FILOSOFIA R. DESCARTES APRIMORAMENTO

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1 FILOSOFIA R. DESCARTES DISCURSO DO MÉTODO QUESTÕES (UFPR 2007) As questões 01 a 03 referem-se ao texto a seguir. O bom senso é a coisa mais bem repartida entre os homens, pois cada qual pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar tê-lo mais do que o têm. E não é verossímil que todos se enganem a tal respeito; mas isso antes testemunha que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou razão, é naturalmente igual em todos os homens. E, desse modo, a diversidade das opiniões não provém de sermos uns mais racionais do que outros, mas de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o espírito bom, o principal é aplicá-lo bem. [...] Quanto a mim, jamais presumi que meu espírito fosse em nada mais perfeito do que os do comum; e amiúde desejei ter o pensamento tão rápido, ou a imaginação tão nítida e distinta, ou a memória tão ampla e presente quanto a de outras pessoas. No que diz respeito à razão ou bom senso, posto que é a única coisa que nos torna homens e nos distingue dos animais, quero crer que existe inteiramente em cada um de nós, e seguir nisso a opinião comum dos filósofos, que dizem que só há mais e menos no que respeita aos acidentes, e não entre as formas ou naturezas dos indivíduos da mesma espécie. (René Descartes, Discurso do método. São Paulo : Abril Cultural, Col. Os Pensadores, 1979, p. 29.) Segundo o texto acima: 01. O que todos os homens têm em comum? _ 02. Por que, segundo Descartes, os homens têm opiniões diversas? _ 03. O que distingue os homens entre si? _ 04. (UFPR 2007) Na parte final do Discurso do Método, Descartes sugere que o seu método filosófico poderia colaborar para produzir uma medicina mais útil e sólida do que aquela existente em seu tempo. Segundo ele, poderíamos livrarmo-nos de uma infinidade de moléstias, quer do espírito, quer do corpo, e talvez mesmo do enfraquecimento da velhice, se tivéssemos bastante conhecimento de suas causas e de todos os remédios de que a natureza nos dotou... Considerando o projeto cartesiano, redija um texto respondendo, do seu ponto de vista, a seguinte questão: Pode a ciência vencer a morte? _ 05. (UFPR 2008) Quer estejamos despertos ou adormecidos, não devemos nunca nos deixar persuadir, senão pela evidência da nossa razão. E convém frisar que digo de nossa razão, e não de nossa imaginação nem de nossos sentidos. Assim também, não é por vermos o sol muito claramente que devemos julgar que ele seja do tamanho que o vemos (...): pois a razão não nos dita de modo algum que o que assim vemos ou imaginamos é verdadeiro. Mas a razão nos dita que todas as nossas ideias ou noções devem ter algum fundamento de verdade, pois não seria possível que Deus, inteiramente perfeito e inteiramente verdadeiro, as tivesse posto em nós sem isso. (DESCARTES. Discurso do Método, Quarta Parte.) Por que, para Descartes, a máxima de que todas as nossas ideias ou noções devem ter algum fundamento de verdade aplica-se também às ideias que nos surgem através dos sentidos e da imaginação? _ 06. (UFPR 2008) Explique a relação entre ação e razão na tese de Descartes de que é suficiente julgar bem para proceder bem. _ (UFPR 2009) O texto a seguir é referência para as questões 07, 08 e 09: Da Filosofia nada direi, senão que, vendo-a cultivada pelos mais excelsos espíritos que viveram desde muitos séculos e que, no entanto, nela não se encontra ainda uma só coisa sobre a qual não se dispute, e por conse guinte, que seja duvidosa, eu não alimentava qualquer presunção de acertar mais do que os outros; e que, considerando quantas opiniões diversas, sustentadas por homens doutos, pode haver sobre uma e mesma matéria, sem que jamais possa existir mais que uma que seja verdadeira, reputava quase como falso tudo quanto era somente verossímil. Depois, quanto às outras ciên cias, na medida em que tomavam seus princípios da Filosofia, julgava que nada de sólido se podia construir sobre fundamentos tão pouco firmes. E nem a honra, nem o ganho que elas prometem, eram suficientes para me incitar a aprendê-las... E enfim quanto às más doutrinas, pensava já conhecer o bastante o que valiam, para não mais estar exposto a ser enganado, 1

