O setor energético da economia gaúcha e suas relações intersetoriais. ersetoriais: uma análise

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Transcrição:

O setor eergétco da ecooma gaúcha e suas relações tersetoras ersetoras: uma aálse de sumo-produto Herque Morroe Ecoomsta, PhD em Ecooma pela Uversdade de Utah, Professor Aduto da Uversdade Federal do Ro Grade do Sul (UFRGS) Resumo Buscado cotrbur para o debate sobre o papel do setor produtor de eerga e sua ter-relação com os demas setores da ecooma gaúcha, este artgo emprega a Matrz de Isumo-Produto (MIP) de 2008, a fm de verfcar os elos produtvos exstetes etre os setores e seus efetos multplcadores a ecooma do Estado. Especfcamete, pretede-se averguar quas são os setores-chave da ecooma, o que tage à cração de empregos e produção. Esse exercíco de estmação dos multplcadores de mpacto cotrburá para um maor etedmeto da ecooma. A técca de sumo-produto fo empregada a fm de se estmarem os ecadeametos para trás e para a frete e os efetos de dspersão o resto da ecooma. Os resultados sugerem que a dústra de trasformação é um dos setores-chave da ecooma gaúcha, cotrbudo para o desevolvmeto regoal. Devdo à forte depedêca da maufatura do setor produtor de eerga, este últmo é fudametal para o desevolvmeto regoal sustetável. A MIP, que clu o setor eergétco, servrá de base para modelos de equlíbro geral computáves a versão estruturalsta. Palavras-chave: chave: Matrz de Isumo-Produto; ecadeametos produtvos; desevolvmeto regoal. Abstract Amg at cotrbutg to the debate o the role of the eergy-producg sector ad ts terrelatos wth the other sectors of the ecoomy of the State of Ro Grade do Sul, ths artcle uses the Iput-Output Matrx (MIP) of 2008 order to vestgate the productve lks betwee the sectors ad ther multplyg effects o the ecoomy of the State. Specfcally, we ted to fd out what the key sectors of the ecoomy are wth regard to ob creato ad producto. Ths exercse of estmatg the mpact multplers wll help to better uderstad the ecoomy. The put- -output techque was used to estmate the backward ad forward lkages ad the dsperso effects o the rest of the ecoomy. The results suggest that the maufacturg dustry s oe of the key sectors of the State ecoomy, cotrbutg to the regoal developmet. Due to the strog depedece of the maufacturg dustry o the eergy-producg sector, the latter s essetal for a sustaable regoal developmet. The MIP, whch cludes the eergy dustry, wll serve as a bass for structuralst computable geeral equlbrum models. Keywords: Keywords: Iput-Output Matrx; productve lkages; regoal developmet. Artgo recebdo em 28 dez. 204. Revsora de Lígua Portuguesa: Ele Jae Mederos Azambua. E-mal: hmorroe@hotmal.com Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

Herque Morroe 56 Itrodução O presete artgo, que fo fortemete fluecado por Motoya, Pasqual e Bogo (204), tem por obetvo geral aalsar o papel do setor produtor de eerga o Ro Grade do Sul (RS) e sua lgação com os demas setores da ecooma. Averguar como ocorrem as ter-relações etre o setor eergétco e os demas setores do RS tora-se crucal para o etedmeto da ecooma gaúcha, pos pode servr como gua para os formuladores de polítcas ecoômcas. Especfcamete, pretede-se estmar, com base a Matrz de Isumo-Produto (MIP) do RS para o ao de 2008, multplcadores de mpacto que cluam o setor de produção de eerga. Nesse setdo, quatro multplcadores serão examados: o efeto de lgação (ecadeameto) para trás, os ecadeametos para a frete a produção, a geração de emprego e os efetos a produção de eerga duzdos pela demada. Os ídces de Rasmusse-Hrschma e os coefcetes de dspersão de Bulmer-Thomas serão calculados, a fm de auxlar a detecção dos setores-chave da ecooma gaúcha. Com o obetvo de proceder às estmações e aalsar os resultados, calmete estmou-se a MIP (com setor eergétco) a partr da tabela de recursos e usos (TRU) para o ao de 2008, da Fudação de Ecooma e Estatístca (FEE). Nesse setdo, exstu a ecessdade de proceder à agregação da TRU, pos ela está estruturada com 40 atvdades e 66 produtos (40x66). Seguu-se o estabelecdo pela Classfcação Nacoal de Atvdades Ecoômcas (CNAE), do Isttuto Braslero