IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari"

Transcrição

1 IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 20 Se tomarmos o pensar na sua representação mais próxima, aparece, α) antes de mais, no seu significado ordinário, subjetivo, como uma das atividades ou faculdades espirituais ao lado de outras, da sensibilidade, da intuição, da fantasia, etc., do desejo, do querer, etc. O produto desta atividade, a especificação ou forma do pensamento, é o universal, o abstrato em geral. [ ] [ ] o Pensar é o universal em todas as representações, lembranças, e em geral em toda a atividade espiritual, em todo o querer, desejar etc. Tudo isso são somente especificações ulteriores do Pensar. O Pensar constitui assim a substância das coisas exteriores, é também a universal substância do espiritual. 20 [ ] O pensar, representado como sujeito, é o pensante, e a simples expressão do sujeito que existe como pensante é o Eu. [ ] O homem é pensamento e é [um] universal; porém só é pensante enquanto o universal é para ele. [ ] só o homem se duplica de modo a ser o universal para o universal. Isso é o caso, antes de tudo, quando o homem se sabe como Eu. [ ] O Eu é puro ser-para-si [ ] o Eu é o Pensar enquanto pensante. O que tenho em minha consciência, isso é para mim. [ ] O Eu é o universal [ ] não é a universalidade simplesmente abstrata, mas a universalidade que a tudo contém. [ ] No Eu temos presente o pensamento completamente puro. [ ] em tudo está o Eu, ou em tudo está o Pensar. Pensando, o homem sempre está, mesmo quando apenas intui; se considera uma coisa qualquer, considera-a sempre como algo 1 HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Epítome Volume I e II, Lisboa: Edições 70, 1988 e 1992, e adendos (indicados pela letra z ) da Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio (1930), São Paulo: Loyola, Podem haver modificações nos textos citados. 1

2 universal; se fixa um singular, ele o faz realçar; se assim afasta sua atenção doutra coisa, toma-a como algo abstrato e universal, ainda que só formalmente universal. 20z [ ] o Eu é o pensar como sujeito [ ] Eu estou ao mesmo tempo em todas as minhas sensações, representações, estados etc. [ ] 20z [ ] O Eu é o universal em si e para si [ ] 412z O universal, referindo-se a si mesmo, não existe em lugar alguma fora do Eu. 413z [ ] o Eu deve ser compreendido como o universal individualmente determinado. [Cada um de nós é um Eu.] 413 [ ] o Eu, é, ele mesmo, e pervade o objeto como objeto suprassumido (aufgehobenes) em si; é um dos lados da relação, e é a relação toda; a luz que se manifesta a si mesma e manifesta outra coisa. 412 [ ] O ser-para-si da universalidade livre é o acordar mais alto da alma para o Eu, da universalidade abstrata enquanto ela é para a universalidade abstrata, a qual é assim Pensar e sujeito para si e, claro está, de um modo determinado, sujeito do seu juízo, em que ele exclui de si a totalidade natural das suas determinações, como um objeto, um mundo que lhe é exterior, e se refere a este de modo que nele é imediatamente refletido em si eis a consciência. 416 O fito do Espírito enquanto Consciência é tornar idêntica à sua essência esta sua aparição/fenômeno, e levar a certeza de si mesmo à verdade. [ ] 417 Os graus da elevação da certeza [de si da consciência] à Verdade são os seguintes. O Espírito é: a. Consciência em geral, a qual tem um objeto como objeto; 2

3 b. Autoconsciência, para a qual o Eu é o objeto; c. Unidade da Consciência e da Autoconsciência, de modo que o Espírito contempla o conteúdo do objeto como a si mesmo e a si mesmo como determinado em si e para si - eis a Razão, o Conceito do Espírito. 420 A consciência, que foi além da sensibilidade, quer tomar o objeto na sua verdade, não como simplesmente imediato, mas como mediado, refletido em si e universal. O objeto é, pois, uma união de determinações sensíveis e de determinações de pensamento ampliadas, referidas a relações e nexos concretos. A identidade da consciência com o objeto já não é, deste modo, a abstrata da certeza, mas a determinada: um saber. 423 [ ]; o Eu, enquanto judicativo, tem um objeto que dele não é distinto: tem-se a si mesmo eis a autoconsciência. b. A Autoconsciência 424 A verdade da consciência é a autoconsciência, e esta é o fundamento daquela, pelo que, na existência, toda a consciência de um outro objeto é Autoconsciência; eu sei o objeto como meu (é representação minha), por isso, nele sei de mim mesmo. [ ] 430 É uma autoconsciência para a autoconsciência, ante de mais, imediatamente como um outro para outro. Contemplo-me nele como Eu, imediatamente, a mim mesmo; mas contemplo também aí um objeto que é imediatamente existente e, como Eu, é absolutamente outro e independente, perante mim. [ ] 436 A autoconsciência universal é o saber afirmativo de si mesmo num outro si mesmo; cada um deles, enquanto individualidade livre, tem independência absoluto, mas, por força da negação da sua imediatidade ou apetite, não se distingue do outro, é universal e objetivo, e tem objetividade real como reciprocidade; pelo que se sabe reconhecido pelo outro livre, porquanto reconhece o outro e sabe que ele é livre

4 A unidade da consciência e da autoconsciência contém, antes de mais, os indivíduos como aparentes uns nos outros. [ ] A sua verdade é, por conseguinte, a universalidade e a objetividade que é em si e para si da autoconsciência eis a Razão. 438 A verdade em si e para si [ ] constituí a Razão [ ] A universalidade da Razão tem, pois, o significado do objeto somente dado na consciência como tal, mas que agora também é universal e compenetra e abraça o Eu; e tem igualmente o do puro Eu, da forma pura que ultrapassa o objeto e o engloba em si. 439 A autoconsciência, ou seja, a certeza de que as suas determinações são tanto objetais, determinações da essência das coisas, quanto seus pensamentos próprios, é a Razão; enquanto tal identidade, a Razão é não só a Substância Absoluta, mas a Verdade como Saber. Com efeito, a Verdade tem aqui por determinidade peculiar, por forma imanente, o Conceito puro que existe para si, o Eu, a certeza de si mesmo como universalidade infinita. - Esta verdade ciente é o Espírito. [Essa é a definição de Espírito para Hegel] 5 [1817] A Filosofia então é apresentada aqui como sendo o conhecimento da Razão e isso enquanto a Razão é consciente dela mesmo como de todo o Ser. 413z [ ] o Ser é idêntico ao Pensar, pois este retorna de toda a mediação à imediatez, de toda a sua autodirefenciação à unidade imperturbável consigo mesmo. [ ] a Razão é a alma do mundo, nele habita, é seu imanente, sua mais própria e mais íntima natureza, seu universo. 4

