Filosofia Medieval e o fundamento cristão

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1 Disciplina: Filosofia Professor: Reinaldo Souza Aluno(a): Turno: Série:3º ANO Turma: Data: / / 2016 Filosofia Medieval e o fundamento cristão 1. A Patrística (meados do séc. IV ao séc. VIII): busca da conciliação entre a razão e a fé. No processo de desenvolvimento do cristianismo, tornou-se necessário explicar seus preceitos às autoridades romanas e ao povo em geral. Esses preceitos tinham de ser apresentados de maneira convincente, mediante um trabalho de pregação e conquista espiritual. Indica-se com este nome a filosofia cristã dos primeiros séculos. Consiste na elaboração doutrinal das crenças religiosas do cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos e contra as heresias. A Patrística caracteriza-se pela indistinção entre religião e filosofia. Para os padres da Igreja, a religião cristã é a expressão íntegra e definitiva da verdade que a filosofia grega atingira imperfeita e parcialmente. Com efeito, a Razão (logos) que se fez carne em Cristo e se revelou plenamente aos homens na sua palavra é a mesma que inspirara os filósofos pagãos, que procuraram traduzi-la em suas especulações. A Patrística costuma ser dividida em três períodos. O primeiro, que vai mais ou menos até o séc. III, é dedicado à defesa do Cristianismo contra seus adversários pagãos e gnósticos (Justino, Taciano, Atenágoras, Teófilo, Irineu, Tertuliano, Minúcio Félix, Cipriano, Lactâncio). O segundo período, que vai do séc. III até aproximadamente a metade do séc. IV, é caracterizado pela formulação doutrinal das crenças cristãs; é o período dos primeiros grandes sistemas de filosofia cristã (Clemente de Alexandria, Orígenes, Basílio, Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa, S. Agostinho). O terceiro período, que vai da metade do séc. V até o fim do séc. VIII, é caracterizado pela reelaboração e pela sistematização das doutrinas já formuladas, bem como pela ausência de formulações originais (Nemésio, Pseudo-Dionísio, Máximo Confessor, João Damasceno, Marciano, Capella, Boécio, Isidoro de Sevilha, Beda, o Venerável). A herança da Patrística foi recolhida, no início do renascimento carolíngio, pela Escolástica. Agostinho: a doutrina da iluminação. Para Agostinho ( ), a fé e a razão complementam-se na busca da felicidade e da beatitude. A beatitude, para ele, não é alcançada por procedimento intelectual, mas por ato de intuição e fé. Mas a razão se relaciona com a fé no sentido de provar a sua correção. Ou seja, a fé é precedida por certo trabalho da razão e, após obtê-la, a razão a sedimenta. A razão relaciona-se, portanto, duplamente com a fé. É necessário compreender para crer, e crer para compreender. Aqui percebe-se que, para Agostinho, a filosofia é apenas um instrumento destinado a um fim que transcende seus próprios limites: a Teologia e a Mística. Apesar disso, Agostinho é considerado um grande filósofo pela penetração filosófica na análise de alguns problemas e na sua grandiosa concepção do mundo, do homem e de Deus. O primeiro problema filosófico, focalizado por Agostinho, logo após a conversão, foi o dos fundamentos do conhecimento, devido à teoria corrente na época de que não é possível encontrar um critério de evidência absoluta e indiscutível, causado pela variabilidade dos sentidos. Agostinho resolveu esse problema no diálogo Contra os Acadêmicos. O erro para ele provém dos juízos que se fazem sobre as sensações e não delas próprias. A sensação enquanto tal jamais é falsa. Posteriormente, na Cidade de Deus, Agostinho levou tal argumentação às últimas consequências e antecipou a reflexão cartesiana, formulada doze séculos depois: Se eu me engano, eu sou, pois aquele que não é não pode ser enganado. Com isso, atingia a certeza da própria existência. Essa primeira certeza permitia a revelação da própria essência do ser humano, ou seja, o homem seria, sobretudo um ser pensante e seu pensamento não se confundiria com a materialidade do corpo. Tal concepção do homem provinha de Platão, para o qual o homem é definido como uma alma que se serve de um corpo. Agostinho mantém esse conceito com todas as

