INTRODUÇÃO. Como alguém poderia manter-se encoberto face ao que nunca se deita (declina)? (Heráclito, frag. 16) 1

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1 1 INTRODUÇÃO Como alguém poderia manter-se encoberto face ao que nunca se deita (declina)? (Heráclito, frag. 16) 1 Ser e Tempo é a obra fundamental de Martin Heidegger, filósofo alemão, nascido em 1889 e falecido em Nessa obra, discute-se a essência do ser e lança-se um caminho filosófico que se dirige para a busca dessa essência, do sentido do ser. O tema da verdade não aparece como tema diretamente pensado em Ser e Tempo, embora o sentido do ser possa ser entendido como a verdade do ser. Após Ser e Tempo, no entanto, Heidegger trata diretamente do tema da verdade, em certos momentos de sua trajetória como professor na Universidade de Freiburg e após sua aposentadoria, em Textos como Sobre a Essência da Verdade, de 1943, A Doutrina Platônica da Verdade, de 1947, e Aletheia, texto de 1954, tratam da verdade como tema, trazendo considerações que entendemos não terem sido ainda profundamente consideradas. N A Doutrina Platônica da Verdade, Heidegger dá um interpretação sobre uma passagem muito lida e discutida da obra A República, de Platão: A Alegoria da Caverna. A interpretação heideggeriana dessa passagem da obra platônica lança uma nova visão sobre o pensamento do filósofo grego e sobre a filosofia pensada e discutida a partir de Platão. Em uma leitura preliminar da reinterpretação de Platão feita por Heidegger no texto A Doutrina da Verdade de Platão, encontramos a verdade como pensada tradicionalmente pela filosofia ocidental colocada em cheque. Não só isso: Heidegger recoloca a verdade no campo do aberto para o pensamento do Dasein,e abre todo o campo da reflexão humana para o pensamento novamente. 1 HEIDEGGER, Martin, Ensaios e Conferências, Coleção Pensamento Humano, Editora Vozes, 6ª ed., Petrópolis, 2010, pág. 229.

2 2 Se outra noção de verdade, mais originária, é possível de ser pensada, então tudo aquilo que já se tinha dado como suficientemente pensado volta para o campo do aberto do pensamento humano. Pensar a essência da verdade a partir de e com Heidegger permite que o Direito se abra como campo do pensamento humano, a fim de que suas questões mais essenciais, como a justiça, possam ser novamente pensadas, seguindo outros caminhos de reflexão que os até então tomados. Esta é a importância do tema aqui abordado, e também a sua justificativa: trazer o Direito para o campo do aberto do pensamento humano, para mais uma vez pensá-lo, procurando buscar a verdade do Direito lá onde ela se encontra encoberta: no fenômeno. E a verdade do Direito é a justiça, conforme foi elucidado pela Professora Jeannette A. Maman em sua obra jusfilosófica. 2 Des-encobrir a aletheia em Platão e trazê-la para o aberto é o sentido desta pesquisa, que se valerá do caminho aberto por Heidegger para realizar seu intento. Pretende-se descrever a noção de verdade como desencobrimento, trazida por Heidegger em sua re-interpretação da Alegoria da Caverna de Platão, e, através dessa noção de verdade e da crítica que Heidegger faz ao pensamento filosófico e metafísico que se seguiu a Platão, encontrar uma possibilidade de refletir sobre a justiça enquanto fenômeno jurídico e não mais como conceito/ideia/ideal. Trata-se, aqui, de buscar uma nova interpretação sobre a verdade e a justiça, a partir do pensamento de Platão e Heidegger. Em nosso caminho filosófico, seguindo os passos de Martin Heidegger, analisaremos o conceito corrente de verdade na metafísica tradicional e a crítica feita por Heidegger a esse conceito, através da análise da re-interpretação da Alegoria da Caverna de Platão feita pelo filósofo alemão. Da análise do conceito corrente de verdade enquanto adequação e da crítica heideggeriana a esse conceito, procuraremos indicar novas possibilidades para a análise do conceito de justiça que foi elaborado pela metafísica tradicional e que ainda hoje vige dentro do campo da filosofia jurídica. Procuraremos, a partir de Heidegger, demonstrar o limite desse conceito metafísico de justiça e a impossibilidade do mesmo 2 Principalmente em Fenomenologia Existencial do Direito, Tese de Doutorado da Profª Drª Jeannette Antonios Maman.

3 3 de atender às demandas dos indivíduos, seguindo a linha de pesquisa elaborada pela Profª Drª Jeannette Antonios Maman Fenomenologia Existencial do Direito. Faremos nossa pesquisa tendo como horizonte a Linha de Pesquisa inaugurada pela Profª Drª Jeannette Antonios Maman: Fenomenologia Existencial do Direito. Essa linha de pesquisa segue o caminho de investigação proposto pelo filósofo alemão Martin Heidegger, a fenomenologia. Na obra Ser e Tempo, Heidegger oferece uma noção de fenomenologia: Fenomenologia, então, diz: apophainestai ta phainomena deixar e fazer ver por si mesmo aquilo que se mostra, tal como se mostra a partir de si mesmo 3. Fenômeno é o que se revela, o que se mostra em si mesmo 4. O ente pode mostrar-se de várias formas, segundo a via de acesso a ele que se adote. Pode ser um mostrar-se no modo do que se revela, que se mostra a si mesmo. O ente também pode mostrar-se como aquilo que ele não é aparência. O ente pode mostrar-se também como manifestação, que nunca é um mostrar-se no sentido de fenômeno 5, mas um anunciar-se de algo que não se mostra 6. Logos, a outra noção que Heidegger desenvolve no 7º de Ser e Tempo, é entendida por ele como um deixar e fazer ver 7, daí provindo, juntamente com a noção de fenômeno, a noção preliminar de fenomenologia que acima citamos. Em nossa pesquisa, seguindo esse caminho de investigação proposto por Heidegger, analisaremos o conceito de verdade como fenômeno, como aquilo que se mostrou na Alegoria da Caverna de Platão e que se difundiu na metafísica tradicional que se seguiu à filosofia platônica. Os fenômenos nunca se mostram a si mesmos diretamente, cabendo ao investigador encontrar uma via de acesso ao ente que permita descobrir-lhe a verdade sob as camadas que a encobrem. No fenômeno jurídico se passa o mesmo. Aquilo que se manifesta mais encobre do que propriamente mostra a verdade do fenômeno. Como no caso da metafísica, a noção corrente de justiça não mais responde aos questionamentos do Dasein e às demandas de sua existência. 3 HEIDEGGER, Martin, Ser e Tempo, 8ª Ed., Coleção Pensamento Humano, Editora Vozes, Petrópolis, 1999, pág Ibidem, pág Ibidem, pág Ibidem, pág Ibidem, pág. 63.

