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Transcrição:

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO Maio de 2016 Panorama Macroeconômico Reforçamos nossa visão de que a economia brasileira vem se estabilizando e, com isso, o ritmo contracionista se reduziu no primeiro trimestre de 2016: esperamos queda de 0,7% do PIB na margem, ante recuo de 1,4% verificado no quarto trimestre do ano passado; para o segundo trimestre, por ora, projetamos retração de 0,2%. Notamos, mais recentemente, melhora da confiança e segue em curso o ajuste dos estoques, tanto na indústria como no varejo. Adicionalmente, à medida que a confiança dos consumidores retorne para patamares mais elevados, o PIB do consumo das famílias, pela ótica da demanda, e o de serviços, pela da oferta, reduzirão sua velocidade de queda, em um primeiro momento, para posteriormente passar a crescer. De todo modo, o PIB ainda deverá recuar 3,5% neste ano. Ao mesmo tempo, mantemos nossa expectativa para os próximos passos da política monetária, com a Selic chegando a 12,25%, ao final deste ano. Mas isso ocorrerá em alguns meses, quando os sinais de uma descompressão mais nítida da inflação ganharem força. De fato, a economia mundial continuará deflacionária e, no Brasil, a ancoragem de expectativas virá da brutalidade do ajuste recessivo em curso, garantindo que o IPCA encerre o ano com alta de 6,5%. Por fim, acreditamos que o comportamento do Real permanecerá condicionado principalmente ao ajuste fiscal, além da evolução do dólar nos mercados globais, o que nos leva a esperar cotação de R$/US$ 3,60 ao final do ano. Ainda que a volatilidade dos mercados tenha se reduzido e os preços das commodities estejam em patamares mais elevados, permanecem as incertezas relacionadas ao desempenho da China e seus possíveis impactos na economia mundial, em especial nos países emergentes. Esperamos que a economia chinesa volte a desacelerar na segunda metade do ano. Nos EUA, conforme ata de sua última reunião de política monetária, o Federal Reserve não descartou a possibilidade de elevação da taxa de juros já em junho. A autoridade monetária reconheceu a continuidade do avanço da atividade econômica em abril, principalmente do mercado de trabalho e do consumo das famílias. Acreditamos que as condições para a subida da taxa de juros estarão mais claras apenas no segundo semestre, com a inflação se recuperando, alguma aceleração do PIB e manutenção dos ganhos no mercado de trabalho. Dessa forma, esperamos que o Fed retome o processo de normalização monetária em julho. Sumário Executivo Soja Estimativas mais baixas para a safra norte-americana, recuo da relação estoque consumo e crescente risco de formação antecipada do La Niña fundamentam a tendência de alta para os preços internacionais. Deveremos observar volatilidade das cotações, durante o plantio nos EUA, entre maio e junho. Preços domésticos seguirão a tendência das cotações internacionais. Milho Cotações internacionais continuam sem fundamento de alta, refletindo a sobre oferta global e o aumento de área plantada nos EUA. Possibilidade de formação antecipada de La Niña em meados do ano amplia a volatilidade, com preocupações sobre a safra norte-americana e ocorrência de geadas no Brasil. Cotações domésticas seguem elevadas, refletindo quebra da 2ª safra e demanda robusta nas granjas de aves e de suínos. Café Cotações internacionais devem seguir baixas, em resposta ao elevado volume da safra brasileira. Os preços domésticos, por sua vez, devem seguir em alta, refletindo o Real mais depreciado. Elevada volatilidade poderá ser observada nas cotações com a possibilidade de ocorrência de geadas, provocadas pela possível antecipação do La Niña para meados do ano. Boi O consumo doméstico segue retraído, forçando a baixa de preços de carnes no atacado. Mesmo assim, as cotações do boi devem seguir em alta, em resposta à baixa oferta de animais prontos para abate e ao incremento das exportações. O consumo interno, que responde por 80% da produção, segue moderado e limitará a alta das cotações do boi. Açúcar e Etanol As cotações internacionais do açúcar devem continuar voláteis, com tendência moderada de alta, refletindo a entrada da maior safra brasileira e as estimativas de déficit global. A possibilidade de formação antecipada do La Niña poderá intensificar a volatilidade. Os preços do etanol, que já caíram com a entrada da safra, tendem a voltar a subir, com a ampliação do consumo em detrimento da gasolina.