2 consequências lógicas que ele comporta. Assim o verdadeiro conhecimento não seria a apreensão de objetos exteriores ao sujeito, devido a sua variabilidade, e sim, a descoberta de regras imutáveis, como o princípio ético segundo o qual é necessário fazer o bem e evitar o mal. Tal conhecimento se refere a realidades não sensíveis cujo caráter fundamental seria a necessidade, pois são o que são e não podiam ser diferentes. Da necessidade do conhecimento decorreria a sua imutabilidade e, desta, a sua eternidade. Tal conclusão revela dois tipos de conhecimento: um limitado aos sentidos e referente a objetos exteriores ou suas imagens, e outro que constitui a verdade. Essa verificação permite a indagação se o próprio homem é a fonte dos conhecimentos perfeitos. Sendo o homem tão mutável quanto as coisas dadas à percepção, ele se inclina reverente diante da verdade que o domina. Assim, só haveria uma resposta possível: a aceitação de que alguma coisa transcende a alma individual e dá fundamento à verdade, Deus. Para explicar como é possível ao homem receber de Deus o conhecimento das verdades eternas, Agostinho elabora a doutrina da iluminação divina. Entender algo inteligivelmente equivaleria a extrair da alma sua própria inteligibilidade e nada se poderia conhecer intelectualmente que já não se possuísse antes, de modo infuso. A semelhança nesse ponto entre Platão (doutrina da reminiscência) e Agostinho, só é desfeita ao compreender a percepção do inteligível na alma, não como uma descoberta de um conteúdo passado, mas como irradiação divina no presente. A luz eterna da razão que procede de Deus atua a todo momento, possibilitando o conhecimento das verdades eternas. A iluminação divina, contudo, não dispensa o homem de ter um intelecto próprio. Ela teria a função de tornar o intelecto capaz de pensar corretamente em virtude de uma ordem natural estabelecida por Deus. No conhecimento das verdades eternas, a própria luz não é vista, mas serve apenas para iluminar as ideias. Um outro tipo de conhecimento seria aquele no qual o homem contempla a luz divina, olhando o próprio sol : a experiência mística. A experiência mística revelaria ao homem a existência de Deus e levaria à descoberta dos conhecimentos necessários, eternos e imutáveis existentes na alma. Deus, assim encontrado, é ao mesmo tempo uma realidade imanente e transcendente ao pensamento. Mas, por outro lado, a natureza divina escaparia ao alcance do homem. Deus é inefável e mais fácil é dizer o que Ele não é do que tentar defini-lo. Segundo Agostinho, a melhor forma de designá-lo é a encontrada no livro Êxodo: Eu sou o que sou. Deus seria a realidade total e plena, a essentia no mais alto grau. Agostinho concebe a unidade divina não como vazia e inerte (como defendia Parmênides de Eléia), mas como plena, viva e guardando dentro de si a multiplicidade. Deus compreende três aspectos: Pai, Filho e Espírito Santo. O Pai é a essência divina em sua insondável profundidade; o Filho é o verbo, logos, a razão ou a verdade, através da qual Deus se manifesta; o Espírito Santo é o amor, mediante o qual Deus dá nascimento a todos os seres. A partir dessa concepção de Deus, Agostinho constrói a doutrina metafísica do bem e do mal, revelando mais uma vez sua dependência filosófica em relação ao neoplatonismo de Plotino. Tudo aquilo que é, é necessariamente bom, pois a ideia de bem está implicada na ideia de ser. Deus, portanto, não é a causa do mal, da mesma forma que a matéria também não poderia produzi-lo, pois ela é criatura de Deus. A natureza do mal deve ser encontrada, portanto, no conceito absolutamente contrário ao conceito de Deus como ser, ou seja, no nãoser. O mal fica, assim, destituído de toda a substancialidade. Ele seria apenas a privação do bem. Não existem, como queriam os maniqueus, dois princípios poderosos a reger o mundo, mas tão somente um: Deus, infinitamente bom. Deus é a bondade absoluta e o homem é o réprobo miserável condenado à danação eterna e só recuperável mediante a graça divina. Eis o cerne da antropologia agostiniana. O homem, feito a semelhança de Deus, desdobra-se em correspondência com a Trindade. As expressões dessa correspondência encontram-se na alma humana: a própria alma (Pai), a razão (Filho) e a fé ou vontade (Espírito Santo). De todas essas faculdades, a mais importante é a vontade, pois sendo essencialmente criadora e livre, possibilita ao homem aproximar-se ou afastar-se de Deus. Reside aqui a essência do pecado. O pecado é, segundo Agostinho, uma transgressão da lei divina, na medida em que a alma foi criada por Deus para reger o corpo, e o homem, fazendo mal uso do livre arbítrio, inverte essa relação, subordinando a alma ao corpo e caindo na concupiscência e na ignorância. Voltada para a matéria, a alma se acaba pelo contato com o sensível, dando a ele sua substância, esvaindo-se no não-ser e considerando-se a si mesma como um corpo.

