Segunda-Feira, 19 de Setembro de 2016

Transcrição

1 Segunda-Feira, 19 de Setembro de 2016 Bom dia, IGP-M avança dentro do esperado. O IGP-M avançou 0,27% no segundo decênio de Setembro, ante a alta de 0,09% registrada na última divulgação. Esse aumento foi puxado principalmente pelo subgrupo matérias-primas

2 brutas (+1,51%), onde itens como a soja e o minério de ferro registraram valorização, e pelo Índice Nacional de Custo da Construção (+0,34%). Este resultado está bem em linha com a estimativa média do mercado, não trazendo grande influência para a perspectiva de queda na taxa de juros por aqui. IBC-Br decepciona. Com a recuperação nos índices de confiança, as estimativas apontavam para uma recuperação no IBC-Br de Julho, porém o índice com ajuste sazonal ficou praticamente estável (-0,09%) na comparação mensal. Já com relação ao mesmo mês do ano anterior, a queda observada foi de 5,2%. Tais números corroboram nossa percepção de que a recuperação econômica tende a ser mais lenta do que em outros períodos de crise. Estimativas para atividade econômica melhoram, aponta o Boletim Focus. Segundo o Boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o PIB melhoraram tanto em 2016, onde a perspectiva de queda de 3,20% registrada há quatro semanas atrás passou para -3,15%, enquanto que para 2017 a estimativa foi de +1,20% para +1,36% no mesmo período. No que tange a inflação e aos juros as projeções ficaram praticamente estáveis, tanto para 2016 quanto para Lava Jato no radar. O juiz da Lava Jato Sérgio Moro deve decidir ainda hoje se acata a abertura de inquérito apresentado pelo Ministério Público na última semana contra o ex-presidente Lula. Segundo a instituição o expresidente comandou o esquema de corrupção na Petrobras. Caso o pedido seja aceito, o ex-presidente se tornará réu de ação criminosa, e caberá a força tarefa da Lava Jato a investigação e posterior julgamento. A reação de movimentos populares ligados ao partido do ex-presidente pode gerar certa instabilidade no curto prazo.

3 Semana decisiva. Nosso cenário base é de um aumento na taxa de juros nos EUA somente em dezembro e futuros dos FED Funds, corroboram essa expectativa, indicando probabilidade de apenas 15% para a elevação em setembro. Na última sexta, o CPI de agosto (+0,2%), maior que a previsão que era de elevação de 0,1%, e também o núcleo do indicador com aumento de 0,3%, ante-estimativa de 0,2%, também reforçaria uma possível normalização na política econômica, indicando que a alta dos juros estará próxima. Ainda assim, o mercado aguarda o discurso de Yellen após a reunião que acontecerá nos dias 20 a 21, para decifrar seus próximos passos. Além disso, as ações dos demais bancos centrais deverão balizar as expectativas dos investidores. Após o BCE não estender o prazo do programa de recompra de bônus como forma de estimular a atividade europeia, o receio está sobre a autoridade monetária japonesa que poderá retirar o apoio por bônus de longo prazo. Isso deve se traduzir em diminuição na liquidez global, impactando o fluxo de capital destinado aos mercados emergentes, como o caso do Brasil. Resultado da Conta Corrente veio abaixo do esperado na Zona do Euro. Na Zona do Euro o resultado da Conta Corrente ficou em 21 bilhões de euros em julho, na série com ajuste sazonal, ficando abaixo do esperado que era de 27,2 bilhões de euros. Além deste dado menor que o esperado, o BCE vem reduzido as vendas de bônus, frustrando as expectativas de que estenderia novas compras, deixando o mercado com um gostinho de liquidez mais enxuta.

4 Bolsas em alta lá fora. Principais mercados asiáticos fecharam em alta e da mesma forma abriram os europeus nessa segunda-feira, com notícias mais animadoras da China e recuperação no preço das commodities, após sexta-feira de realização. Viver (VIVR3) vai entrar com pedido de recuperação judicial. Após um longo período de reestruturação, a companhia decidiu, após ter conhecimento de algumas ações de execução, cobrando cerca de R$ 15 milhões, entrar com pedido de recuperação judicial. Ao final de junho, a dívida total da companhia era de R$ 906,1, sendo que o caixa estava em R$ 25,5 milhões. E o estoque a valor de mercado, calculado pela Viver era de R$ 343,4 milhões. Em um primeiro momento, as ações da companhia devem ser bloqueadas para negociação na Bovespa, sendo liberadas novamente após decisão do juiz que cuidar da recuperação da empresa.

