OS ATOS DE FALA INDIRETOS EM CONTEXTOS SOCIOINTERACIONAIS DE ÂMBITO FAMILIAR

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1 OS ATOS DE FALA INDIRETOS EM CONTEXTOS SOCIOINTERACIONAIS DE ÂMBITO FAMILIAR Márcio Lázaro Almeida da Silva RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise de algumas situações sociointeracionais em ambientes familiares numa perspectiva da Teoria dos Atos de Fala, desenvolvida inicialmente por Austin (1962) e debatida, posteriormente, por outros filósofos, entre os quais o de maior proeminência é Searle (1969). Para isso, consideramos a taxonomia dos atos ilocucionários de Searle (1969) como aspecto relevante para a obtenção das informações pragmáticas. Os resultados alcançados mostram que nas situações de interação estudadas, os atos de fala indiretos se caracterizam como Diretivos, pois a intenção do falante é levar o ouvinte a fazer algo que aquele deseja. ABSTRACT: This paper aims at evaluating some social and interactional situation in the familiar ambits according to the framework of the Theory of Speech Acts, initially developed by Austin (1962) and treated afterwards by other philosophers, been Searle (1969) the most prominent. In this analysis, we have considered Searle s speech acts taxonomy as an important aspect to obtain pragmatic information. The results show that indirect speech acts are characterized as Directives in the situations of interaction studied, because the speaker s intention is make hearer do what that one wishes. Palavras-chave: Pragmática, Atos de Fala. Keywords: Pragmatics, Speech Acts. 1. INTRODUÇÃO 1.1. Objetivos Gerais O objetivo deste trabalho é apresentar uma a- nálise das situações sociointeracionais em ambientes familiares numa perspectiva da Teoria dos Atos de Fala, desenvolvida inicialmente por Austin (1962) e debatida, posteriormente, por outros filósofos, entre os quais o de maior proeminência é Searle (1969). No item 2, faremos uma revisão bibliográfica de aspectos gerais da Lingüística Pragmática e da Teoria dos Atos de Fala com base nas perspectivas de Austin (1962) e Searle (1969). Faremos ainda uma breve consideração acerca dos atos de fala indiretos, que foram discutidos extensivamente por Searle (1975) e estão minimamente explicitados em Searle (1995). O objetivo deste item é fornecer ao leitor alguns conceitos operacionais básicos da Lingüística Pragmática, espe- Este artigo foi produzido a partir da monografia intitulada Os atos de fala indiretos nos contextos sociointeracionais de âmbito familiar, que serviu como pré-requisito para obtenção de grau na disciplina Introdução à Pragmática cursada no Programa de Pós-graduação em Lingüística da Faculdade de Letras da UFRJ. Deixo expressos meus agradecimentos à Prof a Dr a Lílian Vieira Ferrari pela orientação prestada nessa disciplina. Mestre em Lingüística pela UFRJ; Professor do Curso de Letras do Centro Universitário Augusto Motta UNISUAM. 23

2 cialmente no que diz respeito à taxonomia dos atos ilocucionários. O item 3 de nosso trabalho destina-se a apresentar uma análise dos atos de fala indiretos retirados de discursos emitidos em situações interacionais ocorridas no âmbito familiar dos dois grupos (duas famílias) que serviram de base para a coleta dos dados. Procuramos estabelecer, na medida do possível, uma explicação para os atos de fala indiretos emitidos nesses contextos familiares à luz da Teoria dos Atos de Fala. Finalmente, apresentamos, no item 4, as conclusões gerais alcançadas através das análises desenvolvidas Metodologia Aplicada Na análise que pretendemos conduzir, será considerada como aspecto relevante para a obtenção das informações pragmáticas a taxonomia dos atos ilocucionários feita por Searle (1969), pois, segundo ele, o aparato teórico utilizado para explicar os atos de fala indiretos deve incluir, além das informações de base compartilhadas e de certos princípios gerais de conversação, uma teoria dos atos de fala. Os dados analisados foram coletados de conversas travadas em ambientes familiares. Com o intuito de não estender muito nosso trabalho, coletamos