Aula 5 Forma polar dos números complexos

Documentos relacionados
FORMA TRIGONOMÉTRICA. Para ilustrar, calcularemos o argumento de z 1 i 3 e w 2 2i AULA 34 - NÚMEROS COMPLEXOS

Números Complexos. David zavaleta Villanueva 1

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 12.º Ano Versão 1

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 12.º Ano Versão 4

Elementos de Matemática

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 12.º Ano Versão 3

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DA PROVA DE MATEMÁTICA A DO ENSINO SECUNDÁRIO (CÓDIGO DA PROVA 635) 2ª FASE 22 DE JULHO 2016 GRUPO I

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 12.º Ano Versão 2

Aplicações Diferentes Para Números Complexos

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DA PROVA DE MATEMÁTICA A DO ENSINO SECUNDÁRIO (CÓDIGO DA PROVA 635) 2ª FASE 22 DE JULHO 2016 GRUPO I

Mas, a situação é diferente quando se considera, por exemplo, a

Sucessão ou Sequência. Sucessão ou seqüência é todo conjunto que consideramos os elementos dispostos em certa ordem. janeiro,fevereiro,...

Escola Secundária com 3º ciclo D. Dinis 11º Ano de Matemática A Tema III Sucessões Reais. TPC nº 10 (entregar no dia 6 de Maio de 2011) 1ª Parte

Prova Escrita de MATEMÁTICA A - 12o Ano a Fase

BÁRBARA DENICOL DO AMARAL RODRIGUEZ CINTHYA MARIA SCHNEIDER MENEGHETTI CRISTIANA ANDRADE POFFAL SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS. 1 a Edição

Prova Escrita de MATEMÁTICA A - 12o Ano a Fase

Solução Comentada Prova de Matemática

Novo Espaço Matemática A 12.º ano Proposta de Teste [outubro ]

Álgebra. Universidade Eduardo Mondlane. Unidade 1. Números Complexos. Operações Algébricas. Interpretação geométrica

CÁLCULO I. Exibir o cálculo de algumas integrais utilizando a denição;

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 11.º Ano Versão 5

Dessa forma, concluímos que n deve ser ímpar e, como 120 é par, então essa sequência não possui termo central.

11 Aplicações da Integral

NOTAÇÕES. Observação: Os sistemas de coordenadas considerados são os cartesianos retangulares.

NOTAÇÕES. denota o segmento que une os pontos A e B. In x denota o logarítmo natural de x. A t denota a matriz transposta da matriz A.

Matemática A Extensivo V. 6

PROVA DE MATEMÁTICA DA UNIFESP VESTIBULAR 2011 RESOLUÇÃO: Profa. Maria Antônia Gouveia.

3ª Lista de Exercícios de Programação I

( ) 4. Novo Espaço Matemática A 12.º ano Proposta de Teste de Avaliação [maio 2015] GRUPO I. f x

Matemática. B) Determine a equação da reta que contém a diagonal BD. C) Encontre as coordenadas do ponto de interseção das diagonais AC e BD.

1.1. Ordem e Precedência dos Cálculos 1) = Capítulo 1

ESCOLA ONLINE DE CIÊNCIAS FORMAIS CURSO DE INTRODUÇÃO À LÓGICA MATEMÁTICA (3) MÉTODO AXIOMÁTICO E TEORIAS FORMAIS AULA 10 VERDADE DE TARSKI (PARTE 1)

Nome do aluno: N.º: Na resposta aos itens de resposta aberta, apresente todos os cálculos que tiver de efetuar e todas as justificações necessárias.

DERIVADAS DE FUNÇÕES11

a = b n Vejamos alguns exemplos que nos permitem observar essas relações. = 4 4² = 16 radical radicando

Novo Espaço Matemática A 12.º ano Proposta de Teste [março ]

CÁLCULO DIFERENCIAL. Conceito de derivada. Interpretação geométrica

Objectivos da Aula: Ser Capaz de proceder à Construção de Mohr para estados planos. Comparar os resultados Analíticos com os Resultados Gráficos.