2 nem pelas promessas de um alquimista, nem pelas predições de um astrólogo, nem pelas imposturas de um mágico, nem pelos artifícios e arrogância de qualquer um dos que professam saber mais do que sabem. (Descartes, Discurso do Método, primeira parte.) 07. A julgar por esse texto, qual era o objetivo de Descartes com o estudo da filosofia? 08. Explique, com base nesse texto, por que Descartes via as teorias dos filósofos como somente verossímeis e quase como falsas. 09. Como se relacionam, na filosofia cartesiana, o exercício da dúvida e a obtenção da ciência? (UFPR 2010) O texto a seguir é referência para as questões 10 a 12: Descartes escreve, na sexta parte do Discurso do Método: Jamais notei (...) que, por meio das disputas que se praticam nas escolas, alguém descobrisse alguma verdade até então ignorada, pois enquanto cada qual se empenha em vencer, exercita-se bem mais em fazer valer a verossimilhança do que em pesar as razões de uma parte e de outra parte; e aqueles que foram por muito tempo bons advogados nem por isso são, em seguida, melhores juízes (...) Com base nesse texto, responda: 10. Descartes avalia as disputas praticadas nas escolas segundo a capacidade dessas disputas de conduzir a um certo resultado. Qual? Como Descartes avalia a capacidade dessas disputas de conduzir ao resultado em questão? 11. O texto compara duas atividades. Identifique-as, comentando a relação entre elas: 12. Explique, na linha de raciocínio apresentada no texto, por que o fato de alguém ter sido um bom advogado por muito tempo não garante que se torne melhor juiz. 13. (UFPR 2011) Por que Descartes escreve o Discurso do Método utilizando a primeira pessoa do singular? Identifique, no conteúdo da obra, pelo menos uma razão que possa explicar essa característica do discurso filosófico cartesiano. 14. (UFPR 2011) Considere o trecho do Discurso do Método citado abaixo e, com base nele, exponha as razões alegadas por Descartes para concluir que a alma é [ ] inteiramente distinta do corpo. Depois, examinando atentamente o que eu era e vendo que podia supor que não tinha corpo algum e que não havia qualquer mundo, ou qualquer lugar onde eu existisse, mas que nem por isso podia supor que não existia; e que, ao contrário, pelo fato mesmo de eu pensar em duvidar da verdade das outras coisas, seguia-se mui evidente e mui certamente que eu existia; ao passo que, se apenas houvesse cessado de pensar, embora tudo o mais que alguma vez imaginara fosse verdadeiro, já não teria qualquer razão de crer que eu tivesse existido; compreendi por aí que eu era uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de nenhum lugar nem depende de qualquer coisa material. De sorte que esse eu, isto é, a alma, pela qual sou o que sou, é inteiramente distinta do corpo e, mesmo, que é mais fácil de conhecer do que ele, e, ainda que este nada fosse, ela não deixaria de ser tudo o que é. (Discurso do método, Quarta parte.) 15. (UFPR 2011) Considere as afirmações sobre o propósito do conhecimento científico feitas por Descartes na passagem do Discurso do método citada a seguir. Com base nessa e em outras passagens da obra, identifique e explique a relação entre o homem e a natureza proposta por Descartes. [ ] é possível chegar a conhecimentos que sejam muito úteis à vida e, em vez dessa filosofia especulativa que se ensina nas escolas, se pode encontrar uma outra, prática, pela qual, conhecendo a força e as ações do fogo, da água, do ar, dos astros, dos céus, e de todos os outros corpos que nos cercam, tão distintamente quanto conhecemos os diversos misteres de nossos artífices, poderíamos empregá-los da mesma maneira em todos os usos para os quais são próprios, e assim nos tornar como que senhores e possuidores da natureza. GABARITO 2

3 01. O bom senso ou razão é o que os homens têm em comum. Ele é o poder de distinguir o verdadeiro do falso e é o que define a espécie humana por oposição aos animais. Todos os homens o possuem igualmente: todos os homens são igualmente racionais. A boa pontuação é obtida por aquela resposta que identifica a faculdade da razão sob suas duas denominações em forma de frase e apresenta a caracterização dessa faculdade feita por Descartes. A pontuação varia conforme o grau de completude de informações, fidelidade ao pensamento de Descartes e qualidade argumentativa da resposta do candidato. 02. Posto que a razão está igualmente presente entre os homens e as opiniões humanas são diferentes, a causa desse tipo de diversidade se explica, no texto, pelo modo como os homens conduzem seus pensamentos por vias diversas e não consideram as mesmas coisas. A boa pontuação é obtida por aquela resposta que identifica as duas causas da diversidade de opiniões em forma de frase. A pontuação varia conforme o grau de completude de informações, fidelidade ao pensamento de Descartes e qualidade argumentativa da resposta do candidato. 03. O texto opõe a razão, igualmente presente em todos os homens, àquilo que é variável imaginação, memória, rapidez de pensamento. Estas características são chamadas acidentes, pois podem casualmente variar, apesar da identidade racional humana; elas não definiriam o que há de comum entre os homens. A boa pontuação é obtida por aquela resposta que identifica os três acidentes e classifica-os como acidentes. A pontuação varia conforme o grau de completude de informações, fidelidade ao pensamento de Descartes e qualidade argumentativa da resposta do candidato. 