3 No estado de decadência em que se encontra, a alma não pode salvar-se por suas próprias forças. A queda do homem é de inteira responsabilidade do livre arbítrio humano, mas este não é suficiente para fazê-lo retornar às origens divinas. Tal poder é privilégio de Deus. Chega-se assim à doutrina agostiniana da predestinação e da graça, intensamente combatida pelo monge Pelágio e seus seguidores, na qual nem todos os homens recebem a graça das mãos de Deus. Apenas alguns eleitos que estão, portanto, predestinados a salvação. Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos. O tempo: Segundo ele mesmo relata, obteve nesse momento uma revelação divina, juntamente com sua mãe (Santa Mônica), e mudou de vida, embora seu pensamento, desde então, evoluísse gradativamente, com as ideias amadurecendo ao longo do tempo. O tempo, aliás, foi objeto de suas reflexões, que, sobre esse tema, anteciparam o pensamento de Descartes ( ), Kant ( ), e Schopenhauer ( ). Para Agostinho, o tempo não tem realidade em si, é uma invenção do homem, constituído por três nadas: o passado, que não existe mais; o futuro, que ainda não existe; e o presente, tão fugaz que é uma mistura de passado e futuro. É a partir daí que se compreende com certa facilidade a concepção agostiniana de Deus. Assim como Platão ( a.c.), Agostinho concebe Deus como uma entidade que pertence a um reino de verdades atemporais, perfeitas e imateriais, com o qual só temos contato de maneira não-sensorial: tendo sido feitos à imagem e semelhança de Deus, uma parte desse reino existe dentro de nós (e pode ser identificado com a alma). Interioridade: Dentro é outra palavra chave para conhecer o pensamento de Agostinho: em sua busca filosófica, ele deixou de lado a reflexão sobre o mundo exterior, e fez uma profunda introspecção para descobrir a sua interioridade, a essência do ser humano. Por isso, Agostinho é considerado também um pioneiro da psicologia. Para encerrar, convém lembrar que o cristianismo - antes de Agostinho - pouco tinha de filosófico: consistia da crença num Deus criador que se fez homem e num conjunto de instruções morais. Por isso, o filósofo pôde conciliá-lo sem contradições ao platonismo. 2. A Escolástica (séc. IX ao séc. XIV): Em sentido próprio, a filosofia cristã da Idade Média. Nos primeiros séculos da Idade Média, era chamado de scholasticus o professor de artes liberais e, depois, o docente de filosofia ou teologia que lecionava primeiramente na escola do convento ou da catedral, depois na Universidade. Portanto, literalmente, Escolástica significa filosofia da escola. Como as formas de ensino medieval eram duas (lectio, que consistia no comentário de um texto, e disputatio, que consistia no exame de um problema através da discussão dos argumentos favoráveis e contrários), na Escolástica a atividade literária assumiu predominantemente a forma de Comentários ou de coletâneas de questões. O problema fundamental da Escolástica é levar o homem a compreender a verdade revelada. A Escolástica é o exercício da atividade racional (ou, na prática, o uso de alguma filosofia determinada, neoplatônica ou aristotélica) com vistas ao acesso à verdade religiosa, à sua demonstração ou ao seu esclarecimento nos limites em que isso é possível, aprestando um arsenal defensivo contra a incredulidade e as heresias. A Escolástica, portanto, não é uma filosofia autônoma, como, p. ex., a filosofia grega: seu dado ou sua limitação é o ensinamento religioso, o dogma. Para exercer essa tarefa, não confia apenas nas forças da razão, mas chama em seu socorro a tradição religiosa ou filosófica, recorrendo às chamadas auctoritates. Auctoritas é a decisão de um concílio, uma máxima bíblica, a sententia de um padre da Igreja ou mesmo de um grande filósofo pagão, árabe ou judaico. O recurso à autoridade é a manifestação típica do caráter comum e supraindividual da investigação Escolástica, em que cada pensador quer