucinalizada é precis a participaçã ds atres envlvids para nã ser frmatada pr pucas mãs nde as preferências gvernamentais nã traduzam as necessidades de um sistema educaçã que prpicie a frmaçã de uma identidade nacinal, mas que seja articuladas cm as demandas lcais. Dye (2009) alenta que É precisamente esta capacidade d gvern de cbrar a lealdade de tds s seus cidadãs, de adtar plíticas que gvernam tda a sciedade e de mnplizar us legítim da frça, que estimula s indivídus e s grups a se empenharem para que as plíticas traduzam suas preferências. (DYE, p.101). Essas preferências se trnam visíveis nas instituições públicas brasileiras devid a dificuldades de desvincular mdels de gestã individualizads e aceitar uma gestã cmpartilhada e integrada. Pensar em uma estrutura mais cnsistente cm rienta Mran (2011, p.69), que rganize as ações e ultrapasse gerenciament individual para atuar de frma integrada, prativa e avançada pedaggicamente e gerencialmente, equilibrand reginal e nacinal pde facilitar a criaçã de métds para a educaçã a distância prfissinal tecnlógica ns mldes da universidade aberta da Uned (Espanha) u a Open University (Inglaterra). Os cnsórcis entre universidades de esferas administrativas distintas sã iniciativas encntradas para instituir a educaçã a distância cm mais qualidade. N Brasil, a experiência acntece entre as universidades públicas federais e estaduais n estad d Ri de Janeir. N entant, métds cm as disciplinas semipresenciais aprvadas pela prtaria 4.059 de 2004

d Ministéri da Educaçã nã tiveram a mesma desenvltura n ensin superir brasileir. Ns Estads Unids, a brigatriedade d métd nline acntece n ensin médi. 29 Enquant em alguns países a EAD cntinua sfrend resistência de elements cnservadres na educaçã, em utrs há uma atitude diferente. Pr exempl, em abril de 2006, estad de Michigan, ns Estads Unids, regulamentu a brigatriedade, para tds s aluns que cursam ensin médi, da participaçã em pel mens uma disciplina n-line, para adquirir experiência nessa mdalidade de aprendizagem. (LITTO, 2009, p.16) N an de 2010, Cnselh Nacinal das Instituições da Rede Federal de Educaçã Prfissinal, Científica e Tecnlógica CONIF inicia a discussã para institucinalizar a educaçã a distância prfissinal e tecnlógica ns Instituts Federais. Dentre s váris entendiments que perpassam pel prcess de institucinalizaçã, n âmbit das instituições de ensin, três prpstas para nrmatizar a institucinalizaçã da educaçã a distância ns Instituts Federais de Educaçã transitam ns frmats centralizad, descentralizad e semicentralizad. N mdel centralizad, para aprvaçã d curs existe um trâmite que deve ser seguid e respeitad. Inicialmente as prpstas de curss surgem através de demandas de Arranjs Prdutivs Lcais (APL) ns municípis e sã frmatadas ns departaments educacinais das Instituições Educacinais prpnentes. Prém, s prjets pedagógics devem ser encaminhads à Diretria d Centr de Educaçã a Distância (CEAD), para avaliaçã e rientações da equipe pedagógica e multidisciplinar d Centr de Educaçã e retrnar à crdenaçã d curs. Neste mdel a estrutura alcada à reitria respnde a tdas as ações de cncepçã, planejament e execuçã da educaçã a distância que se estende a seleçã e capacitaçã da equipe, a designer gráfic e instrucinal, a gestã das tecnlgias da infrmaçã cm suprte e manutençã d ambiente de aprendizagem fechand uma cmplexa e extensa equipe.

30 Figura 1- Prpsta de mdel centralizad Fnte - GT3 EAD e InterRed/2010 O mdel estrutural semicentralizad trabalha na premissa de que as atividades da educaçã a distância rganizam-se em dis âmbits: das atividades sistêmica e da peracinal, que têm sua estruturaçã e rganizaçã em espaçs diferenciads. Desta frma, as atividades sistêmicas estruturadas dentr d departament de educaçã a distância devem ser acmpanhadas pela pró-reitria de ensin d Institut. Asatividades que têm caráter peracinal, que envlvem desenvlviment ds curss devem ser rganizadas dentr d campus fertante, através das crdenações de área cm aprvaçã da diretria de ensin d campus.

31 Figura 2 Prpsta de mdel semicentralizad Fnte Adaptad d GT3 EAD e InterRed/2010 N mdel estrutural descentralizad de educaçã a distância, tdas as atividades estratégicas da educaçã sã de respnsabilidade d campus, e devem ser mantidas dentr d mdel de estrutura presencial. N cas, tda a rganizaçã da gestã acadêmica, pedagógica e de infraestrutura deverá ser de respnsabilidade dcampus. Figura 3 Prpsta de mdel descentralizad Fnte adaptad d GT3 EAD e InterRed/2010 Cm intuit de cnslidar a educaçã a distância cm mdalidade educacinal ns Instituts Federais, Grup de Trabalh integrad pr Pró-Reitres de Ensin de várias regiões brasileiras e cm a participaçã de servidres que atuam na área, frmatam uma nva prpsta de Institucinalizaçã da EaD. A prpsta apresentada n final d an de 2012 traduz a necessidade das instituições educativas de nã ficarem à margem das mudanças tecnlógicas, nde existe um imens abism entre a escla real e a escla necessária (BRASIL, 2012, p.1). E relata que a educaçã é um tema cmplex que envlve crp scial, Estad e plíticas públicas cerentes.