dados de 2 (duas) famílias apenas. A primeira é formada por 6 (seis) integrantes, quais sejam: o pai (Bal), a mãe (Iar), o filho (Mar), a filha (Luc) e a avó (Ade), mãe de Iar. Além dessas pessoas, em algumas situações aparecem falas de outra interlocutora: (Ros), nora de Iar; A segunda família é formada por 4 (quatro) integrantes, a saber, o pai (Flo), a mãe (Tan), a filha mais velha (Lai) e a filha mais nova (Tai), além de outros dois interlocutores: (Ana) vizinha de Tan; e (Kat), amiga da vizinha de Tan. Para a coleta dos dados, foram utilizados dois artifícios, pois o primeiro não foi suficiente para a coleta de um número de dados suficiente: 1º) gravação de conversas de ambas as famílias, feita com um gravador estereofônico AIWA, modelo recente, registrando-se as informações em fita cassete BASF A/60 perfazendo um total de 5 horas de conversação para cada família; 2º) observação visual e auditiva das conversas e simultânea transcrição, durante a convivência do pesquisador com as duas famílias por um final de semana. Com a segunda pesquisa, pudemos ampliar os dados de modo que pudéssemos exemplificar, ao máximo, os atos ilocucionários e verificar, com maior legitimidade, os aspectos gerais dos atos de fala indiretos. 2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 2.1. A Lingüística Pragmática A Pragmática é um ramo da lingüística cujo objetivo é o de integrar o papel dos usuários da língua, da mesma forma como as situações em que a linguagem é empregada, ao estudo da linguagem humana. Assim, como aponta Dubois (1973), alguns dos interesses que podem ser a- pontados no escopo teórico da Pragmática são: o estudo das motivações psicológicas do falante, o estudo das reações que os interlocutores têm nos contextos sociointeracionais, as pressuposições que se pode tirar de certas emissões, as implicaturas conversacionais e outros. Levinson (1983:1) afirma que o uso moderno do termo pragmática deve ser atribuído ao filósofo Charles Morris, que distinguiu, em 1938, no texto intitulado Foundations of the Theory of Signs, três campos de investigação distintos dentro da Semiótica. De um lado, ele apresenta a Sintaxe com o objetivo particular de estudar a relação formal que um signo tem com outro. De outro lado, vemos apresentada a Semântica, como o estudo das relações entre os signos e os objetos para os quais esses signos são aplicados. E, vemos, de outro lado, a Pragmática, entendida como o estudo da relação dos signos com seus intérpretes. O desenvolvimento de uma teoria pragmática é sustentado por um grande número de motivações. Levinson (1983) aponta que, além de outras, uma das motivações mais importantes seja a possibilidade de simplificação da Semântica. Acredita-se que a pragmática possa simplificar a teoria semântica, pois os fenômenos dessa teoria podem ser tratados com uma explanação pragmática. No que diz respeito à análise do discurso, a abordagem pragmática para o estudo do uso da linguagem faz-se imprescindível. Isso ocorre por- 24

3 (1) Augustus Rio de Janeiro Vol. 09 N. 19 Jul./Dez Semestral que muitos aspectos da linguagem não recebem muita atenção e, muitas vezes, um tratamento a- dequado nas descrições lingüísticas que levam em consideração apenas teorias como a Sintaxe e a Semântica. Brown & Yule (1983) afirmam que a análise do discurso deve tomar por base o contexto em que o discurso ocorre, pois vemos muitos elementos que necessitam da informação contextual para sua interpretação, como é o caso das formas dêiticas que uma língua apresenta. Existe um conjunto de termos que pode ser u- sado para a análise pragmática do discurso. A- chamos ser importante apresentar alguns desses termos, porque os julgamos úteis para uma análise da conversação. Brown & Yule (1983) descrevem quatro termos que estão, aqui, explicitados. O primeiro deles é referência, entendida em função da relação entre a linguagem e o mundo. Segundo Lyons (1968), a referência é o relacionamento que se dá entre as palavras e as coisas, o que pode ser entendido assumindo-se que as palavras referem-se a coisas. Lyons (1977) afirma que