HEMOCENTRO DE RIBEIRÃO PRETO CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO DE REAGENTES VISÃO DO CLIENTE
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- Sabina Canela Miranda
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1 HEMOCENTRO DE RIBEIRÃO PRETO CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO DE REAGENTES VISÃO DO CLIENTE Rodrigo Spessotto Morais Toledo
2 Qual a importância do controle da qualidade dos reagentes imunohematológicos? O controle da qualidade de reagentes imunohematológicos é essencial para garantir a reprodutibilidade e consequentemente a confiabilidade dos resultados dos testes utilizados na rotina transfusional. Reprodutibilidade é a capacidade de um teste ou reagente em obter resultados iguais ou próximos, quando analisadas várias alíquotas de uma mesma amostra em uma mesma ou em várias rotinas.
3 Qual a importância do controle da qualidade dos reagentes imunohematológicos? Apesar da importância, até o ano de 2000 não existia um modelo nacional de controle de qualidade de reagentes imunohematológicos.. Este protocolo é baseado em modelos nacionais (TELELAB/2001 e Novaretti M.C.Z. et al ), internacionais (AABB) e na própria experiência de trabalho. Essa é uma área em construção e sua adaptação à realidade nacional depende da contribuição de todos.
4 Quais as etapas do controle de qualidade dos reagentes imunohematológicos? O controle de qualidade dos reagentes é realizado em duas etapas: etapa 1 - inspeção visual; e etapa 2 - investigação laboratorial.
5 Como é feita a inspeção visual para controle de qualidade dos reagentes imunohematológicos? A inspeção visual é feita com base na aparência dos reagentes e nos dados fornecidos no rótulo e na bula Parâmetros para inspeção visual Especificações técnicas correspondentes Anti-soros, soluções, potencializadores e enzimas proteolíticas Reagentes de Hemácias Freqüência da inspeção visual Aparência Ausência de: precipitado, gelatina, partículas ou fungos e não causar hemólise Ausência de hemólise, escurecimento da hemácia ou turvação do líquido sobrenadante Diária
6 Inspeção de Rótulos Os rótulos dos reagentes devem conter as seguintes informações em língua portuguesa: Nome do produto e marca Nome, endereço e CGC do fabricante Número de registro no Ministério da Saúde Número do lote, data de fabricação e validade Indicação de volume e peso Somente para uso diagnóstico in vitro Nome do responsável técnico, inscrição e sigla da entidade profissional Condições de armazenamento e transporte
7 Inspeção de Bulas As instruções que acompanham os produtos devem conter as seguintes informações em língua portuguesa: Nome do produto e marca Descrição da finalidade ou uso do produto Natureza do produto Concentração proteica Tipo de conservante Princípio de ação ou aplicação do produto Relação de todos os componentes fornecidos com o produto
8 Inspeção de Bulas As instruções que acompanham os produtos devem conter as seguintes informações em língua portuguesa: Indicação das condições adequadas de armazenamento e transporte Descrição das precauções e esclarecimentos sobre os riscos com o uso do produto Somente para uso diagnóstico in vitro Cuidados com a amostra Orientações sobre calibração Informações sobre limitações do processo Orientações sobre controle de qualidade interno
9 Como é feita a investigação laboratorial para controle de qualidade dos reagentes imunohematológicos? A investigação laboratorial é feita com a utilização de painéis de avaliação específicos para cada reagente, montados a partir da seleção de soros e hemácias da rotina do laboratório.
10 Quais os critérios utilizados para a seleção e armazenamento dos soros e das hemácias para a sua inclusão no painel de avaliação? Reagentes Seleção Armazenamento Hemácias: de coleta recente (inferior a 7 dias) Distribuídas em alíquotas: com células positivas (homozigotas e ressuspensas em solução de heterozigotas) e negativas para o antígeno conservação(cell Stab) e especificado; mantidas sob refrigeração 4 ± que apresentem reprodutibilidade de 2ºC, depois de identificadas resultados em três ensaios com diferentes anti-soros de mesma especificidade. com o perfil antigênico, data e validade de 30 dias. Soros com anticorpo específico; que não apresentem hemólise imune, fenômeno de rouleaux ou prozona e que não provoquem aglutinação espontânea. Distribuídas em alíquotas (500 µl): congelados a - 20 O, depois identificados com o anticorpo específico,.