Capítulo 1. Os Números Complexos. 1.1 Os números. Última atualização em outubro de 2012 por Sadao Massago

CPV O cursinho que mais aprova na FGV

Prof. Celso Módulo 12 Resposta em freqüência-diagrama de Nyquist RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA-DIAGRAMA DE NYQUIST

Provas de Matemática Elementar - EAD. Período

QUESTÕES APLICADAS A TODOS OS CANDIDATOS QUE REALIZARAM A PROVA ESPECÍFICA DE MATEMÁTICA. Prova 3 Matemática QUESTÕES OBJETIVAS GABARITO 4

QUESTÕES APLICADAS A TODOS OS CANDIDATOS QUE REALIZARAM A PROVA ESPECÍFICA DE MATEMÁTICA. Prova 3 Matemática QUESTÕES OBJETIVAS GABARITO 1

QUESTÕES APLICADAS A TODOS OS CANDIDATOS QUE REALIZARAM A PROVA ESPECÍFICA DE MATEMÁTICA. Prova 3 Matemática QUESTÕES OBJETIVAS GABARITO 2

QUESTÕES APLICADAS A TODOS OS CANDIDATOS QUE REALIZARAM A PROVA ESPECÍFICA DE MATEMÁTICA. Prova 3 Matemática QUESTÕES OBJETIVAS GABARITO 3

MATEMÁTICA II. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

Exponenciais e Logaritmos (MAT 163) - Notas de Aulas 2 Prof Carlos Alberto S Soares

Escola Secundária com 3º ciclo D. Dinis 11º Ano de Matemática A Tema III Sucessões Reais. TPC nº11 (entregar no dia 20 de Maio de 2011) 1ª Parte

Prova-Modelo de Matemática

DILMAR RICARDO MATEMÁTICA. 1ª Edição DEZ 2012

Matemática A. Versão 1. Na sua folha de respostas, indique de forma legível a versão do teste. Teste Intermédio de Matemática A.

CAPÍTULO IV DESENVOLVIMENTOS EM SÉRIE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PRODUTO DA DISSERTAÇÃO

Espaço Amostral = todas as possibilidades de se formar dois conjuntos com 5 elementos cada.

INTEIROS DE GAUSS E INTEIROS DE EISENSTEIN Guilherme Fujiwara, São Paulo SP

Acesso de Maiores de 23 anos Prova escrita de Matemática 28 de Junho de 2012 Duração da prova: 150 minutos. Tolerância: 30 minutos.

NÚMEROS COMPLEXOS. z = a + bi,

2.ª FASE 2018 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO EXAME NACIONAL DE MATEMÁTICA A ª FASE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Séries e aplicações15

n ) uma amostra aleatória da variável aleatória X.

Mecânica dos Sólidos II

Sucessões. , ou, apenas, u n. ,u n n. Casos Particulares: 1. Progressão aritmética de razão r e primeiro termo a: o seu termo geral é u n a n1r.

TESTE DE AVALIAÇÃO GLOBAL - MATEMÁTICA A 11.º ANO DURAÇÃO DO TESTE: 90 MINUTOS GRUPO I

Questão 02. Resolução: Sejam r e s as retas suportes de AB e BC, respectivamente. Equações de r e s. Da figura 1, temos: b + = + = + + = 4 ) 2.

3. Seja C o conjunto dos números complexos. Defina a soma em C por

Material Teórico - Módulo de ESTATÍSTICA. As Diferentes Médias. Primeiro Ano do Ensino Médio

Teorema Fundamental da Trigonometria

CPV O cursinho que mais aprova na fgv

( ) ( ) Novo Espaço Matemática A 12.º ano Proposta de Teste [abril 2018] CADERNO 1 (É permitido o uso de calculadora gráfica)

A Matemática do Ensino Médio, volume 3 CAPÍTULO 5. = 1+2a2 +a 4

MATEMÁTICA II. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

Proposta de teste de avaliação

Números primos, números compostos e o Teorema Fundamental da Aritmética

a = b n Vejamos alguns exemplos que nos permitem observar essas relações. = 4 4² = 16 radical radicando

Cálculo III - SMA 333. Notas de Aula

26/11/2000 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO VESTIBULAR PROVA 2 MATEMÁTICA. Prova resolvida pela Profª Maria Antônia Conceição Gouveia.