4 4 Portanto, nos utilizaremos da fenomenologia como caminho de investigação em nossa pesquisa, buscando desencobrir a noção de verdade, atulhada por anos de metafísica. Nessa busca, esperamos obter como resultado uma noção de verdade que possa trazer a questão da justiça para a abertura do pensamento, a fim de que a justiça volte a ser pensada a partir do solo da experiência humana vivida e não das luzes de um positivismo jurídico que atende ao poder e não à vida. ***** O pensamento que se volta para o obscuro é o que podemos dizer, inicialmente, sobre a obra de Martin Heidegger, filósofo alemão pouco estudado pelos operadores do direito, que se voltam, usualmente, para o mais claro, o mais imediato, o mais seguro, para o que está disponível, de tal sorte que podemos dispor sem pensar 8 O que haveria no pensamento de Martin Heidegger que pudesse interessar aos juristas? Heidegger, durante toda sua obra, questionou o ser, investigando seu sentido, sua verdade. Mas não teria sido o ser o mais questionado, investigado, pela filosofia ocidental e, desde há muito, relegado ao esquecimento, por tratar-se de questão supérflua? 9 A investigação sobre o sentido do ser está a cargo de uma das disciplinas da filosofia a metafísica. A metafísica permeará parte de nossa pesquisa, que terá como tema principal a interpretação, feita por Heidegger, da Alegoria da Caverna de Platão, através da qual procuraremos elucidar as noções de justiça e de verdade segundo o pensamento heideggeriano. Na apresentação de nossa pesquisa ficará clarificada a alusão geral à metafísica, embora dela não tratemos de maneira direta como tema de pesquisa. 8 HEIDEGGER, Martin, A Doutrina de Platão sobre a Verdade, in Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, v. 100, São Paulo, jan/dez de 2005, pag. 335, traduzido por Jeannette Antonios Maman. 9 No solo da arrancada grega para interpretar o ser,formou-se um dogma que não apenas declara supérflua a questão sobre o sentido do ser como lhe sanciona a falta. Pois se diz: ser é o conceito mais universal e o mais vazio.heidegger, Martin, Ser e Tempo, Editora Vozes, 8ª ed., Petrópolis, 1999, pág. 27.

5 5 Escolhemos tratar da verdade, no modo como ela é pensada por Heidegger quando re-interpreta Platão, porque o caminho proposto pelo pensamento de Heidegger pode ajudar a repensarmos a justiça, noção que está na essência do Direito. Heidegger propõe pensar o que já foi pensado. Foi o que ele fez quando tratou da questão do ser, da metafísica e da essência da verdade. É o que pretendemos fazer trazendo a discussão sobre a verdade da forma como pensada por Heidegger quando reinterpreta Platão: pensar o que já foi pensado, trazendo a noção da verdade para o campo do aberto e, com isso, possibilitar que se repensa a noção de justiça como a verdade do direito, seguindo o pensamento heideggeriano. Desencobrir a essência da verdade para possibilitar o desencobrimento da essência da justiça, verdade do Direito, deixando de lado os pressupostos do pensamento jurídico tradicional, que foram fruto da reflexão elaborada pela metafísica desde Platão é nossa ambição e nosso horizonte de pesquisa. O nosso ponto de partida não será Platão, mas a mudança na essência da verdade contida na Alegoria da Caverna, segundo a interpretação feita por Martin Heidegger. Para contextualizarmos nossa pesquisa, deveremos abordar inicialmente, de forma introdutória e resumida, o pensamento de Platão, procurando localizá-lo no que concerne ao tema de nossa pesquisa justiça e verdade. ***** A obra filosófica de Platão é considerada idealista, uma obra que privilegiaria as ideias em detrimento das coisas. O mundo das ideias é um termo comum e bem conhecido dos estudantes de filosofia, tendo sido extraído da obra filosófica de Platão e servindo para designar o local de onde proveria o verdadeiro conhecimento das coisas. O mundo das ideias também seria a condição para o conhecimento das coisas. A verdade seria descoberta na adequação da ideia com a coisa que se quer conhecer. Só seria possível conhecer algo por já se ter a ideia desse algo isso seria a filosofia idealista de Platão, aceita e difundida pelos filósofos ocidentais que lhe seguiram.

6 6 Porém, Heidegger, ao interpretar a Alegoria da Caverna, contida no livro A República, de Platão, nos apresenta outro Platão: um filósofo grego que pensa a partir da tradição dos primeiros pensadores gregos, para os quais a verdade, e, portanto, o conhecimento, é encontrado a partir do ente que se quer conhecer, numa abertura de modo apropriado para o encontro do sentido do ser de cada ente e dos entes em geral. O Platão que Heidegger nos apresenta, ao interpretar a Alegoria da Caverna, não é um idealista, mas um filósofo que parte da noção de verdade como desvelamento (aletheia), do mesmo modo que era entendida por Heráclito, por exemplo. Platão não era desconhecedor da doutrina de Heráclito, familiarizando-se com ela através do contato que teve com Crátilo, de quem foi discípulo 10. Não iremos, porém, aprofundarmo-nos sobre toda a filosofia platônica, pois o tema que interessa à presente pesquisa é a mudança no conceito de verdade que foi elaborado pelo filósofo grego na Alegoria da Caverna, segundo a interpretação que Heidegger deu a esta importante passagem da filosofia ocidental. Heidegger re-interpreta o pensamento de Platão contido na Alegoria da Caverna, demonstrando que a essência da verdade como aletheia estava presente no pensamento platônico, sendo esquecido pelos pensadores que se seguiram a Platão. ***** No campo da filosofia, a disciplina que estuda o ser é a metafísica, tratada mais diretamente por Heidegger em duas obras O que é Metafísica e Introdução à Metafísica. No decorrer dessa pesquisa, utilizaremos, portanto, essas duas obras de Heidegger dedicadas à metafísica. A metafísica em Heidegger deixa de ser uma disciplina que parte das ideias para encontrar o ser do ente. Heidegger rompe com a tradição filosófica ocidental e vai buscar nos chamados filósofos pré-socráticos o caminho para construir 10 ABBAGNANO, Nicola, História da Filosofia, 3ª ed., vol. 1, Editorial Presença, Lisboa, 1982, pág. 147.