04. A questão avalia a capacidade de reflexão crítica do candidato sem perder de vista a especificidade filosófica dessa reflexão. Dois elementos do enunciado deveriam merecer especial atenção. Primeiramente, a solicitação do ponto de vista não pode ser suficientemente satisfeita mediante uma opinião ou o relato de uma crença, mas exige uma resposta argumentada. O risco aqui é o de a resposta limitar-se ao lugar comum, ao chavão e à visão supersticiosa sobre o papel da ciência ou sobre a morte. A avaliação qualitativa desse aspecto da resposta, assim, considera tanto a pertinência da argumentação, a capacidade de examinar razões favoráveis e contrárias, quanto a capacidade de refletir sobre os próprios termos com que a questão se formula, buscando esclarecer os pressupostos conceituais de que dependeria a resposta (o que abrange os dois conceitos explícitos na formulação da questão morte e ciência). Em segundo lugar, o enunciado pede que o candidato considere o projeto cartesiano o que exige, para além da mera paráfrase do fragmento citado do Discurso do Método, uma contextualização, tanto no que se refere à sua dimensão histórica quanto ao seu significado em vista de uma compreensão de outros aspectos da filosofia de Descartes. Uma boa resposta deve ser capaz não apenas de abordar de forma pertinente esses dois aspectos da questão, mas também de articulá-los sem confundir os horizontes da reflexão pessoal e da perspectiva histórica, extraindo daí elementos para refletir sobre o problema nos termos em que ele pode ser pertinente hoje. 05. Os que assim pensam absolutizam o modo pelo qual conhecemos as coisas materiais, modo esse que é incapaz de nos levar ao conhecimento de coisas imateriais como a alma ou Deus uma parte considerável da realidade. 06. Sim. Porque se não fosse assim nos enganaríamos sistematicamente, o que é incompatível com a perfeição e a veracidade de Deus (que não as pode ter colocado em nós sem um tal fundamento) e com a distinção da evidência e da completude entre os pensamentos que nos ocorre no sono e na vigília (essa distinção é efeito do maior conteúdo de verdade dos pensamentos que temos quando despertos. 07. O objetivo de Descartes era a obtenção da verdade por meio de um método que proporcione certeza indubitável, exclua a possibilidade do erro e forneça um fundamento sólido para as ciências. 08. Descartes considera somente verossímeis as teorias dos filósofos em virtude do conflito existente entre elas, já que a verdade é una, e de sua carência de fundamentos firmes, que as torna vulneráveis à dúvida. A rejeição do duvidoso como falso é uma regra do método cartesiano, introduzida para evitar a possibilidade do erro e permitir a obtenção de certezas. 09. O exercício da dúvida é a primeira etapa do método cartesiano para a obtenção da ciência. Apenas o que se revela claro e distinto após o exercício da dúvida é aceito por Descartes como verdadeiro. A adoção da indubitabilidade como um critério para o reconhecimento da verdade pretende excluir a possibilidade do erro e permitir a aquisição de certezas a serem utilizadas na constituição da ciência. 10. Receberam pontuação integral respostas nas quais o candidato identifica a descoberta da verdade como o resultado com base no qual Descartes avalia as disputas. O candidato afirma que Descartes avalia as disputas como incapazes de conduzir a esse resultado. Além disso, o candidato explica porque Descartes considera que as disputas não são meios adequados à obtenção da verdade: nelas prioriza-se a persuasão e o apelo à verossimilhança. Foram avaliadas como boas respostas em que o candidato: identifica a descoberta da verdade como o resultado com base no qual Descartes avalia as disputas; afirma que Descartes avalia as disputas como incapazes de conduzir a esse resultado; apresenta com alguma correção a razão pela qual Descartes avalia as disputas como pouco adequadas para conduzir à verdade. Apresenta uma resposta regular à questão o candidato que identifica a descoberta da verdade como o resultado com base no qual Descartes avalia as disputas e que afirma que Descartes avalia as disputas como incapazes de conduzir a tal resultado. 3

