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Universidde Federl Rurl do Semi-Árido Pró-Reitori de Pesquis e Pós-Grdução http://periodios.ufers.edu.br/index.php/sistem ISSN 0100-316X (impresso) ISSN 1983-2125 (online) AVALIAÇÃO E APLICABILIDADE DO COEFICIENTE DO TANQUE CLASSE A NO MÉDIO PAJEÚ, PERNAMBUCO 1 POLIANA DE CALDAS PEREIRA 2*, THIERES GEORGE FREIRE DA SILVA 3, SÉRVULO MERCIER SIQUEIRA E SILVA 4, JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ NETO 5, JOSÉ EDSON FLORENTINO DE MORAIS 6 RESUMO - Objetivou-se propor vlores médios mensis do oefiiente do Tnque Clsse A (Kp) pr região do Médio Pjeú, Sertão de Pernmbuo, bem omo nlisr os seus efeitos n estimtiv d evpotrnspirção de ulturs gríols (ET). Form utilizdos vlores de evporção do Tnque Clsse A e ddos meteorológios diários pr o período de 1999 2011. A prtir dos ddos diários dos nos ímpres form obtidos os vlores mensis do Kp de referêni (Kp ref ). Ess mesm série foi utilizd n plição de seis métodos de estimtiv do Kp. Os vlores enontrdos form submetidos à nálise de vriâni e teste t (p > 0,05). O desempenho dos vlores de Kp foi vlido por meio d estimtiv d ET umuld de seis ulturs gríols. Verifiou-se que os vlores médios do Kp ref proporionrm os miores índies esttístios e menores erros n estimtiv d ET. Os métodos proposto por Pereir et l. e o d FAO so A, presentrm os melhores desempenhos dentre os vlidos. Por outro ldo, os métodos de Snyder e d FAO so B form os piores. O desempenho d estimtiv d ET de ulturs gríols no Médio Pjeú, utilizndo os vlores de evporção do Tnque Clsse A, fi ondiiondo pel épo do no e pel ultur ser explord. Plvrs-hve: Kp. Índies esttístios. Irrigção. EVALUATION AND APPLICABILITY OF THE CLASS A PAN COEFFICIENT IN THE MIDDLE PAJEU, PERNAMBUCO ABSTRACT - The objetive of this study ws to propose monthly verge vlues of Clss A pn (Kp) for the Pjeu Middle region, s well s nlyze the theirs effets in the estimte of griulturl rop evpotrnspirtion (ET). Evportion vlues of lss "A" pn nd dily wether dt from series of 1999 to 2011 were used. From the dily vlues of odd-numbered yers were obtined monthly vlues of referene Kp (Kp ref ). Tht series ws used in the implementtion of six methods of estimtion of the Kp. The vlues found hve been subjeted to n nlysis of vrine nd t-test (p > 0.05). The performne of the Kp vlues ws done by estimtion of the umulted ET vlues of the six griulturl rops. It ws verified tht the Kp ref provided the best sttistil indexes nd minor errors in the estimte of ET. The methods of Pereir et l. nd the FAO se A should the best estimtes mong those evluted. On the other hnd, the Snyder nd FAO se B methods were those of the worst performnes. The performne of the estimtion of the ET in the Middle Pjeu, using the evportion vlues of Clss "A" pn, is onditioned by the time of yer nd rop to be explored. Keywords: Kp. Sttistil index. Irrigtion. *Autor pr orrespondêni. 1 Reebido pr publição em 24/01/2013; eito em 06/03/2014 2 Deprtmento de Engenhri Agríol, Universidde Federl de Viços, UFV, CEP: 36570-000, Viços-MG, Brsil; po.lds@hotmil.om 3 Unidde Adêmi de Serr Tlhd, Universidde Federl Rurl de Pernmbuo, UAST/UFRPE, Cix Postl: 069, CEP: 56900-000, Serr Tlhd-PE, Brsil; thieres@ust.ufrpe.br 4 Instituto Agronômio de Pernmbuo, Cix Postl: 063, CEP: 56900-000, Serr Tlhd-PE, Brsil; servulo.siqueir@ip.br 5 Unidde Adêmi de Serr Tlhd, Universidde Federl Rurl de Pernmbuo, UAST/UFRPE, Cix Postl: 069, CEP: 56900-000, Serr Tlhd-PE, Brsil; zenetto.gronomi@gmil.om 6 Unidde Adêmi de Serr Tlhd, Universidde Federl Rurl de Pernmbuo, UAST/UFRPE, Cix Postl: 069, CEP: 56900-000, Serr Tlhd-PE, Brsil; joseedson50@hotmil.om Revist Cting, Mossoró, v. 27, n. 1, p. 131 140, jn. mr., 2014 131