7 7 sua obra filosófica. Esse movimento se deve ao fato de Heidegger entender que a filosofia ocidental distanciou-se do ser, perdendo-se no ente. A filosofia vem, desde Platão, falando do ente como se falasse do ser, quando na verdade esqueceu-se do ser. Heidegger recupera o pensar originário dos primeiros pensadores gregos, que ele chama de pensadores e não de filósofos, indicando que pensar surge antes da filosofia e que a filosofia é um pensar de um certo modo, mas não único modo de pensar as questões que tradicionalmente chamamos de filosóficas. Esse pensar vai buscar a verdade do ser a partir do ser dos entes considerados, nas suas várias manifestações. Essa busca se inicia com a abertura para o ser do ente, para a verdade do ser. A abertura é uma disposição para o questionar, que coloca o pensador em condições de questionar os entes em direção à verdade do ser. Para Heidegger, em todo questionar quem questiona também está em jogo, indicando assim que não há um puro pensar do pensador sobre uma questão, pois em todo pensar o pensador já está implicado, em situação existencial. O próprio ser do pensador (Dasein) é questionado em todo questionamento. Também a própria metafísica é questionada em todo questionar metafísico que se faz. Ao interpretar a Alegoria da Caverna, de Platão, Heidegger desvela o que restou implícito no pensamento deste filósofo grego: uma doutrina sobre a verdade. E essa doutrina sobre a verdade provoca uma mudança no sentido da verdade, que nos primeiros pensadores gregos tinha o caráter de desvelamento, desencobrimento, aletheia. A partir de Platão, a verdade deixa de ser desencobrimento e torna-se adequatio rei ad intellectus. Nessa interpretação, contida no texto A Doutrina de Platão Sobre a Verdade, Heidegger aborda a mudança na essência da verdade, um dos temas centrais da presente dissertação, e também trata da metafísica, indicando-lhe, de certo modo, o que é a sua essência, já contida em seu sentido grego: para além da phisis. Que diferença resulta dessa mudança no caráter da verdade? Que importância tem essa mudança para o Direito e para a Filosofia do Direito? Enquanto des-encobrimento, a verdade é buscada a partir da coisa, dos entes, em direção ao ser dos entes, numa abertura do Dasein em direção ao ser daquilo que é

8 8 pesquisado. A partir de Platão, a verdade deixa de estar na coisa, nos entes, e fixa sua morada no intelecto do pesquisador, do filósofo na ideia. A verdade é a ideia pura, e o conhecimento só é possível porque temos a ideia da coisa. A essência da coisa passa a ser a ideia: a pura ideia, perfeita, cujos reflexos imperfeitos são as coisas com as quais convivemos no dia-a-dia. Essa mudança possibilitou a criação de toda a teologia cristã o homem como reflexo do Divino e este mundo como reflexo imperfeito da cidade celeste. Ocorre uma inversão no pensamento ocidental: é como se já soubéssemos como as coisas devem ser. Basta, portanto, realizar esse saber no mundo concreto. O Direito é debitário dessa mudança na essência da verdade. Ser e dever-ser são temas constantes das obras introdutórias sobre o Direito. Dessa forma, podemos afirmar que o arcabouço teórico do Direito ocidental é o platonismo, trabalhado posteriormente pelos filósofos cristãos medievais e pelos filósofos modernos e contemporâneos. Ser e dever-ser: o Direito trabalha com o dever-ser, numa busca pelo que seria o justo ideal para a sociedade. Daí provém toda a dificuldade para o Direito aceitar, por exemplo, as relações homossexuais e reconhecê-las como legítimas, garantindo-lhes os mesmos direitos das relações heterossexuais. Ao definir o que é um casamento (relação entre homem e mulher) a lei fez mais do que definir uma questão jurídica ela passou a definir a afetividade do Dasein. E essa definição baseava-se no que seria a família ideal, independente do fato de que, histórica e socialmente, outras famílias se formassem. Começamos a responder, aqui, uma das indagações que fizemos no início desta introdução: o que Heidegger teria a dizer para os operadores do Direito? Heidegger rompe com uma tradição filosófica ocidental, tradição esta que foi a base teórica do Direito ocidental. Nesse rompimento, Heidegger aponta para a necessidade de voltarmos a pensar sobre o já pensado, uma vez que o já pensado talvez não tenha sido pensado o suficiente e, ainda mais, pode nem ter sido pensado, no sentido que para Heidegger tem o pensar - a verdade do ser. Assim, toda a teoria jurídica encontra-se no aberto, para ser pensada novamente. E é nessa nova tradição, heideggeriana, que inserimos nossa

9 9 pesquisa, na esteira da Fenomenologia Existencial do Direito, inaugurada pela Profª Drª Jeannette Antonios Maman.

10 Capítulo I A Alegoria da Caverna 10

11 11 A Alegoria da Caverna é apresentada no Livro VII da República, obra de Platão que trata, dentre outros temas, da questão da verdade e da justiça. Nesse capítulo, apresentaremos o texto da Alegoria. Não iremos aqui fazer qualquer análise que leve em conta o lugar que a Alegoria da Caverna ocupa no todo da obra platônica, uma vez que nosso objetivo é a análise do texto heideggeriano sobre a Alegoria da Caverna e suas possíveis implicações para a filosofia do direito e não a análise da obra platônica em si. Nesse passo, apresentaremos a Alegoria da Caverna segundo duas traduções, ambas vertidas direto do grego. Uma delas foi editada pela Editora Martins Fontes, datada de 2006 e traduzida por Anna Lia Amaral de Almeida Prado. A outra foi editada pela Editora Universitária da Universidade Federal do Pará, cuja terceira edição, utilizada nesse trabalho, data de 2000, e cuja tradução foi levada a cabo por Carlos Alberto Nunes. As traduções não diferem muito entre si. Há algumas escolhas diferentes de palavras 11, mas que não interferem na compreensão do texto. Assim, para a presente dissertação, e no que concerne à Alegoria da Caverna, podemos dizer que as duas traduções se equivalem. Apenas por questão de organização, ao fazermos as citações indicaremos nas notas a obra editada pela Editora Universitária da UFPA. No entanto, utilizamos as duas versões para nossos estudos. A Alegoria da Caverna se inicia no começo do Livro VII da República. É a continuação de um diálogo de Sócrates com Glauco. Sócrates pede a Glauco para imaginar homens morando em uma morada subterrânea em forma de caverna, com uma abertura com vista para a luz em toda sua largura 12. Os habitantes da caverna estão lá acorrentados desde a infância, sempre olhando para frente. Deduz-se que o local para onde olham seja o fundo da caverna, pois a luz vem da entrada da mesma e brilha por trás deles Por exemplo, no trecho no qual Sócrates indica desde quando os homens estão acorrentados na caverna, Carlos Alberto Nunes traduz como desde pequenos, enquanto Anna Lia A. A. Prado traduz como desde a infância. Verifica-se que os termos utilizados se equivalem, e a escolha por um termo ou outro não prejudica o entendimento da alegoria. 12 PLATÃO, A República, tradução de Carlos Alberto Nunes, Editora Universitária da UFPA, 3ª ed., Belém, 2000, pág. 319, 514 a, Ibidem, pág b, 3.