5 IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari APÊNDICE 1 SOBRE O UNIVERSAL 21z [ ] Mostra-nos a natureza uma infinta multidão de figuras e fenômenos singulares. Precisamos de levar a unidade a essa multiplicidade vária: por isso nós comparamos e buscamos conhecer o universal em cada coisa. Os indivíduos nascem e perecem: o gênero [que é um universal] é neles o permanente, o recorrente em tudo, e só à reflexão se faz presente. Disso [, dos universais,] fazem parte também as leis, como por exemplo as leis do movimento dos corpos celestes. Vemos os astros hoje aqui e amanhã ali; essa desordem é para o espírito algo inconveniente, em que não confia, pois tem fé em uma ordem, em uma determinação simples, constante e universal. Nessa fé, voltou sua reflexão para os fenômenos e conheceu as suas leis, fixou de uma maneira universal o movimento dos corpos celestes, de forma que a partir dessa lei toda a mudança de lugar se deixa determinar e conhecer. O mesmo ocorre com as potências que regem o agir humano em sua variedade infinta. Também aqui o homem tem a fé em um universal que impera. [ ] Ao determinar desse modo o universal, encontramos que ele forma o contrário de um outro, e que esse outro é simplesmente imediato, exterior, e singular em face do mediatizado, interior e universal. Esse universal não existe externamente enquanto universal: o gênero como tal não se deixa perceber: as leis do movimento dos corpos celestes não estão escritas no céu. O universal, pois, não se ouve nem se vê; mas é somente para [a consciência e para] o espírito. A religião nos conduz a um universal que nele abarca todo o resto; a um absoluto, pelo qual tudo o mais é produzido; e esse absoluto não é para os sentidos, mas só para o espírito e o pensamento. [ ] O sensível é um singular e evanescente o que nele permanece, aprendemos a conhecer por meio da reflexão. [ ] De todos esses exemplos é mister concluir como a reflexão está sempre à busca do firme, do permanente, do determinado-dentro-de-si, e do que rege o particular. Esse universal não se pode captar com os sentidos, e vale como o essencial e o verdadeiro. Assim, por exemplo, os deveres e direitos são o essencial das ações, cuja verdade consiste em serem conformes àquelas determinações universais. 5

6 APÊNDICE 2 SOBRE A LIBERDADE 20 (continuação) O Pensar como atividade é, pois, o universal ativo e, sem dúvida, o que se faz a si, já que o [seu] ato, [que também é] o [seu] produto, é justamente o universal. 21 β) Tomando-se o pensar como ativo em relação aos objetos como o repensar algo, o universal, enquanto produto da sua atividade, contém o valor da coisa, o essencial, o intrínseco, o verdadeiro. 22 γ) Pela reflexão, algo muda no modo como o conteúdo está, de inicio, na sensação, na intuição e representação; por isso, só mediante uma mudança é que a verdadeira natureza do objeto vem à consciência. 23 δ) Uma vez que na reflexão se obtém a verdadeira natureza, e este Pensar é atividade minha, então a verdadeira natureza é igualmente o produto do meu espírito e, claro está, enquanto sujeito pensante, de mim segundo a minha simples universalidade, enquanto Eu que pura e simplesmente está em si - ou da minha liberdade. pois a Liberdade é justamente isto: estar junto de si mesmo no seu outro; depender de si, ser o determinante de si mesmo. [ ] Ao pensar, eu renuncio à minha particularidade subjetiva, aprofundo-me na Coisa, deixo o Pensar atuando por si mesmo; e eu penso mal, quando acrescento algo meu.[ ] [ ] A maneira mais perfeita de conhecer está na pura forma do Pensar. O homem aqui se comporta de uma maneira totalmente livre. Que a forma do Pensar é a forma Absoluto e que a verdade nela aparece tal como é em si e para si, é essa a afirmação da filosofia em geral [ ] 6

IDEALISMO ESPECULATIVO, FELICIDADE E ESPÍRITO LIVRE CURSO DE EXTENSÃO 24/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari

IDEALISMO ESPECULATIVO, FELICIDADE E ESPÍRITO LIVRE CURSO DE EXTENSÃO 24/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari IDEALISMO ESPECULATIVO, FELICIDADE E ESPÍRITO LIVRE CURSO DE EXTENSÃO 24/10/2011 - Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 PSICOLOGIA: O ESPÍRITO 440 ( ) O Espírito começa, pois, só a partir do seu

Leia mais

IDEALISMO ESPECULATIVO E ESPÍRITO ABSOLUTO ARTE, RELIGIÃO E FILOSOFIA CURSO DE EXTENSÃO 24/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1

IDEALISMO ESPECULATIVO E ESPÍRITO ABSOLUTO ARTE, RELIGIÃO E FILOSOFIA CURSO DE EXTENSÃO 24/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 IDEALISMO ESPECULATIVO E ESPÍRITO ABSOLUTO ARTE, RELIGIÃO E FILOSOFIA CURSO DE EXTENSÃO 24/10/2011 - Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 535 O Estado é a substância ética autoconsciente - a unificação

Leia mais

Roteiro de leitura da Percepção da Fenomenologia do Espírito

Roteiro de leitura da Percepção da Fenomenologia do Espírito Roteiro de leitura da Percepção da Fenomenologia do Espírito Introdução 1-6: Introdução Primeira experiência 7: Primeira experiência; 8: Comentário acerca desta primeira experiência. Segunda experiência

Leia mais

A filosofia da história hegeliana e a trindade cristã

A filosofia da história hegeliana e a trindade cristã A filosofia da história hegeliana e a trindade cristã Resumo: Lincoln Menezes de França 1 A razão, segundo Hegel, rege o mundo. Essa razão, ao mesmo tempo em que caracteriza o homem enquanto tal, em suas

