Relatório de Afecções do VERSUS - São José de Ribamar/2016

Transcrição

1 Relatório de Afecções do VERSUS - São José de Ribamar/2016 Vivente: Priscila da Silva Oliveira- UFMA- Enfermagem Núcleo de Base (NB): RibaSUS Facilitador: Pablo Ricardo Fernandes da Silva- UESPI- Enfermagem 2016

2 Relatório do Versus São José de Ribamar Dia 13/02/2016 ÁS 08:00 hs estávamos lá, o momento tão esperado havia chegado, estávamos na Praça Maria Aragão como combinado. O ônibus ainda não estava lá, e pouco a pouco víamos os viventes chegando. Alguns de viagem, outros de bem pertinho mesmo, mas todos ansiosos para que tudo começasse logo. Então fizemos uma roda e a Jaiza, que fazia parte da comissão, começou a falar do que era o VerSUS, a experiência que teríamos, e que nem tudo seria perfeito, mas que deveríamos nos esforçar e superar cada dificuldade que aparecesse. Logo começamos a nos apresentar, falando nome, curso, cidade e quais as expectativas que tínhamos para esse Versus. Falei algo assim: Bom dia, Meu nome é Priscila, faço enfermagem na Universidade Federal do Maranhão, estou no 10 período e minhas expectativas quanto ao Versus são as melhores, espero aprender muito já que estou no finalzinho do curso e conhecer novas pessoas. O ônibus atrasou um pouco, mas assim que chegou nos aprontamos e fomos para o hotel. A viagem foi bem divertida, ao som de A barata da vizinha está na minha cama fomos nos conhecendo aos poucos e rindo durante o percurso. Enfim chegamos ao hotel e fizemos o chek-in e subimos aos nossos respectivos quartos. Tudo muito novo, o hotel era maravilhoso, tudo muito lindo. Abrir a porta com o cartão magnético foi o nosso primeiro desafio, mas estávamos prontas para aprender tarefas novas.

3 Arrumamos nossas coisas e descemos para o salão do hotel, onde já estávamos de viagem novamente para São José de Ribamar. Chegando lá almoçamos num restaurante e fomos conhecer um pouco a cidade. Estava um ambiente muito agradável, um clima nublado e raramente o sol nos dava o prazer de aparecer. Aos poucos fomos conhecendo pontos turísticos, como a igreja, a grande estátua e a colcha acústica.

4 Logo após o passeio, nos reunimos sobre a colcha acústica e conversamos sobre construção de políticas de saúde no Brasil. Como achávamos que surgia uma nova política pública, e essa demanda, vinha de baixo para cima (da população para os governantes), ou de cima para baixo (dos governantes para a população). Confesso que nunca tinha parado para pensar nisso, mas conclui que a demanda é da população. E a partir disso as políticas de saúde eram construídas, formuladas, se adaptando claro, a cada população, quando necessário. Após essa discussão fomos para São Luís, jantar no Arabian. Um dos meus restaurantes preferidos, diga-se de passagem. Foi uma maravilha jantar lá. Logo após fomos para o hotel, por volta de 20:30 começou as divisões dos NBs. Meu NB se chamou RibaSUS, devido o versus ser na cidade de Ribamar, meu NB era composto por estudantes de odonto, chamado Plínio; Uma acadêmica de psicologia, chamada Claudineide,

5 chamávamos ela de Clau, por seu nome ser muito extenso; Uma acadêmica de Serviço social, chamada Luma, uma acadêmica de enfermagem chamada Kassya e outra de enfermagem também chamada Juliana. Eu acadêmica de enfermagem e o nosso amado facilitador Pablo. Fizemos o nosso cartaz, compomos uma música/ paródia com o nome do nosso NB. Após isso assistimos a apresentação dos cartazes de outros NBs e suas músicas e apresentamos a nossa. Os nomes dos NBs eram: AMASUS, VIVASUS, RIBASUS, CHUPS E UNISUS. Cada um tinha seu significado, mas CHUPS? O que poderia significar isso? Descobrimos então que cada letra significava uma palavra para um integrante da equipe, do que representava o SUS na vida deles. E as palavras eram: Conquista, holístico, universal, participação social.