11 Quais os parâmetros para a investigação laboratorial no controle de qualidade dos reagentes imunohematológicos? Os parâmetros de controle de qualidade na investigação laboratorial variam de acordo com o tipo de reagente Parâmetros sensibilidade e especificidade intensidade de aglutinação avidez, título e escore Tipos de reagentes todos (anti-soros, hemácias, anti-soro AGH, soluções potencializadoras e enzimas proteolíticas) anti-soros, hemácias anti-soros
12 Quais os parâmetros para a investigação laboratorial no controle de qualidade dos reagentes imunohematológicos? sensibilidade - capacidade do reagente de aglutinar, reagir ou se unir com o antígeno ou o anticorpo; especificidade - capacidade do reagente de aglutinar especificamente apenas com o antígeno ou o anticorpo correspondente;
13 Quais os parâmetros para a investigação laboratorial no controle de qualidade dos reagentes imunohematológicos? intensidade de aglutinação - é o grau com que o anticorpo é capaz de aglutinar, reagir ou se unir ao antígeno; potência - para cada soro deverão ser testadas pelo menos 4 hemácias que possuem o antígeno e a intensidade de aglutinação deverá ser maior ou igual a 2+. Se alguma das amostras testadas não reagir como o esperado, outras 4 amostras deverão ser testadas. O teste é considerado satisfatório se não mais que 1 em 8 amostras a reação for menor que 2+;
14 Quais os parâmetros para a investigação laboratorial no controle de qualidade dos reagentes imunohematológicos? avidez - é determinada pela velocidade e grau e com que o anticorpo é capaz de aglutinar, reagir ou se unir ao antígeno; título - é avaliado através de reações obtidas em diluições seriadas do anti-soro na razão 2 contra hemácias específicas. O título é definido na última diluição que apresenta intensidade de aglutinação de 1+ e corresponde ao valor inverso da mesma;
15 Quais os parâmetros para a investigação laboratorial no controle de qualidade dos reagentes imunohematológicos? escore: sistema de gradação numérico para hemaglutinação.. A soma dos graus de aglutinação obtidos em uma titulação representa o escore. INTENSIDADE DE AGLUTINAÇÃO ESCORE DE REAÇÃO* 4 (+) cruzes 12 3 (+) cruzes 10 2 (+) cruzes 08 1 (+) cruz 05 (+) fraco 02 Ausência de aglutinação 00 * Proposto por Race e Sanger, modificado por Marsh.
16 Como avaliar a sensibilidade e a especificidade de anti- soros e reagentes de hemácias? Parâmetros Sensibilidade e Especificidade Especificações técnicas Antisoros Reagentes de hemácias 6 Ausência de hemólise imune, de formação de rouleaux ou fenômeno de prozona. 6 Aglutinação específica com o antígeno ou o anticorpo correspondente Demonstrar reatividade com os anticorpos específicos dirigidos contra os antígenos representados no diagrama durante todo o prazo de validade Frequência Anti-soros - a cada novo lote Reagentes de hemácias - a cada 15 dias com o reagente de triagem de anticorpos irregulares e tipagem reversa e a cada 15 dias com o painel de identificação de anticorpos para verificação de reatividade Rh e Duffy
17 Quais os paramêtros específicos a verificar no controle de qualidade dos soros para Fenotipagem ABO? Soro Hemácias Reatividade Título Escore Avidez Potência Especificidade Anti-A A Até 15 1 A Até 30 5 tipo O A 1 B Até 30 A2B Até tipo B Anti-B B Até tipo O A 1 B Até tipo A Anti-AB A Até 15 2 A Até 30 2 A 1 B Até tipo O B Até 15 4 Anti-H A NR NR lectina O NR NR 3 tipo A 1 Anti-A 1 lectina A NR NR 1 tipo O 1 tipo A 2
18 Quais os padrões estabelecidos para o controle da qualidade de reagentes da tipagem Rh? Soro Hemácias Reatividade Título ESCORE Avidez Potência Especificidade Anti-D Anti-D salino Anti-CDE R 0 r Até O rr 1 A 1 rr R 1 r Até 30 1 r r 1 B rr R 2 r Até 30 1 r r R 0 r NR 4 1 O rr 1 A 1 rr R 1 r NR 1 r r 1 B rr R 2 r NR 1 r r R 1 R NR R 1 r Até 30 3 A rr R 2 r Até 30 3 B rr r r Até 60 2 r r Até 60 2 R 0 r NR NR NR NR 2
19 Quais os padrões estabelecidos para o controle da qualidade de reagentes da tipagem Rh? Soro Anti-C Anti-c Anti-E Hemácias Reatividade Título ESCORE Avidez Potência Especificidade R 1 R NR 1 O rr 1 A rr r r NR 4 1 R 2 r 1 B rr R 1 r NR 2 R 1 R 1 rr NR R 1 R 2 NR NR NR NR 4 R 2 R NR 1 O rr 1 A rr r r NR 4 1 R 1 r 1 B rr Anti-e R 2 r NR 2 R 2 R 2 rr NR r r NR NR NR NR 4 Anti-C w C w NR NR 2 C w -