sentir-se apoiado pela responsabilidade coletiva da tradição eclesiástica. A Escolástica medieval costuma ser distinguida em três grandes períodos: Primeiro a alta Escolástica, que vai do séc. IX ao fim do séc. XII, caracterizada pela confiança na harmonia intrínseca e substancial entre fé e razão e na coincidência de seus resultados; segundo o florescimento da Escolástica, que vai de 1200 aos primeiros anos do séc. XIV, época dos grandes sistemas, em que a harmonia entre fé e razão é considerada parcial, apesar de não se considerar possível a oposição entre ambas; terceiro dissolução da Escolástica, que vai dos primeiros decênios do séc. XIV até o Renascimento, período em que o tema básico é a oposição entre fé e razão. Portanto, pode-se chamar de Escolástica qualquer filosofia que assuma a tarefa de ilustrar

4 e defender racionalmente determinada tradição ou revelação religiosa. Para isso, via de regra, essa Escolástica lança mão de uma filosofia já estabelecida e famosa; de tal sorte que, nesse sentido, a Escolástica é a utilização de determinada filosofia para a defesa e a ilustração de determinada tradição religiosa. Nesse sentido genérico são muitas as Escolásticas, tanto na Antiguidade quanto no mundo moderno: na Antiguidade o neoplatonismo, o neopitagorismo, etc.; na Idade Média, a filosofia dos árabes e dos judeus; no mundo moderno, são escolásticas as filosofias de Malebranche, de Berkeley, da direita hegeliana, de Rosmini, de muitos espiritualistas, etc. Grandes Temas da Escolástica: Problema dos Universais. Provas da existência de Deus e da alma: demonstrações racionais. A diferença e a separação entre infinito (Deus) e finito (homem, mundo). Diferença entre Razão e Fé: a primeira deve subordinar-se à segunda. Diferença e separação entre corpo (matéria) e alma (espírito). Universo como uma hierarquia de seres: onde superiores dominam e governam os inferiores (Deus, arcanjos, anjos, alma, corpo, animais, vegetais, minerais...). Subordinação do poder temporal dos reis e barões ao poder espiritual de papas e bispos. Método: Disputa: apresentava-se uma tese e esta devia ser ou refutada ou defendida por argumentos tirados da Bíblia, de Aristóteles, de Platão ou de outros padres da Igreja Princípio da Autoridade. Sobre os Universais: Os universais são como as ideias platônicas, essências que existem em si mesmas separadas dos indivíduos concretos nos quais se realizam? Ou então como pensava Aristóteles, tais essências residem somente nos indivíduos concretos, onde nossa mente extrai idealmente (conceito) numa operação de abstração? Enfim: Os universais enquanto palavras/termos são a realidade ou significam (abstração) as coisas/realidade? Duas soluções, a princípio, foram propostas pelos filósofos da Idade Média para a questão dos universais. A primeira ficou conhecida como realismo e teve como representantes, entre outros, santo Anselmo e Guilherme de Champeaux e a segunda, nominalismo, representada principalmente por Roscelino de Compiegne. O realismo afirma não só que os universais têm existência real como constituem mesmo a mais autêntica realidade. Em cada membro de uma espécie - afirmava Guilherme de Champeaux - está presente uma natureza comum real, e os entes individuais diferem apenas em seus acidentes e não em sua substância. O nominalismo de Roscelino, por sua vez, toma posição diametralmente oposta à do realismo, esposando a tese de que a realidade é constituída pelos entes individuais, não sendo o universal mais do que uma simples emissão de voz (flatusvocis), meros nomes (daí a expressão nominalismo). A solução dada por Abelardo afasta-se das duas posições extremadas (realismo e nominalismo), mas, ao mesmo tempo, integra elementos de ambas. Os universais constituem palavras significativas e não simples emissões da voz humana. Sobre se os universais existem realmente ou são apenas objetos de intelecção, Abelardo diz que por si mesmos, os universais