de Geografa e Estatístca (IBGE), o processo de agregação, para chegar-se à MIP de 2x2. Ademas, o setor eergétco fo deleado coforme Capeletto e Moura (200). Nesse cotexto, o setor produtor de eerga é formado pelo segute: carvão meral, gás atural e petróleo, produtos de refo de petróleo e coque, álcool, e produção e dstrbução de eletrcdade, gás e água. A MIPde 2x2 forecerá a base para as estmações, represetadoo lado real da ecooma. Este artgo está estruturado como segue. Na próxma seção, apreseta-se a Metodologa. A seção 3 exbe os resultados dos ídces de lgação e dos coefcetes de dspersão. Por fm, a seção 4 reserva-se às Coclusões. A MIP, que clu o setor produtor de eerga, está dsposta o Apêdce. 2 Metodologa A Matrz de Isumo-Produto da ecooma gaúcha, da Fudação de Ecooma e Estatístca (SÁ, 204), para o ao de 2008, fo empregada como base para as estmações deste artgo. Utlzou-se a Matrz setor por setor, agregado-a para 2 setores. A prmera etapa do estudo cosstu a defção das atvdades e dos produtos formadores do setor eergétco, a fm de determar uma proxy do setor produtor de eerga do Estado. Seguu- -se Capeletto e Moura(200), para detectar as atvdades e os produtos formadores do setor de eerga. Esse setor fo desgado como sedo composto pelo segute: carvão meral, gás atural e petróleo, produtos de refo de petróleo e coque, álcool, e produção e dstrbução de eletrcdade, gás e água. Tedo defdo o setor produtor de eerga, efetuou-se a agregação da TRU de 40x66 a uma TRU de 2x2. A ova TRU, com apeas 2 produtos e 2 atvdades, represetou o poto de partda para as estmações. Nesse estágo do trabalho, fo empregado o método de sumo-produto, a fm de chegar-se a uma MIP a partr dos dados da TRU agregada e com o setor eergétco. Na seguda parte, estmaram-se os multplcadores de mpacto de produção e de emprego os setores da ecooma do RS. Nessa etapa, os ídces de Rasmusse-Hrschma e os coefcetes de Bulmer-Thomas foram calculados, para auxlar a detecção dos setores-chave da ecooma. Ademas, examaram-se a estrutura de compras e vedas do setor eergétco e o efeto dos compoetes da demada a dução da produção desse setor. Nesta seção, apresetam-se o modelo de sumo-produto desevolvdo por Leotef e o método de cômputo dos multplcadores de mpacto. Assm, será possível acessar os setores-chave e os ecadeametos setoras da ecooma a próxma seção. O modelo de sumo-produto formulado por Leotef tem raízes pré-clásscas que remotam ao trabalho dos fsocratas, prcpalmete Quesay. É otóra, também, a fluêca dos esquemas de reprodução de Marx o trabalho desevolvdo por Leotef. Em sua forma mas smples, o modelo de Leotef pode ser apresetado como segue. Estrutura de 2 atvdades e 2 produtos. Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

O setor eergétco da ecooma gaúcha e suas relações tersetoras: uma aálse de sumo-produto 57 O elemeto cetral desse modelo é a exstêca de uma relação estável etre os produtos termedáros cosumdos pelos setores e a produção total dessas atvdades. A partr daí, ele chega ao coceto de coefcete técco de produção ( a ), uma proxy da tecologa da ecooma. a = g / g (),. sedo g o valor que o setor vedeu para o setor ; g o valor da produção do setor ; e a o valor cosumdo pela atvdade proveete da atvdade, a fm de produzr uma udade moetára. Essa relação, bem como todo o modelo de Leotef, depede da exstêca da tabela de recursos e usos, fote essecal para a costrução da MIP. Como esses dados estão dspoíves a Fudação de Ecooma e Estatístca (SÁ, 204), pode-se passar para a explcação dos próxmos elemetos do modelo de Leotef. Desse modo, é possível aalsar a lha da matrz de sumo-produto e chegar às segutes relações: g g + sedo f a demada fal do setor, com um pouco de mapulação extra, tem-se: = = g a g + f f (2), (3) Por fm, usado uma represetação matrcal, tora-se possível reescrever essa relação como: g = Ag + f g = ( I A) f (4) (5) A matrz A é defda como a matrz de coefcetes téccos dretos. Ela mede apeas mpactos dretos as atvdades. A matrz (I-A)-¹ é cohecda como matrz de Leotef, que represeta os coefcetes téccos dretos e dretos. O modelo de sumo-produto de Leotef, apresetado a equação 5, forma a