P. C. PEREIRA et l. INTRODUÇÃO Pr um mnejo dequdo d irrigção, doção de ritérios pr determinr neessidde hídri ds ulturs é de extrem importâni. Pr isso, pode-se quntifir evpotrnspirção de referêni (ETo) (ESTEVES et l., 2009; SOUSA et l., 2010), que em onjunto om o oefiiente de ultur (K), possibilit obter evpotrnspirção ds ulturs (ET) (ALLEN et l., 1998; LEAL; SEDIYAMA, 2004; BORGES; MEDIONDO, 2007). N litertur são itdos vários métodos de estimtiv d ETo, que dependem de um ou mis vriáveis meteorológis. O método de Penmn Monteith prmetrizdo no boletim 56 d FAO (Orgnizção ds Nções Unids pr Alimentção e Agriultur) é um dos métodos que neessit de muits vriáveis de entrd (rdição solr globl, tempertur, umidde reltiv do r, veloidde do vento e pressão tmosféri), s quis em váris situções, não estão disponíveis em ondições reis de mnejo ds ulturs (SOUSA et l., 2010). Todvi, ETo tmbém pode ser estimd trvés do Tnque Clsse A, que é bstnte plido devido o seu fáil uso e bixo usto de implntção (BRAGA et l., 2008). Entretnto, pr estimr ETo por esse método, utiliz-se um oefiiente empírio de proporionlidde denomindo Kp, que relion ETo om evporção do Tnque Clsse A (ETCA) (ALLEN et l., 1998). Comumente, o vlor de Kp é determindo om bse em métodos que onsiderm os vlores médios diários de umidde reltiv do r (UR), veloidde do vento (u), tmnho d borddur (B) e o tipo de superfíie em que o tnque está instldo (grm ou solo nu). Porém, outros métodos ssumem s resistênis d superfíie e erodinâmi (ALLEN et l., 1998; CUENCA, 1989; PEREIRA et l., 1995; SNYDER, 1992). Há possibilidde de se dotr um únio vlor de Kp pr todo o período do no, omo um opção simples e práti pr estimr ETo prtir d ETCA (DOORENBOS; PRUITT, 1977). Ms, este vlor neessit ser librdo em diferentes ondições limátis. O método de Doorenbos e Pruitt (1977) ssume vlores tbeldos de Kp, enqunto que o de Snyder (1992) propõe um regressão liner múltipl dependente d UR, u e B. As mesms vriáveis são utilizds no método de Cuen (1989), porém equção é mis omplex. Pereir et l. (1995) presentm um modelo bsedo n relção entre ETo e ETCA, limitndo os vlores de Kp 0,85. No boletim 56 d FAO, os métodos A e B, plidos pr superfíies om solo oberto om vegetção e solo nu, respetivmente, são equções omplexs resultntes dos ddos tbeldos de Doorenbos e Pruitt (1977). Os vlores estimdos de Kp não são hbitulmente vlidos utilizndo ddos independentes dqueles usdos n su determinção. Além disso, ns vlições, não se onsider ET omo um mneir de nlisr o efeito dos vlores de Kp sobre lâmin líquid ser repost pr s plnts. Frequentemente, ompr-se os vlores de ETo obtidos pelo produto entre ETCA e o Kp om queles determindos pelo método de Penmn Monteith (ETo PM ) ou por medições lisimétris (BRAGA et l., 2008; ES- TEVES et l., 2009; GUNDEKAR et l., 2008; SEN- TELHAS; FOLEGATTI, 2003). Dinte do exposto, o objetivo deste estudo é propor vlores médios mensis do oefiiente do Tnque Clsse A (Kp), trvés d nálise dos seus efeitos sobre evpotrnspirção d ultur em espéies de importâni soioeonômi d região do Médio Pjeú, Pernmbuo. MATERIAL E MÉTODOS A áre estudd ompreende região do Médio Pjeú, semiárido pernmbuno, que possui lim do tipo BSwh', onforme lssifição de Köppen (1931). Pr este estudo, utilizou-se o período ompreendido de outubro de 1999 fevereiro de 2011, que possui grnde similridde em relção os vlores d norml limtológi (1961-1990) (Figur 