SOJA Estimativas mais baixas para a safra norte-americana, recuo da relação estoque consumo e crescente risco de formação antecipada do La Niña fundamentam a tendência de alta para os preços internacionais. Preços domésticos seguirão a tendência das cotações internacionais SOJA Fundamentos O USDA divulgou o 1º levantamento de intenção de plantio de grãos nos EUA, apontando alta de 6,4% na área a ser plantada com milho no país, em detrimento da soja, para a qual é estimada leve recuo de 0,6%. Assim, a safra norte-americana, em período de plantio, está estimada em 103,4 milhões de toneladas, um recuo de 3,5% ante a safra passada. O USDA trouxe estimativas otimistas para a produção no Brasil e na Argentina, onde o plantio começará em outubro. A safra brasileira, segundo o USDA, deverá alcançar 103 milhões de toneladas, com incremento de 4% e a safra argentina poderá alcançar 57 milhões de toneladas, ampliando 0,9% ante a safra anterior. Apesar do incremento de produção na América do Sul, a relação estoque consumo está estimada em 20,8%, um recuo ante o nível de 23,3% da safra passada, em resposta à ampliação do consumo. Nesse relatório do USDA ainda não foram incorporadas as revisões baixistas das safras brasileira e argentina afetadas pelo clima. Portanto, nos próximos meses, deverão ser realizadas correções. Pelo 5º mês consecutivo, a Conab revisou para baixo a estimativa de produção de soja, como resultado do clima seco em algumas cidades do Nordeste e do Centro-Oeste. Neste mês a estimativa de produção de soja foi revisada de 99 milhões para 96,9 milhões de toneladas, recuo de 2,1% ante o mês passado, refletindo a estiagem ocorrida em abril nas principais regiões produtoras do Centro- Oeste, Sudeste e Nordeste. Ainda assim, a safra de soja é recorde, com leve alta de 0,7% ante a safra anterior. No entanto, novas estimativas baixistas poderão ocorrer nos próximos meses. Os meteorologistas estão apontando a possibilidade, embora ainda baixa, mas crescente, de formação antecipada do La Niña em meados deste ano. Se isso se confirmar, o clima pode ficar seco nos EUA, afetando a produtividade, com consequente alta de preços a partir do segundo semestre deste ano. Os números mais baixos da safra norte-americana, o recuo da relação estoque consumo e o crescente risco de formação antecipada do La Niña fundamentam a tendência de alta para os preços internacionais da soja. Deveremos observar volatilidade das cotações, com as atenções voltadas ao desenvolvimento do La Niña durante o plantio nos EUA, entre maio e junho. Os preços domésticos, seguirão o movimento das cotações internacionais e ainda serão beneficiados pelo Real em nível mais depreciado. Produção Nacional de soja (em mil toneladas) 1991 2016 107.000 98.000 89.000 80.000 71.000 62.000 53.000 52.018 49.989 55.027 68.688 60.018 57.162 75.324 66.383 86.121 81.499 96.228 96.905 44.000 41.917 Fonte e projeção: Conab Elaboração: BRADESCO 35.000 26.000 17.000 8.000 19.419 15.394 31.370 32.345 25.934 26.160 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16* 2

3.300 3.100 2.900 2.700 2.751 2.567 2.816 2.816 2.629 2.927 3.115 2.651 2.998 2.938 2.929 2.854 Produtividade da lavoura de soja (em kg por ha) 1991 2016 2.500 2.300 2.100 2.027 2.367 2.395 2.299 2.221 2.150 2.175 2.419 2.339 2.245 1.900 1.700 1.580 1.500 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16* Fonte e (*) projeção: Conab Elaboração: BRADESCO Preço de soja em grão ao produtor Praça Paraná - (em R$ por saca de 60 kg) 2002 2016 80,0 70,0 60,0 73,92 61,83 70,82 66,01 50,0 43,93 48,15 44,37 45,68 50,53 53,38 40,0 39,81 40,14 30,0 Fonte: Deral Elaboração e Projeção: BRADESCO 1.800,0 1.600,0 1.400,0 1.515 1.674 1.525 1.486 Soja - Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents/bushel) 2000 2016 1.200,0 1.000,0 989 1.211 1.143 1.287 1.178 965 1.086 1.067 Projeção de preço: média dos preços futuros 800,0 600,0 546 491 400,0 507 436 632 567 689 526 757 542 908 Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 dez/16 26,63 32,42 28,62 30,59 20,0 18,04 10,0 jan/00 jan/01 19,98 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 22,57 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 dez/16 3