produção (g) ecessára para ateder a um determado cremeto a demada fal (f). O multplcador total de mpacto do produto (lgação para trás, ou ecadeameto vertcal) forma quato a produção da ecooma deve aumetar a fm de ateder a um acréscmo da demada de um determado setor. Matematcamete, sso evolve a pré-multplcação da matrz de Leotef por um vetor utáro. O resultado expressa uma relação setor-ecooma, ou sea, sgfca que uma udade de aumeto da demada de um determado setor deve ser atedda pelo aumeto da produção de todos os setores da ecooma. Como referdo acma, parte fudametal desse modelo é a matrz versa de Leotef. Esse modelo tora-se adequado para aálses de curto e médo prazos, pos exste evdêca empírca de que a matrz versa ão sofre alterações substacas ao logo do tempo. Os ecadeametos para a frete (forward lkages), ou ecadeametos horzotas, são calculados pela soma de cada lha da matrz de Leotef. Os resultados desse ecadeameto horzotal dcam que um determado setor deve produzr dreta e dretamete certa quatdade, quado a demada de todos os setores aumetar em uma udade. Esse é um dcador da depedêca da ecooma regoal em relação ao setor: quato maor o ecadeameto para a frete, maor será a depedêca. Em geral, setores-chave da ecooma apresetam fortes ecadeametos para a frete e para trás a estrutura produtva. A partr dos resultados do aumeto da produção ecessára para ateder a um acréscmo da demada fal, pode-se calcular o seu mpacto sobre o emprego. Uma vez que, para produzr uma quatdade maor de produtos, as atvdades ecesstam de um maor úmero de trabalhadores, os cálculos dos resultados em termos da estmação do aumeto do emprego toram-se trvas. Assume-se, para sso, que exste uma proporção fxa etre o pessoal ocupado (PO) e a produção (g). O multplcador do emprego ou do pessoal ocupado pode ser represetado matematcamete como abaxo: L = PO / g ode LxA represetam o multplcador de mpacto dreto do emprego; e L ( I A) referem-se ao multplcador de mpacto dreto e dreto do emprego, que mede o mpacto, em termos de emprego, de todos os setores que forecem produtos termedáros, dreta e dretamete, a uma determada atvdade. O multplcador do emprego dca a geração de empregos dretos e dretos proveetes do aumeto da demada setoral. Nesse questo, as atvdades da agropecuára, do comérco, dos servços de mauteção e de outros servços tradcoalmete gaham destaque. De um modo geral, os servços são setores tesvos em (6), Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

Herque Morroe 58 trabalho; logo, ão sera ovdade se ele fosse ecotrado um elevado potecal gerador de empregos. Cabe ressaltar, cotudo, o tradcoalmete baxo potecal gerador de emprego da dústra de trasformação, setor tesvo em captal. Aqu também ão há surpresa, pos o grade desafo das polítcas de desevolvmeto sempre fo promover uma mudaça estrutural em dreção à dústra, sem perder o foco a cração de empregos, um poto fraco desse setor. Desse modo, observar o potecal gerador de produção e de empregos tora-se de fudametal mportâca e será explorado a próxma seção. Cotudo, ates de passar para a aálse dos multplcadores per se, devem-se apresetar os ídces de Rasmusse-Hrschma e os coefcetes de Bulmer-Thomas. Em couto, esses dcadores permtem avalar os setores que seram chave para o crescmeto das ecoomas. Os ídces de lgação para trás podem ser expressos como segue: U = ( K ) /(/ 2 ) = K sedo o úmero de atvdades a ecooma, e K, a soma das compras do setor (baseada a matrz versa de Leotef). O coefcete de dspersão de Bulmer-Thomas para o ídce de lgação para trás pode ser calculado assm: (7), V = = ( K = K = K ) 2 (8) Os dces de lgação (Rasmusse-Hrschma) para a frete são: U = ( K ) /(/ 2 ) = K (9) V O coefcete de dspersão de Bulmer-Thomas, do ídce de lgação para a frete, é: ( K = = = K = K ) 2 Com base esses dcadores, podem-se ecotrar os setores-chave da ecooma. Elevados ídces de ecademato para trás e para a frete dcam que o setor é dferecado e exerce um mpacto sobre a ecooma superor à méda. Já elevados coefcetes de dspersão sugerem que o setor apreseta terdepedêca com poucas atvdades. Desse modo, espera-se que os setores-chave da ecooma apresetem elevados ídces de ecadeameto, acompahados por coefcetes de dspersão relatvamete reduzdos. Assm, observa-se que a estmação desses multplcadores é bastate smples e fucoal e auxla o etedmeto da estrutura produtva estadual. A proxma seção aalsará os resultados para esses multplcadores em detalhe. (0) 3 Resultados Nesta seção, serão apresetados e aalsados os resultados dos multplcadores de mpacto (ídces de lgação) e seus efetos de dspersão a ecooma. Além dsso, será avalada a atvdade de produção de eerga, o que tage à sua estrutura de compras/vedas, e a produção duzda pelos compoetes da demada fal. Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

O setor eergétco da ecooma gaúcha e suas relações tersetoras: uma aálse de sumo-produto 59 3. Ídces de lgação Rasmusse-Hrschma e coefcetes de dspersão de Bulmer-Thomas Os ídces de lgação são de fudametal mportâca para um maor etedmeto da terdepedêca setoral, auxlado para a efetva alocação dos recursos escassos em setores que mas cotrbuam para o crescmeto ecoômco. A Tabela apreseta os ídces de lgação para trás, os ídces de ecadeameto para a frete e seus respectvos coefcetes de dspersão. Detre os setores que se destacam os ecadeametos para trás, estão a dústra de trasformação (,22) e trasportes e armazeagem (,08). Esses setores apresetam efetos de ecademeto para trás superores à méda da ecooma (gual a ), acompahados de um efeto de dspersão relatvameto baxo. Isso dca que os três setores demadam, de outros setores da ecooma, uma quatdade substacal e que o efeto de dspersão ão sera cocetrado em poucos setores. Ídces de lgação superores a (méda da ecooma) e coefcete de dspersão baxo, em termos relatvos, dcam que os setores seram chave para o crescmeto ecoômco regoal. Nesse questo, o setor de produção de eerga ão gaha destaque e apreseta um baxo poder de lgação para trás, afetado poucos setores, dado seu elevado coefcete de dspersão (3,7). Apesar de apresetar um ídce de lgação elevado (,065), a agropecuára, por seu turo, afeta relatvamete poucos setores (2,72). No que tage aos efetos de lgação para a frete, a dústra de trasformação (,43) e o setor eergétco (,39) são os setores que apresetam os maores ídces de lgação. Aqu o setor eergétco assume destaque, sedo bastate demadado pelos demas setores da ecooma. Esses resultados são smlares aos ecotrados por Motoya, Pasqual e Bogo (204). Novamete, a agropecuára teve uma posção termedára, estado próxma dos setores-chave. Nesse cotexto, pode-se ferr, com o auxílo da Tabela e do Gráfco, que a dústra de trasformação é um setor-chave para o crescmeto estadual, pos apreseta fortes lgações para a frete e para trás a estrutura produtva. Em lhas kaldoraas (KALDOR, 966, 968), o setor maufaturero é vtal para o crescmeto ecoômco, por apresetar ecoomas de escala estátcas e dâmcas, do tpo rreversíves. Esse setor sera o motor do crescmeto ecoômco. A dâmca kaldoraa (KALDOR, 966, 968), o que se refere aos retoros crescetes de escala, advém de fatores como dvsão do trabalho, ecoomas exteras e learg by dog (KALDOR, 966; MORRONE, 2006). A agropecuára também merece destaque, pos poscoa-se perto dos setores-chave em ambos os ídces. Cabe frsar que o setor eergétco possu mportates efetos de lgação para a frete e é mportate para o desevolvmeto regoal. Tabela Ídces de lgação de Rasmussem e coeffcetes de dspersão de Bulmer-Thomas da ecooma do Ro Grade do Sul 2008 DISCRIMINAÇÃO ENCADEAMENTO PARA TRÁS ENCADEAMENTO PARA A FRENTE Ídce Rakg Dspersão Rakg Ídce Rakg Dspersão Rakg Agropecuára...,065 3 2,72 5,047 5 2,775 6 Idústra extratva meral...,03 4 2,38 2 0,739 3,408 Idústra de trasformação...,220 2,450 0,427 2,056 Eerga... 0,98 0 3,70 2,393 2 2,029 2 Costrução cvl...,002 7 2,496 9 0,800 0 3,63 3 Comérco e servços de mauteção e reparação... 0,98 2,754 4 0,955 7 2,632 8 Trasporte, armazeagem e correo...,089 2 2,48 0,978 6 2,657 7 Servços de formação...,029 5 2,647 6 0,948 8 2,895 5 Itermedação facera, seguros e prevdêca complemetar e servços relacoados... 0,995 8 2,856 3,074 3 2,620 9 Atvdades mobláras e alugués... 0,755 2 3,293 0,846 9 2,906 4 Admstração, saúde e educação públcas e segurdade socal... 0,958 9 2,529 7 0,732 2 3,398 2 Outros servços...,02 6 2,52 8,06 4 2,408 0 FONTE DOS DADOS BRUTOS: SÁ (204). Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