12 12 Esses prisioneiros da caverna estão de tal forma acorrentados que não podem mover a cabeça. Desse modo, podem apenas ver as sombras deles mesmos e dos vizinhos. Fora da caverna há uma fogueira, que é o foco de luz que produz as sombras dentro da caverna. Entre esse foco e a entrada da caverna há um muro, ao longo do qual homens passam, carregando utensílios e também estátuas, figuras e diversos outros objetos. Esses objetos têm sua sombra projetada dentro da caverna, de modo que os prisioneiros possam vê-las. Se esses homens acorrentados na caverna pudessem conversar, continua Sócrates na alegoria, pensariam estar designando pelo nome correto tudo o que viam refletido no fundo da caverna, sem saber que o que viam eram apenas as sombras dos objetos. Sócrates começa a relatar, então, o que aconteceria no caso de um daqueles homens acorrentados na caverna ser libertado. Ao ser obrigado a virar-se para a luz, essa lhe causaria dor nos olhos, como também o deslumbraria 14 a ponto de não ver os objetos cujas sombras enxergava na caverna. O prisioneiro, agora já libertado da caverna e fora dela, ao ser questionado sobre o nome dos objetos que agora desfilam à sua frente, ficaria atrapalhado, julgando que eram mais verdadeiros os objetos que antes via dentro da caverna. Ao ser obrigado a olhar diretamente a própria luz, os olhos do homem libertado da caverna doeriam e, pergunta Sócrates, não tentaria ele fugir para junto das coisas que lhe era possível contemplar, certo de serem todas elas mais claras do que as que lhe então apresentavam? 15 Arrastado contra sua vontade para fora da caverna e exposto á luz do sol, o homem libertado da caverna se revoltaria e, novamente, ficaria ofuscado, sem poder enxergar nada do que lhe fosse indicado como verdadeiro. Esse homem liberto, e agora exposto à luz, precisaria primeiro habituar-se para depois poder contemplar o mundo superior 16. Acostumado com as sombras, reflexos das coisas projetadas na parede da caverna, ele perceberia com mais facilidade as sombras das coisas e os reflexos dos objetos na água, antes de poder perceber os 14 Ibidem, pág d, Ibidem, pág. 320, 515 e, 2 a Ibidem, pág. 321, 516 a, 7.

13 13 objetos e o que se encontra no céu e o próprio céu. Mesmo assim, veria melhor de noite do que na luz do sol. Passado esse período de adaptação, o homem agora pode ver mesmo o próprio sol. Raciocinando, chegaria, continua Sócrates, à conclusão de que o sol é a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna, sendo o produtor das estações e dirigente de tudo no espaço visível. Tendo chegado ao conhecimento direto das coisas e mesmo da causa das coisas (o sol), esse homem se felicitaria pela mudança ocorrida e lastimaria a sorte daqueles que permaneceram acorrentados na caverna, sabedor que é agora que aqueles veem apenas sombras das coisas, sem ter acesso às coisas em si, mas apenas aos reflexos delas. Lembrando da situação de seus antigos companheiros, os quais poderiam receber distinções por verem melhor as sombras ou mesmo serem governantes, o homem libertado não os invejaria, e escolheria sofrer o que quer que fosse a retornar para a situação antiga. Por fim, Sócrates relata o retorno desse homem à caverna, e sua dificuldade em lidar novamente com as sombras da caverna, por não ter se habituado novamente com o escuro, o que levaria os seus companheiros da caverna a entenderem que a subida do homem para fora da caverna estragara-lhe os olhos. Finalmente, se este homem tentasse libertar os seus companheiros correria aquele o risco de ser morto por estes, caso pudessem usar as mãos e matá-los. Termina nesse ponto a Alegoria da Caverna, pelo menos no que interessa ao nosso trabalho, seguindo o trecho que foi interpretado por Heidegger n A Doutrina de Platão sobre a Verdade. A tradução da Alegoria da Caverna feita por Heidegger, no texto que serve de base a esse trabalho, difere em parte da tradução utilizada no presente capítulo. Heidegger estava familiarizado com a língua grega e com os pensadores gregos, tendo realizado estudos e produzido obras com base em estudos de textos e fragmentos de pensadores denominados pré-socráticos 17, tais como Heráclito e Parmênides. 17 Emmanuel Carneiro Leão, na obra Os Pensadores Originários (Editora Universitária São Francisco, Bragança Paulista, 2005), prefere o termo pensadores originários, indicando que o termo pré-socrático indica uma decisão através da qual Os problemas, as concepções e os conceitos de Sócrates, Platão e Aristóteles, transformados pela ciência moderna, servem de parâmetro para se medir o nível filosófico de todos os gregos de antes e depois da segunda metade do século V (pág. 08). O pré de pré-socráticos

14 teria não um sentido cronológico, mas axiomático. Pelo caminho de pensamento seguido por Heidegger, que foi buscar em pensadores como Heráclito e Parmênides algumas de suas noções, consideramos as indicações de Emmanuel Carneiro Leão como plenamente válidas. Na presente pesquisa, no entanto, continuaremos usando o termo pré-socrático apenas por ser termo já correntemente utilizado quando se busca referir-se aos pensadores que vieram antes de Sócrates. 14

15 Capítulo II As interpretações da Alegoria da Caverna 15

16 16 Para podermos iniciar a análise da interpretação de Heidegger sobre a Alegoria da Caverna de Platão e demonstrar a originalidade dessa interpretação, devemos apresentar outras leituras sobre esse trecho da obra platônica. As interpretações que aqui apresentaremos não têm a pretensão de esgotar o tema, mas apenas tem a função de nos dar um horizonte no qual possamos situar a interpretação heideggeriana da Alegoria da Caverna de Platão. Seção I Interpretações correntes sobre a Alegoria da Caverna Com o intuito de apresentar um horizonte no qual situaremos a interpretação heideggeriana da Alegoria da Caverna, utilizaremos, primordialmente, mas não apenas, do recurso da história da filosofia, seguindo, aqui, o caminho heideggeriano de pensamento. A tradição filosófica que recebemos e que nos antecede não se situa atrás de nós, mas é o nosso horizonte. A lista dos autores pesquisados não é exaustiva, fugindo ao escopo do presente trabalho apresentar um estudo completo das interpretações da obra de Platão. Pretendemos apenas apresentar um panorama das interpretações correntes sobre o tema, utilizando obras histórico-filosóficas clássicas e contemporâneas que abordam o tema de nossa pesquisa. Seção I.1 - O Movimento Dialético Iniciaremos nossa análise das interpretações correntes da Alegoria da Caverna com a obra Os Diálogos de Platão Estrutura e Método Dialético, de autoria de Victor Goldschmidt 18. Nessa obra, Goldschmidt procura apreender a estrutura dos diálogos de Platão. O movimento dialético, presente nos diálogos platônicos pesquisados por Goldschmidt, compõe-se de quatro etapas, nomeadas pelo autor na seguinte sequência: imagem, definição, essência e ciência. Essas etapas acompanham, não na mesma 18 GOLDSCHMIDT, Victor, Os Diálogos de Platão Estrutura e Método Dialético, Edições Loyola, 2002.