MILHO Cotações internacionais continuam sem fundamento de alta, refletindo a sobre oferta global e o aumento de área plantada nos EUA. Possibilidade de formação antecipada de La Niña em meados do ano amplia a volatilidade. Cotações domésticas seguem elevadas, refletindo quebra da 2ª safra e demanda robusta nas granjas de aves e de suínos MILHO Fundamentos O USDA divulgou o 1º levantamento de intenção de plantio de grãos nos EUA, apontando alta de 6,4% na área a ser plantada com milho no país, já que a cultura está com melhor rentabilidade ante a soja. Com isso a safra norte-americana, que está sendo plantada, foi estimada em 366,5 milhões de toneladas, um acréscimo de 6,1% ante a safra passada. O USDA apontou estimativas bastante otimistas para as safras da Argentina e do Brasil, cujos plantios começarão em outubro. Para a Argentina, é esperada uma safra de 34 milhões de toneladas, ampliando 25,9% ante a safra anterior. E, para o Brasil, a safra está estimada em 82 milhões de toneladas, alta de 1,2%. Apesar desse incremento de produção, a relação estoque consumo deve alcançar 20,5% ante 21,5% da safra passada, em razão do incremento do consumo. Após três revisões para cima da estimativa de produção da 2ª safra de milho, a Conab trouxe revisão para baixo neste mês, refletindo a seca que atingiu as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste em abril, período de desenvolvimento da cultura. A estimativa para a produção da 2ª safra foi revisada de 57,1 para 52,9 milhões de toneladas, um recuo de 7,4% entre os dois levantamentos. Com isso, o recorde esperado para a 2ª safra não se concretizará e essa será 3,1% menor ante a safra passada. A 1ª safra de milho, que está sendo colhida, também foi revisada para baixo, passando de 27,5 para 27,0 milhões de toneladas, 1,8% de queda. A produção total de milho antes estimada em 84,6 milhões de toneladas deverá alcançar 79,5 milhões, um recuo de 5,6% na comparação com a safra anterior. Desde o final do ano passado, os preços domésticos de milho têm registrando alta, sustentados pela menor produção da 1ª safra, pela demanda interna robusta das granjas de aves e de suínos e pelos embarques para exportação. A relação estoque consumo doméstico de milho está em 8,9%, volume baixo ante o registrado na safra passada, quando alcançou 18,7%. Os serviços de meteorologia estão apontando probabilidade, ainda baixa, porém crescente, de formação antecipada do La Niña em meados deste ano. Se isso se confirmar, o clima pode ficar seco nos EUA e a safra norte-americana pode sofrer quebra de produtividade, com consequente alta de preços a partir do segundo semestre deste ano. As cotações internacionais de milho continuam sem fundamento de alta: sobre oferta global e aumento de área plantada nos EUA. No Brasil, a queda das estimativas para a 2ª safra, aliada ao incremento de demanda das granjas de aves e de suínos, deverá continuar pressionando os preços domésticos para cima. Assim, o recuo de preços, antes esperado para o 2º semestre com a entrada da 2ª safra, não deverá se concretizar. A possibilidade de formação antecipada de La Niña em meados do ano será um ponto de preocupação sobre a safra norte-americana e sobre a ocorrência de geadas no Brasil, podendo ampliar a volatilidade das cotações. Produção Nacional de milho (em mil toneladas) 1991 2016 Fonte e (*) projeção: Conab Elaboração : BRADESCO 90.000 84.673 81.506 80.052 79.955 80.000 72.980 70.000 60.000 58.652 56.018 57.407 51.370 51.004 50.000 47.411 42.290 42.129 42.515 40.000 37.442 35.716 33.174 32.393 30.771 35.281 35.007 30.000 24.096 20.000 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16* 4