4 Foram avaliadas como insuficientes casos em que, em uma resposta imprecisa, mal redigida ou que demonstra alguma incompetência linguística, o candidato identifica a descoberta da verdade como o resultado com base no qual Descartes avalia as disputas. Ou o candidato identifica incorretamente o resultado e, mesmo assim, reconhece de forma explícita que Descartes avalia as disputas como incapazes de conduzir à descoberta da verdade. 11. Foram avaliadas como muito boas e receberam a pontuação integral respostas nas quais o candidato identifica a atividade de ser advogado e a atividade de ser juiz. Demonstra compreender que a atividade de ser advogado é a atividade de defender uma posição em certa disputa e a atividade de ser juiz é a atividade de julgar imparcialmente as posições em disputa. Verossimilhança e parcialidade são os elementos que caracterizam a atividade de advogar segundo a passagem. Verdade e imparcialidade são os elementos que caracterizam o juiz. A conexão precisa entre os dois pares de noções é que aquele que busca a verdade deve ser imparcial em seu julgamento para obtê-la e aquele que busca fazer sua posição vencedora na disputa deve torná-la verossímil. Foram consideradas boas as respostas em que o candidato identifica a atividade de ser advogado e a atividade de ser juiz e demonstra compreender que a atividade de ser advogado é a atividade de defender uma posição em certa disputa e a atividade de ser juiz é a atividade de julgar imparcialmente as posições em disputa. Verossimilhança e parcialidade são os elementos que caracterizam a atividade de advogar segundo a passagem. Verdade e imparcialidade são os elementos que caracterizam o juiz. Foram avaliadas como regulares respostas em que o candidato identifica as duas atividades e conceitua-as corretamente. Além disso, faz uso competente das noções de verdade e verossimilhança ou das noções de parcialidade e imparcialidade. São respostas insuficientes os casos em que o candidato identifica apenas uma das atividades e conceitua-a corretamente; ou identifica as duas atividades sem conceituá-las; ou ainda erra na identificação e caracterização das atividades; ou não compreende o uso metafórico feito por Descartes das atividades de ser advogado e de ser juiz. 12. Receberam pontuação integral respostas em que o candidato afirma que as duas atividades se distinguem por finalidades diferentes e independentes. A finalidade da atividade de advogado é defender e tornar vencedora uma posição na discussão acerca de certo tema e para alcançar essa finalidade visa torná-la verossímil, ou seja, fazê-la parecer verdadeira. A finalidade da atividade do juiz é obter a verdade acerca do tema e para alcançar essa finalidade este deve analisar imparcialmente as posições envolvidas na disputa comparando as razões que cada uma oferece em seu favor. Para alguém ser um bom advogado, deve primordialmente empenhar-se em defender as razões de sua parte. Para alguém ser um bom juiz, deve primordialmente empenhar-se em encontrar a verdade. A obtenção das duas finalidades envolve habilidades distintas. Dessa forma, realizar adequadamente a finalidade de advogado não é uma condição necessária ou suficiente para realizar adequadamente a finalidade de um juiz. Foram avaliadas como boas as respostas em que o candidato afirma que as duas atividades se distinguem por finalidades diferentes e independentes. A finalidade da atividade de advogado é defender e tornar vencedora uma posição na discussão acerca de certo tema e para alcançar essa finalidade visa torná-la verossímil, ou seja, fazê-la parecer verdadeira. A finalidade da atividade do juiz é obter a verdade acerca do tema e para alcançar essa finalidade este deve analisar imparcialmente as posições envolvidas na disputa comparando as razões que cada uma oferece em seu favor. Realizar adequadamente a finalidade de advogado não é uma condição necessária ou suficiente para realizar adequadamente a finalidade de um juiz. Foram avaliadas como regulares as repostas em que a atividade de ser advogado é apresentada como aquela cuja finalidade é defender certa posição e a atividade de ser juiz é apresentada como aquela cuja finalidade é encontrar a verdade a respeito daquilo que se disputa. O candidato afirma que as duas atividades possuem finalidades diferentes e caracteriza corretamente tais atividades. Ainda assim, não explica a razão pela qual ser um bom advogado não é suficiente para ser um bom juiz. Foram consideradas insuficientes respostas em que o candidato afirma que as duas atividades possuem finalidades diferentes, mas caracteriza incorretamente tais atividades; ou não reconhece a diferença de finalidade entre as duas atividades. 13. Foram consideradas ótimas e obtiveram pontuação máxima as respostas nas quais os candidatos: 1) identificaram a relação entre o caráter exemplar e autônomo do pensamento cartesiano e a existência do sujeito pensante aquilo que, na Quarta Parte do Discurso do Método, é apresentado como o primeiro princípio da Filosofia que procurava, a saber, a verdade expressa pelo enunciado Eu penso, logo existo ; 2) assinalaram, a partir daí, a coincidência entre a forma e o conteúdo do discurso cartesiano, isto é, que o emprego da primeira pessoa ( eu ) obedece ao sentido da primeira verdade ( eu existo ), que permite fundamentar a reivindicação de autonomia; 3) mencionaram, a partir daí, o caráter especificamente moderno da filosofia de Descartes, que se revela na direção antropocêntrica do questionamento filosófico, isto é, a tomada do homem como sujeito por excelência, centro de referência de todas as coisas. Foram consideradas boas as respostas em que os candidatos 1) identificaram no uso da primeira pessoa do singular o caráter moderno e laico 4