17 17 seqüência, os quatro modos de conhecimento 19, expostos na introdução do livro que ora analisamos e que foram extraídos da Carta VII, de Platão 20 : o primeiro é o nome, o segundo é a definição, o terceiro a imagem e o quarto a ciência, ou inteligência. Esses quatro modos de conhecer guardam um aspecto em comum: são todos exteriores ao objeto o qual se quer conhecer. O objeto, por seu turno, é o quinto modo de se conhecer. O objeto também é denominado essência por Victor Goldschmidt, a visão do mais real, exposta na Alegoria da Caverna. Os quatro modos de conhecer, no entanto, oferecem apenas reflexos mais ou menos obscuros da essência, sendo que esta não pode ser exposta pelo discurso oral ou escrito 21. Para que ocorra o verdadeiro conhecimento é necessário que a alma seja aparentada ao objeto, vindo a tornar-se um espelho, uma superfície que possa receber e refletir a essência 22. O conhecimento da essência se daria quando, no momento de revelação, o pensamento discursivo se torna intuição. Não termina aí, no entanto, o movimento da dialética. A investigação, após chegar à essência, deve descer, a fim de chegar às últimas conclusões. Tal movimento se assemelha à volta do prisioneiro à caverna, movimento que também será descrito nas análises histórico-filosóficas mais abaixo. No livro de Victor Goldschmidt não há uma análise da Alegoria da Caverna como texto independente. O autor, na parte de sua obra que analisa o livro da República, aborda temas que se aproximam da nossa pesquisa. No entanto, na introdução da obra de Goldschmidt a análise feita do método dialético guarda estreita conexão com a Alegoria da Caverna. Da leitura que fizemos da obra de Goldschmidt tiramos a conclusão que a Alegoria da Caverna pode sintetizar as etapas do movimento dialético na forma exposta pelo autor. Encerrando a leitura do livro de Goldschmidt, acrescentaríamos que, para o autor, a República de Platão tem somente um tema: a Justiça 23. Tal posição é acompanhada por Hans Kelsen, analisado mais à frente no presente capítulo. Com relação ao Bem, tema central das interpretações correntes sobre a Alegoria da Caverna, Goldschmidt nos diz que nesse ponto do texto platônico estamos 19 Ibidem, pág Ibidem, pág. 04. Cf. nota de rodapé. 21 Ibidem, pág Ibidem, pág Ibidem, pág. 275.

18 18 em plena revelação 24. A revelação se dá em um movimento ascensional da dialética, no momento em que se atinge o Bem/Sol. Guardemos a noção de revelação como forma de conhecimento da verdade última, da essência, uma vez que devemos voltar a ela mais tarde quando estivermos tratando do desvelamento, já na análise heideggeriana do texto de Platão. Seção I.2 - Platão na História da Filosofia Nicola Abbagnano, em sua obra História da Filosofia 25, afirma ser a República a obra máxima de Platão, na qual estariam resumidos os temas e os resultados dos diálogos platônicos que antecedem esta obra. Para Abbagnano, Platão ordena seus diálogos e investigações em torno do tema da comunidade perfeita, que deveria ser governada pelos filósofos. O fundamento de tal comunidade seria a justiça, que garantiria a unidade e a força do Estado, bem como do indivíduo. Abbagnano localiza a Alegoria 26 da Caverna de Platão no tema relacionado à educação do homem, que deve caminhar da opinião (doxa) até à ciência, educando-se gradualmente. A caverna seria o mundo sensível, composto de sombras do real. O escravo que se liberta, após habituar-se à luz de fora da caverna e à luz do Sol, perceberá então que é o Sol que governa tudo o que existe e que do mesmo sol dependem as coisas que o prisioneiro e seus companheiros viam na caverna. Na leitura de Abbagnano, o escravo sabe que a verdadeira realidade está fora da caverna. A verdadeira educação consiste em fazer o homem voltar-se para a consideração do mundo do ser, conduzindo-o para o conhecimento do ponto mais alto do ser, que é o bem. Sendo o bem identificado com o Sol, que não apenas torna as coisas visíveis mas, também, com sua luz, as faz nascer, crescer e alimentar-se, o bem não só torna as coisas cognoscíveis como também lhes dá o ser de que são dotadas 27. Sendo bem superior a todas as coisas, não é apenas uma ideia entre as outras, mas a causa das ideias. 24 Ibidem, pág ABBAGNANO, Nicola, História da Filosofia, op. cit, pág Abbagnano usa o termo mito, e não alegoria, como faz Heidegger e outros pensadores. Cf. ABBAGNANO, Nicola, História da Filosofia, op. cit, pág Ibidem, pág. 156.

19 19 Segundo Abbagnano, o texto da Alegoria da Caverna está na base de todas as interpretações religiosas do platonismo, uma vez que as correntes neoplatônicas da antiguidade, que fazem a interpretação religiosa de Platão, identificam o bem com Deus. No entanto, Abbagnano afirma que essa interpretação não encontra justificação nos textos platônicos. Platão defende a tese da identificação do poder causal com a perfeição uma coisa possui tanto mais causalidade quanto mais perfeita é 28. Uma vez que a inspiração fundamental do pensamento platônico é a finalidade política da filosofia, o ponto alto esta não poderia ser a contemplação do bem como causa suprema, mas a utilização de todos os conhecimentos que o filósofo pôde adquirir para a fundação da uma comunidade justa e feliz 29. Assim, o regresso do escravo liberto à caverna faz parte da educação, para que o mesmo reconsidere e reavalie o mundo à luz do que viu fora da caverna. Para Abbagnano, apenas com o regresso do escravo liberto à caverna este terá completado sua educação e será verdadeiramente filósofo 30. Para François Châtelet 31, a Alegoria 32 da Caverna tem a função pedagógica de fazer-nos compreender o que são as Ideias 33 e o que é seu princípio. Entre as coisas, como se dá dentro da caverna, as relações são obscuras e incertas. As Ideias, por seu turno, formam um sistema que a dialética descobre e que o saber filosófico reflete 34. A ideia do Bem (sic) é o princípio desse sistema, assegurando a unidade da diversidade. Para Châtelet, o Bem, que organiza e faz conhecer as Ideias, é o princípio de verdade e unidade. O autor afirma, ainda, na mesma direção de 28 Ibidem, pág Ibidem, pág Idem, pág CHÂTELET, François, BERNHARDT, Jean, AUBENQUE, Pierre, História da Filosofia Ideias, Doutrinas, dirigida por François Châtelet, vol. 1, A Filosofia Pagã, Zahar Editores, Rio de Janeiro, Châtelet também usa o termo mito ao invés de alegoria. 33 Ibidem, pág. 99 (grafado assim no original). 34 Ibidem, pág. 100.