6.000 5.500 5.000 4.500 5.396 5.149 5.057 5.107 4.808 4.311 4.158 Produtividade milho (em kg por ha) 1991 2016 4.000 3.500 3.260 3.585 3.296 3.972 3.655 3.599 3.279 3.000 2.500 2.622 2.588 2.650 2.589 2.480 2.194 2.3492.344 2.356 2.864 2.867 2.000 1.791 1.500 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16* Fonte: Conab Elaboração : BRADESCO Preço de milho ao produtor Praça Paraná (em R$ por saca de 60 kg) 2000 2016 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 11,95 10,0 22,28 11,40 18,96 16,26 10,44 24,94 14,14 13,07 26,92 17,26 23,29 19,17 37,18 24,34 7,05 Fonte: Deral Elaboração e Projeção: BRADESCO 5,0 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 dez/16 860 760 660 711 753 763 662 Milho - Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents por bushel) 2000 2016 560 460 360 260 235 217 160 jan/00 jan/01 316 267 215 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 237 jan/06 493 413 326 jan/07 jan/08 546 418 347 322 jan/09 jan/10 jan/11 603 502 439 335 366 dez/16 387 Projeção de preço: média dos preços futuros Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco 5

CAFÉ Cotações internacionais devem seguir baixas, em resposta ao elevado volume da safra brasileira. Os preços domésticos, por sua vez, devem seguir em alta, refletindo o Real mais depreciado. Elevada volatilidade poderá ser observada nas cotações com a possibilidade de ocorrência de geadas, provocadas pela possível antecipação do La Niña para meados do ano. CAFÉ Fundamentos A safra 2016/17 começou a ser colhida a partir de maio no Brasil e começará a partir de outubro nos demais produtores. Com essa sazonalidade diferenciada entre os produtores, os efeitos do El Niño foram diversos. No Brasil tivemos um período mais chuvoso durante o desenvolvimento e a floração das plantas, o que permitiu melhora da produtividade. Já na região asiática e na América Central, onde se encontram produtores relevantes, os efeitos do El Niño foram estiagem, com potencial de comprometimento da produtividade das plantas nesses países. A Conab estimou em janeiro que a safra 2016/17, em ano de alta bienalidade, deve alcançar 50,5 milhões de sacas, o que representa um aumento relevante de 16,9% ante a safra passada, que foi de 43,2 milhões de sacas. Embora tenha muita divergência entre as estimativas de diversas casas para a safra brasileira, há unanimidade de que teremos uma safra boa a ser colhida a partir deste mês, em resposta ao clima que foi mais chuvoso nas regiões cafeeiras, fruto do El Niño. Próximo relatório da Conab será divulgado no final de maio. Próximo relatório semestral do USDA será divulgado em meados de junho. O clima foi favorável ao desenvolvimento da cultura de café desde setembro do ano passado, permitindo a antecipação do início da colheita de maio para abril deste ano. Com a possibilidade de formação do La Niña em meados do ano, aumenta a probabilidade de entrada de massas de ar frio, com riscos de geada. Isso poderá trazer preocupações com a lavoura de café e consequente poderemos observar volatilidade das cotações nos próximos meses. As cotações internacionais devem manter os baixos patamares atuais nos meses à frente, em resposta ao elevado volume da safra brasileira. Já os preços domésticos devem seguir em alta, refletindo o Real mais depreciado. Elevada volatilidade poderá ser observada nas cotações com as preocupações a respeito da possibilidade de antecipação do La Niña para meados do ano, podendo provocar geadas nas regiões produtoras do País. 61.000 51.000 48.480 42.512 45.992 50.826 50.535 49.152 48.095 45.342 43.484 43.235 Produção Nacional de Café (em mil sacas de 60 kg) 1995 2016 41.000 39.272 39.470 31.000 26.000 27.500 34.547 31.100 27.170 28.137 28.820 32.944 36.070 21.000 11.000 16.800 18.860 Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: Bradesco 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17* 6