1), obtid onforme desrito por Silv et l. (2007), indindo que demnd tmosféri e reposição de águ, durnte o período de nálise, é representtiv ds ondições limtológis d região, permitindo o seu uso pr definição de vlores médios de Kp justdos lolmente. Form utilizdos os ddos de evporção de um Tnque Clsse A (ETCA), pertenente Unidde Adêmi de Serr Tlhd - UAST, d Universidde Federl Rurl de Pernmbuo - UFRPE, instldo o ldo d estção meteorológi utomáti d Agêni Pernmbun de Águ e Clim (APAC), situd n áre d Fzend So (7º59 S, 38º15 W, 431 m ), n qul são registrdos os ddos meteorológios de tempertur (T, o C), umidde reltiv do r (UR, %), rdição solr globl (Rg, MJ m -2 di -1 ) e de veloidde do vento dois metros de ltur (u 2, m s -1 ). Os ddos diários de ETCA form digitlizdos e orgnizdos em um plnilh eletrôni, enqunto que os ddos meteorológios, disponibilizdos d três hors, form obtidos junto o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climátios CP- TEC, do Instituto de Pesquiss Espiis INPE, e ontbilizdos pr vlores diários. A prtir desses ddos, estimou-se evpotrnspirção de referêni pelo método de Penmn Monteith, prmetrizdo no boletim 56 d FAO (ETo PM ) (ALLEN et l., 1998). Nos sos de usêni de ddos meteorológios ou de inonsistênis dos mesmos, utilizou-se os proedimentos desritos em Allen et l. (1998) pr o preenhimento dos ddos fltntes, que servirm pr determinção 132 Revist Cting, Mossoró, v. 27, n. 1, p. 131 140, jn. mr., 2014

P. C. PEREIRA et l. A. 45 Tempertur do r ( o C) 40 35 30 25 20 Tméd (1999-2011) Tméd (1961-1990) Tmáx (1999-2011) Tmáx (1961-1990) Tmín (1999-2011) Tmín (1961-1990) B. 15 Rdição solr globl (MJ m -2 di -1 ) Umidde reltiv do r (%) 30 20 10 0 C. 80 75 70 65 60 55 50 u (1999-2011) Rg (1999-2011) Jn.Fev.Mr.Abr.Mi.Jun. Jul.Ago.Set.Out.Nov.Dez. Meses UR (1999-2011) UR (1961-1990) P (1999-2011) P (1961-1990) Figur 1. Vlores médios mensis ds vriáveis meteorológis durnte o período de 1999 2011 e norml limtológi (1961 1990) d região do Médio Pjeú, PE. Fonte: Agêni Pernmbun de Águ e Clim (período de 1999 2011) e Silv et l.(2007) (período de 1961 1990). 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,0 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Veloidde do vento (m s -1 ) Preipitção (mm) dos vlores de ETo. Pr estimr os vlores de Kp, utilizou-se ddos diários de ETo e ETCA dos nos ímpres (1999, 2001, 2003, 2005, 2007, 2009 e 2011) d série de 1999 2011, sendo denomindos Kp de referêni (Kp ref ): em que, ETo PM - evpotrnspirção de referêni obtid pelo método de Penmn Monteith prmetrizdo no boletim 56 d FAO (mm di -1 ) e ETCA - evporção do Tnque Clsse A (mm di -1 ). Ess série de ddos foi usd tmbém pr quntifir os vlores de Kp por meio dos métodos de Snyder (1992), Cuen (1989), Pereir et l. (1995), FAO so A e FAO so B (ALLEN et l., 1998) e de Doorenbos e Pruitt (1977), onforme - bixo: ) Snyder (1992). (1) (2) Revist Cting, Mossoró, v. 27, n. 1, p. 131 140, jn. mr., 2014 133

P. C. PEREIRA et l. b) Cuen (1989). (3) ) Pereir et l. (1995). d) FAO so A (FAO A) (ALLEN et l., 1998). (4) (5) e) FAO so B (FAO B) (ALLEN et l., 1998). (6) f) Doorenbos e Pruitt (1977). (7) em que, B - borddur d áre om grm, sendo igul 10 m; u 2 - veloidde do vento dois metros de ltur (km di -1 ); UR m - umidde reltiv médi do r (%); - delividde d urv de pressão do vpor (kp C -1 ); y - onstnte psirométri (kp C -1 ); r r - relção entre resistêni do dossel d grm à difusão do vpor d águ (r = 70) e resistêni erodinâmi pr tro do vpor d águ de um superfíie evpornte (r = 208/u 2 ). Os vlores diários de Kp obtidos