Prova Parcial 1 Matemática Discreta para Computação Aluno(a): Data: 18/12/2012

Proposta de prova-modelo

Capítulo I Séries Numéricas

Capítulo II - Sucessões e Séries de Números Reais

Séquências e Séries Infinitas de Termos Constantes

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 11.º Ano Versões 1/3

Matemática. Binômio de Newton. Professor Dudan.

TRANSFORMAÇÕES LINEARES

Acesso de Maiores de 23 anos Prova escrita de Matemática 7 de Junho de 2010 Duração da prova: 150 minutos. Tolerância: 30 minutos.

FUNÇÕES CONTÍNUAS Onofre Campos

Sucessão de números reais. Representação gráfica. Sucessões definidas por recorrência. Introdução 8. Avaliação 18 Atividades de síntese 20

Aplicações lineares. Capítulo Seja T: a) Quais dos seguintes vectores estão em Im( T )? 1 i) 4. 3 iii) ii)

Radiciação. Roberto Geraldo Tavares Arnaut. Kathleen S. Gonçalves

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO D. DINIS 11º ANO DE ESCOLARIDADE DE MATEMÁTICA A Tema III Sucessões Reais

Considerações finais

O Teorema de Barlotti

lim Px ( ) 35 x 5 ), teremos Px ( ) cada vez mais próximo de 35 (denotaremos isso da forma Px ( ) 35 ). UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CAMPUS IV-CCAE

FICHA de AVALIAÇÃO de MATEMÁTICA A 11.º Ano Versão 2/4

QUESTÕES APLICADAS A TODOS OS CANDIDATOS QUE REALIZARAM A PROVA ESPECÍFICA DE MATEMÁTICA. Prova 3 Matemática QUESTÕES OBJETIVAS GABARITO 1

Aula 6 Forma trigonométrica ou polar e forma exponencial de um número complexo

Cálculo Diferencial e Integral I Resolução do 2 ō Teste - LEIC

Planificação Anual de Matemática

QUESTÕES APLICADAS A TODOS OS CANDIDATOS QUE REALIZARAM A PROVA ESPECÍFICA DE MATEMÁTICA. Prova 3 Matemática QUESTÕES OBJETIVAS GABARITO 2

Transcrição:

MÓDULO 3 - AULA 5 Aula 5 Forma polar dos úmeros complexos Objetivos Represetar os úmeros complexos ão-ulos a forma polar. Multiplicar úmeros complexos a forma polar e iterpretar geometricamete a multiplicação. Coceitos: Números complexos e Trigoometria. Extrair raízes -ésimas de úmeros complexos. Vamos fazer uma outra represetação dos úmeros complexos ãoulos, chamada forma polar ou forma trigoométrica dos úmeros complexos. Esta represetação émuitoútil para multiplicar úmeros complexos, iterpretar geometricamete a multiplicação de úmeros complexos ão-ulos, extrair raízes -ésimas de úmeros complexos e visualizar a radiciação de úmeros complexos o plao. Sejam z = a+bi um úmero complexo ão-ulo e r = z = a + b 0oseumódulo. O poto P =(a, b)doplaoquerepresetaz 0,édiferete da origem O =(0, 0). Portato, o segmeto de reta OP determia com o eixo x um âgulo maior ou igual a zero grau e meor do que 360 graus, cuja medida θ, emradiaos,estáoitervalo[0, π). Oúmero real θ éoargumeto de z eescrevemosarg(z) = θ. Lembre que: Ocírculo trigoométrico éo círculo de raio 1. A medida em radiaos de um âgulo ão-egativo éo comprimeto do arco correspodete o círculo trigoométrico. O comprimeto da circuferêcia de raio 1 éπ radiaos. Osímbolo arg(z) =θ lê-se argumeto de zê igual a teta. Figura 5.1: Argumeto θ de z = a + bi 0er = a + b. Geometricamete, o argumeto de z é a medida em radiaos, o círculo trigoométrico, do âgulo que devemos girar o semi-eixo positivo da reta 1 CEDERJ