Herque Morroe 60 Gráfco 4,000 Ídces de lgação e coefcetes de dspersão para a ecooma do Ro Grade do Sul 2008 3,500 3,000 2,500 2,000,500,000 0,500 0,000 Agropecuára Legeda: Idústra extratva meral Idústra de trasformação Eerga Costrução cvl Comérco e servços de mauteção e reparação Trasporte, armazeagem e correo Servços de formação Itermedação facera, seguros e prevdêca complemetar e servços relacoados Atvdades mobláras e alugués Admstração, saúde e educação públcas e segurdade socal Ídce de lgação para trás Dspersão para trás Lgação para a frete Dspersão para a frete Outros servços FONTE DOS DADOS BRUTOS: SÁ (204). A partr dos resultados presetes a Tabela 2, pode-se aalsar o potecal gerador de empregos dos setores produtvos. Os multplcadores de emprego, através dos dados do pessoal ocupado proveetes da MIP de 2008 (SÁ, 204), apotam os efetos dos setores sobre a ecooma agregada. Os setores de agropecuára (47,94), outros servços (40,86), comérco (35,98) e costrução cvl (32,98) são os que mas geram empregos dretos e dretos. Eles ocupam as quatro prmeras posções o rakg dos 2 setores aalsados. Isso sgfca, por exemplo, que, dado um aumeto a demada fal da agropecuára em R$ mlhão, todos os setores da ecooma gaúcha (efeto dreto e dreto) deverão gerar aproxmadamete 48 empregos. Os outros valores podem ser terpretados de maera aáloga. Tabela 2 Multplcadores setoras de emprego da ecooma do Ro Grade do Sul 2008 ATIVIDADES MULTIPLICADOR DE IMPACTO DO EMPREGO () Agropecuára... 47,94 Idústra extratva meral... 25,83 Idústra de trasformação... 2,35 Eerga... 3,35 Costrução cvl... 32,98 Comérco e servços de mauteção e reparação... 35,98 Trasporte, armazeagem e correo... 7,38 Servços de formação... 4,7 Itermedação facera, seguros e prevdêca complemetar e servços relacoados 8,68 Atvdades mobláras e alugués... 4,46 Admstração, saúde e educação públcas e segurdade socal... 8,6 Outros servços... 40,86 FONTE DOS DADOS BRUTOS: SÁ, (204). () Cada R$ mlhão da demada fal. Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

O setor eergétco da ecooma gaúcha e suas relações tersetoras: uma aálse de sumo-produto 6 Cabe frsar, cotudo, que esse motate represeta apeas um pso a partr do qual o emprego crescerá. Assm, para a avalação do mpacto total, deve-se cosderar o mpacto da produção e da reda sobre o cosumo das famílas, o que reguer a costrução de um modelo de sumo-produto fechado (MILLER; BLAIR, 2009). Isso foge ao escopo deste estudo, mas, sem dúvda, trabalhos futuros preecherão essa lacua. 3.2 Setor eergétco A estrutura sumo-produto resolvda do setor de eerga pode ser vsualzada a Tabela 3. Nela, observa-se que as compras do setor represetam apeas 2% do Valor Bruto de Produção (VBP) setoral. Grade parte das demadas do setor são ateddas teramete por mportações terestaduas ou teracoas. É mportate frsar que o setor de outros servços e a dústra de trasformação são as atvdades mas terlgadas (o que tage a compras de sumos) com o setor eergétco. Ademas, as mportações e os mpostos represetam aproxmadamete 58,43% do VBP do setor, dcado uma forte depedêca extera. Coforme a Tabela 3, a estrutura das vedas (resolvda) do setor eergétco dca que 38,79% da produção do setor é destada à demada fal, e 6,2%, destada à demada termedára. A dústra de trasformação cosome aproxmadamete R$ 7.275 mlhões do setor eergétco e é o maor cosumdor de eerga. Em segudo lugar, está o própro setor de eerga (4,7%), e, logo atrás, o setor de trasportes (,28%). O fato de o cosumo termedáro represetar 6,2% do VBP dca que os setores da ecooma depedem muto do setor produtor de eerga. Tabela 3 Dstrbução das compras e das vedas resolvdas de sumos do setor de produção de eerga da ecooma do Ro Grade do Sul 2008 SETORES COMPRAS DE INSUMOS VENDAS DE INSUMOS Valor (R$ mlhão) Percetual Valor (R$ mlhão) Percetual Agropecuára... 3,92 0,0.068,84 3,27 Idústra extratva meral... 33,25 0,0 78,52 0,24 Idústra de trasformação... 352,75,08 7.275,63 22,29 Eerga... 4.802,45 4,7 4.802,45 4,7 Costrução cvl... 8,52 0,06 347,52,06 Comérco e servços de mauteção e reparação... 