20 Padrões estabelecidos para o controle da qualidade de anti-soros para fenotipagem de antígenos dos sistemas Kell, Duffy, Kidd,, MNS, Lewis, Lutheran, Diego e P Soro Hemácias Reatividade Título Escore Especificidade Anti-K K+k K- Anti-k K+k k- Anti-Kp a Kp(a+b+) 2+ Puro NR 1Kp(a-) Anti-Kpb Kp(a+b+) 2+ puro NR 1Kp(b-) Anti-Js a Js(a+b+) 2+ Puro NR 1Js(a-) Anti-Js b Js(a+b+) 2+ puro NR 1Js(b-) Anti-Fya Fy(a+b+) Fy(a-) Anti-Fy b Fy(a+b+) Fy(b-) Anti-M M+N M- Anti-N M+N N- Anti-S S+s S- Anti-s S+s s- Anti-Le a Le(a+) 1+ 2 NR 1Le(a-) Anti-Leb Le(b+) 1+ 2 NR 1Le(b-) Anti-Lu a Lu(a+) 2+ Puro NR 1Lu(a-) Anti-Lu b Lu(b+) 2+ puro NR 1Lu(b-) Anti-Jk a Jk(a+b+) Jk(a-) Anti-Jkb Jk(a+b+) Jk(b-) Anti-Di a Di(a+b+) Di(a-) Anti-Dib Di(a+b+) 2+ puro NR 1Di(b-) Anti-U U+ 2+ puro NR 1U- Anti-P 1 P puro NR 1P 1 - Anti-I I+ 1+ puro NR 1I-
21 Como avaliar a sensibilidade antiglobulina humana? anti-igg do anti-soro Hemácias e títulos dos anti-soros utilizados e para determinação da atividade anti-igg do soro AGH Hemácias Sensibilizadas com anti-soros comerciais Título dos anti-soros Intensidade da aglutinação com o soro AGH O DCcee Anti-D O Fy(a+b+) Anti-Fy a Puro + O K+k+ Anti-K 8 ++ O Jk(a+b+) Anti-Jk a 4 + Hemácias de pacientes com anemia hemolítica auto-imune do tipo IgG com intensidade de 2+ podem também ser incluídas e o resultado da intensidade da aglutinação com o soro AGH deve ser correspondente a 2+.
22 Como fazer o controle da qualidade dos reagentes imunohematológicos utilizados em cartões? cartões com microtubos,, contendo gel totalmente sedimentado, com aspecto homogêneo, e com solução tampão acima da coluna. Não devem apresentar, sinais de ressecamento,, partículas em suspensão e bolhas de ar. Fechamento: lacre de alumínio sem perfurações ou irregularidades.. Ao retirarmos o lacre deveremos observar as marcas impressas das bordas dos orifícios dos microtubos na parte inferior da folha de alumínio, indicando fechamento correto.
23 Como fazer o controle da qualidade dos reagentes imunohematológicos utilizados em cartões? Volume de gel : O nível do gel em todos os microtubos deve ser de 2/3. Volume do tampão: o nível do tampão deve estar entre 1 a 2 mm acima do gel ou pérola de vidro. Atenção: caso tenha ocorrido inversão do cartão, observada pela diminuição do nível do tampão ou pela presença de gotículas no interior da câmara superior do microtubo,, deve-se centrifugar os cartões, em centrífuga apropriada para subsequente avaliação.
24 Como fazer o controle da qualidade dos reagentes imunohematológicos utilizados em cartões? Cartão Hemácias Reatividade Especificidade ABO/Rh e ABO/Rh RN AB RhD+ 4+ O RhD- Determinador anti-d R 1 r 4+ 2 rr R 2 r 4+ 1 r r e 1 r r Rh subgrupo+kell R 1 r K+ 4+ K- R 2 r 4+ Rhsubgrupo+C w +Kell R 1 r K+ 4+ C w - R 2 r 4+ K- C w + 4+ Determinador anti-k K+k+ 4+ K- Determinador anti-jk a Jk(a+b+) 4+ Jk(a-) LISS/COOMBS Hemácia com TAD 1+ em tubo >1+ Hemácia com TAD Negativo Determinador Coombs Monoespecífico Utilizar uma hemácia sensibilizada Hemácia com TAD Negativo NaCl/Enzima Realizar uma PAI com 3 soros: anti-e ou anti-c, anti-fy a e soro sem anticorpos Positivo com anti-e ou anti-c, negativo com anti-fy a e soro sem anticorpos NR
25 Controle da Qualidade dos Reagentes Imunohematológicos Utilizados em Microplacas O controle da qualidade dos reagentes utilizados em microplacas deve seguir as mesmas orientações dadas para aqueles utilizados em técnicas convencionais em tubo. Deve-se avaliar os anticorpos comparativamente pelas reações na microplaca. Os anti-soros selecionados serão aqueles que apresentarem maior diluição com intensidade de 4+ com as células selecionadas.
26 Resultado da inspeção do soro AGH Hemácias sensibilizadas com antisoros comerciais Título/Grau de aglutinação DIAMED GAMMA ASEM PROTHEMO Títulol/Grau de aglutinação modificados Anti-D 128/ (+) 128/+ Anti-Fya 16/ PURO/+ Anti-K 8/ /++ Anti-Jka 8/ /+
27 O reagente que estiver fora das especificações técnicas de qualquer dos parâmetros é reprovado no controle de qualidade. Nesse caso, é preciso registrar o fato e devolver o reagente ao fabricante informando-lhe o motivo da reprovação.
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