é o falante quem faz a referência através do uso de expressões apropriadas, isto é, ele emprega a expressão com referência pelo ato de referir-se. Outro termo útil para a análise da conversação está relacionado à pressuposição. Segundo Stalnaker (1978, p. 321), pressuposição é tudo aquilo tomado pelo falante como a base comum de participantes na conversação. De uma forma geral, podemos dizer que a pressuposição é a informação que não está claramente exposta no e- nunciado, mas que o falante apresenta como evidente. A título de exemplificação, citemos o enunciado O pai de Pedro é careca. Nele, temos como pressuposição o fato de Pedro ter um pai. Um terceiro termo é implicatura, que foi usado por Grice (1975) para designar o que o falante pode sugerir ou significar diferentemente do que ele realmente diz. Grice (1975) menciona a Implicatura Conversacional, determinada pelo significado das palavras em uso. Assim, em um enunciado como Todos os homens são mortais, e assumindo-se a veracidade desse enunciado, pode-se afirmar que a proposição João é mortal é implicada por ela, isto é, está contida nela. O quarto e último termo diz respeito à inferência, que é entendida, em Lógica, como operação intelectual pela qual se passa de uma asserção considerada verdadeira para uma outra asserção por meio de um sistema de regras que tornam esta segunda asserção também verdadeira. Dentre os vários tipos de empreendimentos que podem ser feitos no escopo da Pragmática, está a Teoria dos Atos de Fala. Alguns filósofos da linguagem têm se detido na análise e na descrição dos atos de fala, procurando apresentar uma taxonomia que dê conta dos tipos de emissão feitos pelos falantes. No próximo subitem, trataremos dessa teoria como intuito de situar o leitor com alguns conceitos básicos, que serão úteis em nossa análise A Teoria dos Atos de Fala (Os Atos Ilocucionários) Searle (1969) afirma que falar é executar atos de acordo com regras. Numa tentativa de comprovar essa hipótese e explicar a fala, ele procura estabelecer algumas das regras que são usadas na execução da fala e algumas condições para a execução de tipos de fala particulares. Preliminarmente, Searle (1969) faz uma distinção entre a a- firmação, interrogação, ordem e desejo com base em quatro simples sentenças, que foram extraídas de seu trabalho e colocadas em (1): a. Sam smokes habitually. (1) b. Does Sam smoke habitually? c. Sam, smoke habitually! d. Would that Sam smoked habitually. Para explicar, descrever e caracterizar essas emissões, Searle (1969) aponta para o fato de que quem emite essas sentenças está emitindo algo formado por palavras do inglês. Mas essa caracterização não é suficiente, pois podemos verificar que, na sentença (a), o falante faz uma afirmação; na sentença (b), uma interrogação; em (c) é dada uma ordem; e em (d), é expresso um desejo. A- lém disso, ao emitir essas sentenças, o falante faz referência a certos elementos do mundo biossocial, quais sejam: ao sujeito Sam e ao predicado relacionado a esse sujeito. Searle (1969) separa as noções de referência e predicação das noções de atos de fala completos, como afirmar, questionar, ordenar etc. Ele justifica essa separação com base no fato de que a mesma referência e predicação podem ocorrer na execução de diferentes atos de fala completos. 25

4 A partir dessas reflexões, Searle (1969) apresenta os seguintes resultados, que, inclusive, ajudam a entender a noção de atos de fala completos. Com base nos exemplos de (1), ele afirma que o falante executa três tipos distintos de atos de fala, a saber: 1) atos de emissão, que caracterizam a e- missão de palavras (morfemas e sentenças); 2) atos proposicionais, que são os atos de referir e predicar; e 3) atos ilocucionários, que são os atos de a- firmar, ordenar, comandar, prometer e outros. Segundo Austin (1962), ilocucionário é o ato de fala que realiza ou tende a realizar a ação nomeada. Assim, a frase Prometo não recomeçar mais realiza ao mesmo tempo o ato de prometer. Entre os verbos ilocucionários, podemos ressaltar os verbos performativos, que são aqueles cuja