Leia mais

I. A Certeza Sensível (Die sinnliche Gewissheit) ou: o Isto ou o Opinar (Das Diese und das Meinen)

I. A Certeza Sensível (Die sinnliche Gewissheit) ou: o Isto ou o Opinar (Das Diese und das Meinen) I. A Certeza Sensível (Die sinnliche Gewissheit) ou: o Isto ou o Opinar (Das Diese und das Meinen) [ Primeiro capítulo da secção sobre a Consciência (Bewusstsein)] A tradução de J. Hyppolite faz as seguintes

Leia mais

Preocupações do pensamento. kantiano

Preocupações do pensamento. kantiano Kant Preocupações do pensamento Correntes filosóficas Racionalismo cartesiano Empirismo humeano kantiano Como é possível conhecer? Crítica da Razão Pura Como o Homem deve agir? Problema ético Crítica da

Leia mais

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura Adriano Bueno Kurle 1 1.Introdução A questão a tratar aqui é a do conceito de eu na filosofia teórica de Kant, mais especificamente na Crítica da

Leia mais

D O S S I Ê HISTÓRIA E FILOSOFIA DA HISTÓRIA EM HEGEL. Jadir Antunes

D O S S I Ê HISTÓRIA E FILOSOFIA DA HISTÓRIA EM HEGEL. Jadir Antunes D O S S I Ê ESTUDOS FILOSÓFICOS HISTÓRIA E FILOSOFIA DA HISTÓRIA EM HEGEL Jadir Antunes A filosofia da história não é outra coisa que a consideração pensante da história. Georg W. F. Hegel Georg W.F. Hegel

Leia mais

Textos de referência: Prefácio à Fenomenologia do Espírito, de G.W.F. Hegel.

Textos de referência: Prefácio à Fenomenologia do Espírito, de G.W.F. Hegel. Textos de referência: Prefácio à Fenomenologia do Espírito, de G.W.F. Hegel. Totalidade e conceito A emergência do conceito de saber absoluto, ou de ciência em geral, é apresentada por Hegel na sua ciência

Leia mais

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA PROFESSOR: REINALDO SOUZA

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA PROFESSOR: REINALDO SOUZA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA PROFESSOR: REINALDO SOUZA Nada de grande se realizou no mundo sem paixão. G. W. F. HEGEL (1770-1831) Século XIX Revolução Industrial (meados do século XVIII) Capitalismo; Inovações

Leia mais

TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant ( )

TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant ( ) TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant (1724-1804) Obras de destaque da Filosofia Kantiana Epistemologia - Crítica da Razão Pura (1781) Prolegômenos e a toda a Metafísica Futura (1783) Ética - Crítica da

Leia mais

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 2 A EPISTEMOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO Ramo da filosofia que estuda a natureza do conhecimento. Como podemos conhecer

Leia mais

O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura

O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura Jean Carlos Demboski * A questão moral em Immanuel Kant é referência para compreender as mudanças ocorridas

Leia mais

A. Independência e dependência da consciência de si: dominação e escravidão

A. Independência e dependência da consciência de si: dominação e escravidão A. Independência e dependência da consciência de si: dominação e escravidão [Primeira secção do capítulo IV A verdade da certeza de si mesmo] As etapas do itinerário fenomenológico: 1. CONSCIÊNCIA (em

Leia mais

1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor).

1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor). Exercícios sobre Hegel e a dialética EXERCÍCIOS 1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor). b) é incapaz de explicar

Leia mais

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o A busca da verdade Os filósofos pré-socráticos investigavam a natureza, sua origem de maneira racional. Para eles, o princípio é teórico, fundamento de todas as coisas. Destaca-se Heráclito e Parmênides.

Leia mais

O CONCEITO DE BELO EM GERAL NA ESTÉTICA DE HEGEL: CONCEITO, IDÉIA E VERDADE

O CONCEITO DE BELO EM GERAL NA ESTÉTICA DE HEGEL: CONCEITO, IDÉIA E VERDADE O CONCEITO DE BELO EM GERAL NA ESTÉTICA DE HEGEL: CONCEITO, IDÉIA E VERDADE Guilherme Pires Ferreira (Mestrando em Filosofia - UFMG) Resumo: Hegel, na contracorrente das teorias modernas da estética do

Leia mais

Dever-ser e ser-necessário em Hegel

Dever-ser e ser-necessário em Hegel Dever-ser e ser-necessário em Hegel Michele Borges Heldt* Resumo: Na dialética hegeliana, a necessidade se faz presente desde os primeiros movimentos da consciência, porque ao procurar conhecer o objeto,

Leia mais

O PSEUDOPROBLEMA DO IDEALISMO SUBJETIVO E OBJETIVO EM HEGEL

O PSEUDOPROBLEMA DO IDEALISMO SUBJETIVO E OBJETIVO EM HEGEL O PSEUDOPROBLEMA DO IDEALISMO SUBJETIVO E OBJETIVO EM HEGEL THE PSEUDOPROBLEM OF SUBJECTIVE AND OBJECTIVE IDEALISM IN HEGEL Michele Borges Heldt 1 RESUMO: O presente artigo tem como objetivo principal

Leia mais

ADILSON XAVIER DA SILVA *

ADILSON XAVIER DA SILVA * Recebido em mar. 2008 Aprovado em jun. 2008 A PASSAGE DA CONSCIÊNCIA A CONSCIÊNCIA-DE-SI NA FENOENOOGIA DO ESPÍRITO ADISON XAVIER DA SIVA * RESUO O artigo tem como objetivo descrever o itinerário da consciência

Leia mais

ROMANTISMO E IDEALISMO (Século XIX)

ROMANTISMO E IDEALISMO (Século XIX) ROMANTISMO E IDEALISMO O Idealismo alemão sofreu forte influência, na sua fase inicial, do Romantismo, movimento cultural que se manifestou na Arte, na Literatura e na Filosofia. No seu ponto culminante,