6 No fim do dia, já exaustos fomos dormir, finalmente, pois o dia havia sido puxado e cansativo. Mas todos continuávamos ansiosos para saber o que o domingo nos aguardava. Dia 14/02/2016 Ás 06:30 já estávamos de pé, descemos e fomos tomar o café da manhã no hotel, algo muito saboroso e que no decorrer dos dias me dava um enorme prazer. Tivemos uma pequena reunião com toda a comissão

7 organizadora, recebemos as camisas e bolsas do Versus que tanto esperávamos receber. Logo após nos reunimos por NBs nos quartos do hotel e assistimos o vídeo políticas públicas. O vídeo tinha a duração de mais ou menos 1 hora e meia. Após isso discutimos um pouco do assunto no quarto e descemos para o salão para discutir em roda o que cada um achava desse vídeo que contava a história do SUS. Percebi que o SUS é uma conquista tão maravilhosa que fiquei muito grata a Deus por ter nascido no ano que o INAMPS teve fim. No ano de 1993, onde o sistema único de saúde já estava maduro para tomar de conta da saúde da população brasileira. A discussão foi muito calorosa pois haviam pessoas de todas as profissões da área da saúde ali. Acadêmicos de medicina, enfermagem, odontologia, serviço social, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, terapia ocupacional, psicologia e biomedicina. Após vermos a visão de cada profissão, as dificuldades, chegamos à conclusão que precisamos melhorar mais, e ver a profissão do outro como parte de um corpo todo chamado equipe de saúde. Que só assim o SUS poderia melhorar na prática. Depois dessa discussão nada melhor que um almoço para nos deixarmos ainda mais contentes. Após o almoço fomos para a área aberta do hotel onde participamos de diversas dinâmicas, lideradas pelo facilitador Pablo. Onde os NBs puderam interagir entre si, na dinâmica da TEIA, uma dinâmica que fazíamos uma roda de mãos dadas e depois nos misturávamos. Logo após isso tínhamos que no lugar onde estávamos nos dar aos mãos, e montar uma teia humana, onde para nos desenrolássemos tínhamos que pensar unidos. Assim como nos problemas em que enfrentaríamos não só na vida profissional no SUS, mas em todos os momentos. Unidos somos mais fortes.

8 Após isso participamos de um café cultural organizado pelo NB CHUPS. Onde tratava-se de saúde, sociedade, e movimentos sociais. Cada NB tinha um problema e tínhamos que convencer os jurados a aceitar o nosso problema como o mais relevante. Foi muito produtivo esse café cultural, aprendi muito através dessa dinâmica. Após isso discutimos um pouco de como é importante apoiar a causa do outro. E o nosso NB venceu como o NB com melhor argumentação de relevância de seu problema. Assim que acabou a atividade fomos jantar, e quando voltamos ao hotel tivemos um momento cinema. Com um filme chamado: O veneno está na mesa e após o filme descemos para o salão para a discussão sobre o modelo agrícola nacional atual e de suas consequências para a saúde pública. Os acadêmicos de nutrição foram os mais participativos, pois o assunto estava na área deles, mais do que em qualquer outra área, mas todos tínhamos algo a contribuir também. Após a discussão tivemos o momento da mística com balões, onde cada balão significava o seu trabalho, você não podia deixar ele cair, mas no decorrer da dinâmica alguns iam saindo e sobrecarregando os outros que ficavam, refletindo assim que é desse modo que acontece quando não fazemos nosso serviço ou quando falta profissionais, essas atividades era para relaxarmos e refletirmos ao final do dia. Após isso fomos dormir.

9 Dia 15/02/2016 Acordamos nesse dia muito cedo, tínhamos que estar às 07 hs da manhã a caminho da cidade de São José de Ribamar, tomamos café muito rápido e fomos direto para o ônibus. A viagem para São José de Ribamar é longa, quase 1hs e meia. Chegamos lá por volta de 08:00hs e nos dividimos por Grupo de Visita (GV). O hospital Municipal de São José de Ribamar é ao lado da maternidade. Meu GV visitou primeiro o hospital, vimos as enfermarias, os leitos, as dependências do hospital como um todo. Nossa guia foi uma enfermeira que nos mostrou as qualidades do SUS e dificuldades enfrentadas por ele. Percebemos também as mudanças que a privatização ocasionou no serviço de saúde. Onde mais tarde chegamos a discutir em roda de conversas. Após a visita ao hospital de média complexidade da cidade de São José de Ribamar, fomos a maternidade que fica ao lado do Hospital. Vimos que não havia muitas parturientes internadas no local, pois a maioria havia sido encaminhada as maternidades de São Luís. Após essa visita fomos almoçar. Durante o almoço fomos conversando um pouco sobre a impressão que cada um estava tendo do sistema de saúde na região. E logo depois de almoçarmos animação, porque tinha mais atividades a serem realizadas. E