não existem mais do que no intelecto, mas eles referem-se a seres reais. Os universais constituem imagens confusas que formamos em nosso intelecto a partir da abstração e retenção dos caracteres comuns existentes nos indivíduos. Abelardo: Em 1º lugar, Universais: são palavras significativas; não simples emissão de voz. Existem realmente ou são apenas objetos de intelecção? Por si mesmos, os universais não existem mais do que no intelecto, mas referem-se a seres reais. Em 2º lugar, se são corpóreos ou incorpóreos: Enquanto nomes, corpóreos, sua natureza é a dos sons emitidos pela voz humana; Enquanto sua função significativa, designar uma pluralidade de indivíduos semelhantes, é incorpórea. Quando designam as formas dos corpos como que separados do sensível através da abstração: quando isso acontece os universais em questão existem fora do plano sensível: A Forma do corpo humano. Em 3º lugar, se deixam de existir os indivíduos correspondentes aos universais subsistiriam os universais? A resposta exige considerar dois aspectos: 1. Os universais enquanto nomes que se referem imediatamente a indivíduos: Os universais cessariam de existir, não havendo indivíduos a serem Significados. 2. Sua significação enquanto conceitos: Os universais continuariam a existir, Enquanto conceito, poder-se-ia dizer: "as rosas não existem mais". 3. Tomás de Aquino ( ): Sua teoria do conhecimento é a do realismo. Toma-se como ponto de partida o ser captado pela inteligência no âmbito do

5 conhecimento sensível, de onde o abstrai (teoria da abstração), para em seguida buscar novos resultados de especulação sem nunca ultrapassar o âmbito limitado do ser sensível. Deus, uma vez concebido como Ser Absoluto, sem nenhum limite, não é alcançado devidamente pela inteligência humana, senão por meio de analogias. Deus é alcançado como princípio explicativo de fatos que, sem Ele, não se explicariam. Aristóteles: Na época de Tomás de Aquino começaram a ser difundidos na Europa escritos de Aristóteles (384 a.c a.c.), grande parte graças a filósofos árabes como Averróes e Avicena, que traduziram e comentaram a obra. Mas, ao contrário de Platão, cuja filosofia idealista incluía, por exemplo, uma noção de alma imortal (e, deste modo, pôde se adequar mais facilmente ao cristianismo), o pensamento aristotélico, com seu caráter mais científico, representava uma ameaça à política eclesiástica. Coube a Tomás de Aquino tornar a metafísica aristotélica não somente aceitável para os cânones papais como também um fino tecido argumentativo em favor da fé cristã. Razão e fé: Oposto à Patrística, o pensamento tomista é construído em bases racionais e empíricas, separando filosofia de teologia, apesar de subordinar a primeira à segunda. Assim, o papel da razão é demonstrar e ordenar os mistérios revelados pela fé. Razão e fé puderam ser, enfim, harmonizadas, apesar de serem distintas, mesmo no que diz respeito às verdades que podem alcançar, conforme afirma Tomás de Aquino em "Súmula contra os gentios": Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao contrário, existem verdades que podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus etc. Estas últimas verdades, os próprios filósofos as provaram por via demonstrativa, guiados que eram pelo lume da razão natural. As provas da existência de Deus Tomás de Aquino divide o ente (o ser) em ato e potência. Na Suma teológica, Tomás considera cinco vias que conduzem argumentativamente a Deus, todas com a característica comum de se firmarem na evidência (sensível e racional), para proceder à demonstração, como a lógica exige. O tomismo, portanto, emprega a razão a serviço da fé cristã é o conjunto de argumentos, todos de cunho empírico, isto é, que se demonstram por via da experiência, que provam a existência de Deus. Eles ficaram conhecidos como as Cinco Vias que levam a Deus. São elas: 1. Movimento: Este primeiro argumento parte da constatação de que as