Relatório de Viagem. Universidad Nacional del Litoral Snta Fé, Argentina

Transcrição

1 Relatório de Viagem Universidad Nacional del Litoral Snta Fé, Argentina Em fiz intercambio para Universidad Nacional del Litoral (UNL), localizada na cidade de Santa Fé, Argentina. Foi uma experiência incrível que superou todas as minhas expectativas. Além de um intercambio acadêmico, onde dei continuidade a minha faculdade de engenharia química, foi também um intercambio cultural. Convivi com pessoas de diferentes partes do mundo e conheci diferentes culturas e costumes. Primeiramente, vou começar falando da Universidad Nacional del Litoral. Quando comecei a buscar para onde ia fazer intercambio, não tinha ideia para onde queria ir, somente sabia que queria participar dessa experiência. Foi quando surgiu a oportunidade de intercambio para Argentina no CCCI para alunos de engenharia química, na UNL, com bolsa de estudo. Nunca havia escutado falar sobre essa universidade. Mas pesquisei sobre, me inscrevi e consegui. A UNL superou todas as minhas expectativas. Ela é dividida em quatro polos, que são: faculdade de ciências econômicas, faculdade de engenharia química, faculdade de ciências jurídicas e sociais e faculdade de ciências biológicas e humanas. A faculdade de ciências biológicas e humanas fica a localizada no maior espaço. Nela há duas piscinas, lugar para se fazer churrasco, academia e também muita área verde. Mais que uma universidade, é um lugar de lazer, no qual os alunos vão para descansar e também fazer esportes. Faculdade de Ciências Biológicas e Humanas

2 Faculdade de Ciências Jurídicas Faculdade de Engenharia Química Não é interessante pegar matérias difíceis para cursar no intercambio. Eu peguei algumas matérias pesadas de Engenharia Química, e me arrependi. A UNL oferece muitas matérias legais, podendo aproveitá-las como eletivas na PUC. É melhor montar um programa de estudos mais leve para poder aproveitar ainda mais essa experiência.

3 Quanto à cidade, Santa fé é a capital da província de Santa Fé, e é uma cidade muito universitária, e fica às margens da lagoa Setúbal, o Rio Santa Fé e do Rio Salado. Durante o verão, a cidade fica extremamente quente, com sensação térmica acima de 50 C, e no inverno, as temperaturas ficam muito baixas, e chegam a 5 C ou até menos. Dentre os pontos mais turísticos da cidade, está a costanera, que é uma área à margem do rio que passa pela cidade onde as pessoas geralmente vão correr e tomar mate. O mate argentino é muito similar ao chimarrão existente no sul do Brasil, e é um forte símbolo cultural do país. As pessoas sempre se reúnem para tomar mate em algum lugar, inclusive durante as aulas, onde o mate é compartilhado também com os professores. Mate argentino Perto da costanera, também está localizada a ponte colgante, uma ponte pênsil que é um dos maiores pontos turísticos da Argentina. Ponte Colgante, Santa Fé, Argentina

4 Outro lugar também turístico é a cervejaria Santa Fé, uma fábrica de cerveja local. Nela, há tours para conhecer as etapas do processo de produção da cerveja e também um pouco da história de como a fábrica surgiu, em um museu da cerveja localizado perto da fábrica. Outra questão importante sobre a cidade é sobre o custo de vida. Quando fui para Santa Fé, me iludi pensando que as coisas seriam baratas, uma vez que a moeda deles é muito desvalorizada comparada a nossa. No entanto, fazendo a conversão, percebe-se que se gasta aproximadamente igual gastamos no Rio de Janeiro. O horário comercial da cidade é outro assunto interessante para dizer. Na Argentina, alguns lugares tem o que se denomina siesta. A siesta nada mais é que o famoso cochilo depois do almoço. No entanto, esse descanso na Argentina dura algumas horas, e a cidade fica completamente parada, com lojas e restaurantes fechados. Geralmente, a siesta começa 1h, e vai até às 4h. Depois disso, o comércio abre e fica funcionando até 20h. É um pouco estranho a princípio, mas depois de um tempo você se acostuma e até gosta da famosa siesta. Por fim, vou falar dos argentinos e das pessoas que conheci. Os Argentinos estão longe de ser as pessoas mais calorosas do mundo. No entanto, sabem receber muito bem as pessoas em seu país. Os intercambistas foram muito bem tratados e auxiliados para se adaptar bem ao país. Cada intercambista tinha dois tutores, que nos ajudavam em tudo que precisávamos, ou para coisas relacionadas à faculdade ou para nos mostrar a cidade, e nos deixar mais familiarizados com tudo. Os tutores e a secretaria da UNL responsável pelos intercambistas organizavam vários eventos para melhor interação dos estudantes, como festas de boas- vindas e despedida, além de viagens. Uma das viagens foi para La Cumbrecita, um pequeno vale localizado em Córdoba. La Cumbrecita, Córdoba.

5 No meu programa, diferente dos programas de outros intercambistas, eu deveria encontrar uma casa para alugar. A própria universidade disponibiliza uma lista de casas ou apartamentos nos quais não é necessário nenhum tipo de contrato. Essas pessoas que alugam já possuem um feedback dado por outros intercambistas que já ficaram nelas, e portanto, são de confiança. Eu morei em uma casa com uma espanhola, uma mexicana, e um brasileiro, o que foi muito enriquecedor para minha experiência. Um conselho: nesse programa há muitos brasileiros, principalmente do sul. Não é uma boa ideia se isolar e ficar convivendo apenas com os brasileiros, pois o interessante é poder aproveitar para conhecer novas culturas e praticar seu espanhol. No meu caso, todos os intercambistas conviveram muito juntos (brasileiros, mexicanos, franceses, etc), então não tivemos problemas de grupos isolados. No entanto, conheci uma menina que fez intercambio um período antes de mim, e isso foi um problema. A maioria dos intercambistas, que foram em um programa diferente do meu, ficaram em uma espécie de república que a própria univeridade disponiliza e não precisam pagar aluguel, chamada RAE (Residencia de alumnos extranjeros). Nela, moravam aproximadamente 30 intercambistas de todo o mundo. Enfim, essa foi um pouco da minha experiência. Eu aconselho a todos participarem de um programa de intercambio, pois só quem vive isso sabe o quanto é incrível. E aconselho ainda mais fazer um intercambio para américa latina. Nós temos uma visão de inferioridade quando nos comparamos com outros países, principalmente os da Europa. Quando falei que meu intercambio ia ser para Argentina, muitos me perguntavam o porque eu não ia para algum país da Europa. Hoje eu posso garantir que o que eu vivi na Argentina, nenhum lugar do mundo seria capaz de me proporcionar: eu aprendi a valorizar a cultura latina e me senti orgulhosa por fazer parte disso. Isabela Dias de Oliveira Figueira.