333,07,02.006,2 3,08 Trasporte, armazeagem e correo... 40,0,26 3.680,9,28 Servços de formação... 9,04 0,36 73,78 0,23 Itermedação facera, seguros e prevdêca complemetar e servços relacoados... 28,95 0,40 95,0 0,29 Atvdades mobláras e alugués... 9,34 0,37 9,25 0,06 Admstração, saúde e educação públcas e segurdade socal... 26,46 0,08 727,33 2,23 Outros servços... 509,73,56 803,66 2,46 Demada fal... - - 2.660,85 38,79 Produto Itero Bruto... 6.7,7 20,56 - - Importações e mpostos... 9.070,49 58,43 - - Valor Bruto da Produção... 32.639,24 00,00 32.639,24 00,00 FONTE DOS DADOS BRUTOS: SÁ (204). Por fm, cabe examar o efeto dos compoetes da demada fal a dução da produção eergétca. Para sso, seguu-se a técca desevolvda por Motoya, Pasqual e Bogo (204). 2 Os resultados estão dspostos a Tabela 4. Devdo ao fato de que os bes servem como produtos fas e produtos termedáros, é mportate vestgar como os compoetes da demada fal afetam a produção de eerga. Coforme a Tabela 4, costata- -se que a produção de eerga apreseta depedêca do cosumo fal das famílas (36,5%), das exportações terestaduas (4,5%) e das exportações para o resto do mudo (3,83%). Esses são os três compoetes da demada fal mas mportates a dução da produção de eerga. Saleta-se que as exportações pressoam a produção do setor (55,34%) e que há o aumeto dessa pressão quado os resultados são comparados aos ecotrados por Motoya, Pasqual e Bogo (204), de aproxmadamete 52,52%. 2 Para maores detalhes, ver Motoya (200). Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

Herque Morroe 62 Em lhas geras, o setor eergétco apreseta uma mportâca estratégca para a ecooma do Estado. Seus ecadeametos para a frete são elevados, e ele pode ser cosderado, esse questo, um setor-chave para o crescmeto ecoômco. Além dsso, a dústra de trasformação e a agropecuára são atvdades mportates para o crescmeto da regão. A forte depedêca da produção de eerga que a maufatura apreseta valda a mportâca estratégca do setor eergétco para o crescmeto regoal. Tabela 4 Produção do setor de eerga duzda pelos compoetes da demada fal para a ecooma do Ro Grade do Sul 2008 DISCRIMINAÇÃO EXPORTA- EXPORTA- ÇÕES PARA O ÇÕES RESTO DO INTER- MUNDO ESTADUAIS CONSUMO GOVERNA- MENTAL CONSUMO DAS INSTITUI- ÇÕES A SERVIÇO DAS FAMÍLIAS CONSUMO DAS FAMÍLIAS FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO VARIAÇÃO DE ESTOQUES VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO DO SETOR ENERGÉTI- CO Produção duzda Valor (R$ mlhões) 4.55,2 3.547,89.84,9 7,82.96,4.368,48-65,39 32.639,24 Percetual... 3,83 4,5 3,63 0,53 36,5 4,9-0,20 00,00 FONTE DOS DADOS BRUTOS: SÁ (204). 4 Coclusões O presete estudo empregou a técca de sumo-produto, a fm de estmar os multplcadores de mpacto dos setores da ecooma gaúcha. A MIP do RS para o ao de 2008 fo utlzada para verfcar quas são os setores-chave para o crescmeto e para averguar o papel do setor eergétco a ecooma estadual. Os resultados dos ídces de lgação para trás sugerem que maufatura (,22) e trasportes e armazeagem (,08) são atvdades que apresetam efetos de ecademeto superores à méda da ecooma, acompahados de um efeto de dspersão relatvameto baxo. Isso cofrma a mportâca da maufatura como setor-chave da ecooma, valdado a tese kaldoraaa sobre esse setor, que, por apresetar ecoomas dâmcas de escala e fortes ecadeametos para a frete e para trás a estrutura produtva, fucoara como um motor do crescmeto ecoômco (KALDOR, 966). No que tage aos ecademetos para a frete, os setores que merecem destaque são maufatura (,43) e eerga (,39). Em especal, esses dos setores foram cosderados chave para o crescmeto e apresetaram coefcetes de dspersão relatvamete reduzdos. Isso dca que os efetos de lgação ão são cocetrados em poucos setores relatvamete. A aálse dos multplcadores de mpacto mostrou que a maufatura cotua sedo um setor-chave da ecooma gaúcha, pos possu ecadeametos para a frete e para trás acma da méda estadual. A agropecuára também apresetou resultados postvos e está próxma dos setores líderes. O setor de servços, como esperado, apresetou elevado potecal gerador de emprego. Nesse cotexto, os esforços dos setores prvado e públco devem cotuar, a fm de estmular os vestmetos a agropecuára, a maufatura e a fraestrutura da ecooma estadual. Pode-se coclur, portato, que os vestmetos os setores-chave da ecooma devem ser tesfcados. Devdo à depedêca do setor maufaturero da produção de eerga, o setor eergétco também deve ser cotemplado, a fm de garatr um crescmeto sustetável da ecooma. Assm, o aprofudamete dos vestmetos em setores-chave cotrburá para o desevolvmeto da ecooma gaúcha. Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