Leia mais

e a intencionalidade da consciência na Fenomenologia

e a intencionalidade da consciência na Fenomenologia Consciência transcendental e a intencionalidade da consciência na Fenomenologia do Direito André R. C. Fontes* A noção de consciência na Filosofia emerge nas obras contemporâneas e sofre limites internos

Leia mais

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade Kant e o Princípio Supremo da Moralidade ÉTICA II - 2017 16.03.2018 Hélio Lima LEITE, Flamarion T. 10 Lições sobre Kant. Petrópolis: Vozes, 2013 O Sistema kantiano Estética Transcendental Experiência Lógica

Leia mais

Introdução ao pensamento de Marx 1

Introdução ao pensamento de Marx 1 Introdução ao pensamento de Marx 1 I. Nenhum pensador teve mais influência que Marx, e nenhum foi tão mal compreendido. Ele é um filósofo desconhecido. Muitos motivos fizeram com que seu pensamento filosófico

Leia mais

AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS DO SER SOCIAL

AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS DO SER SOCIAL AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS DO SER SOCIAL BASTOS, Rachel Benta Messias Faculdade de Educação rachelbenta@hotmail.com Os seres humanos produzem ações para garantir a produção e a reprodução da vida. A ação

Leia mais

O sistema filosófico criado por Hegel (1770 a 1831), o hegelianismo, é tributário, de modo especial, da filosofia grega, do racionalismo cartesiano e

O sistema filosófico criado por Hegel (1770 a 1831), o hegelianismo, é tributário, de modo especial, da filosofia grega, do racionalismo cartesiano e HEGEL O sistema filosófico criado por Hegel (1770 a 1831), o hegelianismo, é tributário, de modo especial, da filosofia grega, do racionalismo cartesiano e do idealismo alemão, do qual representa o desfecho

Leia mais

Descartes. Colégio Anglo de Sete Lagoas - Professor: Ronaldo - (31)

Descartes. Colégio Anglo de Sete Lagoas - Professor: Ronaldo - (31) Descartes René Descartes ou Cartesius (1596-1650) Naceu em La Haye, França Estudou no colégio jesuíta de La Flèche Ingressa na carreira militar Estabeleceu contato com Blayse Pascal Pai da filosofia moderna

Leia mais

Quais são as quatro perguntas?

Quais são as quatro perguntas? Quais são as quatro perguntas? O que é? Ao que se refere? Como é? Como se refere? Por que é? Por que deste e não de outro modo? Para que é? Em que ajuda e em que implica? Das respostas às perguntas O quê

Leia mais

Da certeza sensível à percepção na Fenomenologia do Espírito de Hegel

Da certeza sensível à percepção na Fenomenologia do Espírito de Hegel Da certeza sensível à percepção na Fenomenologia do Espírito de Hegel Arthur Henrique Martins Não é à toa que o primeiro título pensado por Hegel para a obra que hoje conhecemos como Fenomenologia do Espírito

Leia mais

Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33.

Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33. 91 tornar-se tanto quanto possível imortal Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33. 92 5. Conclusão Qual é o objeto da vida humana? Qual é o seu propósito? Qual é o seu significado? De todas as respostas

Leia mais

Hegel: a filosofia enquanto sistema da razão

Hegel: a filosofia enquanto sistema da razão ISSN:1984-4247 e-issn:1984-4255 A Hegel: a filosofia enquanto sistema da razão - Fátima Maria Nobre Lopes, Adauto Lopes da Silva Filho Revista de Filosofia Fátima Maria Nobre Lopes *, Adauto Lopes da Silva

Leia mais

Notas Sobre a Tríade Entendimento, Dialética e Especulativo em Hegel

Notas Sobre a Tríade Entendimento, Dialética e Especulativo em Hegel Notas Sobre a Tríade Entendimento, Dialética e Especulativo em Hegel Prof. Dr. Jadir Antunes Dep. de Filosofia da Unioeste PR Agosto de 2017 Material didático da disciplina de Filosofia Política Moderna

Leia mais

Aula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015

Aula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015 Aula Véspera UFU 2015 Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015 NORTE DA AVALIAÇÃO O papel da Filosofia é estimular o espírito crítico, portanto, ela não pode

Leia mais

A mercadoria. Estudo da primeira seção do primeiro capítulo de O Capital

A mercadoria. Estudo da primeira seção do primeiro capítulo de O Capital A mercadoria Estudo da primeira seção do primeiro capítulo de O Capital 1 Para iniciar Para continuar é preciso fazer um resumo da seção 1: Os dois fatores da mercadoria: valor de uso e valor. Vamos, agora,

Leia mais

A essência dos objetos do

A essência dos objetos do A essência dos objetos do Direito pela Fenomenologia André R. C. Fontes A propensão para se firmar premissas em torno de fenômenos e objetos em Direito sempre foi uma particularidade dos estudiosos, quaisquer

Leia mais

AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que

AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que foram interpretados por estudiosos dos temas expostos. RUBENS Todo RAMIRO exemplo JR (TODOS citado

Leia mais

RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA

RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA 1) Para Parmênides o devir ou movimento é uma mera aparência provocada pelos enganos de nossos sentidos. A realidade é constituída pelo Ser que é identificado

Leia mais

Revista Filosofia Capital ISSN Vol. 1, Edição 3, Ano AS CONDUTAS DE MÁ-FÉ. Moura Tolledo

Revista Filosofia Capital ISSN Vol. 1, Edição 3, Ano AS CONDUTAS DE MÁ-FÉ. Moura Tolledo 39 AS CONDUTAS DE MÁ-FÉ Moura Tolledo mouratolledo@bol.com.br Brasília-DF 2006 40 AS CONDUTAS DE MÁ-FÉ Moura Tolledo 1 mouratolledo@bol.com.br Resumo A Má-Fé foi escolhida como tema, por se tratar de um

Leia mais

A questão da Expressão no processo de criação artístico na Estética de Hegel.