Em Matemática, o argumeto do úmero complexo z ão-ulo éa medida do comprimeto do arco correspodete o círculo trigoométrico. Na ossa liguagem, um argumeto éumraciocíio pelo qual se chega a uma coseqüêcia ou dedução. Cosulte um dicioário, para apreder outros sigificados da palavra argumeto as áreas de História, Filosofia e Astroomia. real, o setido ati-horário, até coicidir com o segmeto OP. Observeque a = r cos θ e b = r se θ. Portato, arg(z) =θ, com θ [0, π), cos θ = a e seθ = b r r Nas figuras a seguir, represetamos o poto P do plao correspodete ao úmero complexo z 0eavariação do sial do cosseo edoseo do âgulo de θ radiaos, ode θ =arg(z), coforme o quadrate em que se ecotra z. Quadrate I: 0 <θ< π cos θ>0e seθ>0. Quadrate II: π <θ<π cos θ<0e seθ>0. Quadrate III: π<θ< 3π cos θ<0e seθ<0. Quadrate IV: 3π <θ<π cos θ>0e seθ<0. Figura 5.: (cos θ, se θ). Poto Lembre que: Para cada θ [0, π), 1 cos θ 1 e 1 se θ 1. O cosseo e o seo de θ satisfazem a relação: cos θ +se θ =1, pois, qualquer que seja θ [0, π), o poto do plao (cos θ, se θ) estáocírculo de cetro a origem e raio 1, represetado a Figura 5.. Na Figura 5.3, estão os valores do cosseo e do seo de algus âgulos otáveis em radiaos etre θ =0 e θ =π, represetados o círculo de raio 1! CEDERJ

MÓDULO 3 - AULA 5 Figura 5.3: Represetação de θ radiaos, cos θ eseθ o círculo de raio 1. Exemplo 1 Determiemos o argumeto de cada um dos seguites úmeros complexos: a. z 1 =3,z = 3, z 3 =i e z 4 = i. Faça a represetação o plao desses úmeros complexos para visualizar os seus argumetos. z 1 e z estão situados sobre a reta real, sedo z 1 o semi-eixo positivo e z o semi-eixo egativo. Logo, θ 1 =arg(z 1 )=0 e θ =arg(z )=π. z 3 e z 4 estão situados sobre o eixo imagiário, sedo z 3 o semi-eixo positivo e z 4 o semi-eixo egativo. Logo, θ 3 =arg(z 3 )= π e θ 4 =arg(z 4 )= 3π. b. z 5 = i, z 6 = 1 3i. Primeiramete, observe que z 5 e z 6 estão os quadrates IV e III, respectivamete. Como r 5 = z 5 = +( ) = 8= 3 =, temos: cos(θ 5 ) = = 1 = 1 se(θ 5 ) = = 1 = 1 = = Logo, θ 5 =arg(z 5 )= 7π (veja a Figura 5.3). 4 Como r 6 = z 6 = ( 1) +( 3) = 4=,temosque: cos(θ 6 )= 1 = 1 Logo, θ 6 =arg(z 6 )= 4π 3 e se(θ 6 )= 3 (veja a Figura 5.3).. = 3. A forma polar ou forma trigoométrica do úmero complexo ão-ulo z = a + bi, com módulo r = a + b e argumeto arg(z) =θ é: z = r(cos θ + i se θ), ode cos θ = a r e seθ = b r. Curiosidade: Costuma-se escrever e iθ =cosθ + i se θ. Em particular, e iπ =cosπ + i se π = 1. ÉdevidoaEulerumadas mais belas fórmulas de Matemática e iπ +1=0, evolvedo cico úmeros importates 0, 1,e,π,i. 3 CEDERJ