590,0 490,0 530,8 480,1 562,7 Preço Café Arábica (em R$ por saca de 60 kg) 2000 2016 390,0 290,0 223,6 190,0 239,8 337,0 230,4 291,4 269,8 247,5 328,0 408,6 424,0 366,3 247,7 491,1 Projeção de preço: média dos preços futuros BMF 90,0 Fonte: CEPEA ESALQ Elaboração: Bradesco jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 dez/16 Café Arábica - NYBOT Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents por libra peso) 2000 2016 Projeção de preço: média dos preços futuros 325,0 275,0 225,0 175,0 125,0 115,06 75,0 99,48 63,07 65,95 67,78 127,53 272,07 204,99 180,03 197,02 152,04 131,18 96,55 142,45 108,67 150,03 117,62 118,14 130,05 Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco 25,0 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 dez/16 7

BOI O consumo doméstico segue retraído, forçando a baixa de preços de carnes no atacado. Mesmo assim, as cotações do boi devem seguir em alta, em resposta à baixa oferta de animais prontos para abate e ao incremento das exportações. BOI Fundamentos Os embarques de carne bovina passaram a crescer a partir do início do segundo semestre do ano passado, favorecidos pelo câmbio depreciado, e deverão continuar em expansão neste ano, em resposta à abertura de mercados para a carne brasileira (EUA, China, Japão, África do Sul, Iraque, Irã e Arábia Saudita). No primeiro quadrimestre deste ano, os embarques cresceram 12,4% ante o mesmo período do ano passado com forte expansão para China, Arábia Saudita e Egito. Nos quatro primeiros meses do ano, os embarques para a China somaram 51,3 mil toneladas. No mesmo período do ano passado o Brasil não efetuou exportações para a China, pois o mercado estava fechado. Os embarques para o Egito e para a Arábia Saudita cresceram 38% e 15% nessa ordem. Já a Venezuela e a Rússia, muito dependentes das receitas com petróleo, reduziram os volumes comprados do Brasil em 39% e 34% respectivamente. Refletindo a piora do mercado de trabalho e da renda da população, o consumidor está desviando parte do consumo da carne bovina para a carne de frango. Embora não tenhamos uma medida do consumo doméstico, os preços no atacado nos dão indícios desse movimento. Desde meados do ano passado, os preços no atacado da carne bovina de 2ª caíram 4%. Já os preços do frango no atacado subiram 7% neste ano. A oferta de animais prontos para abate continua justa neste ano, refletindo o abate de fêmeas em anos anteriores. Os confinamentos também não deverão contribuir de forma relevante para a ampliação da oferta neste ano, já que os custos com ração à base de milho continuarão elevados e os preços do bezerro também seguem altos. No primeiro trimestre deste ano, os abates caíram 7,4% ante o mesmo período do ano passado, após recuo de 8% no ano passado. Embora o consumo doméstico siga retraído e os preços de carnes no atacado continuem enfraquecidos, as cotações do boi devem seguir em alta, como resultado da baixa oferta de animais prontos para abate e da demanda robusta para exportações. De todo modo, o consumo interno, que responde por 80% da produção de carnes, segue fraco e retira potencial de alta para as cotações do boi. Exportações brasileiras de carne bovina (em mil toneladas) 2014 2016 150.000 140.000 130.000 120.000 120.133 2014 2015 2016 128.827 120.708 110.000 100.000 FONTE: SECEX ELABORAÇÃO: BRADESCO 90.000 90.397 80.000 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 8

Abate de bois em mil cabeças 2014-2016 2.600 2.400 2.485 2014 2015 2016 2.200 2.236 2.256 2.0002.011 2.050 FONTE: MAPA ELABORAÇÃO: BRADESCO 1.800 1.882 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 180,0 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 jan/02 51,7 42,2 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 61,8 jan/07 jan/08 93,3 jan/09 125,2 109,6 106,9 108,4 97,0 90,8 74,5 jan/10 jan/11 150,7 156,6 dez/16 165,5 Boi Gordo Preço ao Produtor Praça São Paulo (em R$ por arroba) 2002 2016 Projeção de preço: média dos preços futuros BMF BOVESPA FONTE: CEPEA ELABORAÇÃO: BRADESCO 9