coisas se movem. Galáxias, planetas, rios, nuvens, homens, moléculas, tudo na natureza está em constante movimento e transformação. E se existe o movimento, existe também aquilo que provoca o movimento. Como um jogador que chuta uma bola, um raio que incendeia uma árvore ou a força gravitacional que mantém corpos celestes em órbita. Constata-se, portanto, que este agente do movimento é externo, ou seja, nada pode mover a si próprio, ou ser, ao mesmo tempo, motor e movido: nenhum carro se locomove sem algum tipo de combustível. Mas este raciocínio conduz a um absurdo lógico: se todo movido possui um motor, há uma sucessão infinita e, não havendo um primeiro motor, também não haveria um segundo e assim por diante. Em resumo, o movimento seria impossível! A única forma de explicar o movimento é conceber Deus como causa motora primeira, que não é movida por nenhuma outra. 2. Causalidade: A segunda via é parecida com a primeira. Observa-se na natureza uma ordem segundo uma relação de causa e efeito. O homem com o taco de bilhar é a causa; a bola que entra na caçapa, o efeito. É impossível algo ser causa e efeito ao mesmo tempo: a bola de bilhar não entra sozinha na caçapa. Contudo, se toda causa tem um efeito, haveria, novamente, uma sequência infinita, a menos que admitamos uma causa primeira no universo, que é Deus. 3. Possível e necessário (contingência): As coisas podem ser e não ser. Todas as pessoas que conhecemos e nós mesmos não existimos para sempre. As coisas nascem, se transformam e morrem. Em outras palavras, somos seres contingentes. Porém, isso nos leva a pensar que houve um momento em que nada existia, um instante de puro nada, que os astrônomos, atualmente, localizam antes do "Big Bang", e que deu origem a tudo que há no universo. Para que o universo saísse da mera possibilidade para a existência é preciso imaginar que algo tenha provocado isso, caso contrário o nada persistiria como nada. Consequentemente, entre todos os seres possíveis (que podem ser e não ser), é razoável

6 acreditar que haja um que seja necessário, isto é, não contingente. Como necessidade precisa ser causada, retorna-se ao absurdo das cadeias causais infinitas do segundo e primeiro argumentos, a menos que Deus exista como necessário por si mesmo. 4. Graus de perfeição: O quarto argumento é mais fácil de entender. Diz Tomás de Aquino: "Encontram-se nas coisas algo mais ou menos bom, mais ou menos verdadeiro, mais ou menos nobre, etc." Por exemplo, fulano é mais legal que beltrano, o banco A é mais confiável que o banco B, etc. "Ora, mais ou menos se dizem de coisas diversas conforme elas se aproximam diferentemente daquilo que é em si o máximo". Quer dizer, para afirmar que uma coisa é mais ou menos em graus de perfeição, é preciso ter algo como parâmetro comparativo, dotado de perfeição absoluta, como um quente absoluto que permite dizer que esta água está muito quente - e aquela, apenas morna. Conclui Tomás de Aquino: "Existe algo que é, para todos os outros entes, causa de ser, de bondade e de toda a perfeição: nós o chamamos Deus". 5. Finalidade (ordem do mundo Providência): A quinta e última via trata dos seres que se movem em uma direção, que possuem uma finalidade, o que é facilmente verificável na vida na Terra, que progride rumo a maiores níveis de organização, desde simples bactérias até modernas sociedades humanas. Tomás de Aquino usa como o exemplo o arqueiro: a flecha só parte em direção ao alvo porque existe o arqueiro que mira e dispara, isto é, porque há uma inteligência guiando a flecha. O "arqueiro" do universo, por assim dizer, é Deus. Deus cria e regula a ordem do mundo. Encaminha todas as coisas a si, o Sumo Bem. Mas, o homem possui liberdade Livre-Arbítrio-, escolhe seus próprios caminhos. Porém, a mesma natureza que possui o livre-arbítrio possui também a providência, que encaminha os seres para Deus.

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