A questão da Expressão no processo de criação artístico na Estética de Hegel. A questão da Expressão no processo de criação artístico na Estética de Hegel. Paulo Roberto Monteiro de Araujo. Professor do Programa em Pós-graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade

Leia mais

Kant e a Razão Crítica

Kant e a Razão Crítica Kant e a Razão Crítica Kant e a Razão Crítica 1. Autonomia da vontade é aquela sua propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei (independentemente da natureza dos objetos do querer). O princípio

Leia mais

Introdução a Filosofia

Introdução a Filosofia Introdução a Filosofia Baseado no texto de Ludwig Feuerbach, A essência do homem em geral, elaborem e respondam questões relacionadas a este tema. 1- Quem foi Feuerbach? PERGUNTAS 2- Qual é a diferença

Leia mais

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO Profª: Kátia Paulino dos Santos 14/8/2012 14:56 1 O método cartesiano René Descartes, nascido em 1596 em La Haye França "Assim que a idade me permitiu

Leia mais

As relações entre a atividade e a ação em Hegel 1

As relações entre a atividade e a ação em Hegel 1 ISSN 1808-5253 As relações entre a atividade e a ação em Hegel 1 The relations between the activity and the action in Hegel Greice Ane Barbieri greice_barbieri@hotmail.com Doutoranda em Filosofia pela

Leia mais

Beckenkamp, Joãosinho. Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: Edipucrs, 2004, 288 p.

Beckenkamp, Joãosinho. Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: Edipucrs, 2004, 288 p. Beckenkamp, Joãosinho. Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: Edipucrs, 2004, 288 p. Pedro Geraldo Aparecido Novelli 1 Entre Kant e Hegel tem por objetivo mostrar a filosofia que vai além de Kant e Hegel, mas

Leia mais

O ESTADO MODERNO COMO PROCESSO HISTÓRICO A formação do Estado na concepção dialética de Hegel

O ESTADO MODERNO COMO PROCESSO HISTÓRICO A formação do Estado na concepção dialética de Hegel 1 O ESTADO MODERNO COMO PROCESSO HISTÓRICO A formação do Estado na concepção dialética de Hegel ELINE LUQUE TEIXEIRA 1 eline.lt@hotmail.com Sumário:Introdução; 1. A dialética hegeliana; 2. A concepção

Leia mais

O que Hegel entende por ciência? What Hegel understands by science? Tomás Farcic Menk 1

O que Hegel entende por ciência? What Hegel understands by science? Tomás Farcic Menk 1 O que Hegel entende por ciência? What Hegel understands by science? Tomás Farcic Menk 1 Resumo: Hegel repetidas vezes utiliza o termo ciência, sendo este de importância central na sua obra. Mas o que ele

Leia mais

A vontade livre na Filosofia do Direito de Hegel

A vontade livre na Filosofia do Direito de Hegel A vontade livre na Filosofia do Direito de Hegel Free will in Hegel s Philosophy of Right Flávio Gabriel Capinzaiki Ottonicar 1 Resumo: Nas Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito de Hegel, a vontade

Leia mais

INTRODUÇÃO AO O QUE É A FILOSOFIA? PENSAMENTO FILOSÓFICO: Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior

INTRODUÇÃO AO O QUE É A FILOSOFIA? PENSAMENTO FILOSÓFICO: Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO FILOSÓFICO: O QUE É A FILOSOFIA? Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior INTRODUÇÃO FILOSOFIA THEORIA - ONTOS - LOGOS VER - SER - DIZER - A Filosofia é ver e dizer aquilo que

Leia mais

MATÉRIA DA DISCIPLINA ÉTICA E CIDADANIA APLICADA AO DIREITO I

MATÉRIA DA DISCIPLINA ÉTICA E CIDADANIA APLICADA AO DIREITO I 4 MATÉRIA DA DISCIPLINA ÉTICA E CIDADANIA APLICADA AO DIREITO I MINISTRADA PELO PROFESSOR MARCOS PEIXOTO MELLO GONÇALVES PARA A TURMA 1º T NO II SEMESTRE DE 2003, de 18/08/2003 a 24/11/2003 O Semestre

Leia mais

Revisão: Duas primeiras seções de O Capital. A mercadoria a) Os dois fatores: valor de uso e valor b) Duplo caráter do trabalho

Revisão: Duas primeiras seções de O Capital. A mercadoria a) Os dois fatores: valor de uso e valor b) Duplo caráter do trabalho Revisão: Duas primeiras seções de O Capital A mercadoria a) Os dois fatores: valor de uso e valor b) Duplo caráter do trabalho 1 Seção 1: Os dois fatores da mercadoria: valor de uso e valor 2 A riqueza

Leia mais

Roteiro para a leitura do texto

Roteiro para a leitura do texto WEBER, Max - A "objetividade" do conhecimento nas Ciências Sociais In: Max Weber: A objetividade do conhecimento nas ciências sociais São Paulo: Ática, 2006 (: 13-107) Roteiro para a leitura do texto Data

Leia mais

Os Sociólogos Clássicos Pt.2

Os Sociólogos Clássicos Pt.2 Os Sociólogos Clássicos Pt.2 Max Weber O conceito de ação social em Weber Karl Marx O materialismo histórico de Marx Teoria Exercícios Max Weber Maximilian Carl Emil Weber (1864 1920) foi um intelectual

Leia mais

Otítulo deste trabalho faz referência a dois pensadores: Freud e Hegel,

Otítulo deste trabalho faz referência a dois pensadores: Freud e Hegel, DIALÉTICA DA PULSÃO André Oliveira Costa Otítulo deste trabalho faz referência a dois pensadores: Freud e Hegel, os quais puderam se encontrar através de um terceiro, Jacques Lacan. Este trabalho tem como

Leia mais

Uma análise ontológica sobre a Relação de Identidade entre Produção, Distribuição, Troca e Consumo

Uma análise ontológica sobre a Relação de Identidade entre Produção, Distribuição, Troca e Consumo Uma análise ontológica sobre a Relação de Identidade entre Produção, Distribuição, Troca e Consumo José Pereira de Sousa Sobrinho 1 Paula Emanuela Lima de Farias 2 A apreensão de Marx a respeito da natureza

Leia mais

John Locke ( ) Inatismo e Empirismo: Inatismo: Empirismo:

John Locke ( ) Inatismo e Empirismo: Inatismo: Empirismo: John Locke (1632 1704) John Locke é o iniciador da teoria do conhecimento propriamente dita por que se propõe a analisar cada uma das formas de conhecimento que possuímos a origem de nossas idéias e nossos

Leia mais

Dignidade humana e filosofia hegeliana

Dignidade humana e filosofia hegeliana Dignidade humana e filosofia hegeliana Silvana Colombo de Almeida Mestranda em Filosofia pela UNESP Bolsista CAPES sil_colal@hotmail.com Palavras-chave Hegel; Dignidade humana; História. Resumo Embora

Leia mais

Fil. Monitor: Leidiane Oliveira

Fil. Monitor: Leidiane Oliveira Fil. Professor: Larissa Rocha Monitor: Leidiane Oliveira Moral e ética 03 nov EXERCÍCIOS DE AULA 1. Quanto à deliberação, deliberam as pessoas sobre tudo? São todas as coisas objetos de possíveis deliberações?