10 dessa vez era numa carreta bem diferente das convencionais. Uma carreta da Saúde da Mulher que estava localizada no bairro do Parque Jair. Uma comunidade bem pobre do município e localizada próximo a São Luís. Chegando na carreta pudemos logo ver mulheres ao redor com crianças, uma população bem carente. Entramos e fomos recepcionados por uma pedagoga, educadora em saúde. Assistimos a alguns vídeos de conscientização sobre violência contra mulher e então começamos a discutir o que essa carreta fazia em favor das mulheres. Na carreta havia vários serviços a serem prestados como por exemplo, alguns exames como: Mamografia, Papanicolau, verificação de glicemia, pressão arterial. Orientações quanto ao preventivo, e temas gerais relacionados a saúde da mulher. Os profissionais eram basicamente: Enfermeiras, educadoras em saúde, psicóloga, técnica em radiologia, dentre outras. Conversamos sobre os inúmeros lugares que a carreta já havia passado. E as mudanças que eram geradas na população com suas visitas. O convite ao atendimento da carreta era boca a boca, ou seja as vizinhas iam espalhando a novidade as demais, a pedagoga que nos guiou durante a visita foi a prof ª Lucinda, e ela chamava essa fofoca de fofoca solidária. Após a visita fomos jantar no Arabian e voltamos para o hotel. Mas as atividades ainda não haviam acabado, precisávamos assistir ao filme Privatizações: a Distopia do Capital e logo após a nossa roda de conversa foi feita para discutirmos sobre o filme baseado na área de cada um,

11 valorizando sempre a visão multiprofissional. Então assim que acabou tivemos nossa mística que dessa vez foi sobre os 8 pedaços de papel, onde aprendemos a valorizar o que realmente importa. Nossos pais, nossa família e amigos. Então fomos dormir. Dia 16/02/2016 Acordamos, tomamos café, e fomos rapidamente para o ônibus, a essa medida já estávamos todos familiarizados uns com os outros, já sabíamos os mais lentos para tomarem café e logo apressávamos uns aos outros. A coletividade já era algo normal. Nesse dia fomo para uma das visitas que mudou minha vida, minha visão de SUS, mudou tudo que eu achava que sabia referente a saúde mental. Eu e meu GV fomos visitar o Centro POP de São José de Ribamar. Nessa visita podemos ver a harmonia que pairava naquele ambiente logo na entrada. Fomos muito bem recebidos pela assistente social e pedagoga e aos poucos fomos conhecendo a estrutura do prédio de 2 pavimentos. Percebi que não é preciso de muito para fazer a diferença na vida das pessoas, como aqueles profissionais faziam. O centro POP é um centro de referência para a população de rua. Lá eles são reinseridos na sociedade, voltam a estudar, trabalhar procurar suas melhoras. Fomos recebidos pela

12 pedagoga Zélia e lá vimos que o funcionamento acontece durante o dia, das 8h às 16h para os usuários e até as 18 para os funcionários. Quando estávamos lá conversamos com os 6 usuários do serviço, que se sentiam muito agradecidos por estarem lá e terem o centro POP em suas vidas! Foi gratificante ver como aquele serviço fazia a diferença, e melhor

13 ainda que tudo aquilo só existia por causa do SUS, senão aqueles homens só seriam mais um indigente vagando pelas ruas, usando Craque ou álcool. Almoçamos e a tarde fomos ao HEMOMAR em São Luís. Lá pudemos aprender mais sobre o ciclo do sangue, o Dr. João Batista nos deu a palestra, aprendemos tantas coisas novas. Também discutimos e problematizamos muitas dúvidas quanto à quem pode e quem não pode doar sangue. Praticamente concluímos que os homossexuais que tem relações anais não podem doar, pois os mesmos precisariam não ter relações no período de 12 meses para poder serem doadores. Achei isso um pouco exagero da parte do ministério, não vou mentir, pois é um tempo muito grande, acho que com os exames e mesmos critérios de seleção que se tem com os demais doadores seria algo favorável. Após a palestra fomos jantar e daí fomos para a uma outra palestra só que no hotel. A palestra do hotel foi com uma médica que falou sobre redes de atenção à saúde. A palestra foi muito boa, porém já estávamos muito exaustos, mas mesmo assim podemos perceber como uma rede articulada faz diferença na vida das pessoas. A qualidade de vida melhora e a saúde passa a ser algo mais integrado e articulado.

