Segunda-Feira, 5 de dezembro de 2016

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1 Segunda-Feira, 5 de dezembro de 2016 Bom dia, Manifestações "poupam" Temer. Como esperado, o domingo foi de manifestações espalhadas pelo Brasil a favor da operação Lava Jato e tiveram como principal alvo o Legislativo Federal, por conta das mudanças no projeto das medidas anticorrupção, principalmente pelo projeto de abuso de autoridade, visto como um artifício para enfraquecer a operação que tem levado à justiça um sem-número de políticos. Apesar de não ser alvo direto das

2 manifestações, o presidente Temer não deve ter a vida facilitada por ela, já que boa parte de sua base de sustentação no congresso ficou no centro da insatisfação popular e, caso os projetos sejam de fato aprovados no Legislativo, ele pode se ver "entre a cruz e a caldeirinha", com a pressão que deve sofrer da população para vetálos. Isso pode impactar a tramitação dos projetos do ajuste fiscal, por exemplo. Pessimismo com relação ao crescimento do PIB ano que vem, mas inflação controlada. Diante das expectativas contidas no Boletim Focus, vê-se que o mercado segue reticente com relação à recuperação econômica interna e as projeções do PIB para 2017 sofreram ajustes negativos, indo para 0,8% sendo a sétima semana consecutiva de revisões para baixo do crescimento de No mesmo sentido, as expectativas com relação à produção industrial apontam a primeira queda no mesmo período. Nesse contexto, em razão de uma perspectiva de crescimento cada vez menor, as expectativas quanto à SELIC apresentaram viés de baixa com os juros devendo ficar em 10,5% ano que vem. No mais, na visão do mercado a inflação não deve preocupar ficando em 6,69% neste ano e em 5% no próximo. Mercado de trabalho a passos de tartaruga. Em divulgação de indicadores do mercado de trabalho, a FGV reforçou que a recuperação deve ser mais lenta do que o esperado. Mesmo com o avanço do Indicador de Antecedente de Emprego (IAEmp) que subiu 0,2 ponto em novembro e do Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que subiu 3,8 pontos no mesmo mês, os dados mostram que o otimismo com relação à atividade e contratações parou de aumentar. O pessimismo com relação à recuperação da atividade pode trazer algum mau humor momentâneo, mas não acreditamos que seja algo duradouro, afinal, medidas de ordem fiscal tem sido tomadas de modo a reconduzir a economia para uma tendência de recuperação e crescimento mais sustentável. PMIs refletirão a dinâmica recessiva interna. As sondagens preliminares do HSBC para o mês de novembro devem dar conta de mais um mês de contração nas atividades de serviços e no índice composto. As leituras anteriores foram de 43,9 e 44,9, respectivamente, e vale lembrar que o indicador abaixo de 50 indica retração da atividade. Ambos os dados sairão às 10h de hoje, mas terão pouco impacto para os negócios na Bovespa. Setor de serviços acelera na Alemanha. O PMI de serviços da Alemanha avançou para 55,1 pontos em novembro frente aos 54,2 pontos registrados em outubro e a prévia de 55,0 pontos. Segundo o instituto Markit Economics, esse desempenho decorre principalmente do crescimento na rubrica de novos negócios e na carteira de pedidos, o que tem sustentado a melhora no nível de criação de empregos nesse segmento, que atingiu o maior patamar dos últimos três anos. Já o PMI composto atingiu 55,0 pontos frente os 55,1 do mês anterior e os 54,9 pontos registrados na prévia, apontando para um ritmo mais moderado na recuperação econômica. PMIs da Zona do Euro em ritmo mais lento do que o previsto. Os PMIs de serviços e composto de novembro