AÇÚCAR E ETANOL As cotações internacionais do açúcar devem continuar voláteis, com tendência moderada de alta, refletindo a entrada da maior safra brasileira e as estimativas de déficit global. A possibilidade de formação antecipada do La Niña poderá intensificar a volatilidade. Preços do etanol, que já caíram com a entrada da safra, tendem a voltar a subir, com a ampliação do consumo em detrimento da gasolina. AÇÚCAR E ETANOL Fundamentos O USDA divulgou em seu relatório semestral, a 1ª estimativa para a safra 2016/17 de açúcar, que está em andamento no Brasil e começará a ser processada a partir de outubro nos demais países produtores. A produção global está estimada em 169,3 milhões de toneladas (expansão de 2,7%) e o consumo em 173,6 milhões de toneladas (alta de 1,1%). Com isso, haverá um déficit global de produção de açúcar, estimado em 4,3 milhões de toneladas. Embora menor do que o déficit de 6,9 milhões de toneladas registrado na safra passada, esse é o segundo ano seguido de déficit. A relação estoque consumo neste ano deverá chegar a 18,9%, bem abaixo do nível de 22,0% registrado no ano passado. Para o Brasil, o USDA estimou incremento de 7% da produção de açúcar e de 3,7% para a Tailândia. Em sentido contrário, estimou recuo de 7,9% para a safra da Índia, afetada pelos efeitos do El Niño. Em abril, a Conab divulgou o 1º levantamento da safra 2016/17, que está em processamento no Centro Sul do País. A Conab apontou ampliação de 5,4% da área plantada com cana. A produção de cana está estimada em 691 milhões de toneladas, um recorde, com expansão de 3,8% ante a temporada anterior, que cresceu 4,9%. Esse aumento da colheita resulta da melhora do clima e da expansão da área. A produção de açúcar, que vinha registrando recuo desde 2012, deverá alcançar 37,5 milhões de toneladas, uma alta de 12%. Já a produção de etanol deverá somar 30,3 milhões de litros, volume estável ante a safra passada, que cresceu 6,3%. Ao contrário do açúcar, o etanol vem registrando expansão de produção desde 2012. A produção do anidro (misturado à gasolina) está estimada em 11,7 milhões de litros, subindo 4,7%. A produção de hidratado (usado nos veículos flex) deverá recuar 3,4%, chegando a 18,6 milhões de litros. Essa safra mais açucareira reflete a boa rentabilidade do exportador da commodity. O próximo relatório da Conab será divulgado em meados de agosto. No final de abril, a Unica divulgou a 1ª estimativa para a safra 2016/17, apontando limite inferior de produção de 605 milhões de toneladas de cana e limite superior de 630 milhões de toneladas, o equivalente a uma queda de 2,1% ou uma alta de 2% ante a safra passada, que fechou em 617,7 milhões de toneladas no Centro-Sul. Assim como a Conab, a Unica também aponta que essa deverá ser uma safra mais açucareira, já que a produção da commodity está estimada com alta entre 7,3% e 12,1%. Já a estimativa para o etanol está entre queda de 2,6% e alta de 1,7%. Segundo a Unica, a moagem de cana no Centro-Sul do País está adiantada, uma vez que muitas usinas precisam fazer caixa. No acumulado de duas semanas (16/04 a 01/05), a moagem está 150% acima do volume registrado no mesmo período do ano passado. A volatilidade das cotações internacionais do açúcar deve crescer nos meses à frente, com tendência moderada de alta, refletindo de um lado a entrada da maior safra brasileira e de outro o déficit global de produção. A possibilidade de formação do La Niña em meados deste ano poderá intensificar a volatilidade. Os preços do etanol, que já caíram com a entrada da safra, tendem a voltar a subir, com a ampliação do consumo em detrimento da gasolina. 650.000 550.000 559.432 604.514 623.905 690.978 658.822 665.586 634.767 588.916 560.364 Produção nacional de cana-de-açúcar em mil toneladas 1991 2017 474.800 450.000 431.413 350.000 250.000222.429 223.460 240.944 150.000 314.969 287.810 257.592 320.650 359.316 Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: Bradesco 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17* 10