pelos seis métodos form onvertidos pr mensis e omprdos om o Kp ref, mbos estimdos pr os nos ímpres, por meio d nálise de vriâni (ANOVA) e do teste t, o nível de 5% de probbilidde. Os vlores de Kp obtidos nos nos ímpres form utilizdos pr estimr evpotrnspirção de ulturs gríols (milho, feijão upi, sorgo, lgodão, mmon e mrujá) pr os nos pres (2000, 2002, 2004, 2006, 2008 e 2010), onforme expressões bixo: ETo ( TCA) = ETCA.Kp(x) ET ( ) = ETo ( ). K TCA TCA (8) (9) em que, ETo (TCA) - evpotrnspirção de referêni (mm di -1 ); ETCA = evporção do Tnque Clsse A (mm di -1 ); Kp (x) - oefiiente do Tnque Clsse A, sendo x o vlor de Kp; - evpotrnspirção d ultur (mm di -1 ) e; K - oefiiente de ultur. 134 Revist Cting, Mossoró, v. 27, n. 1, p. 131 140, jn. mr., 2014

P. C. PEREIRA et l. Pr exeução deste trblho form utilizdos os vlores de K ds ulturs do milho, feijão upi, sorgo forrgeiro, lgodão, mmon e o mrujá, onforme divisão de seu ilos. Esss ulturs possuem relevâni n limentção humn e niml, soioeonômi, produção de biodiesel e, ou, são lterntivs pr o Semiárido, em deorrêni do vlor gregdo de seus produtos. Os vlores de K podem ser observdos n Tbel 1. Tbel 1. Vlores dos oefiientes de ultur (K) ds fses fenológis ds ulturs do milho, feijão upi, sorgo, lgodão, mmon e mrujá. K Culturs Fse I Fse II Fse III Fse IV Milho 0,5 0,7 1,1 1,3 1,4 0,6 Feijão Cupi 0,8 0,8 1,1 1,1 1,4 1,4 0,3 Sorgo Forrgeiro 0,40 0,40 1,05 1,05 1,05 0,55 Algodão 0,45 0,75 1,15 0,85 Mmon 0,35 0,75 1,05 0,50 Mrujá 0,64 0,98 1,17 - Fonte: Milho - Bstos et l. (2008); Feijão upi - Bstos et l. (2008b); Sorgo forrgeiro - ALLEN et l. (1998); Algodão e Mmon - Doorenbos e Pruitt (1977) e Mrujá - Freire et l. (2011). Os vlores de ET form lulds pr o máximo de ilos possíveis de d ultur durnte os nos de estudo, visndo observção ds diferentes demnds hídris o longo do período de nálise pr d espéie, iniindo-se d ilo no primeiro di de jneiro. As vlições de desempenho dos vlores mensis de Kp utilizdos pr estimr ET ds ulturs gríols form relizds por índies esttístios de preisão (oefiiente de orrelção, r) e de extidão (índie de onordâni, d). Em seguid, form obtids estimtivs dos erros esttístios: erro médio de estimtiv (MBE) e riz qudrd do qudrdo do erro médio (RQME). A ET estimd por meio do Kp ref e de todos os seis métodos (ET (TCA)) foi omprd os vlores d evpotrnspirção ds ulturs obtidos prtir do produto entre os vlores do K e d ETo PM, sendo representd por ET PM e denomind evpotrnspirção d ultur obtid pelo método pdrão. As expressões dos índies e erros esttístios são demonstrds seguir. (10) (11) (12) (13) em que, n - número de observções; - vlores umuldos d evpotrnspirção ds ulturs obtid om os vlores d ETCA, K e Kp; ET PM - vlores umuldos d evpotrnspirção ds ulturs obtid om ETo PM e K. A brr sobre estes símbolos refere-se o seu vlor médio pr o período onsiderdo. Revist Cting, Mossoró, v. 27, n. 1, p. 131 140, jn. mr., 2014 135

P. C. PEREIRA et l. Por fim, pr lssifir o desempenho dos vlores de Kp n estimtiv d ET, foi luldo o índie de onfinç (), o qul é resultdo do produto entre o oefiiente de orrelção (r) e o índie de onordâni (d). A lssifição do desempenho dos vlores do Kp ref e dos seis métodos foi vlid onforme ritério proposto por Cmrgo e Sentelhs (1997). RESULTADOS E DISCUSSÃO Considerndo os dis om ddos ompletos e queles em que o preenhimento foi possível, obteve -se ETo pr 3783 dis do totl de 4142, ou sej, o juste e vlição dos vlores de Kp foi feito om 91,3% dos ddos disponíveis. N Tbel 2 são presentdos os vlores mensis e nálise esttísti d omprção