Kant e o Princípio Supremo da Moralidade

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1 Kant e o Princípio Supremo da Moralidade ÉTICA II Hélio Lima

2 LEITE, Flamarion T. 10 Lições sobre Kant. Petrópolis: Vozes, 2013

3 O Sistema kantiano

4 Estética Transcendental Experiência Lógica Transcendental Conhecimento Dialética Transcendental Pensamento Arquitetônica da Razão Razão Faculdade dos Princípios (Raciocínios, idéias transcendentais) Idéias Reguladoras Homem Deus Mundo Entendimento Faculdade das Regras/Conceitos (Síntese intelectual) Qualidade Categorias Relação (conceitos puros) Quantidade Modalidade Sensibilidade Faculdade da Intuição Intuição Pura (sensível) formas a priori Espaço / Tempo (externo) (interno) Fenômeno: o que se nos apresenta na intuição, tal como nos aparece enquanto diversidade sensível empírica - a posteriori [SCHEIN ERSCHEINUNG - aparência: ilusão fenômeno] N ú m e n o: coisa em si

5 ... eu exijo, para que a Crítica de uma razão pura prática possa ser completa, que se possa demonstrar simultaneamente a unidade da razão prática e da razão especulativa num princípio comum; pois que, em última instância, só pode haver uma só e a mesma razão, e só na aplicação desta há lugar para distinções. (Fundamentação)

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7 O que determina que uma ação é moral? Se a ética é um sistema de regras absolutas, aonde estão essas regras? Na natureza, harmonia? Na religião, Deus? Num ser absoluto? Donde provém o valor moral de uma ação praticada? De móveis exteriores à razão? Dos sentidos? Das intenções com que são praticadas? Pode haver exceção na obrigação moral ou as leis morais são absolutas? As regras morais são leis que a razão estabelece para todos os seres racionais ou há exceções?

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9 O espetáculo de uma ordem moral foi gravado na imaginação da civilização Alfred North Whitehead

10 Fundamentação da Metafísica dos Costumes Prefácio A velha filosofia grega dividia-se em três ciências: a Física, a Ética e a Lógica. Qual o princípio regente de cada uma delas? Todo conhecimento racional é: ou material e considera qualquer objeto, ou formal e ocupa-se da forma do entendimento - Formal: Lógica - Material:?

11 Fundamentação da Metafísica dos Costumes... A material, porém, que se ocupa de determinados objetos e das leis a que eles estão submetidos, é por sua vez dupla, pois que estas leis ou são leis da natureza ou leis da liberdade. A ciência da primeira chama-se Física, a da outra é a Ética; aquela chama-se também Teoria da Natureza, esta, Teoria dos Costumes. - Natureza:... leis segundo as quais tudo acontece, - Costumes:... leis segundo as quais tudo deve acontecer

12 ... uma Metafísica dos Costumes, que deveria ser cuidadosamente depurada de todos os elementos empíricos, para se chegar a saber de quanto é capaz a razão pura e de que fontes ela própria tira o seu ensino a priori. (Fundamentação) O problema que aqui levanto é simplesmente o de saber até onde posso esperar alcançar com a razão, se me for retirada toda a matéria e todo o concurso da experiência. (CRP. A XIV)

13 Rousseau e a ideia da perfectibilidade Não é, pois, tanto o entendimento que estabelece entre os animais a distinção específica do homem como sua qualidade de agente livre. A natureza manda em todo animal, e a besta obedece... O homem experimenta a mesma impressão, mas se reconhece livre de aquiescer ou de resistir; e é sobretudo na consciência dessa liberdade que se mostra a espiritualidade de sua alma;... Mas, quando as dificuldades que envolvem todas essas questões deixassem algum motivo de discutir sobre essa diferença do homem e do animal, há uma outra qualidade muito específica que os distingue, sobre a qual não pode haver contestação: é a faculdade de se aperfeiçoar, a qual, com o auxílio das circunstâncias, desenvolve sucessivamente todas as outras e reside, entre nós, tanto na espécie como no indivíduo, ao passo que um animal é, no fim de alguns meses, o que será toda a vida, e sua espécie, ao cabo de mil anos, o que era no primeiro desses mil anos. Por que só o homem está sujeito a se tornar imbecil? - Rousseau. Sobre a origem da desigualdade