20 20 Abbagnano, e indo mais além, que a Ideia das Ideias (o Bem) foi substituída, pelos intérpretes do platonismo, pela ideia que convinha à sua doutrina: Deus ou o imperativo categórico, segundo os momentos ideológicos 35. Châtelet se aproxima também da exposição de Abbagnano ao afirmar que a solução do problema da conduta humana a do problema do saber estão ligadas: saber não é somente conhecer o que é, é apreender o que vale, já é agir conforme a ordem que convém ao mesmo tempo ao homem e ao cosmos 36 (ênfase no original). Émile Brehier, em sua História da Filosofia 37, não faz uma análise da Alegoria da Caverna, como fizeram Abbagnano e Châtelet, mas compara a saída do escravo da caverna ao movimento da dialética, um caminho das sombras para a luz. Roberto Vasconcelos Novaes, em sua obra O Filósofo e o Tirano 38, nos diz que a Alegoria da Caverna narra o processo de obtenção do conhecimento do ser. Após descrever cada modalidade de conhecimento 39, o autor narra o processo de obtenção de cada uma dessas modalidades. O primeiro estágio do conhecimento é a visão das imagens projetadas na parede da caverna pela luz da fogueira. O segundo estágio do conhecimento acontece quando o prisioneiro da caverna olha para os objetos e descobre que aquilo que anteriormente via não era a realidade. Descobre, assim, que as impressões que obtinha advinham dos objetos. 35 Ibidem, pág Ibidem, pág BREHIER, Émile, História da Filosofia Tomo Primeiro A Antiguidade e a Idade Média I: Introdução Período Helênico, Editora Mestre Jou, São Paulo, NOVAES, Roberto Vasconcelos, O Filósofo e o Tirano por uma teoria da Justiça em Platão, Editora Del Rey, Belo Horizonte, Eikasia (conhecimento das imagens), pistis (unificação das diversas impressões sensíveis), dianoia (conhecimento por hipóteses) e noesis (conhecimento ideal puro). Cf. NOVAES, Roberto Vasconcelos, op. cit., pág. 248 a 250.

21 21 O terceiro estágio ocorre quando o prisioneiro sai da caverna e descobre que as impressões que tinha na caverna e os objetos das quais elas provinham só são possíveis em razão da inteligência: as coisas sensíveis moram fora do homem, mas são causadas pela realidade inteligível 40 Nesse estágio, o homem percebe a relação dos objetos sensíveis com a realidade inteligível, sem que, no entanto, saiba que esta realidade inteligível é a mais verdadeira, conhecimento que só será atingido no quarto estágio. Nesse último estágio, o prisioneiro (que já saiu da caverna) vê que os objetos inteligíveis são a causa dos objetos sensíveis e que a externalidade dos sentidos somente existe como ideia ou forma. Nesse momento, segundo o autor, o homem descobre que a dimensão do real é puramente inteligível. Para relacionar a ideia como determinação e a ideia como verdadeiro objeto, Platão se utiliza da imagem do Sol. Roberto Vasconcelos Novaes afirma, então, que o Sol, na Alegoria da Caverna, é a razão universalmente considerada, que possibilita a unificação do sensível e do inteligível. A razão é que traz unidade à experiência do prisioneiro: Agora, a cisão entre o sensível e o inteligível mostra-se como aparente, já que cada ente é enquanto ente ideal, ou seja, o ente é o que é pensado, e o real, o pensável 41 Para o autor, o processo narrado na Alegoria da Caverna é o caminho do homem em busca da sua racionalidade, mas o sentido dessa busca só é descoberto se lhe permitir projetar seus destinos e seu futuro numa nova sociedade. É esse o sentido dado pelo autor ao processo de retorno do homem à caverna onde era prisioneiro e à tentativa deste em tentar libertar seus companheiros. Das leituras apresentadas acima, proveniente de autores de diferentes períodos e escolas de pensamento, podemos afirmar que as interpretações da Alegoria 40 Ibidem, pág Ibidem, pág. 259.

22 22 da Caverna apresentam essa passagem do pensamento platônico como um caminho para a descoberta da realidade do ser, mas um caminho que parte da irrealidade sensível da caverna para a realidade inteligível do Bem/Sol/Razão, indicando que a verdade está no final desse caminho. O retorno do prisioneiro à caverna não é um caminho de volta à experiência da caverna, mas o retorno de alguém que trará a Luz da razão (ou do Bem) àqueles que ainda estão entre as sombras da caverna. Châtelet aponta a apropriação do pensamento platônico, mormente a Alegoria da Caverna, por outros pensadores, que se utilizam da obra de Platão para fundamentar suas próprias filosofias. No entanto, Châtelet não apresenta outra interpretação de Platão que não a de um caminho para o conhecimento do Bem, que unificaria a diversidade das percepções sensíveis. O retorno do prisioneiro à caverna é apresentado como o ato de um missionário 42, que retorna para junto dos seus companheiros para iluminar-lhes o entendimento. Das leituras apresentadas, apenas Abbagnano interpreta o retorno à caverna como uma etapa final da educação do prisioneiro, que deverá reavaliar as coisas sob a nova luz do conhecimento que agora adquiriu. No entanto, permanece a noção de que o conhecimento e a possibilidade de conhecimento são externos à caverna. Seção II Hans Kelsen e a interpretação normativa da Alegoria da Caverna de Platão A leitura de uma parte dos juristas modernos sobre a obra de Platão, principalmente da República, apresentam Platão como uma espécie de precursor do positivismo jurídico, no sentido da busca de um pressuposto de validade absoluto para o direito. Em nossa concepção, a principal figura que representa essa corrente de pensamento é o jurista austríaco Hans Kelsen. Assim, traremos, aqui, a leitura que Hans Kelsen faz da Alegoria República de Platão. Hans Kelsen, sejamos ou não adeptos da sua corrente de pensamento jurídico, pode ser considerado como o paradigma do 42 NOVAES, Roberto Vasconcelos,.op. cit., pág. 261.