Leia mais

PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO

PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO Questão Problema: O conhecimento alcança-se através da razão ou da experiência? (ver página 50) Tipos de conhecimento acordo a sua origem Tipos de juízo de acordo com

Leia mais

TEORIA DO CONHECIMENTO. Aulas 2, 3, 4,5 - Avaliação 1 Joyce Shimura

TEORIA DO CONHECIMENTO. Aulas 2, 3, 4,5 - Avaliação 1 Joyce Shimura TEORIA DO CONHECIMENTO Aulas 2, 3, 4,5 - Avaliação 1 Joyce Shimura - O que é conhecer? - Como o indivíduo da imagem se relaciona com o mundo ou com o conhecimento? Janusz Kapusta, Homem do conhecimento

Leia mais

Page 1 of 6.

Page 1 of 6. Page 1 of 6 Universidade Federal do Amapá Pró-Reitoria de Ensino de Graduação Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia Disciplina: Fundamentos da Filosofia Educador: João Nascimento Borges Filho Textos

Leia mais

É verso único. Sem segundo. Não tem frente nem verso; nem face nem dorso. Nem manifesta nem imanifesta, está por trás de todo o manifesto.

É verso único. Sem segundo. Não tem frente nem verso; nem face nem dorso. Nem manifesta nem imanifesta, está por trás de todo o manifesto. O universo não tem começo. Nunca terá fim. É verso único. Sem segundo. Não tem frente nem verso; nem face nem dorso. É um sem dois. O universo é a Vida manifesta. A Vida é. Nem manifesta nem imanifesta,

Leia mais

O papel da contradição na experiência de determinação da verdade na certeza sensível e na percepção da Fenomenologia do espírito de Hegel

O papel da contradição na experiência de determinação da verdade na certeza sensível e na percepção da Fenomenologia do espírito de Hegel O papel da contradição na experiência de determinação da verdade na certeza sensível e na percepção da Fenomenologia do espírito de Hegel Ediovani Antônio Gaboardi August 11, 2008 Abstract RESUMO: O objetivo

Leia mais

1. É cabível uma crítica do conhecimento?

1. É cabível uma crítica do conhecimento? 1. É cabível uma crítica do conhecimento? Antes de indagar sobre A VERDADE DAS COISAS, dever-seia examinar o CONHECIMENTO, como INSTRUMENTO ou MEIO? Para Hegel, isto e não a conquista para a consciência

Leia mais

Anna Paula Bagetti Zeifert Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUC/RS Brasil

Anna Paula Bagetti Zeifert Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUC/RS Brasil DOI: http://dx.doi.org/10.17058/barbaroi.v0i0.7420 O ESTADO COMO LOCUS PARA CONCRETIZAÇÃO DA IDEIA DE LIBERDADE EM HEGEL: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DA OBRA FILOSOFIA DO DIREITO Anna Paula Bagetti Zeifert

Leia mais

Aula 19. Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant

Aula 19. Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant Aula 19 Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant Kant (1724-1804) Nasceu em Könisberg, 22/04/1724 Estudos Collegium Fredericiacum Universidade Könisberg Docência Inicialmente aulas particulares Nomeado

Leia mais

Mesa Redonda I Desafios da pesquisa no Brasil: Educação, Saúde, Artes e Desenvolvimento Social

Mesa Redonda I Desafios da pesquisa no Brasil: Educação, Saúde, Artes e Desenvolvimento Social 1 Mesa Redonda I Desafios da pesquisa no Brasil: Educação, Saúde, Artes e Desenvolvimento Social 2 QUAL O PAPEL DA FILOSOFIA EM RELAÇÃO ÀS OUTRAS CIÊNCIAS, ÀS ARTES E AO DESENVOLVIMENTO SOCIAL? Prof. Dr.

Leia mais

Filosofia e Ética. Prof : Nicolau Steibel

Filosofia e Ética. Prof : Nicolau Steibel Filosofia e Ética Prof : Nicolau Steibel Objetivo do conhecimento: Conteúdo da Unidade 2.1 Moral, Ética e outras formas de comportamentos humanos Parte I No 1º bimestre o acadêmico foi conduzido à reflexão

Leia mais

Kant e a filosofia crítica. Professora Gisele Masson UEPG

Kant e a filosofia crítica. Professora Gisele Masson UEPG Kant e a filosofia crítica Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson UEPG Immanuel Kant (1724-1804) Principais obras Crítica da razão pura - 1781 Fundamentação da Metafísica dos Costumes

Leia mais

NODARI, Paulo César. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul: Educs, 2010

NODARI, Paulo César. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul: Educs, 2010 NODARI, Paulo César. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul: Educs, 2010 12 Daniel José Crocoli * A obra Sobre ética apresenta as diferentes formas de se pensar a dimensão ética, fazendo

Leia mais

CAPORALINI, José Beluci. Reflexões sobre O Essencial de Santo Agostinho. Maringá: Clichetec Gráfica Editora, 2007, 132 p.