Quado expressamos um úmero complexo ão-ulo a forma polar, explicitamos o seu módulo e o seu argumeto. Exemplo Vamosexpressarosúmeros complexos do Exemplo 1 a forma polar, aproveitado os cálculos dos seus módulos e argumetos: z 1 =3=3(cos0+ise 0), z = 3 =3(cosπ + i se π), z 3 =i =(cos π + i se π ), z 4 = i =(cos 3π + i se 3π ), z 5 = i = (cos 7π + i se 7π ), z 4 4 6 = 1 3i =(cos 4π + i se 4π ). 3 3 Produto de úmeros complexos a forma polar: Dadososcomplexosz 1 = r 1 (cos θ 1 + i se θ 1 ) e z = r (cos θ + i se θ ), temos: z 1 z = r 1 r (cos(θ 1 + θ )+i se(θ 1 + θ )). Arelação acima dá uma iterpretação geométrica para o produto de úmeros complexos ão-ulos: para calcular o produto, é suficiete calcular o produto dos módulos de z 1 e z e somar os seus argumetos θ 1 e θ. De fato, z 1 z = r 1 (cos θ 1 + i se θ 1 )r (cos θ + i se θ ) = r 1 r ((cos θ 1 cos θ se θ 1 se θ )+i(cos θ 1 se θ +seθ 1 cos θ )) = r 1 r (cos(θ 1 + θ )+ise(θ 1 + θ )). Na última igualdade, usamos as duas idetidades trigoométricas: cos(θ 1 + θ )=cosθ 1 cos θ se θ 1 se θ se(θ 1 + θ )=cosθ 1 se θ +seθ 1 cos θ. Exemplo 3 Vamos determiar a forma polar o produto z 1 z, sedo z 1 = 5+5 3i e z = 3 i. Temos r 1 = ( 5) +(5 3) = 5 + 5 3= 100 = 10 r = ( 3) +( ) = 4 3+4= 16 = 4. Portato, r 1 r =40. Note que z 1 e z estão os quadrates II e IV, respectivamete. Além disso, cos θ 1 = 5 10 = 1 = 1 e seθ 1 = 5 3 10 = 3,osdá θ 1 =arg(z 1 )= π 3 ; e cos θ = 3 4 = 3 e seθ = 4 = 1 = 1,osdá θ =arg(z )= 11π 6. CEDERJ 4

Assim, θ 1 + θ = π 3 + 11π 6 = 15π 6 = 1π 6 + 3π 6 =π + π. Logo, z 1 z = 40(cos(π + π)+ise(π + π )) = 40(cos π + i se π ). Ao marcarmos sobre o círculo trigoométrico os comprimetos de θ radiaos e θ +π radiaos, o setido ati-horário, começado o poto A =(1, 0), correspodete a 0 radiao, paramos o mesmo poto P. Assim, os segmetos OA e OP, segmetos iicial e fial para a determiação do âgulo em graus correspodete a θ radiaos e a θ +π radiaos, coicidem (Figura 5.4). θ e θ +π Figura 5.4: Cogruêcia de radiaos. MÓDULO 3 - AULA 5 Para visualizar os argumetos, faça a represetação o plao dos úmeros complexos z 1,z e z 1 z. Dizemos que θ radiaos e θ + π radiaos são cogruetes. Geometricamete, θ+π sigificaumavoltaamaisocírculo trigoométrico, a partir de θ. Dizemos que o cosseo e o seo são periódicas de período π porque satisfazem: cos θ =cos(θ +π) e seθ =se(θ +π). Qual é o argumeto do produto z 1 z? Como 0 θ 1 =arg(z 1 ) < π e 0 θ =arg(z ) < π, temos 0 θ 1 + θ < 4π eháum úico θ, com0 θ<π tal que cos θ =cos(θ 1 + θ )eseθ =se(θ 1 + θ ). Dizemos que θ, pertecete ao itervalo [0, π), é cogruete a θ 1 + θ earg(z 1 z )=θ. Assim, z 1 z éoúmero complexo, tal que z 1 z = r 1 r e arg(z 1 z )=θ [0, π), com θ cogruete a θ 1 + θ. Jea Robert Argad, um matemático amador, ascido a Suíça em 1768, ficou famoso pela sua iterpretação geométrica dos úmeros complexos, ode i é iterpretado como uma rotação de 90 o. Arepresetação o plao dos úmeros complexos é cohecida como plao de Argad-Gauss. Para saber mais sobre Argad, cosulte http://www-history.mcs.st -adrews.ac.uk/ history/ Mathematicias/Argad.html Exemplo 4 O que sigifica multiplicar um úmero complexo z 0pori? Oúmero complexo iz tem módulo iz = z e seu argumeto é cogruete aarg(z)+ π. O produto de i por z correspode a uma rotação de 90 o em toro da origem, o setido ati-horário, do poto do plao que represeta z (Figura 5.5). Figura 5.5: Multiplicação de z 0pori. 5 CEDERJ