5 do pensamento cartesiano e a autonomia em relação à tradição que Descartes reivindica para o pensamento filosófico; 2) sublinharam que, ao escrever em primeira pessoa, o objetivo de Descartes não seria ensinar o método que cada qual deve seguir para bem conduzir sua razão, mas mostrar de que maneira ele teria se esforçado por conduzir a sua; 3) identificaram no uso da primeira pessoa do singular o caráter exemplar que Descartes pretendia conferir à sua reflexão no Discurso do Método, embasado na afirmação da universalidade do bom senso. Foram consideradas regulares as respostas em que os candidatos (amparados na consideração de que o desígnio de Descartes, declarado no início da Primeira Parte do Discurso do Método, não é ensinar aqui o método que cada qual deve seguir para bem conduzir sua razão, mas mostrar de que maneira ele teria se esforçado por conduzir a sua) identificaram no uso da primeira pessoa do singular o caráter exemplar que Descartes pretendia conferir à sua reflexão no Discurso do Método, embasado na afirmação da universalidade do bom senso. Foram consideradas insuficientes as respostas em que se mencionou a afirmação da universalidade do bom senso, ou o caráter laico e moderno do pensamento cartesiano, sem, contudo, salientar em que termos essas características se relacionam ao uso da primeira pessoa. 14. Foram consideradas ótimas e receberam a pontuação máxima as respostas em que os candidatos expuseram de maneira precisa e bem articulada todos os passos relevantes que autorizam Descartes a concluir que a alma é inteiramente distinta do corpo, quais sejam: 1) posso duvidar da existência de todas as coisas, entre elas da de todos os corpos, inclusive da existência de meu próprio corpo; 2) mas, enquanto penso que nada existe, não posso duvidar de que eu existo enquanto penso; 3) logo, eu existo; 4) contudo, só posso confirmar que eu existo enquanto penso, pois, se deixasse de pensar, deixaria de existir, mesmo que todas as coisas de que eu duvidava existissem e fossem verdadeiras; 5) logo, eu existo pensando, isto é, sou uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, podendo assim existir como tal ainda que nada mais exista, nem mesmo o corpo que eu chamava meu; [conclusão] portanto, a alma, isto pelo que sou o que sou, é realmente distinta do corpo, ela não necessita de nenhum corpo para ser o que é. Foram consideradas boas as respostas em que os candidatos expuseram e articularam pelo menos três das razões apontadas, sem, contudo, explicar completamente como a conclusão se segue delas. Foram consideradas regulares as respostas em que os candidatos expuseram pelo menos duas das razões apontadas acima, mas não elaboraram a articulação necessária entre elas, não fornecendo razões suficientes para a conclusão que Descartes pretendia extrair. Foram consideradas insuficientes as respostas em que os candidatos expuseram somente uma das razões apontadas acima ou apenas repetiram a conclusão à qual Descartes chegou e que já estava presente no enunciado da questão. 15. Foram consideradas ótimas e obtiveram pontuação máxima as respostas em que os candidatos: 1) assinalaram que a relação entre homem e natureza envolvida na concepção cartesiana de ciência é a de submissão da natureza ao homem, 2) com a utilização por parte deste dos recursos naturais em benefício de seu bem-estar e aperfeiçoamento; 3) identificaram a assimilação, por parte de Descartes, da ciência à técnica e 4) a atribuição ao conhecimento científico de controle sobre a natureza e também sobre a vida do homem. Foram consideradas boas as respostas em que os candidatos apresentaram de forma clara e articulada apenas três dos quatro aspectos descritos acima. Foram consideradas regulares as respostas em que os candidatos abordaram ao menos um dos quatro aspectos mencionados sobre as respostas às questões ótimas. Foram consideradas insuficientes as respostas em que os candidatos se limitaram a repetir passagens do trecho citado. Anotações: 5

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