enunciação realiza a ação que eles exprimem e que descrevem certa ação do sujeito que fala. Eu digo, eu prometo, eu juro são verbos performativos porque, ao enunciá-los, se pratica a ação de dizer, de prometer, de jurar (cf. DUBOIS, 1973, p. 464). Abreu (1999) apresenta a noção de ato ilocucionário como a intenção que o falante tem ao emitir uma sentença. Essa noção será de grande importância para nosso estudo sobre os atos de fala indiretos. Um exemplo para essa noção pode ser observado em (2): Exemplo de ato de fala indireto Contexto: O patrão olha para a faxineira que está na sala de estar e diz: (2) O cinzeiro está cheio. Intenção: Dar ordens à faxineira de esvaziar e limpar o cinzeiro Classificação dos Atos Ilocucionários segundo Austin (1962) Segundo a taxonomia de Austin (1962), os atos ilocucionários podem ser classificados como em (3), de acordo com sua força ilocucionária: Vereditivos Exercitivos Compromissivos Comportativos Expositivos (3) QUADRO ANALÍTICO DA TAXONOMIA DE AUSTIN PARA OS ATOS ILOCUCIONÁRIOS Classificação Definição Exemplos Fonte: SEARLE, 1995, p Consistem na pronúncia de um veredito, oficial ou não-oficial. Consistem em proferir uma decisão favorável ou desfavorável a uma certa linha de ação ou advogá-la. Consiste em comprometer o falante com uma certa linha de ação. Inclui a noção de reação ao comportamento e à sorte de outras pessoas, e a noção de atitude e expressão de atitude diante da conduta passada ou iminente de alguém. Usados em atos de exposição que envolvem a explanação de concepções, a condução de argumentos e o esclarecimento de usos e referências. Inocentar, calcular, descrever, analisar, estimar etc. Ordenar, mandas, suplicar, instruir, recomendar, aconselhar, rogar etc. Prometer, jurar, fazer voto, empenhar, garantir etc. Desculpar-se, agradecer, deplorar, compadecer-se, congratular, felicitar, aplaudir, criticar, amaldiçoar etc. Afirmar, negar, enfatizar, ilustrar, responder, relatar, aceitar, descrever, classificar, identificar etc Classificação dos Atos Ilocucionários segundo Searle (1975; 1995) Searle (1975; 1995), com o propósito de avaliar a classificação de Austin para determinar seus aspectos adequados e inadequados, propõe uma outra classificação para os atos ilocucionários em certas categorias ou tipos básicos. Segundo sua taxonomia, os atos ilocucionários podem ser classificados como em (4): 26

5 (4) QUADRO ANALÍTICO DA TAXONOMIA DE SEARLE PARA OS ATOS ILOCUCIONÁRIOS Classificação Definição Exemplos Assertivos Consiste em comprometer o falante com o fato de algo ser o caso, com a verdade da proposição expressa. Os membros dessa classe são avaliáveis em verdadeiro ou falso. Gabar-se, reclamar, concluir, deduzir etc. Diretivos Compromissivos Expressivos Declarativos Seu propósito ilocucionário consiste no fato de que são tentativas do falante de levar o ouvinte a fazer algo Ato cujo propósito é convencer o falante com alguma linha futura de ação. O propósito é expressar um estado psicológico, especificado na condição de sinceridade, a respeito de um estado de coisas, especificado no conteúdo proposicional. A realização bem-sucedida de um de seus membros produz a correspondência entre o conteúdo proposicional e o mundo. Pedir, convidar, mandar, rezar, rogar, permitir, aconselhar, afrontar, desafiar, contestar etc. Não foram listados exemplos. Agradecer, congratular, desculpar-se, dar pêsames, deplorar, dar as boas vindas etc. Sem exemplos. Fonte: Searle, 1995: Os atos de fala indiretos Muitas vezes, nas sentenças emitidas pelo falante, percebemos que o foco não está direcionado para o seu significado exato e literal, mas para a intenção que tem o falante no momento da emissão, ou seja, o intuito de causar um efeito ilocucionário do ouvinte. Como aponta Searle (1995), a significação da emissão do falante e a significação da sentença podem divergir em vários aspectos nas situações em que o falante faz alusão, insinuação, ironia e metáforas. Em alguns casos, o falante, ao emitir uma sentença, tem por objetivo significar o que está sendo dito e, ao mesmo tempo, significar