Produção nacional de açúcar (em mil toneladas) Produção nacional de etanol (em mil litros) 1994 2017 43.000 36.000 29.000 AÇÚCAR ÁLCOOL 27.500 27.595 35.968 37.878 37.510 33.489 30.462 30.340 25.763 22.000 19.380 23.640 15.00012.692 16.020 23.007 FONTE: CONAB ELABORAÇÃO: BRADESCO 11.700 8.000 93/94 94/95 95/96 96/97 13.078 97/98 98/99 10.518 99/00 00/01 01/02 14.640 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17* 1.920 1.820 1.720 1.620 1.520 1.842 Preço de Etanol Hidratado (em R$ por metro cúbico) 2012-2016 Projeção de preço: preços futuros BMF BOVESPA 1.520 1.420 1.320 1.291 1.354 1.316 1.220 1.305 1.120 1.148 1.020 920 1.062 1.025 1.076 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 FONTE: BMF BOVESPA ELABORAÇÃO: BRADESCO Preços internacionais de açúcar (em US$ cents por bushel) 2000 2016 Projeção de preço: média dos preços futuros 33,0 27,0 21,0 15,0 9,0 5,6 10,7 9,0 8,8 6,3 9,0 8,4 17,9 13,1 8,9 32,1 29,5 28,4 24,9 21,9 14,6 11,3 17,7 15,4 14,9 10,7 17,4 FONTE: BLOOMBERG ELABORAÇÃO: BRADESCO 3,0 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 dez/16 11

Acompanhamento das posições não comerciais US$ c / libra em número de contratos Posições não comerciais e preços internacionais de café 2010-2016 380 330 281,7 280 posição não comercial Café 50.224 70.000 60.000 50.000 40.000 230 180 208,9 30.000 20.000 130 80 30 168,3 10.000 117,05 0-10.000-20.000 FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO -20 mai/11 jul/11 set/11 nov/11 mar/12 mai/12 jul/12 set/12 nov/12 mar/13 mai/13 jul/13 set/13 nov/13 mar/14 mai/14 jul/14 set/14 nov/14 mar/15 mai/15 jul/15 set/15 nov/15 mar/16 mai/16-30.000 16-jun-09 US$ c / bushel 2.000 1.800 1.600 1.400 260.845 1.613 posição não comercial 168.209 em número de contratos 280.000 240.000 200.000 139578 160.000 Posições não comerciais e preços internacionais de soja 2011-2016 1.200 1.000 800 940,8 120.000 80.000 977,75 40.000 0 600-24414 -40.000 400-80.000 200 0 mai/11 jul/11 set/11 nov/11 mar/12 mai/12 jul/12 set/12 nov/12 mar/13 mai/13 jul/13-130.404 set/13 nov/13 mar/14 mai/14 jul/14 set/14 nov/14 mar/15 mai/15 jul/15-120.000-160.000 set/15 nov/15 mar/16 mai/16 16-jun- FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO US$ cents por bushel Posições não comerciais e preços internacionais de milho 2011-2016 850 385.009 750 650 746,8 789,5 posição não comercial preço milho 149.456 500000 400000 300000 200000 550 545,3 109136 100000 450 80.111 0 350 250 340,5-113.383 358-100000 -200000 FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO 150 mai/11 jul/11 set/11 nov/11 mar/12 mai/12 jul/12 set/12 nov/12 mar/13 mai/13 jul/13 set/13 nov/13 mar/14 mai/14 jul/14 set/14 nov/14 mar/15 mai/15 jul/15 set/15 nov/15 mar/16 mai/16-300000