Em relaçã à EaD, Estad brasileir nã se eximiu e, principalmente desde 2005, vem estabelecend plíticas de incentiv à demcratizaçã da educaçã pr mei das nvas tecnlgias, a criar Sistema Universidade Aberta d Brasil e a Rede E-Tec Brasil.(BRASIL, 2012, p.5). 32 O dcument entende que a base da plítica gvernamentalestá pautada na distribuiçã de blsa de pesquisa as envlvids n prcess educativ e desta frma a educaçã a distância vem sempre assciada a recebiment de blsa. Essa prática tem sid até mment a cluna vertebral das fertas na mdalidade EaD na Rede Federal de Educaçã Prfissinal e tem gerad algumas cnsequências. De um lad, s dcentes que trabalham nesses prgramas nã têm essa atividade dcente incluída em sua carga hrária. Pr utr, instituiu-se culturalmente na Rede que a ferta EaD sempre vem assciada a recebiment de blsas.(brasil, 2012, p.5) Para slidificar e institucinalizar a mdalidade na Rede Federal, acredita-se ser necessári criar cndições de infraestrutura de gestã, de pessal e tecnlógica. Desta frma a ferta de curss via cnvênis u parcerias, deve existir, cm, aliás, é cmum na educaçã presencial na Rede Federal de Educaçã Prfissinal, mas nã deve ser a única nem a principal frma de ferta na mdalidade EaD. (BRASIL, 2012, p.5). Para tant, prpõe-se a criaçã de estrutura rganizacinal cmpsta pr Câmpus EaD, em tds s Instituts Federais e, de Núcles de Educaçã a Distância, em cada um ds campus ds referids instituts. A prpsta apresentada a Fórum ds Dirigentes de Ensin da Rede Federal de Educaçã Prfissinal, Científica e Tecnlógica, FDE, 5 após análise, sfreu algumas cntribuições e questinaments quant à estrutura sistêmica, ltaçã de dcentes e definiçã nas frmas de matrículas ds aluns. Para Mran (2011) descnheciment sbre institucinalizaçã da educaçã a distância pde dificultar na elabraçã ds prjets, na esclha das tecnlgias, na implantaçã ds curss e na qualidade d ensin. O intent apnta um nv caminh para a institucinalizaçã da Educaçã a distância ns IFs, cntud é necessári a flexibilizaçã ds prcesss. Mran acredita que nã será um 5 O Fórum de Dirigentes de Ensin (FDE) é uma açã d Cnselh Nacinal das Instituições de Educaçã Prfissinal, Científica e Tecnlógica (CONIF). E em, reuniã na Reitria d Institut Federal d Ri Grande d Nrte (IFRN), na cidade de Natal (RN), em 27 de nvembr de 2012, apreciu e discutiu a prpsta de institucinalizaçã da educaçã a distância (EaD).

33 caminh fácil para se percrrer, mas necessári, pis pucs gestres e instituições sã audaciss para experimentar mudanças expressivas. Já nã se justifica remendar que sempre se fez, mas usar, arriscar mais, invar para sair da repetiçã de mdels desgastads, cars e pucs prdutivs. (MORAN, 2011, p.85). 1.2 A Rede e-tec Brasil e suas cnquistas Cm a finalidade de ampliar e demcratizar acess a curss de educaçã prfissinal técnic de nível médi, em 2007, fi frmatad I Seminári de Ensin Técnic a Distância, em Curitiba. Neste event s representantes das Secretarias de Educaçã Federal e s representantes d Ensin Públic estruturaram e definiram as primeiras diretrizes para a elabraçã de prjets para ensin técnic prfissinal de nível médi à distância. Decidiuse públic-alv, a articulaçã institucinal, a ferta ds curss, a gestã, financiament e capacitaçã. Adtand critéri verticalizad, eram representantes d Gvern Federal: Ministéri da Educaçã (MEC), Secretaria de Educaçã a Distância (SEED), Secretaria de Educaçã Tecnlógica (SETEC). Quant as representantes d Ensin Públic, estavam: Cnselh ds Dirigentes ds Centrs Federais de Educaçã Tecnlógica (CONCEFET) Cnselh ds Diretres das Esclas Técnicas vinculadas às Universidades Federais (CONDETUF), Fórum de Gestres Estaduais de Educaçã Prfissinal e a Universidade Tecnlógica d Paraná (UTFPR). Junts, esses atres definem a plítica precursra da educaçã à distância de nível médi. Deste encntr resultu a prpsta da implantaçã da Escla Técnica Aberta d Brasil (e-tec), um prgrama ns mldes da Universidade Aberta d Brasil (UAB), cm frmat de clabraçã cm a participaçã ds Estads, Municípis e Distrit Federal sb a cmpetência d MEC. Através d Edital Nº 01/2007/SEED/SETEC/MEC, publicad n Diári Oficial da Uniã de 27 de abril de 2007, estabelece a participaçã das instituições públicas federais, estaduais e municipais cm fertantes d ensin a distância e divulga a aprvaçã de 175 prjets de curss. Em dezembr 2007, Decret n º 6.301/2007 institui, n âmbit d Ministéri da Educaçã, Sistema Escla Técnica Aberta d Brasil Sistema e-tec, cm vistas a desenvlviment da educaçã prfissinal técnica na mdalidade de Educaçã adistância,