23 23 positivismo jurídico 43. Sua obra Teoria Pura do Direito 44 e sua teoria da norma fundamental, mesmo não sendo seguidas por todos os pensadores do Direito, constituem um dos marcos sobre os quais se baliza a discussão sobre o direito que se realiza desde meados do século XX. Não trataremos, aqui, da teoria da norma fundamental nem dos conceitos expostos por Kelsen em sua Teoria Pura do Direito, mas, apenas, da leitura que Kelsen faz da alegoria da caverna, tema da presente dissertação. Kelsen dá sua interpretação da alegoria da caverna, de Platão, na obra intitulada A ilusão da Justiça 45. Nessa obra, Kelsen dá um sentido normativo à teoria das ideias de Platão. Segundo Kelsen, na República, a ideia funciona essencialmente como modelo divino do verdadeiro Estado e de sua correta Constituição 46. O mundo das ideias platônico tratar-se-ia, assim, de um sistema de valores concebido visivelmente como uma ordem jurídica, como a ordem da justiça absoluta 47 Kelsen apresenta o mundo das ideias, termo também utilizado por outros pensadores e leitores de Platão 48, não como a reunião de modelos primordiais das coisas 49. Pela afirmação acima transcrita, a ideia, segundo o conceito que Kelsen extrai da República de Platão, possui um sentido normativo, fornecendo um modelo para o agir com justiça A teoria da norma fundamental como pressuposto jurídico leva ao positivismo jurídico, que não é senão o represamento da decisão, in MAMAN, Jeannette Antonios, Fenomenologia Existencial do Direito Crítica do Pensamento Jurídico Brasileiro, Edipro, São Paulo, 2000, pág KELSEN, Hans, Teoria Pura do Direito, 6ª ed., Martins Fontes, São Paulo, KELSEN, Hans, A Ilusão da Justiça, Martins Fontes, 3ª ed., São Paulo, Ibidem., pág Ibidem, pág ALVES, Alaôr Caffé, Lógica Pensamento Formal e Argumentação, 3ª ed., Quartier Latin, São Paulo, 2003, pág Como se a ideia fosse a essência atemporal e perfeita do que existe. 50 KELSEN, Hans, A Ilusão da Justiça, op. cit., pág. 423.

24 24 Para quem estudou a Teoria Pura do Direito e está familiarizado com o conceito de norma fundamental 51, percebe aqui o mesmo movimento de pensamento realizado naquela obra. Kelsen, ao dar um sentido normativo à alegoria da caverna em sua interpretação, transforma a obra platônica na norma fundamental de sua teoria jurídica. É esse modo de pensar que orienta a interpretação que Kelsen dá à alegoria da caverna de Platão. Para Kelsen, os prisioneiros da caverna platônica são comparados a homens de dependem da percepção das coisas terrenas pelos sentidos. Aquele que conseguir libertar-se e virar a cabeça poderá ver as coisas reais e não somente as sombras. Esse virar da cabeça do prisioneiro da caverna em direção às coisas reais representa a ascensão da percepção sensível ao pensamento puro. No pensamento puro é que está a possibilidade de se conhecer a ideia do Bem. Segundo a interpretação de Kelsen, o que importa para Platão é a justiça, e não a verdade. Quando o prisioneiro volta da caverna, é com as questões dos tribunais que ele vai lidar, segundo Kelsen, com a justiça. A doutrina das ideias seria, assim, relacionada à questão da justiça, e não da verdade. O que importaria ao Platão kelseniano seria a justiça, e não a verdade: O lugar da doutrina das ideias é no diálogo sobre a justiça, que é o verdadeiro sentido, o conteúdo essencial da ideia, o que unicamente, de fato, importa a Platão. Justiça, e não verdade 52 Ele explica sua afirmação citando o trecho da alegoria da caverna, na qual o prisioneiro da caverna retorna à caverna e aos outros prisioneiros 51 Como já notamos, a norma que representa o fundamento de validade de uma outra norma é, em face desta, uma norma superior. Mas a indagação do fundamento de validade de uma norma não pode, tal como a investigação da causa de um determinado efeito, perder-se no interminável. Tem de terminar numa norma que se pressupõe como a última e a mais elevada. Como norma mais elevada, ela tem de ser pressuposta, visto que não pode ser posta por uma autoridade, cuja competência teria de se fundar numa norma ainda mais elevada. A sua validade já não pode ser derivada de uma norma mais elevada, o fundamento de sua validade já não pode ser posto em questão. Uma tal norma, pressuposta como a mais elevada, será aqui designada como norma fundamental (Grundnorm) (itálicos no original). KELSEN, Hans, Teoria Pura do Direito, op. cit, pág KELSEN, Hans, A Ilusão da Justiça,op. cit., pág. 424.

25 25 E então? Achas estranho, continuei, que pareça desajeitado e ridículo quem passa da contemplação divina para as misérias humanas, enquanto está coma vista turva e não se habituou com a escuridão e se vê na contingência de discutir nos tribunais ou alhures a respeito das sombras da justiça ou das imagens dessas mesmas sombras, no empenho de refutar a opinião dos que nunca viram a justiça em si mesma? 53 Para Kelsen, a ideia, segundo a filosofia platônica expressada na Republica, refere-se apenas à ideia de coisas não perceptíveis pelos sentidos. A ideia, mais do que apenas um conceito, só pode ser apreendida pela razão pura. Para Kelsen, não há qualquer relação entre a ideia do Bem e a ideia de um cavalo ou de uma mesa. Platão trataria, apenas, do que Kelsen denomina de ideias éticas, tais como o Bem, a Justiça, a Beleza. Interessou-nos trazer para o plano da presente dissertação a interpretação kelseniana da alegoria da caverna devido ao fato de apresentar o pensamento de um jurista sobre o trecho da obra platônica que ora serve de tema para nossa pesquisa. Encontramos, no trecho da obra kelseniana que acabamos de apresentar, um jurista que funda seu pensamento em Platão. Embora o tema necessite de mais aprofundamento para podermos tirar conclusões mais consistentes, podemos preliminarmente afirmar que o conceito de norma fundamental encontra uma de suas fundamentações na Alegoria da Caverna de Platão e que Kelsen busca fundamentar sua teoria na filosofia platônica, não nela toda, que tal afirmação demandaria pesquisa mais extensa, mas pelo menos no trecho da República que ora estamos analisando. 53 PLATÃO, A República (ou: sobre a Justiça. Gênero Político), op. cit., pág. 323.