Exemplo 5 Quado multiplicamos dois complexos z 1 e z de módulo 1 e argumetos θ 1 e θ, o produto éoúmerocomplexodocírculo de raio 1 cetrado a origem defiido por θ 1 + θ. Para ilustrar, cosideremos z 1 = 3 + 1i e z = 1 + 3i. Verificamos que z 1 =1, z =1,arg(z 1 )= π 6 earg(z )= π. Como π + π 3 6 3 = π,temos z 1 z =cos π + i se π = i. A multiplicação a forma polar permite determiar uma expressão para potêcias de expoete atural 1cujabaseéumúmero complexo ãoulo, coforme veremos a seguite proposição. Para apreder idução, cosulte o Módulo 3 de Matemática Discreta. Abraham De Moivre Vitry, Fraça. 1667-1754 Deu grades cotribuições para Estatística, Probabilidade e Trigoometria. Desevolveu o coceito de evetos estatisticamete idepedetes eescreveuum tratado importate de Probabilidade. Teve uma vida simples e modesta, como tutor particular de Matemática. Quer saber mais? Cosulte: http://www-history.mcs.st -adrews.ac.uk/ history/ Mathematicias/ De Moivre.html Proposição 5.1 (Fórmula de De Moivre) Seja z 0umúmero complexo dado a forma polar z = r(cos θ + i se θ). Etão, para cada úmero atural 1, z = r (cos(θ)+i se(θ)). Demostração: Esta demostração será feita por idução sobre o expoete, istoé: verificamos que a fórmula éválida para = 1, supomos a fórmula verdadeira para (hipótese de idução) e mostramos que éválida para +1. Temos z = r(cos θ + i se θ), que correspode à substituição de =1a expressão do euciado. Supohamos que a fórmula vale para. Etão, z +1 = z z = r(cos θ + i se θ) [r (cos(θ)+ise(θ))] = r +1 [cos(θ + θ)+ise(θ + θ)] = r +1 [cos (( +1)θ)+ise(( +1)θ)], ode a seguda igualdade segue da hipótese de idução, a terceira da multiplicação de úmeros complexos a forma polar e a última mostra a validade da fórmula do euciado em +1. Cocluímos, por idução, a validade da fórmula para todo úmero atural 1. Exemplo 6 Seja z = 3+i. Vamos calcular z 8. Nesse caso, r = ( 3) +1 = 3+1= 4=. Além disso, as relações cos θ = 3 3 = e seθ = 1 os dizem que arg(z) =θ = 5π ( 6. Logo, z = cos 5π 6 + i se 5π ) e 6 ( z 8 = (cos 8 8 5π ) ( + i se 8 5π )) ( = 56 cos 40π ) 40π + i se. 6 6 6 6 CEDERJ 6