CAPORALINI, José Beluci. Reflexões sobre O Essencial de Santo Agostinho. Maringá: Clichetec Gráfica Editora, 2007, 132 p. CAPORALINI, José Beluci. Reflexões sobre O Essencial de Santo Agostinho. Maringá: Clichetec Gráfica Editora, 2007, 132 p. Celestino Medica * O livro apresenta um trabalho de coordenação, de seleção e de

Leia mais

Liberdade. O comportamento moral: O bem e o mal. A ética hoje O QUE É ÉTICA

Liberdade. O comportamento moral: O bem e o mal. A ética hoje O QUE É ÉTICA Liberdade O QUE É ÉTICA O comportamento moral: O bem e o mal A ética hoje LIBERDADE ÉTICA Primeiro... Supomos que o indivíduo é livre Normas - Diz como devemos agir - PODEMOS agir ou não agir conforme

Leia mais

PROMETEUS FILOSOFIA EM REVISTA

PROMETEUS FILOSOFIA EM REVISTA PROMETEUS FILOSOFIA EM REVISTA VIVA VOX - DFL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Ano 3 - no.6 Julho-Dezembro / 2010 REFLEXÃO SOBRE A ALIENAÇÃO E A IDEOLOGIA NO PENSAMENTO DE FRIEDRICH HEGEL Fábio Luiz Tezini

Leia mais

As concepções do Ser humano na filosofia contemporânea

As concepções do Ser humano na filosofia contemporânea As concepções do Ser humano na filosofia contemporânea A concepção do ser humano no Idealismo alemão Pré Romantismo - séc. XVIII Resistência à Ilustração: mecanicismo de newtoniamo e empirismo de Locke

Leia mais

Idéia norteadora. Temas. Preferência. Busca principal

Idéia norteadora. Temas. Preferência. Busca principal Psicologia da Inteligência Epistemologia geral Epistemologia genética Qual é a gênese das estruturas lógicas do pensamento da criança? Como elas funcionam? Epistemologia fundada no desenvolvimento mental

Leia mais

Origem do conhecimento

Origem do conhecimento 1.2.1. Origem do conhecimento ORIGEM DO CONHECIMENTO RACIONALISMO (Racionalismo do século XVII) EMPIRISMO (Empirismo inglês do século XVIII) Filósofos: René Descartes (1596-1650) Gottfried Leibniz (1646-1716)

Leia mais

Notas sobre A Ciência da Lógica de Hegel

Notas sobre A Ciência da Lógica de Hegel Notas sobre A Ciência da Lógica de Hegel Prof. Dr. Jadir Antunes Dep. de Filosofia da Unioeste PR Agosto de 2017 Material didático da disciplina de Filosofia Política Moderna II Programa de Pós-graduação

Leia mais

Trabalho sobre: René Descartes Apresentado dia 03/03/2015, na A;R;B;L;S : Pitágoras nº 28 Or:.Londrina PR., para Aumento de Sal:.

Trabalho sobre: René Descartes Apresentado dia 03/03/2015, na A;R;B;L;S : Pitágoras nº 28 Or:.Londrina PR., para Aumento de Sal:. ARBLS PITAGORAS Nº 28 Fundação : 21 de Abril de 1965 Rua Júlio Cesar Ribeiro, 490 CEP 86001-970 LONDRINA PR JOSE MARIO TOMAL TRABALHO PARA O PERÍODO DE INSTRUÇÃO RENE DESCARTES LONDRINA 2015 JOSE MARIO

Leia mais

UMA APROXIMAÇÃO ENTRE HISTÓRIA FILOSÓFICA E HISTÓRIA CIENTÍFICA

UMA APROXIMAÇÃO ENTRE HISTÓRIA FILOSÓFICA E HISTÓRIA CIENTÍFICA UMA APROXIMAÇÃO ENTRE HISTÓRIA FILOSÓFICA E HISTÓRIA CIENTÍFICA AN APPROACH BETWEEN PHILOSOPHICAL HISTORY AND SCIENTIFIC HISTORY Rafael Ramos Cioquetta * RESUMO: O ensaio a seguir tem como objetivo principal

Leia mais

Assunto: Teoria marxista do conhecimento e método dialético materialista como fundamento do ensino problematizador

Assunto: Teoria marxista do conhecimento e método dialético materialista como fundamento do ensino problematizador Universidade Federal de Roraima Departamento de Matemática Licenciatura em Matemática Didática da Matemática II Tema nº1: Fundamentos filosóficos do materialismo dialético e psicológicos da teoria Histórico

Leia mais

O desenvolvimento da lógica da essência e a reflexão ponente em Hegel

O desenvolvimento da lógica da essência e a reflexão ponente em Hegel O desenvolvimento da lógica da essência e a reflexão ponente em Hegel Camilo José Jimica 1 RESUMO: Analisa-se o texto da Lógica da Essência de Hegel, principalmente, o conceito de essência crítico-ontológico

Leia mais

Corpos Espirituais e Nossa Evolução

Corpos Espirituais e Nossa Evolução Corpos Espirituais e Nossa Evolução São vários os corpos que nos acompanham em uma vida, que efetivamente é uma jornada de aprendizado. Cada corpo esta sintonizado em uma faixa vibratória possuindo assim

Leia mais

Uma pergunta. O que é o homem moderno?

Uma pergunta. O que é o homem moderno? Uma pergunta O que é o homem moderno? Respostas O homem moderno é aquele que não trabalha para viver, mas vive para trabalhar. O homem moderno não domina o tempo; ao contrário, é dominado pelo tempo. O

Leia mais

A LIBERDADE EFETIVADA NA ETICIDADE DE HEGEL

A LIBERDADE EFETIVADA NA ETICIDADE DE HEGEL A LIBERDADE EFETIVADA NA ETICIDADE DE HEGEL Barbara Santiago de Souza Mestranda em Filosofia pela UFC barbarasantiago1989@hotmail.com Resumo: Na obra Filosofia do Direito, Hegel construiu um sistema filosófico

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Dúvida Metódica Em Descartes Antonio Wardison Canabrava da Silva* A busca pelo conhecimento é um atributo essencial do pensar filosófico. Desde o surgimento das investigações mitológicas,

Leia mais

Estudaremos o papel da razão e do conhecimento na filosofia de Immanuel Kant; Hegel e o idealismo alemão.