3 registraram 53,9 e 53,8 pontos respectivamente, valores abaixo das prévias recém-divulgadas (ambas em 54,1 pontos), mas ainda assim apresentaram melhora ante o resultado de outubro (53,3 e 52,8 pontos). Esse resultado abre espaço para um crescimento mais robusto do PIB do bloco no 4 trim/16, com o euro mais fraco favorecendo a atividade de manufatura e de serviços, de acordo com a análise do instituto Markit Economics. Ainda na Zona do Euro foi divulgado as vendas no varejo que também apresentaram melhora, partindo dos -0,4% registrados em setembro para uma alta de 1,1% em outubro, enquanto que por outro lado, o índice que mede a confiança do investidor registrou piora, saindo dos 13,1 pontos em novembro para a marca de 10,0 pontos nesse mês. PMI de serviços melhora no Reino Unido. Pelo quarto mês consecutivo, o PMI de serviços do Reino Unido ficou acima da linha dos 50,0 pontos, que indica expansão da atividade, registrando 55,2 pontos, ou seja, crescimento de 0,7 ponto ante os 54,5 registrados em outubro. Todavia, a despeito dessa melhora ainda há incertezas com relação ao crescimento econômico do grupo, pois a libra mais fraca já tem levado ao aumento dos preços, o que pode pressionar o consumo mais adiante, também segundo relatório do instituto Markit Economics. Agenda americana. Nos Estados Unidos, destaque para o PMI de Serviços e Composto, medido pela Markit, que saem na hora do almoço por aqui, às 12h45. Logo depois, tem o índice ISM, de atividade no setor de serviços, e o de condições do mercado de trabalho, divulgado pelo FED. Por falar nisso, os dirigentes dos FEDs de Nova York e Saint Louis, que tem direito à voto nesse ano, e o de Chicago, que não tem nesse ano, mas terá no ano que vem, vão discursar no decorrer do dia. Ásia sofre, mas Bolsas europeias avançam nessa segunda. Após a derrota do Primeiro-Ministro Matteo Renzi no referendo sobre a reforma na política italiana, as Bolsas asiáticas passaram o pregão todo no vermelho, com destaque para a queda de 1,69% em Shanghai. Na Europa, porém, a reação, em Bolsa, é positiva, com os principais mercados avançando. O impacto negativo se dá no mercado cambial, com queda do Euro, e nos yields dos títulos soberanos, que avançam.

4 Instituições de ensino (ANIM3, ESTC3, KROT3 e SEER3) voltam a discutir FIES com o MEC. As empresas privadas de ensino superior querem voltar a participar do processo de mudança do FIES, nova versão do financiamento estudantil que vem sendo chamada de FIES Turbo ou 2.0, com lançamento previsto pelo governo para o começo de Até meados deste ano, as faculdades privadas estavam trabalhando em conjunto com o Ministério da Educação (MEC) na elaboração do novo financiamento público, mas nos últimos meses o setor não voltou a ser chamado para reuniões. Os representantes das faculdades pretendem se encontrar com o ministro da Educação, Mendonça Filho, na semana que vem, para tentar acabar como o desconforto causado pela ausência de informações. Na sexta-feira, dia 02/dez, o MEC publicou no diário oficial da união as mudanças na lei do FIES. A mais relevante diz respeito à taxa bancária de 2% dos contratos que antes era subsidiada pelo governo e neste segundo semestre passou a ser paga pelas faculdades. Em julho deste ano a Ser Educacional estimou que o impacto dessa medida em seus resultados operacionais, antes de IRPJ/CSLL, seria de até R$ 6 milhões em Embora o retorno do diálogo junto ao MEC possa parecer um fator positivo às companhias, entendemos que a nova versão do FIES tenderá a implementar restrições ao programa de forma a torná-lo sustentável, o que no curto prazo poderá pressionar os papéis do setor. Dados de out/16 da Anatel reforçam resiliência da TIM (TIMP3), o crescimento da Vivo (VIVT4) e a fragilidade da Oi (OIBR4). Em meio ao contexto desfavorável para o mercado de telecom no Brasil, a TIM recuperou a

5 segunda colocação no market share de telefonia móvel, após a Claro ter perdido no mês 2,9 milhões de celulares em outubro, enquanto que a companhia perdeu apenas 21 mil linhas móveis. Já a Vivo (marca do grupo Telefônica Brasil) mais uma vez ampliou sua participação de mercado ao atingir 73,5 milhões de celulares em sua base móvel. Por fim, a Oi continuou perdendo usuários tanto no pré-pago quanto no pós-pago, dado o elevado acirramento comercial das concorrentes e a fragilidade operacional da companhia. Essa dinâmica deverá continuar a se refletir nos próximos trimestres corroborando com nossa predileção pelos ativos VIVT4 no setor. AGENDA DE DIVIDENDOS Bons negócios.

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