Quarta-Feira, 1º de março de 2017

Transcrição

1 Quarta-Feira, 1º de março de 2017 Bom dia, Agenda Interna. Na volta do carnaval a agenda interna deve ficar bem amena, de indicadores teremos a divulgação da Balança Comercial Mensal que será divulgada às 15h pelo Ministério da Indústria e Desenvolvimento, e sem horário definido deverá ser divulgado o volume de vendas mensais de veículos, referente a fevereiro pela Fenabrave. O destaque fica com a divulgação excepcional do Boletim Focus hoje, ao meio dia pelo Banco Central, que trará as mais recentes projeções macroeconômicas do mercado. Carnaval teve mais um discurso vago de Trump e indicadores relevantes nos EUA. No feriado brasileiro, a agenda americana foi movimentada pela divulgação do PIB americano do 4T16, que confirmou a prévia divulgada há um mês (alta de 1,9%), mas frustrou a expectativa do mercado, que esperava resultado de 2,1%. O Departamento de Comércio

2 creditou a desaceleração à queda nas exportações e nos gastos do governo federal, esse último ponto vem sendo foco de atenção do mercado, com as promessas de Trump de usar a máquina pública para ajudar a fazer a roda da economia girar mais rápido. Nesse sentido, ontem, o presidente discursou para o congresso e propôs elevar em cerca de US$ 54 bilhões os gastos militares. Porém, mais uma vez a expectativa do mercado de mais detalhes sobre corte de impostos, desregulamentação do setor financeiro ou mesmo um plano mais detalhado de Trump para acelerar o crescimento econômico por lá foi frustrado em mais um discurso mais vago na área econômica. Ainda assim, novamente pôde-se notar um tom mais conciliador do mandatário americano no trato com os democratas, o que agrada o mercado. Outro dado relevante divulgado durante o feriado foi a confiança do consumidor americano, que subiu para 114,8 pontos, bem acima da expectativa do mercado, se aproximando dos 116,3 pontos registrados no longínquo julho de 2001, nível nunca atingido desde então. Bateria de indicadores nos EUA. Hoje teremos os dados do mercado de trabalho e da inflação norte-americana às 10h30 referentes à jan/17, de onde se espera a continuidade na trajetória de recuperação que é acompanhada bem de perto pelo Fed. Um pouco mais tarde, conheceremos as sondagens industriais relativas à fev/17 e, já no período da tarde de hoje, sairão as informações do setor de construção civil e petróleo. Por fim, ganhará bastante destaque a divulgação do Livro Bege pelo Fed que é de vital importância para balizar as expectativas quanto à condução da política monetária e à possível proximidade da alta dos juros básicos norte-americanos. PMIs industriais da Zona do Euro e do Reino Unido vieram menores que o esperado. O PMI do setor industrial da zona do euro subiu para 55,4 em fevereiro, ante os 55,2 em janeiro, segundo dados da IHS Markit. O resultado ficou abaixo da previsão de mercado que apontavam para 55,5. Já o valor do PMI Industrial do Reino Unido registrou perdas maiores que o esperado no mês passado, ficando em 54,6, ante os 55,9 no mês anterior. As projeções de mercado eram para uma redução do valor do PMI Industrial do Reino Unido, ficando em 55,6. Na Alemanha CPI veio maior. Na Alemanha, a inflação ao consumidor (CPI) avançou 2,2% em fevereiro ante 2016, ante o mesmo comparativo do ano anterior. No comparativo mensal, houve crescimento de 0,6%. E a taxa de desemprego, com ajuste sazonal, permaneceu dentro das estimativa e igual ao mês anterior, em 5,9% em fevereiro, reforçando que o mercado de trabalho está mais sólido em comparação com o restante do continente europeu. Na China, dois importantes indicadores apresentaram elevação. O PMI oficial da indústria da China subiu para 51,6 em fevereiro em relação aos 51,3 de janeiro, marcando o sétimo mês consecutivos de aumento. Além de ficar acima das previsões de mercado que apontavam para 51,3. E também foi divulgado o PMI industrial (não-oficial) da China, divulgado pelo Markit, este indicador subiu para 51,7 em fevereiro ante 51,0 em janeiro, ficando no oitavo mês seguido de expansão. Este indicador reflete o avanço nos novos negócios, em meio à sólida recuperação das exportação, enquanto o emprego vem apresentando um ritmo mais suave de redução. E na contramão dos resultados positivos, o PMI oficial de serviços, apresentou recuo para 54,2 em fevereiro, ante 54,6 em janeiro. O subíndice de serviços reduziu para 53,2 no mês em análise, ante 53,5 no mês anterior, enquanto o subíndice de construção caiu para 60,1, ante 61,1 em janeiro. Mercados em alta nessa quarta. Dia de alta generalizada nas Bolsas asiáticas e europeias