14 Após isso tivemos a mística do dia de relaxamento, e dormimos muito bem nessa noite. Não sei se pelo cansaço ou pelo relaxamento que tivemos, mas acho que os dois juntos fez completa diferença na nossa restauração noturna. Dia 17/02/2016 Após o café da manhã fomos para a visita da Unidade Básica da Maiobinha, com o nome no Dr. Gilvan Costa de Lucena. Essa UBS é reformada, com todos os equipamentos novos, e muitos profissionais com vontade de trabalhar.

15 A UBS tem 1 farmácia, 3 banheiros, 1 recepção e local de espera de atendimento, 1 escovódromo, 1 sala de dentista, 1 sala de administração de medicamentos, 1 sala de curativo, consultórios de enfermagem e médico, 1 sala de vacinação, 1 almoxarifado, 1 CME e 1 expurgo. A equipe profissional conta com: 7 agentes comunitários, 2 médicos, 2 dentistas, 2 enfermeiras, técnicos de enfermagem. Enfim, muitas coisas boas e ficamos animados em ver tudo aquilo a dispor da população. Muitas mulheres na espera para fazer o pré-natal e esperançosas por estarem num ambiente novo e confortável. Após o almoço fomos ao Centro De Especialidades Odontológicas (CEO), esse centro já funciona há aproximadamente 10 anos, e recebe apenas pacientes que foram encaminhados para lá, mas também sempre deixa 2 vagas durante os atendimentos para emergências, que sempre têm. A equipe possui 28 funcionários, sendo eles radiologistas, odontopediatras, bucomaxilo, endodontista, periodontista, dentística, técnicos odontológicos.

16 Ou seja muitos profissionais capacitados para atenderem ali, achei até que funciona melhor que o de São Luís. Pena que o lugar é pequeno, disseram que estão esperando essa reforma há anos, para ampliar o lugar. Vamos ver né se um dia sai, porque eles realmente precisam de um lugar maior. É muita gente que vai ali e é tudo muito apertadinho, espero que essa reforma saia do papel um dia. De lá fomos jantar e voltamos para o hotel para mais uma palestra, dessa vez foi sobre doação de órgãos, uma palestra digamos que interessante, ministrada por duas enfermeiras. Só sei que após essa palestra passei a valorizar mais a equipe multiprofissional, e ver meus companheiros como essenciais no mecanismo de transplante de órgãos. Após a palestra a hora mais divertida, que era a mística. Dessa vez o NB que fez a mística arrasou, com uma dinâmica de batata quente, passamos uma bolsa e quem ficasse com a bolsa no final da música tinha que ir lá na frente resolver um problema impossível. Da nossa equipe a pobre da Kassya ficou tadinha, e teve que ir lá na frente solucionar o problema da morte. E por incrível que pareça fiquei muito orgulhosa da minha amiga que disse que a solução da morte é a fé. E pra surpresa de quem teve que defender seu NB lá na frente, recebeu um saco de bombom. Após isso fomos dormir. Dia 18/02/2016 Acordamos, tomamos café, e por incrível que pareça já estávamos começando a ter saudades das nossas experiências. Estava quase acabando,

17 não dava pra acreditar. Passou tudo tão rápido. Mas ainda tínhamos dois dias. Era só manter a calma. Nesse dia nos dividimos em grupos e fomos para a Secretaria Municipal de Saúde de São José de Ribamar. Lá fomos recepcionados pela coordenadora de atenção Básica, que fez um tour pela unidade e aos poucos funcionários dos setores foram nos ensinando o funcionamento dos serviços que eram realizados lá, fomos na sala da vigilância epidemiológica, rede de frio de abastecimento do município, o local de reunião dos agentes e educadores de saúde. Me senti muito feliz de estar ali, afinal era a minha primeira vez numa secretaria de saúde. Após a visita, que por sinal terminou muito tarde, quase uma da tarde, fomos almoçar e de lá fomos ao hotel onde assistimos ao filme SOS saúde, filme esse que mostra a realidade de saúde de outros países, e após o filme discutimos a realidade de saúde do exterior, e percebemos que mesmo com as dificuldades o SUS é o que nos salva.