5 Log-in (LOGN3) anuncia venda de ativos. A operadora de terminais portuários e empresa de cabotagem Log In anunciou que assinou contrato para venda de determinados ativos para a Hidrovias do Brasil. Na operação estão inclusas duas embarcações da Log In (Tambaqui e Tucunaré) além dos direitos do contrato comercial firmado entre a companhia e a Alunorte. Pela venda a companhia deverá receber um montante de R$ 683 milhões, sendo R$ 60 milhões pagos a vista, e o pagamento de R$ 140 milhões em dez parcelas mensais, contadas a partir da data de fechamento do contrato. O restante será realizado via troca de contratos firmados pela empresa com o BNDES que são utilizados para financiar as embarcações. A venda realizada vem de encontro com a necessidade da empresa de se recapitalizar, tendo em vista seu pesado endividamento, que apesar de sua recente reestruturação ainda permanece elevado. No 2 trim deste ano, a companhia encerrou com um passivo de R$ 1,7 bilhão, ante uma posição de caixa de R$ 29,2 milhões. Assim, esperamos que grande parte do montante adquirido com a venda de ativos deva ser utilizado para abatimento de sua dívida, de forma que entendemos que seus papéis devam corresponder de forma positiva no pregão de hoje. Vale (VALE5) prioriza rentabilidade. Em matéria do Valor Econômico, Peter Poppinga (chefe das operações de minério de ferro) diz que a mineradora seguirá uma abordagem gradual com relação ao desenvolvimento do projeto S11D, que será desenvolvido em 4 anos e não mais em somente 2 anos. Concluído o processo de expansão, a Vale terá capacidade para produzir 450 milhões de toneladas de minério de ferro/ ano, contudo não deve utilizá-la em sua totalidade, priorizando margens. Prevendo uma faixa de preços entre US$ 50 e US$ 60 para o preço do minério de ferro no ano que vem, a companhia espera reduzir seu endividamento em pelo menos US$ 10 bilhões até o fim de 2017 mediante venda de operações secundárias e outras iniciativas. Notícia interessante do ponto de vista do investidor minoritário que continuará sócio de uma empresa rentável. Mais prejuízos na Oi (OIBR4). Em função do processo de recuperação judicial, a operadora tem apresentado seus

6 balanços mensais auditados regularmente. E no demonstrativo consolidado referente à Jul/16, a Oi reportou prejuízo líquido de R$ 2.827,9 milhões, aumento de mais de 30% em relação ao mês imediatamente anterior, indicando que o 3º Trim/16 será ainda mais negativo do que os fracos resultados já divulgados neste ano. Presidente interino na Contax (CTAX3). Após informar a licença provisória do CEO contratado, Sr. Nelson Armbrust, em decorrência da ação trabalhista movida pelo seu antigo empregador (Grupo Atento), a companhia anunciou que o cargo de presidente será assumido pela CFO e diretora de relações com investidores, Sra. Cristiane Barretto Sales. Entendemos que são enormes os desafios operacionais da Contax, mas que com a nova presidência, mesmo que interina, as ações para reestruturar a empresa já deverão se iniciar. Possível mudança no conselho da CVC (CVCB3). Segundo notícia veiculada no jornal Valor Econômico de hoje, o presidente da companhia, Sr. Luiz Falco, indicou que haverá em Out/16 a convocação da assembleia de acionistas para decidir a nova composição do conselho de administração em reflexo da alteração da base acionária, principalmente depois das vendas relevantes do fundo Carlyle e do fundador da empresa, Guilherme Paulus. Em Ago/16, ambos realizaram a oferta de ações em bloco e suas participações reduziram de 44,8% para 15,8% do fundo Carlyle e de 24,3% para 8,4% do fundo de investimento do fundador da CVC. Dessa forma, o Carlyle que tem cinco dos nove assentos no conselho da CVC e Guilherme Paulus que possui dois assentos irão ceder seus lugares. AGENDA DE PROVENTOS

7 Abs. E BONS NEGÓCIOS.