3 com o tom mais ameno adotado pelo presidente americano se sobrepondo a falta de detalhes sobre os planos econômicos tão aguardados pelo mercado (tem texto acima). Além disso, na China, o PMI apontou para expansão maior que o esperado na atividade econômica, o que também animou os mercados (também comentado acima). A terça, porém, foi de apreensão, especialmente acerca do discurso de Trump no congresso, ou seja, as ações mundo afora estão apenas recuperando as perdas da sessão anterior, o que pode mitigar o efeito positivo por aqui. Resultado da Eletropaulo (ELPL4) fica acima das expectativas. Neste 4 trim/16 o consumo de energia no mercado cativo da companhia caiu 10,3% ante o 4 trim/15, queda que foi parcialmente amenizada pelo aumento das vendas ao mercado livre. Com isso e com a redução nas tarifas, houve recuo de 11,3% na receita do trimestre, porém, os custos com energia comprada para revenda, com encargos e materiais também apresentaram expressiva queda, propiciando o crescimento do EBITDA e lucro líquido. Junto a divulgação de resultados, a Eletropaulo propôs a distribuição de 25% de seu lucro na forma de dividendos, o equivalente a R$ 0,1385 por ação PN e a um yield em torno de 1,1%. A distribuição deve ser aprovada em AGO agendada para o final de abril (28/04) onde a data ex e de pagamento devem ser definidas. O desempenho da companhia, ainda que fraco, ficou acima do esperado, fato que pode impulsionar seus papéis no pregão de hoje. Resultado da Tietê (TIET11) em linha com o esperado. Sem novidades, o resultado da Tietê apresentado redução de receita, EBITDA e lucro líquido no período, sobretudo pela redução no preço médio de venda (de R$ 203,57 no 4 trim/15 para R$ 150,99 neste 4 trim/16) após o fim do contrato bilateral com a Eletropaulo. Também houve expressiva redução nos gastos com compra de energia para revenda, porém esse efeito foi parcialmente compensado pelo aumento, não recorrente, na linha de provisões operacionais. A companhia propôs a distribuição de dividendos complementares no total de R$ 0,087 por UNIT, que deve ser aprovado em AGO marcada para 28/04. Esse desempenho não deve ter influência relevante sobre os papéis da companhia, haja vista

4 que a redução de EBITDA e lucro já eram bastante esperada pelo mercado. BB (BBAS3) vai pagar JCP trimestral, mas yield é bem baixinho. O Banco do Brasil anunciou R$ 0, (valor já líquido de IR) por ação em JCP pelos resultados do primeiro trimestre do ano. O yield da operação não chega a 0,2%. Papéis ficam ex dia 13/03 e pagamento se dará no último dia do mês. Exposição dos bancos à PDG (PDGR3) é de R$ 3,9 bilhões, segundo Estadão. A incorporadora convocou assembleia para ratificar o pedido de recuperação judicial no dia 27 de março. Além disso, foi noticiado pelo Estadão que a exposição dos bancos brasileiros à companhia é de R$ 3,9 bi. Apesar de alto, o valor é bem inferior à exposição dos bancos a Oi e a Sete Brasil, por exemplo, que também entraram em recuperação judicial, e uma parte considerável do passivo da PDG está em bancos não listados (apesar de agora não ser possível precisar quanto). Tramitação complicada da medida que altera a LGT (OIBR4, TELB4, VIVT4 e TIMP3). O projeto de lei (PL) 79/2016 que modifica a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) no país ainda está com o caminho bastante incerto. Após ser aprovado em comissão especial e ir direto para sanção ou veto presidencial, o STF suspendeu o rito e obrigou que a medida retornasse para a votação no plenário do Senado Federal. No entanto, segundo reportagem do jornal Valor Econômico de hoje, há discussões sobre devolver o projeto à Câmara dos Deputados, onde já tramitou, para nova votação em plenário. Os inúmeros ruídos e complicações em torno do PL 79/2016 poderá deixar as ações do setor de telecom na bolsa voláteis no curto prazo. Presidente afastado da Contax (CTAX3) reassume o posto. Em ago/16, a operadora de call centers em meio ao seu processo de reestruturação organizacional contratou Nelson Armbrust para ocupar o cargo de CEO da companhia. Entretanto, por questões trabalhistas com seu antigo empregador, o Grupo Atento, o Supremo Tribunal de Justiça de São Paulo proferiu a decisão de manter provisoriamente suspensa a efetivação do executivo. De lá pra cá, a presidência do grupo ficou com a CFO e diretora de relações com os investidores, Cristiane Barretto que retornará para essas suas funções agora que Armbrust retomará suas atividades como diretor presidente. Entendemos que são enormes os desafios operacionais e financeiros da Contax, mas que o destravamento desse caso poderá levar as ações CTAX3 a reagirem positivamente em bolsa. Ambev (ABEV3) divulga seu balanço amanhã, antes da abertura do mercado. A fabricante de bebidas não deve expressar grande resultado operacional, devendo seguir a mesma tônica do que foi o restante do ano de 2016, com a crescente concorrência, trazendo deterioração de market share e vendas pressionadas. O destaque positivo deve ser nos demais países da Améria Latina e Caribe, que dificilmente vão compensar, porém, a forte queda de receita e margens nas operações no Brasil. Desta forma, entendemos que seus papéis possam se manter pressionados no pregão de amanhã, e voltamos a destacar que recomendamos seus papéis para investidores que visem retorno através de proventos e com foco em retorno no longo prazo, uma vez que uma recuperação mais sólida das operações da empresa depende diretamente de uma retomada na economia doméstica. Petrobras (PETR4) anuncia redução de preços. A Petrobras anunciou na última sexta-feira a redução de 5,4% no preço da gasolina e de 4,8% no preço do diesel, em razão dos efeitos da valorização do real, da queda no valor do frete e ajustes na sua

5 competitividade. Apesar dessa redução fazer parte do plano de revisão periódica nos preços em linha com as cotações internacionais, a notícia pode ser o gatilho para uma realização de lucros hoje, pressionando os papéis da petrolífera. AGENDA DE DIVIDENDOS AGENDA DE RESULTADOS Bons negócios.

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