dos vlores de Kp de d um dos seis métodos om o Kp ref. Pr quse todos os meses do no, os vlores de Kp dos seis métodos form superiores os do Kp ref, o qul presentou um médi nul de 0,69±0,05. Os miores vlores de Kp ref form verifidos nos primeiros meses do no, que ompreende o período huvoso d região, tendo ssim mior reposição de águ o que fvoree o proesso de evpotrnspirção. Resultdos semelhntes form obtidos por Brg et l. (2008) e por Coneição (2002), porém os vlores médios nuis do Kp ref form inferior (0,55) e superior (0,74), respetivmente, o exposto neste estudo. Tbel 2. Comprção entre os vlores médios mensis e nuis (1999 2011) do oefiiente do Tnque Clsse A obtidos pelos métodos do Kp de referêni, Snyder (1992), Cuen (1989), Pereir et l. (1995), FAO so A e FAO so B (ALLEN et l., 1998) e de Doorenbos e Pruitt (1977), pr região do Médio Pjeú, semiárido pernmbuno. Meses Kp ref Kp Snyder Kp Cuen Kp Pereir Kp FAO A Kp FAO B Kp D e P Jn. 0,73 A b 0,90 C b 0,72A b 0,73 A 0,70 A b 0,82 B 0,75 AB Fev. 0,70 A b 0,84 C 0,77 B 0,72 AB b 0,74 AB de 0,87 C b 0,75 AB Mr. 0,81 CD b 0,83 DE 0,77 BC 0,72 A 0,75 AB e 0,88 E b 0,75 AB Abr. 0,75 A b 0,86 B b 0,76 A b 0,72 A 0,75 A de 0,88 B b 0,75 A Mi. 0,69 A b 0,85 BC 0,69 A 0,70 AB b 0,75 ABC e 0,89 C 0,75 ABC Jun. 0,64 A 0,83 DE 0,78 CD 0,69 AB b 0,73 BC de 0,87 E b 0,75 BCD Jul. 0,67 A b 0,85 D 0,77 C 0,69 AB 0,72 BC d 0,87 D b 0,75C Ago. 0,66 A 0,87 D b 0,74 C b 0,68 AB 0,71 BC b 0,85 D b 0,75C Set. 0,69 A b 0,92 D 0,72AB b 0,69 A b 0,69 A 0,82 C 0,75 D Out. 0,64 A 0,94 E 0,70 BC b 0,70 BC b 0,68 AB b 0,80 D 0,75 CD Nov. 0,66 A 0,94 E 0,70 B b 0,72 BC 0,69 AB b 0,80 D 0,75 C Dez. 0,65 A 0,92 D 0,70AB b 0,72 B b 0,69 AB b 0,81 C 0,75 BC Anul 0,69 A 0,88 E 0,74 BC 0,69 A 0,71 AB 0,85 D 0,75 C *Médis seguids de mesm letr não se diferem esttistimente entre si, em que s letrs miúsuls, n horizontl, representm omprção dos vlores dos diferentes métodos de determinção do Kp em relção os vlores do Kp ref e s letrs minúsuls, n vertil, omprm os vlores mensis de d método o longo do no, todos pelo teste t o nível de 5% de probbilidde. Comprndo-se os vlores de Kp de d método om os de Kp ref, verifi-se que os métodos de Pereir et l. e FAO so A form os que mis se proximrm do Kp ref, não presentndo diferençs esttístis entre si pr vlores nuis (Tbel 2). Brg et l. (2008) tmbém onsttrm que o método de Pereir et l. foi o que mis se proximou do Kp ref. Resultdos diferentes form obtidos por Gundekr et l. (2008), pr s ondições semiárids d Índi, que enontrrm um vlor de Kp (0,35), obtido pelo método de Pereir et l., muito inferior o Kp ref (0,72). Os métodos de Snyder, FAO so B, Cuen e de Doorenbos e Pruitt, nest ordem, form os que mis diferenirm do Kp ref., presentndo miores vlores médios mensis e nuis, os quis podem superestimr lâmin de irrigção, so sejm utilizdos n estimtiv d ETo pelo método do Tnque Clsse A. Este resultdo pode estr ssoido o fto de que estes métodos form desenvolvidos pr regiões om ondições limátis distints d região do presente estudo, sendo neessário s sus librções lol, onforme reomendção d FAO (ALLEN et l., 1998). Resultdos enontrdos por Brg et l. (2008), no Submédio do Vle do São Frniso, mostrm que os métodos de Snyder e de Doorenbos e Pruitt não tiverm bons resultdos, sendo que este último superestimou em 37% lâmin de irrigção. N Tbel 3, observ-se que os vlores de Kp ref pr s seis ulturs presentrm pequens diferençs em relção ET PM, vrindo entre 2,0% e 3,8%, demonstrndo que os vlores dos Kp ref proporionrm estimtivs de elevd preisão d ET. O MBE d Kp ref vriou de 10,75 mm ilo -1 (feijão upi) 32,59 mm ilo -1 (sorgo forrgeiro), representndo em termos nuis o juste d lâmin de irrigção ser relizdo pelo produtor (Tbel 3). Entretnto, pr um ilo espeífio do no, ou sej, em relção o RQME, ests lâmins osilrm entre 77,08 mm ilo -1 pr o feijão upi (Tbel 3) e 136,76 mm ilo -1 pr o mrujá (Tbel 3), indindo um vribilidde do desempenho n estimtiv d ET o longo do no. 136 Revist Cting, Mossoró, v. 27, n. 1, p. 131 140, jn. mr., 2014