uma outra elocução com conteúdo proposicional diferente. O enunciado em (5) exemplifica este caso: (5) Você sabe o telefone da Taís? Queria falar com ela hoje. Nessa sentença, o que o falante pretende fazer (sua intenção) é pedir uma informação, e não simplesmente verificar se o interlocutor tem ou não conhecimento sobre o número do telefone. Os a- tos de fala indiretos são, portanto, aqueles em que um ato ilocucionário é realizado indiretamente através da realização de um outro. Como bem enfatiza Searle (1995, p. 48), para o exemplo em (5), o importante é enfatizar que se pretende que a emissão seja um pedido; isto é, o falante tem a intenção de produzir no ouvinte o conhecimento de que um pedido lhe foi feito, e tem a intenção de produzir esse conhecimento levando o ouvinte a reconhecer sua intenção de produzi-lo. Outra questão levantada pelo autor 27

6 é saber como é possível para o falante dizer uma coisa, querer significá-la, mas também querer significar algo mais. E já que a significação consiste, em parte, na intenção de produzir no ouvinte a compreensão, grande parte desse problema é saber como é possível para o ouvinte compreender o ato de fala indireto quando a sentença que ouve e compreende significa algo mais (cf. SEARLE, 1995, p. 48). Acreditamos que, ao ouvir uma emissão, o ouvinte é capaz de perceber a intenção do falante em função do seu conhecimento de mundo, que Abreu (1999) chama de repertório. Para a análise dos nossos dados, que se empreenderá no próximo item, adotaremos a hipótese de Searle (1995: 50), segundo a qual, em atos de fala indiretos, o falante comunica ao ouvinte mais do que realmente diz, contando com a informação de base, lingüística e não-lingüística, que compartilhariam, e também com as capacidades gerais de racionalidade e inferência que teria o ouvinte, ou seja, o aparato necessário para explicar a parte indireta dos atos de fala indiretos inclui uma teoria dos atos de fala, alguns princípios gerais de conversação cooperativa e a informação fatual prévia compartilhada pelo falante e pelo ouvinte para fazer inferências. 3. OS ATOS DE FALA NAS SITUAÇÕES INTERACIONAIS DE ÂMBITO FAMILIAR ANÁLISE DO CORPUS ADOTADO A partir dos pressupostos teóricos vistos no item anterior, apresentamos nossa análise sobre os atos de fala indiretos ocorridos nas situações interacionais de âmbito familiar, com base no seguinte aparato. Primeiramente, representaremos a sentença emitida pelo(a) falante. Em seguida, colocaremos o significado literal que será marcado por aspas ( ). Depois, vamos expor o significado não-literal, ou seja, a intenção do falante, que será também marcada por aspas. E, finalmente, o ato de fala envolvido na emissão da sentença. A. 1º) Sentença emitida: ( ) mas eu fico meio entalada. Balbino, eu tô entalada. 2º) Significado literal: a mulher fica engasgada com a comida 3º) Significado não-literal: Deixa um pouco de refrigerante para depois que eu tiver terminado de almoçar. (Pedido) (leva o ouvinte a fazer algo) B. 1º) Sentença emitida: Lu, tem laranja na geladeira. 2º) Significado literal: há laranja na geladeira 3º) Significado não-literal: A laranja que está na geladeira pode ser usada para fazer uso (Pedido) (leva o ouvinte a fazer algo) C. 1º) Sentença emitida: Olha, essas varize tão acabando comigo. Vê só como ela ta. É o dia inteiro com dor. 2º) Significado literal: Estou com varizes na perna e elas causam muita dor. 3º) Significado não-literal: Deixe eu sentar para descansar minhas pernas? (Pedido) D. 1º) Sentença emitida: Lúcia, eu quero ver o filme. 2º) Significado literal: o falante deseja assistir ao filme 3º) Significado não-literal: Poderia sair da frente da TV? (Pedido) E. 1º) Sentença emitida: É, tá chegando o Natal, vovô. 2º) Significado literal: O Natal está chegando. 3º) Significado não-literal: Compra algo para dar de presente ao seu neto. (Pedido) F. 1º) Sentença emitida: Eu não quero ficar velha não. 2º) Significado literal: Não desejo envelhecer. 3º) Significado não-literal: Se eu ficar velha, posso ficar como você, uma pessoa chata. 4º) Ato de fala: Assertivo (com intenção de crítica). 28