Retrato do mercado SOJA Complexo Soja Da soja em grão produzida no Brasil, 43% do volume é exportado e 57% é destinado à moagem. O processo de moagem resulta em 72% de farelo e 18% de óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas. Do farelo produzido, 50% são exportados e, do óleo, 20% são embarcados. A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável. No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e cerca de 80% são utilizados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e suínos. Países de destino Grão: 75% China, 15% Europa, 10% outros países asiáticos. Farelo: 70% Europa, 20% países asiáticos. Óleo: 50% China, 20% Índia. Sazonalidade Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio. Regionalização Centro-Oeste: 49%; Sul 33%; 8% Nordeste; 6% Sudeste Ranking O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 30,8%, atrás dos EUA, com 31,5%, mas é o maior exportador, com 40,7% do total, seguido pelos EUA, com 39,3%. 13

Retrato do mercado MILHO O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto representa: 64% da avicultura 65% da suinocultura 23% da pecuária de leite Países de destino As exportações de milho respondem por 32% do volume produzido. Os principais mercados de destino são: 20% Vietnã, 16% Irã, 7% Taiwan. Sazonalidade O milho tem duas safras: Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e maio. Representa 40% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45% Sul; 26% Sudeste; 10% Centro-Oeste; 15% Nordeste. Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro. Responde por 60% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,3% Centro-Oeste; 23% Sul (somente Paraná); 6% Nordeste (somente Bahia); 5% Sudeste. Ranking O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 7% de participação no mercado e o segundo maior exportador, com 18% de participação. 14

Retrato do mercado CAFÉ O Brasil exporta 67% do café produzido, sendo 90% de café verde e 10% de café solúvel A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos totais, pois a maior parte da colheita é manual. Países de destino Café verde: 19,3% EUA; 18,8% Alemanha; 10% Japão. Café solúvel: 16,3% EUA; 13,5% Rússia; 6,4% Ucrânia. Regionalização Distribuição regional da produção de café arábica: 71,5% Minas Gerais 10,5% São Paulo 9,1% Espírito Santo 4,3% Paraná 2,8% Bahia Distribuição regional da produção de café robusta: 75,6% Espírito Santo 12,5% Rondônia 6,7% Bahia 2,6% Minas Gerais Sazonalidade A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se estende até setembro. Ranking O Brasil é o maior player global, com participações de 37% na produção e de 27% na exportação. Os demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que responde por 15% do consumo mundial. 15

Retrato do mercado BOI O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro. As exportações respondem por 20% da produção nacional de carne bovina. Países de destino A Rússia é o principal mercado de destino das exportações brasileiras de carne bovina, com participação de 22%. Hong Kong responde por 18%. Regionalização Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,4% Centro-Oeste; 20,4% Sudeste; 20,1% Norte; 12,3 Sul; 10,8% Nordeste. Ranking O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,9% de participação, antecedido pelos EUA, que representam 19,1%. O Brasil é o maior exportador mundial, com 21% do mercado. Sazonalidade O ciclo da pecuária bovina é longo 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do animal com aproximadamente 15 arrobas. O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto, alimentado à base de capim. O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde por apenas 5% do total de abates. A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são menores. A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. No entanto, os preços se elevam nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado. Nos confinamentos há dois turnos: 1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro 2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro 16

Retrato do mercado AÇÚCAR E ETANOL Complexo Sucroalcooleiro Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 46% se destinam à produção de açúcar e 54% à produção de etanol. O açúcar tem a seguinte destinação: 70% exportação e 30% mercado doméstico. O etanol tem a seguinte destinação: 10% exportação e 90% mercado interno. Do total de etanol produzido, o hidratado representa 55% (usado como combustível nos carros flex fuel) e o anidro 45% (misturado à gasolina na proporção de 20% a 25%). O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 70%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável. Países de destino Açúcar Bruto (73% da produção) : 15% China; 8% Bangladesh; Açúcar Refinado (27% da produção): Principais países: Países árabes e africanos; Etanol: 60% EUA; Coreia do Sul 13%. Sazonalidade A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita da cana é de 18 meses, e da mesma planta é possível fazer até 6 cortes, em média. O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas. Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção. O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre. Regionalização 65% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul. Ranking O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 22,2%. Os demais players são: Índia 15%; União Europeia 9,2%; China 8,5%; Tailândia 6,2%. O Brasil é o maior exportador, com participação de 46% no mercado global. Os demais exportadores são: Tailândia 15%; Austrália 5,4%. Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57% EUA e 27% Brasil. 17

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