P. C. PEREIRA et l. De ordo om o índie de Cmrgo e Sentelhs (1997), o desempenho d Kp ref pode ser lssifido de medino péssimo, sendo os piores resultdos pr s ulturs de ilo mis longo, omo mmon e o mrujá (Tbel 3). Estes resultdos estão ssoidos om o desempenho mensl dos vlores de Kp que vrirm o longo do no. Nesss ulturs, os erros de estimtiv o longo dos meses, utilizndo os vlores de ETCA e Kp, umulm-se fetndo mgnitude dos vlores de ET o finl do ilo. Tbel 3. Avlição dos vlores do oefiiente do Tnque Clsse A por meio d estimtiv d evpotrnspirção (ET) pr s ulturs do milho, feijão upi e o sorgo forrgeiro n região do Médio Pjeú, semiárido pernmbuno. Culturs Milho Feijão Cupi Sorgo Forrgeiro Algodão Mmon Mrujá Índies Kp Ref Kp Snyder Kp Cuen Kp Pereir Kp FAO A Kp FAO B Kp DeP r 0,71 0,73 0,70 0,72 0,70 0,68 0,71 d 0,83 0,61 0,78 0,81 0,80 0,65 0,77 MBE 25,13 186,60 64,40 42,80 49,21 151,90 80,10 RQME 82,13 193,84 97,18 90,67 88,43 151,07 108,21 0,59 0,44 0,55 0,59 0,56 0,44 0,55 Clssif. Sofrível Ml Sofrível Sofrível Sofrível Ml Sofrível r 0,74 0,75 0,71 0,73 0,72 0,66 0,70 d 0,85 0,61 0,80 0,83 0,82 0,67 0,79 MBE 10,75 143,32 44,13 21,07 29,08 96,90 42,64 RQME 77,08 171,37 91,19 80,62 82,33 119,46 88,37 0,62 0,46 0,57 0,61 0,59 0,44 0,56 Clssif. Medino Ml Sofrível Medino Sofrível Ml Sofrível r 0,66 0,71 0,16 0,70 0,67 0,65 0,69 d 0,79 0,57 0,43 0,78 0,77 0,61 0,72 MBE 32,59 228,92 0,73 53,00 55,40 181,61 95,49 RQME 107,56 250,96 119,07 120,32 115,57 194,48 141,08 0,52 0,40 0,07 0,55 0,51 0,40 0,50 Clssif. Sofrível Péssimo Péssimo Sofrível Sofrível Péssimo Ml r 0,70 0,76 0,71 0,73 0,70 0,69 0,72 d 0,83 0,61 0,79 0,82 0,80 0,64 0,77 MBE 18,58 173,40 56,58 37,48 41,13 141,78 72,37 RQME 83,73 202,05 100,47 93,87 92,02 160,70 112,89 0,58 0,46 0,56 0,59 0,56 0,44 0,55 Clssif. Sofrível Ml Sofrível Sofrível Sofrível Ml Sofrível r 0,55 0,65 0,60 0,61 0,58 0,58 0,62 d 0,73 0,50 0,71 0,74 0,73 0,55 0,68 MBE 29,87 288,08 85,49 53,36 60,32 223,06 110,72 RQME 117,50 319,32 146,04 133,28 131,72 244,04 167,77 0,40 0,32 0,42 0,45 0,42 0,32 0,43 Clssif. Péssimo Péssimo Ml Ml Ml Péssimo Péssimo r 0,46 0,51 0,46 0,48 0,49 0,44 0,48 d 0,66 0,46 0,62 0,65 0,65 0,50 0,60 MBE 31,91 231,77 74,96 51,75 51,03 182,29 92,94 RQME 136,76 293,72 158,56 146,31 150,19 237,15 173,44 0,30 0,23 0,28 0,31 0,32 0,22 0,29 Clssif. Péssimo Péssimo Ml Ml Ml Péssimo Péssimo Indies: * r - oefiiente de orrelção, d - índie de onordâni, MBE - erro médio de estimtiv, RQME riz qudrd do qudrdo médio do erro e - índie de desempenho, Clssif.- Clssifição do índie de Cmrgo e Sentelhs (1997). Em relção à estimtiv d ET, onsttou-se que Kp Pereir e Kp FAO A form os que presentm os melhores resultdos em relção ET PM, o que está ssoido o fto dos vlores de Kp destes métodos não terem se diferenido esttistimente do Kp ref.. Um bom desempenho d ET (TCA) Kp Pereir tmbém foi onsttdo por Sentenhs e Folegtti (2003), em Pirib-SP, que o indirm omo um dos métodos mis dequdos. Resultdo similr foi onsttdo no estudo de Brg et l. (2008), no Vle do Submédio São Frniso, e por Esteves et l. (2009), em