7 G. 1º) Sentença emitida: A gente tem muita conta pra pagar ainda do aniversário da Lúcia. 2º) Significado literal: Há muitas contas para serem pagas ainda 3º) Significado não-literal: Se você sair do emprego, será difícil de pagar as contas. (Pedido/ordem) H. 1º) Sentença emitida: Tanta gente da minha i- dade, 18 anos, já tem carro, já dirige, que o pai dá, sabe? 2º) Significado literal: Há muitas pessoas as idade dele que já têm carro. 3º) Significado não-literal: Pede-se ao pai que lhe compre um carro. (Pedido) I. 1º) Sentença emitida: Daqui a pouquinho vai começar um filmaço na TV 2º) Significado literal: Passará um filme na TV muito bom. 3º) Significado não-literal: Contesta com uma negação J. 1º) Sentença emitida: Iaiá, amanhã vai fazer um calor e a piscina tá tão suja. 2º) Significado literal: A piscina está suja e fará calor. 3º) Significado não-literal: Pedido para que ela lave a piscina. L. 1º) Sentença emitida: Laís, a porta do seu guarda roupa não está mais fechando. 2º) Significado literal: O guarda-roupa está cheio. 3º) Significado não-literal: Aconselha-se que vá cuidar da roupa. M. 1º) Sentença emitida: Esse pano da blusa não passa direito! 2º) Significado literal: A blusa não ficou bem passada. 3º) Significado não-literal: Pedido para que ela passe de novo. N. 1º) Sentença emitida: Aí, não é brincadeira não, mas já tem uns cinco fim de semana que eu não saio de casa. 2º) Significado literal: há muito tempo que a falante não sai com os amigos. 3º) Significado não-literal: Pedido aos pais para que possa sair de casa. 4. CONCLUSÕES A partir da análise dos dados, podemos chegar às seguintes conclusões: 1º) Os atos de fala indiretos se caracterizam, na maior parte das vezes, pelo menos no escopo dos nossos dados, como sendo Diretivos, pois percebemos que a intenção do falante está relacionada a uma tentativa de levar o ouvinte a fazer algo que aquele deseja. Percebemos que, nesses atos de fala, os verbos que melhor representam a intenção do falante (o sentido nãoliteral) são os que pertencem ao grupo dos Diretivos, em especial os verbos pedir, aconselhar, afrontar e contestar; 2º) No único contexto de Interação que se evidenciou, o ato de fala é Assertivo (cf. F); percebemos claramente a intenção de produzir a correspondência entre o conteúdo proposicional e o mundo; 3º) O ouvinte, ao captar a emissão do falante, percebe claramente a sua intenção. Esta afirmação pode ser justificada com base na maior parte dos dados, pois, neles, vemos que o ouvinte dá uma resposta positiva ou negativa logo após o falante ter emitido o ato de fala indireto; 4º) Percebemos ainda que, quando a intenção do falante não é captada pelo ouvinte ou por falta de entendimento ou por não querer fazer-se entendido, há um choque entre as pessoas que estão interagindo naquele contexto. Isto pode ser justificado pela situação 3 da família 1. 29

8 REFERÊNCIAS ABREU, A. S. Curso de Redação. São Paulo: Ática, AUSTIN, J. L. (1962). How to do Things with Words. Oxford: Clarendon Press, BROWN, G. & YULE, G. (1983). Discourse Analysis. Cambridge University Press, DUBOIS, J. et alii (1973). Dicionário de Lingüística. São Paulo: Cultrix, GRICE, H. P. Logic and Conversation. In: COLE, P. & MORGAN, J. (ed.) Syntax and Semantics 3: Speech Acts. New York: Academic Press, LEVINSON, S. Pragmatics. Cambridge: Cambridge University Press, LYONS, J. Semantics. Cambridge: Cambridge University Press, Introduction to Theoretical Linguistics. Cambridge: Cambridge University Press, MORRIS, C. W. Foundations of the Theory of Signs. The Hague: Mouton, SEARLE, J. R. Speech Acts. Cambridge: Cambridge University Press, A Taxonomy of Illocutionary Acts. In: GUNDER- SON, K. (ed.) Language, Mind and Knowledge: Minnesota Studies in the Philosophy of Science. University of Minnesota Press, Expressão e Significado: Estudos da Teoria dos Atos de Fala. São Paulo: Martins Fontes, STALNAKER, R. C. Assertion. In: COLE, P. (ed.). Linguistics Pragmatics. Cambridge: Cambridge University Press,

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