18 Após isso fomos jantar e ao voltarmos discutimos todas as nossas visitas realizadas, o que estávamos achando de tudo aquilo e recebemos alguns avisos da comissão organizadora. Depois tivemos uma mística de relaxamento facial e após isso fomos descansar e nos preparar para o penúltimo dia de atividades. Dia 19/02/2016 O penúltimo dia de atividades começou com o I Seminário do Dia Mundial das Doenças Raras, onde pudemos nos sensibilizar sobre a existência das doenças raras, bem como comemorar esse dia mundial.

19 Tinha uma quantidade considerável de pessoas no auditório da HEMOMAR. Foi muito interessante estar ali e ver como essas doenças não são tem tanta assistência como as outras doenças. Por serem caras e não dar lucro para as empresas farmacêuticas como as outras doenças mais comuns. Conclui que precisamos nos engajar e lutar pelos direitos desses pacientes que tanto precisam do nosso apoio. Durante a tarde todos os NBs ficaram de demonstrar de forma lúdica os movimentos dos LGBT. E foi maravilhoso ver todos empenhados para demonstrar a realidade daquela população. Participamos através de uma peça, em que o nosso facilitador se vestiu de enfermeira/o e os pacientes não queriam ser atendidos por ele devido o preconceito. Foi muito proveitosa a nossa discussão.

20 Após isso fomos jantar e quando retornamos ao hotel tivemos uma palestra maravilhosa na enfermeira e professora Ricarda, onde discutimos a estratégia da família nos municípios e a necessidade de expansão dessa estratégia, e mais equipes e profissionais preparados para atuarem nessa área. Após a palestra participamos de 2 dinâmicas que demonstraram o poder da coletividade. Depois disso tivemos a mística dos objetos, onde tínhamos que dizer os 2 objetos que marcaram o versus pra gente. O meu foi minha garrafinha porque sentia muita sede e meu relógio, porque morria de medo de perder o horário e ficar pra trás. Após isso fomos dormir. Dia 20/02/2016 Eita que o último dia havia chegado, não queria acreditar nisso. Mas já era uma realidade em nossas vidas. Durante a manhã tivemos uma palestra com o professor Dr. Carlos Frias, sobre o zica vírus e sua relação com a microcefalia, foi muito boa a palestra pois tiramos muitas dúvidas. Dúvidas essas que como profissionais da saúde não poderíamos permanecer com elas. Porque mais tarde sabíamos que essas mesmas perguntas seriam feitas a nós. Ainda durante a manhã realizamos um café literário com o nosso lindo NB RibaSUS, que falou sobre o movimento quilombola, onde pedimos que os outros NB s falassem de suas temáticas de modo criativo, com cartazes, paródias, poemas e dramatização. E eles assim o fizeram, e foi muito proveitoso para todos nós discutir esse assunto que não é tão evidenciado assim, no nosso dia a dia.

21 Após isso almoçamos e fomos para uma cultural, onde percorremos o centro histórico com todos os NBs juntos, os viventes que eram de fora se sentiram maravilhados com tanta beleza arquitetônica antiga junta. Após isso fomos jantar e quando voltamos fizemos a nossa bandeira do VERSUS e nossa entrega do presente do amigo do ANJO. Foi tão divertido, todos estávamos cansados mas era o último dia, já podia ver os olhos marejados de alguns e vários viventes se abraçando sem motivo, na verdade os abraços em silencio significavam que ali era o fim de uma longa jornada, que mesmo deixando tudo de lado para ir ao VERSUS precisávamos voltar e multiplicar tudo que aprendemos.

22 Que o SUS é alo lindo, precioso e que precisamos ajuda-lo a crescer e se desenvolver como uma criança, pois é isso que o SUS é, um fruto do matrimônio de todos os cidadãos brasileiros. E nós como consequentes somos frutos de um Sistema Único de Saúde que realmente é único, é singular no mundo. É uma ponte que liga milhões de brasileiros a oportunidade de viver. Isso pra mim é o SUS. Só tenho a agradecer a rede unida por nos proporcionar essa oportunidade. A vocês, meu muito obrigada. Dia 21/02/2016 Nos reunimos, avaliamos a vivência e nos despedimos. Não sei porquê, mas todos estávamos chorando. Acho que isso que acontece quando nossas vidas são transformadas. Dói, mas é uma dor que é necessária, pois nos despedimos do velho eu e damos olá à uma nova vida, uma vida transformada pelo VERSUS. Oi mundo, meu nome é Priscila e eu sou uma exversusiana.