Estudaremos o papel da razão e do conhecimento na filosofia de Immanuel Kant; Hegel e o idealismo alemão. Estudaremos o papel da razão e do conhecimento na filosofia de Immanuel Kant; Hegel e o idealismo alemão. Kant e a crítica da razão Nós s e as coisas Se todo ser humano nascesse com a mesma visão que você

Leia mais

Maria Luiza Costa

Maria Luiza Costa 45 ESTÉTICA CLÁSSICA E ESTÉTICA CRÍTICA Maria Luiza Costa m_luiza@pop.com.br Brasília-DF 2008 46 ESTÉTICA CLÁSSICA E ESTÉTICA CRÍTICA Resumo Maria Luiza Costa 1 m_luiza@pop.com.br Este trabalho pretende

Leia mais

1) O problema da crítica do conhecimento: a distinção acrítica de sujeito-objeto

1) O problema da crítica do conhecimento: a distinção acrítica de sujeito-objeto TEORIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS II 2º Semestre de 2014 Disciplina Optativa Destinada: alunos de filosofia Código: FLF0279 Pré-requisito: FLF0278 Prof. Dr. Luiz Repa Carga horária: 120h Créditos: 06 Número

Leia mais

As provas da existência de Deus: Tomás de Aquino e o estabelecimento racional da fé. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira

As provas da existência de Deus: Tomás de Aquino e o estabelecimento racional da fé. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira As provas da existência de Deus: Tomás de Aquino e o estabelecimento racional da fé. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Tomás de Aquino (1221-1274) Tomás de Aquino - Tommaso d Aquino - foi um frade dominicano

Leia mais

Page 1 of 5.

Page 1 of 5. Page 1 of 5 Universidade Federal do Amapá Pró-Reitoria de Ensino de Graduação Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia Disciplina: Filosofia da Educação II Educador: João Nascimento Borges Filho Hegel

Leia mais

contextualização com a intenção de provocar um melhor entendimento acerca do assunto. HEGEL E O ESPÍRITO ABSOLUTO

contextualização com a intenção de provocar um melhor entendimento acerca do assunto. HEGEL E O ESPÍRITO ABSOLUTO AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que foram interpretados por estudiosos dos temas expostos. Todo exemplo citado em aula é, meramente,

Leia mais

Filosofia (aula 13) Dimmy Chaar Prof. de Filosofia. SAE

Filosofia (aula 13) Dimmy Chaar Prof. de Filosofia. SAE Filosofia (aula 13) Prof. de Filosofia SAE leodcc@hotmail.com (...) embora todo conhecimento comece com a experiência, nem por isso ele se origina justamente da experiência. Pois poderia bem acontecer

Leia mais

A FILOSOFIA DO DIREITO NO SISTEMA FILOSÓFICO DE HEGEL 1

A FILOSOFIA DO DIREITO NO SISTEMA FILOSÓFICO DE HEGEL 1 A FILOSOFIA DO DIREITO NO SISTEMA FILOSÓFICO DE HEGEL 1 2 Resumo: A filosofia hegeliana se apresenta como um avanço em relação às outras filosofias enquanto se propõe a acolher em si todas as outras manifestações.

Leia mais

Professora Gisele Masson Professora Patrícia Marcoccia PPGE - UEPG

Professora Gisele Masson Professora Patrícia Marcoccia PPGE - UEPG Professora Gisele Masson Professora Patrícia Marcoccia PPGE - UEPG Filósofo inglês, ideólogo do liberalismo e um dos principais teóricos contratualistas. Difundiu a noção de tábula rasa: a mente humana

Leia mais

Locke ( ) iniciou o movimento chamado de EMPIRISMO INGLÊS. Material adaptado, produzido por Cláudio, da UFRN, 2012.

Locke ( ) iniciou o movimento chamado de EMPIRISMO INGLÊS. Material adaptado, produzido por Cláudio, da UFRN, 2012. Locke (1632-1704) iniciou o movimento chamado de EMPIRISMO INGLÊS. Material adaptado, produzido por Cláudio, da UFRN, 2012. Racionalismo x Empirismo O que diz o Racionalismo (Descartes, Spinoza, Leibiniz)?

Leia mais

CONVERSA SOBRE A CONCILIAÇÃO ENTRE NATUREZA E ESPÍRITO EM HEGEL (OU: O QUE CONVERSAR EM UMA KNEIPE DE BERLIM)

CONVERSA SOBRE A CONCILIAÇÃO ENTRE NATUREZA E ESPÍRITO EM HEGEL (OU: O QUE CONVERSAR EM UMA KNEIPE DE BERLIM) CONVERSA SOBRE A CONCILIAÇÃO ENTRE NATUREZA E ESPÍRITO EM HEGEL (OU: O QUE CONVERSAR EM UMA KNEIPE DE BERLIM) FRANCISCO LUCIANO TEIXEIRA FILHO n o 9 - semestre 1-2016 166 T arde quente! Nada de muito urgente

Leia mais

Teoria do Conhecimento:

Teoria do Conhecimento: Teoria do Conhecimento: Investigando o Saber O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer,

Leia mais

Tema Rumo ao monismo absoluto

Tema Rumo ao monismo absoluto Tema Rumo ao monismo absoluto Nasceu em Amsterdã, na Holanda era judeu até ser excomungado (cherém) em 1656 acusado de ser um panteísta. Após o cherém adotou o nome de Benedito Considerado um dos grandes

Leia mais

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA DAS ARTES NA ESTÉTICA HEGELIANA

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA DAS ARTES NA ESTÉTICA HEGELIANA CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA DAS ARTES NA ESTÉTICA HEGELIANA David Barroso A intuição sensível pertence a arte que confere à verdade a forma de representações sensíveis. Estas representações, enquanto

Leia mais

Capítulo VI da Fenomenologia do Espírito

Capítulo VI da Fenomenologia do Espírito Exteriorização, Alienação e Formação Cultural no Capítulo VI da Fenomenologia do Espírito João Emiliano Fortaleza de Aquino 1 RESUMO: Nossa proposta é pensar a relação entre a função sistemática da Fenomenologia

Leia mais

Introdução ao estudo de O Capital de Marx

Introdução ao estudo de O Capital de Marx Introdução ao estudo de O Capital de Marx 1 O Capital - Crítica da Economia Política Estrutura: Vol. I - O processo de produção do Capital Vol. II - O processo de circulação do Capital Vol. III - O processo

Leia mais