14 Toda gente tem de confessar que uma lei que tenha de valer moralmente, isto é como fundamento numa obrigação, tem que ter em si um valor absoluto A lei moral não pode ser afetada pelas inclinações, ou por quaisquer móbilis empíricos

15 Uma Metafísica dos costumes é, pois, rigorosamente necessária, não só por motivo de ordem especulativa, para investigar a origem dos princípios práticos que residem a priori na nossa razão, mas também porque os próprios costumes ficam sujeitos a toda a espécie de perversões, enquanto lhes faltar aquele fio condutor e norma suprema do seu exato julgamento. Com efeito, para que uma ação seja moralmente boa, não basta que seja conforme com a lei moral; é preciso, além disso, que seja praticada por causa da mesma lei moral; caso contrário, aquela conformidade será apenas muito contingente e muito incerta, porque o princípio imoral produzirá na verdade de vez em quando ações conformes com à lei moral, mas mais vezes ainda ações contrárias a essa lei.

16 A Metafísica dos Costumes deve investigar a ideia e os princípios duma possível vontade pura, e não as ações e condições do querer humano em geral, as quais são tiradas na maior parte da Psicologia A presente Fundamentação nada mais é, porém, do que a busca e fixação do princípio supremo da moralidade.

17 Immanuel Kant Fundamentação da metafísica dos costumes Resumo Ética II Hélio Lima

18 Fundamentação: estrutura da obra 1) Primeira seção: Passagem do conhecimento racional comum da moralidade ao conhecimento filosófico. 2) Segunda seção: Passagem da filosofia moral popular à Metafísica dos Costumes. 3) Terceira seção: Último passo da Metafísica dos costumes à Crítica da razão pura prática.

19 Fundamentação da metafísica dos costumes Objetivo:... busca e fixação do princípio supremo da moralidade (106)

20 Primeira Seção Transição do conhecimento moral da razão vulgar para o conhecimento filosófico 1) Boa vontade e dever: - Não será uma nova moral, mas como o princípio supremo da moralidade se apresenta à consciência. - Inteligência, coragem, felicidade não são bens em si, e podem até corromper, se não estiverem ao serviço da boa vontade. - O que torna uma vontade boa? Tão-somente o querer - Qual o conteúdo da vontade que seria boa em si mesma? (112)

21 2) Dever: este contém em si a boa vontade: agir por dever - Para ter verdadeiro valor moral não basta que a ação seja conforme o dever: deve ser executada por dever. O valor moral de uma ação não reside, portanto, i. no efeito que dela se espera; ii. também não reside em qualquer princípio da ação que precise pedir o seu móbil a este efeito esperado. (115)

22 É a representação da lei em si mesma que determina a vontade, que constitui o bem excelente que chamamos moral Lei universal: agir com prudência pode ser bom para mim, mas posso erigir essa ação como máxima? Se a mentira fosse erigida como regra, a máxima se destruiria a si mesma. A inteligência comum dá mostras do princípio supremo da moralidade, da boa conduta. Cabe á filosofia fundamentá-lo para evitar o erro sofista.

23 Segunda seção Transição da filosofia moral para a metafísica dos costumes 1) Dever i) embora derivado da ação comum, não é um conceito empírico, pois a experiência não apresenta nenhum exemplo indubitável de ação cumprida por dever: Quando se trata de ação moral, o que importa não são as ações exteriores que se veem, mas os princípios internos da ação, que não se veem ii) A experiência não pode conferir-lhe universalidade e necessidade. Dignidade do dever: ser uma ideia da razão

24 A moral não pode e não deve se apoiar na antropologia, no estudo psicológico dos costumes e do caráter do homem, mas numa metafísica => no estudo a priori das condições da moralidade. Todas as coisas da natureza opera segundo leis. Só um ser racional tem a capacidade de agir segundo a representação das leis, isto é, segundo princípios: só ele tem vontade

25 2) Vontade: faculdade de agir segundo certas regras. Regras são máximas - a vontade está sujeita a condições subjetivas - Razão Conflito na determinação da vontade - Sensibilidade

26 LIBERDADE Determinação da vontade autonomia X heteronomia MORALIDADE Móvel-Intenção RAZÃO Imperativos dever X Inclinação categóricos X hipotéticos AUTONOMIA DA VONTADE princípio supremo da moralidade

27 3) Imperativos: obrigar/constranger a vontade Hipotéticos necessário para certos fins Categóricos incondicional; não subordinado a um fim; sintético: vontade e a lei

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