Apêdce Tabela A. Matrz de absorção e vetores de produção por atvdade e produto dos setores da ecooma do Ro Grade do Sul 2008 ATIVIDADES E PRODUTOS AGRO- PECUÁ- RIA INDÚS- TRIA EXTRA- TIVA MINERAL INDÚS- TRIA DE TRANS- FORMA- ÇÃO ENER- GIA CONS- TRUÇÃO CIVIL COMÉR- CIO E SERVI- ÇOS DE MANU- TENÇÃO E REPA- RAÇÃO TRANS- PORTE, ARMA- ZENA- GEM E COR- REIO SERVI- ÇOS DE INFOR- MAÇÃO INTERME- DIAÇÃO FINANCEI- RA, SEGU- ROS E PREVIDÊN- CIA COMPLE- MENTAR E SERVIÇOS RELACIO- NADOS ATIVIDA- DES IMOBI- LIÁRIAS E ALU- GUÉIS ADMI- NISTRA- ÇÃO, SAÚDE E EDUCA- ÇÃO PÚBLI- CAS E SEGU- RIDADE SOCIAL OU- TROS SERVI- ÇOS DEMAN- DA FINAL (R$ mlhão) VALOR DOS PRODU- TOS Agropecuára... 4.458, 0,0 7.499, 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 42, 262,3 9067,3 3328,9 Idústra extratva meral 26,7 0,2 337,9 0,0 5, 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,8 6,7 543,8 Idústra de trasformação 3.78,0 35,8 24.296,6 34,0.978,8 643,5 430,9 29,5 23,0 20,7 63,9 3.637, 09.403,0 45.650,7 Eerga....078,0 79,2 7.337,8 4.843,4 350,5.04,8 3.7,6 74,4 95,8 9,4 733,5 80,5 2.768,9 32.97,9 Costrução cvl... 0,0 0,0 70, 6,9 337,3 22,4 0,7 54,7 98,0 240,0.5, 296,6.783,2 4.70,9 Comérco e servços de mauteção e reparação 593,2 2,6 5.68,4 347,7 450,4.246,2 66,9 24,0 04,7 8,8 247,7 870, 30.948,9 40.9,6 Trasporte, armazeagem e correo... 28,3 56,5 3.825,9 44,4 08,6.383,3.094,2 82,8 8,3 0,5 29,4 60,2 0.429,6 8.735,0 Servços de formação... 42,6 2,4 800,0 20, 9,5 285,8 06,4.06,6 566,3 2,4.09,4.535, 4.43,0 0.0,5 Itermedação facera, seguros e prevdêca complemetar e servços relacoados... 57,5 9,0 5.246,9 29,0 48,0 798,5 427,8 300,3 2.09,9 50,3.869,0 49,0 4.07,5 5.692,5 Atvdades mobláras e alugués... 3,8 5, 948,8 24,0 45,4.02,7 62,0 326,3 07,4 38, 705,3 706,3 9.658,4 3.943,7 Admstração, saúde e educação públcas e segurdade socal... 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 34.534,7 34.534,7 Outros servços... 4,2 6,3.873, 52,2 98,6.460,6 486,4 656,6 870, 86,6.966,.967,0 29.527,8 39.634,6 Produto Itero Bruto... 8.7,0 335,7 3.9,3 6.7,2 7.542,0 27.685,8 8.774,7 4.936,5 9.895,2 2.85, 23.269,7 2.050, Importações e mpostos... 4.433,7 99,3 47.78,8 9.070,5 3.095,6 3.542,2 2.79,5.890,2.495,9 32,3 4.05,9 6.642,9 Valor Bruto da Produção 32.987,0 772,0 45.802,8 32.639,2 4.325,7 39.85,7 8.576,0 9.898,9 5.692,5 3.444,3 35.943,6 38.808,0 FONTE DOS DADOS BRUTOS: SÁ (204). Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

Herque Morroe 64 Tabela A.2 ATIVIDADES E PRODUTOS AGRO- PECUÁ- RIA INDÚS- TRIA EXTRA- TIVA MINERAL Matrz de Isumo-Produto (resolvda) do RS, que clu o setor de produção de eerga 2008 INDÚS- TRIA DE TRANS- FORMA- ÇÃO ENER- GIA CONS- TRUÇÃO CIVIL COMÉR- CIO E SERVI- ÇOS DE MANU- TENÇÃO E REPA- RAÇÃO TRANS- PORTE, ARMA- ZENA- GEM E COR- REIO SERVI- ÇOS DE INFOR- MAÇÃO INTERME- DIAÇÃO FINANCEI- RA, SEGU- ROS E PREVIDÊN- CIA COMPLE- MENTAR E SERVIÇOS RELACIO- NADOS ATIVIDA- DES IMOBILI- ÁRIAS E ALU- GUÉIS ADMI- NISTRA- ÇÃO, SAÚDE E EDUCA- ÇÃO PÚBLI- CAS E SEGU- RIDADE SOCIAL (R$ mlhão) Agropecuára... 4.500,8 0,4 7.774,5 3,9 22,6 7,3 4,9 2,5 2,6 0,2 49,3 303,8 0.34,0 32.987,0 Idústra extratva meral 34, 0,7 388,5 33,2 53,6 7,0 25,5 0,5 0,7 0, 5,6 6,4 206, 772,0 Idústra de trasformação 3.763,7 36,0 24.246,9 352,8.976,0 692,5 455,8 227,9 233, 2,3 635,8 3.634, 09.527,0 45.802,8 Eerga....068,8 78,5 7.275,6 4.802,4 347,5.006,2 3.680,2 73,8 95,0 9,2 727,3 803,7 2.660,8 32.639,2 Costrução cvl... 0,2 0, 82, 8,5 337,2 36,7 2,8 58,8 99,2 240,0.58, 305,2.886,7 4.325,7 Comérco e servços de mauteção e reparação 565,2 2, 4.937,6 333, 429,7.204,3 633,0 234,7 0,4 8,5 247,0 839,9 29.629,3 39.85,7 Trasporte, armazeagem e correo... 