26 Capítulo III A Metafísica em Heidegger 26

27 27 Seção I O que é Metafísica Por que há simplesmente o ente e não antes o nada? 54 Por que existe afinal ente e não antes Nada? 55 Embora essa pesquisa não questione diretamente a metafísica, está é tratada em certas partes do pensamento heideggeriano. Assim, nos propomos a apresentar um pensamento de Heidegger sobre o tema, de forma a contextualizar o que se falará nessa pesquisa sobre a metafísica. A obra de Heidegger rompe com a metafísica tradicional, rompimento este que se inicia já nos primórdios da investigação heideggeriana. Heidegger pensa a metafísica na abertura do ser, abertura que só se torna possível através do questionamento sobre o nada. Para Heidegger, toda questão metafísica problematiza e questiona aquele que interroga. Mais ainda, toda questão metafísica abarca toda a metafísica. Isso já indica o início do rompimento de Heidegger com a metafísica tradicional e, consequentemente, com toda a filosofia ocidental, que teve seu relacionamento com a verdade modificada quando da modificação da essência da verdade elaborada no seio da filosofia platônica. O questionamento sobre a metafísica deve pensar metafisicamente e, ao mesmo tempo, além da metafísica, uma vez que este interrogar questiona os próprios fundamentos da metafísica. Quando Platão, em sua Alegoria da Caverna, transporta a essência da verdade para a ideia e, por corolário, para o intelecto, essa transformação termina por criar um abismo entre aquele que questiona e aquilo que é questionado, pois retira a verdade de sua morada, que é o ser do ente, e a instala no intelecto de um ente entre outros entes, o homem, que como ente entre outros entes não guardava, até então, nenhum privilégio sobre os outros entes. A separação entre o ente e a ideia que se tem dele, dando-se proeminência desta sobre aquele, termina por separar o pensador e o pensado, como se cada um existisse numa separação absoluta. 54 Heidegger, Martin, Introdução à Metafísica, 2ª ed., Biblioteca Tempo Universitário, Edições Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1969, pág Heidegger, Martin, O que é metafísica?, Livraria Duas Cidades, São Paulo, 1969, pág. 44.

28 28 Mais ainda, a verdade, vindo de fora do ente, o precede, pois deve ser conhecida antes do questionamento sobre o ente. Se a ideia já tem que estar no intelecto para que se possa apreciar a adequação do ente à ideia, a ideia, e, portanto, a essência da verdade do ente, já estão pressupostos, precedendo o ente. A verdade, portanto, não só está fora do ente como o precede. Essa separação opera também para o Dasein. Sendo a ideia a essência da verdade, a proeminência é dada a ela e, por conseguinte, àquele que a pensa. Isso transformaria em realidade a tese de Platão: dado que a ideia e o pensamento são o mais importante (o pensamento aqui figurando por ser o intelecto a morada da ideia), fica estabelecida também a importância dos filósofos e o direito dos mesmos de governar a sociedade. Há os que pensam filósofos e que devem governar, e há os governados, para quem o pensar não está na categoria de uma philia. Podemos apreciar o fato de que o governo e a política tenham sido preocupação constante em Platão. Todavia, a operação feita na modificação da essência da verdade colocou a filosofia ocidental em um caminho que se distanciou do ser do ente e propiciou um certo tipo de instrução, idealista. A história ocidental não viu governos de filósofos, mas viu o homem ocupar o centro da totalidade dos entes e o intelecto humano tornar-se a medida da verdade. No entanto, na elaboração platônica da Alegoria da Caverna a verdade como desocultação estava lá presente. Cada passagem de plano dentro da Alegoria da Caverna evidenciava a verdade como desocultação, aletheia. A aletheia estava presente até na saída da caverna para o sol. Cabe dizer aqui que ocultos estavam tanto o Dasein quanto os demais entes dentro e fora da caverna. Por isso Heidegger pode falar que todo questionamento metafísico questiona o questionado e quem questiona, pois a desocultação opera para ambos. E isso já está em Platão. Interpretar Platão a partir de sua obra permitiu a Heidegger evidenciar que o distanciamento do ser apenas se deu a partir de Platão porque a filosofia que foi elaborada a partir de sua obra não levou em conta a modificação na essência da verdade que foi ali operada, tanto quanto não pôde perceber que a verdade como desocultação também estava presente na obra platônica. Heidegger re-unifica ser e pensar em sua investigação sobre o ser. Ser e pensar são o mesmo, e a situação existencial daquele que interroga é que orienta o desenvolvimento da interrogação metafísica. Ao re-unificar ser e pensar, Heidegger

29 29 supera a metafísica tradicional, que a partir de Platão operou sistematicamente a separação entre ser e pensar, dentro de uma doutrina idealista que privilegiou o homem como o ente mais importante e o intelecto humano como a morada da verdade. Seção II - A questão do Nada Em O que é metafísica Heidegger questiona o nada. Mas porque o nada deve ser questionado? E qual a importância desse questionamento para a elaboração de uma crítica à filosofia e, mais propriamente, à metafísica ocidental tradicional? A ciência é um fazer humano, comportamento humano livremente escolhido e que se refere sempre ao mundo. A ciência permitiria ao ente manifestar-se a partir de si próprio, dando ao ente a última palavra 56. A ciência quer saber apenas do ente, e mais nada. A ciência faz referência ao ente, abandonando o questionamento sobre este nada, rejeitando-o. Heidegger, porém, questiona o nada como essencial na pesquisa sobre a verdade do ser. O nada é o que permite uma abertura originária para o pensamento que pensa o ser junto ao ente, e não fora, alem do ente. A ciência, embora rejeitando o nada, dele se serve para expressar sua essência. O pensamento, que sempre é pensamento de alguma coisa, quando pensa o nada agiria contra sua própria essência. A ciência trata dos entes, daquilo que é, e o nada não é... nada. No entanto, interroga-se o que é o nada, respondendo-se, comumente, que o nada não é nada. Mas, no entanto, o questionar sobre o nada já supõe o nada como algo como um ente. Para Heidegger, a negação, que seria a essência do nada, não é o mais originário, tendo o nada essa posição originária. Se o nada deve ser questionado, e depois de questionado definido por uma negação, o nada deverá estar primeiramente dado. Não há um buscar sem uma antecipação do que se busca. Assim, a negação é que provém do nada. Sem o nada não haveria negação. A negação não pode produzir por si mesma o não, pois ela só pode negar o que lhe foi dado previamente para ser negado 57. O não da negação tem origem no nadificar do nada, o que fundamenta a originariedade do nada com relação à negação. O nada, no entanto, é, no mais das vezes, dissimulado 56 Heidegger, Martin, O que é metafísica, op. cit., pág Ibidem, pág. 37.

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