Cmpos dos Goytzes, RJ. Por outro ldo, Kp Snyder e Kp FAO B presentrm os piores resultdos, superestimndo-s em mis de 33% e de 20%, ness ordem. Como onsequêni, os desempenhos destes métodos form lssifidos de ml péssimo, om os erros de estimtiv elevdos, o que pode osionr irrigções exessivs, tingindo té 288,08 mm ilo - 1, em termos nuis, pr Kp Snyder e de 223,06 mm ilo -1 pr Kp FAO B (Tbel 2). Pr um ilo espeífio, ness mesm ordem, estes vlores podem ser superiores 171,37 mm ilo -1 (feijão upi) e 151,07 mm ilo -1 (milho). Entretnto, miores erros form observdos pr m- Revist Cting, Mossoró, v. 27, n. 1, p. 131 140, jn. mr., 2014 137

P. C. PEREIRA et l. mon om ET (TCA ) Kp Snyder, (MBE de 288,08 mm ilo -1 e RQME de 319,32 mm ilo -1 ) e Kp FAO B (MBE de 223,06 mm ilo -1 e RQME de 224,04 mm ilo -1 ) (Tbel 2). Brg et l. (2008), no Vle do Submédio São Frniso, onsttrm bixo desempenho do método de Snyder e não o indirm pr região. A utilizção de um Kp fixo, onforme proposto por Doorenbos e Pruitt, superestimou ET em té 14,2 % em relção ET PM, presentndo desempenho om lssifição de sofrível (milho, feijão upi e lgodão) péssimo (mmon e mrujá). Apesr disso, não se onsttou diferençs signifitivs em relção o Kp ref. nos meses mis huvosos (jneiro mio) (Tbel 2). Por su vez, Kp Cuen presentou resultdos intermediários os demis meniondos. Os menores erros desse método form observdos pr s ulturs do milho, feijão upi e lgodão, os quis form lssifidos omo sofríveis. Pr os vlores umuldos de ET PM, demonstrdos n Figur 2, observ-se que são próximos os informdos n litertur pr s ulturs nlisds. Pr o milho, ET vri entre 504,62 e 650 mm ilo -1 (BASTOS et l., 2008; BERGA- MASCHI et l., 2004). O mesmo foi revisdo pr o feijão upi, que possui um ET n fix de 330,7 383,02 mm ilo -1 (ANDRADE et l., 1993; BAS- TOS et l., 2008b; LIMA et l., 2006; LIMA et l., 2011). A ultur do sorgo tem ET entre 300 600 mm ilo -1, dependendo de ds ondições limátis do lol (FRANCO, 2011). Pr ultur do lgodão, ET vri entre 440 e 616,49 mm ilo -1 (AZEVEDO et l., 1993; BARRETO et l., 2007; BEZERRA et l., 2010). A ultur do mrujá, os seus vlores de ET PM (Figur 2) firm próximos o informdo por Freire et l. (2011), que é de 736,68 mm ilo -1. Pr mmon, os vlores de ET PM tmbém presentrm mgnitudes próxims o observdo n litertur, sendo em torno de 673 mm ilo -1, onforme Silv et l. (2008). 1400 1200 A. Milho B. Feijão Cupi ET (mm ilo -1 ) 1000 800 600 400 d b b b b 200 14000 1200 C. Sorgo Forrgeiro D. Algodão ET (mm ilo -1 ) 1000 800 600 400 b b b b 200 ET (mm ilo -1 ) 14000 1200 1000 800 600 400 E. Mmon F. b b b b Mrujá b 200 0 ET(PM) FAO56 ET(TCA) KpRef ET(TCA) KpSnyder ET(TCA) KpCuen ET(TCA) KpPereir Métdos ET(TCA) KpFAO A ET(TCA) KpFAO B ET(TCA) Kp D & P ET(PM) FAO56 ET(TCA) KpRef ET(TCA) KpSnyder ET(TCA) KpCuen ET(TCA) KpPereir Métdos ET(TCA) KpFAO A ET(TCA) KpFAO B ET(TCA) Kp D & P Figur 2. Vlores médios umuldos d evpotrnspirção de ulturs estimdos pr os seus respetivos ilos utilizndo os métodos de Penmn Monteith FAO 56, Kp ref e outros seis métodos de estimtiv do Kp, pr região do Médio Pjeú, semiárido pernmbuno, vlidos pelo teste t o nível de 5% de probbilidde. 138 Revist Cting, Mossoró, v. 27, n. 1, p. 131 140, jn. mr., 2014