278,4 55,9 3.786,9 40, 07,7.370,8.082,2 8,7 7,2 0,5 28,8 605,4 0.350,5 8.576,0 Servços de formação... 4,0 2,3 785,9 9,0 8,4 283,0 04,6.04,3 565,0 2,4.089,3.530,5 4.333, 9.898,9 Itermedação facera, seguros e prevdêca complemetar e servços relacoados... 57,5 9,0 5.246,9 29,0 48,0 798,5 427,8 300,3 2.09,9 50,3.869,0 49,0 4.07,5 5.692,5 Atvdades mobláras e alugués... 3,4 4,9 94,0 9,3 44,4.060,6 56,0 33,9 03,4 37, 680,4 679,9 9.37,0 3.444,3 Admstração, saúde e educação públcas e segurdade socal... 7,7,2 23,7 26,5 8, 60,0 32,4 2,7 24,2 2,4 56,4 63,9 35.55,4 35.943,6 Outros servços... 5,5 5,9.842,0 509,7 94,9.430,8 476,6 642, 849,8 84,7.92,.923,4 28.9,5 38.808,0 OUTROS SERVI- ÇOS Produto Itero Bruto... 8.7,0 335,7 3.9,3 6.7,2 7.542,0 27.685,8 8.774,7 4.936,5 9.895,2 2.85, 23.269,7 2.050, Importações e mpostos... 4.433,7 99,3 47.78,8 9.070,5 3.095,6 3.542,2 2.79,5.890,2.495,9 32,3 4.05,9 6.642,9 Valor Bruto da Produção 32.987,0 772,0 45.802,8 32.639,2 4.325,7 39.85,7 8.576,0 9.898,9 5.692,5 3.444,3 35.943,6 38.808,0 FONTE DOS DADOS BRUTOS: SÁ (204). DEMAN- DA FINAL PRODU- ÇÃO (VBP) Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

O setor eergétco da ecooma gaúcha e suas relações tersetoras: uma aálse de sumo-produto 65 Referêcas BERNI, D.; LAUTERT, V. Mesoecooma: lções de cotabldade socal. Porto Alegre: Bookma, 20. BULMER-THOMAS, V. Iput-output Aalyss Developg Coutres: Sources, Methods ad Applcatos. New York: Joh Wley ad Sos, 982. CAPELETTO, J. G.; MOURA, G. H. Balaço eergétco do Ro Grade do Sul 200. Porto Alegre: Grupo CEEE; Secretara de Ifraestrutura e Logístca do RS, 200. GRIJÓ, E.; BERNI, D. A Metodologa Completa para a Estmatva de Matrzes de Isumo-Produto.Teora e Evdêca Ecoômca, Passo Fudo, v. 4,. 26, p. 9-42, 2006. GUILHOTO, J. J. M.; SESSO FILHO, U. A. Estmação da Matrz Isumo-Produto a Partr de Dados Prelmares das Cotas Nacoas. Ecooma Aplcada, Rberão Preto, v. 9,., p. 23, 2005. HIRSCHMAN, A. The strategy of ecoomc developmet. New Have: Yale Uversty Press, 958. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). CNAE 2.0. 204. Dspoível em: <http://www.bge.gov.br/home/>. Acesso em: 8 set. 204. KALDOR, N. Causes of the slow rate of ecoomc growth the Uted Kgdom: a augural lecture. Cambrdge: Cambrdge Uversty Press, 966. KALDOR, N. Productvty ad growth maufacturg dustry: a reply. Ecoomca: ew seres, Lodo, v. 35,. 40, p. 385 39, 968. LEONTIEF, W. Iput-Output Ecoomcs. New York: Oxford Uversty Press, 986. MILLER, R. E.; BLAIR, P. D. Iput-Output Aalyss: foudatos ad extesos. 2. ed. Cambrdge: Cambrdge Uversty Press, 2009. MONTOYA, M. A. A serção sumo-produto da ecooma braslera o Mercosul: uma abordagem pelo valor adcoado. Revsta Braslera de Ecooma, Ro de Jaero, v. 55,. 2, p. 253-282, 200. MONTOYA, M. A.; PASQUAL, C.; BOGONI, N. As relações tersetoras do setor de produção de eerga a ecooma gaúcha o período de 998 e 2003: uma aálse sumo-produto. Aálse Ecoômca, Porto Alegre, v. 32,. 6, p. 25-244, 204. MORRONE, H. A Le de Kaldor-Verdoor o Brasl: uma aálse dos setores dustral e agropecuáro. 2006. 22 f. Dssertação (Mestrado em Ecooma do Desevolvmeto) Faculdade de Admstração, Cotabldade e Ecooma, Potfíca Uversdade Católca do Ro Grade do Sul, Porto Alegre, 2006. PYATT, G. A SAM. Approach to Modelg. Joural of Polcy Modelg, New York, v. 0, p. 327 352, 988. PYATT, G. Fudametals of Socal Accoutg. Ecoomc Systems Research, Vea, v. 3, p. 29 53, 99. RADA, C. Formal ad Iformal Sectors Cha ad Ida. Ecoomc Systems Research, Vea, v. 22, p. 35- -34, 200. RASMUSSEN, P. N. Studes ter-sectoral relatos. Amsterdam: North Hollad, 956. ROS, J. Developmet ad the Ecoomcs of Growth. A Arbor: The Uversty of Mchga Press, 2000. SÁ, R. de (Org.). Matrz de Isumo-Produto do Ro Grade do Sul: 2008. Porto Alegre: FEE, 204. Dspoível em: <http://www.fee.tche.br>. Acesso em: dez. 204. SOUZA, N. Desevolvmeto Ecoômco. 6. ed. São Paulo: Atlas, 202. TAYLOR, L. Macro Models for Developg Coutres. New York: McGraw-Hll, 979. Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205

Herque Morroe 66 Id. Eco. FEE, Porto Alegre, v. 43,., p. 55-66, 205