P. C. PEREIRA et l. Apesr dos diferentes desempenhos observdos entre os vlores de, obtidos prtir d ETCA e dos ddos de Kp ref e dos seis métodos, observ-se n Figur 2, que miori dos vlores de não presentrm diferençs signifitivs em relção o método pdrão (ET PM ), exeto ET (TCA) Kp Snyder e Kp FAO B, que diferenirm pr tods s ulturs. CONCLUSÃO O método do Kp ref é reomenddo pr quntifir evpotrnspirção de ulturs n região do Médio Pjeú, semiárido pernmbuno, visto que est não diferiu d obtid om o método pdrão (Penmn Monteith FAO 56). Os vlores de Kp obtidos pelos métodos de Pereir et l. e FAO so A são os mis dequdos pr estimtiv d evpotrnspirção ds ulturs nlisds nest áre, sendo desonselhdo utilizção dos métodos de Snyder e FAO so B. Por fim, o desempenho d estimtiv d evpotrnspirção de ulturs gríols n região do Médio Pjeú, utilizndo os vlores de evporção do Tnque Clsse A, fi ondiiond à épo do no e ultur ser explord. REFERÊNCIAS ALLEN, R. G. et l. Crop evpotrnspirtion: Guidelines for omputing rop wter requirements - FAO Irrigtion nd dringe pper 56. Rome: FAO, 1998, 300p. ANDRADE, C. L. T. et l. Coefiientes de ultivo e de irrigção pr o upi. Teresin: EMBRAPA- CNPAI, 1993. 6p. (EMBRAPA-CNPAI, Comunido Ténio, 9). AZEVEDO, P. V. et l. Neessiddes hídris d ultur do lgodoeiro. Pesquis Agropeuári Brsileir, Brsíli, v. 28, n. 7, p. 863-870, 1993. BARRETO, A. N.; AMARAL, J. B.; LUZ, M. J. S. Consumo hídrio do lgodoeiro herbáeo ns diferentes fses fenológis no muniípio Ireê BA. In: Congresso Brsileiro de Algodão, 6., 2007, Uberlândi. Anis Uberlândi: Soiedde Brsileir de Algodão, 2007. BASTOS, E. A.; CARDOSO, M. J; MENDES, A. G.; ANDRADE JÚNIOR, A. S.; SANTOS, F. J. S. Coefiiente de ultivo do milho nos Tbuleiros Litorâneos do Piuí. In: Congresso Nionl de Milho e Sorgo, 27., 2008, Londrin. Anis... Londrin: Embrp Milho e Sorgo/Assoição Brsileir de Milho e Sorgo, 2008. p. 1-5. BASTOS, E. A. et l. Evpotrnspirção e oefiiente de ultivo do feijão-upi no vle do Gurguéi, Piuí. Irrig, Botutu v. 13, n. 2, p. 182-190, 2008b. BERGAMASCHI, H. et l. Distribuição hídri no período rítio do milho e produção de grãos. Pesquis Agropeuári Brsileir, Brsíli, v. 39, n. 9, p. 831-839, 2004. BEZERRA, J. R. C. et l. Evpotrnspirção e oefiiente de ultivo do lgodoeiro BRS-200 Mrrom, irrigdo. Revist Brsileir de Engenhri Agríol e Ambientl, Cmpin Grnde, v. 14, n. 6, p. 625-632, 2010. BORGES, A. C.; MENDIONDO, E. M. Comprção entre equções empíris pr estimtiv d evpotrnspirção de referêni n Bi do Rio Jupirng. Revist Brsileir de Engenhri Agríol Ambientl, Cmpin Grnde, v. 11, n. 3, p. 293-300, 2007. BRAGA, M. B. et l. Coefiientes do tnque lsse A pr estimtiv d evpotrnspirção de referêni n região do Vle do Submédio São Frniso, estdo d Bhi. Revist Brsileir de Agrometeorologi, Snt Mri, v. 16, n. 1, p. 49-57, 2008. CAMARGO, A. P.; SENTELHAS, P. C. Avlição do desempenho de diferentes métodos de estimtiv d evpotrnspirção potenil no Estdo de São Pulo, Brsil. Revist Brsileir de Agrometeorologi, Snt Mri, v. 5, n. 1, p. 89-97, 1997. CONCEIÇÃO, M. A. F. Referene evpotrnspirtion bsed on lss-a pn evportion. Sienti Agriol, Pirib, v. 59, n. 3, p. 417-420, 2002. CUENCA, R. H. Irrigtion system design: n engineering pproh. New Jersey: Prentie-Hll, 1989, 133 p. DOORENBOS, J.; PRUITT, W. O. Crop Wter Requirements. Rome: FAO, 168 p, 1977. (Irrigtion nd Dringe Pper, 24). ESTEVES, B. S. et l. Avlição do Kt pr estimtiv d evpotrnspirção de referêni (ETo) em Cmpos dos Goytzes, RJ. Revist Brsileir de Engenhri Agríol e Ambientl, Cmpin Grnde, v. 14, n. 3, p. 274-278, 2009. FRANCO, A. A. N. Mrh de bsorção e úmulo de nutriente n ultur do sorgo. 2011. 78f. Dissertção (Mestrdo em Produção vegetl no Semiárido: Áre de onentrção em Produção vegetl) Universidde Estdul de Montes Clros, Jnúb, 2011. Revist Cting, Mossoró, v. 27, n. 1, p. 131 140, jn. mr., 2014 139

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