MÓDULO 3 - AULA 5 Vamos determiar arg(z 8 ), isto é, θ [0, π) comθ cogruete a 40π 6. Escrevemos 40π = 0π 18π +π = =6π + π (6π correspode a 3 voltas 6 3 3 3 o círculo trigoométrico). Portato, θ = π ( 3 é o argumeto de z8 e z 8 = 56 cos π 3 + i se π ). 3 Exemplo 7 Seja z = 1+i. Vamos calcular z 6. Nesse caso, r = ( 1) +1 = 1+1=. Além disso, as igualdades cos θ = 1 = 1 = e seθ = 1 =, os dizem que arg(z) =θ = 3π 4. Logo, z = ( cos 3π 4 + i se 3π ) e 4 z 6 =( ( ) (cos 6 6 3π ) ( + i se 6 3π )) ( =8 cos 18π ) 18π + i se. 4 4 4 4 Vamos determiar arg(z 6 ), isto é, θ [0, π) comθ cogruete a 18π 4. Escrevemos 18π = 9π 4 = 8π + π =4π + π (4π correspode a voltas o círculo trigoométrico). Portato, θ = π ( é o argumeto de z6 e z 6 =8 cos π + i se π ) =8i. Curiosidade sobre De Moivre Previu a data da sua morte: morreria o dia que dormisse por 4 horas, cosiderado que dormia 15 miutos a mais cada oite. Para calcular o dia da sua morte usou uma progressão aritmética! Você, certamete, já observou que o cálculo do argumeto de z subtraímos de arg(z) ummúltiplo iteiro coveiete de π, demodoaobter um úmero real θ [0, π). Nesse caso, arg(z )=θ. Defiição 5.1 (Raízes complexas -ésimas) Dado um úmero complexo z 0eumúmero atural, defiimos as raízes complexas -ésimas de z como sedo os úmeros complexos w tais que w = z. A expressão -ésimas lê-se eésimas. Exemplo 8 Calculado, (3i) =9i = 9 e( 3i) =( 3) i = 9, cocluímos que 3i e 3i são raízes complexas quadradas de 9. Exemplo 9 Tomado z =1e = 4 temos que todo w {1, 1,i, i} satisfaz w 4 =1e é chamado uma raiz complexa quarta da uidade. Exemplo 10 As raízes complexas cúbicas de 8i são os úmeros i, 3+i, 3+i. 7 CEDERJ

De fato, temos ( i) 3 =( ) 3 i 3 =( 8) ( i) =8i. Para calcular o cubo dos úmeros 3+i e 3+i escrevemos primeiro a sua forma polar: ( 3+i = cos π 6 + i se π ) e ( 3+i = cos 5π 6 6 + i se 5π ). 6 Usadoafórmula de De Moivre, obtemos: ( ( 3+i) 3 = 3 cos π + i se π ) =8i, ( ( 3+i) 3 = 3 cos 5π + i se 5π ) ( ( = 3 cos π + π ) ( + i se π + π )) ( = 8 cos π + i se π ) =8i. Para cada úmero real r 0 e para cada úmero atural, o símbolo r sigifica o úmero real ρ 0, tal que ρ = r ρ = r, ρ 0. Lembre que: 4 16 =, 5 = 5, 6 1=1. Proposição 5. (Raízes complexas -ésimas) Todo úmero complexo z 0temexatamete raízes complexas -ésimas de z, para cada úmero atural, a saber, ( ( ) ( )) z k = θ +kπ θ +kπ r cos + i se, k =0, 1,..., 1, ode r = z e θ =arg(z). Lê-se ρ como rô eφ, comofi. Lê-se λ como lambda. Demostração: Seja umúmero atural dado. Primeiramete, escrevemos z a forma polar z = r(cos θ + i se θ), ode r = z e θ =arg(z). Vamoscalcularasraízes -ésimas também a forma polar. Queremos determiar os úmeros complexos w = ρ(cos φ + i se φ) taisquez = w. Como w = ρ (cos(φ)+ise(φ)), temos w = z se, e somete se, { { ρ = r ρ = r, ρ R,ρ>0 φ = θ +πλ, λ N φ = θ +πλ,λ N Aequivalêcia sobre φ foi obtida usado as idetidades cos(φ) = cosθ =cos(θ +π) =cos(θ +4π) = =cos(θ + λ π), se(φ) = seθ =se(θ +π) =se(θ +4π) = =se(θ + λ π), para todo úmero atural λ. Fazedo a divisão euclidiaa de cada λ N por, obtemos λ = q + k, sedo q N e 0 k 1. Assim, φ = θ +πλ θ +π(q + k) = = θ + πk +πq. Logo, φ é cogruete a φ k = θ + πk,parak =0, 1,..., 1. Portato, para cada k =0, 1,..., 1há uma raiz complexa -ésima de z, determiada pelo argumeto φ k,asaber: φ 0 = θ, φ 1 = θ + π, φ = θ + π,..., φ = θ +( ) π, φ 1 = θ +( 1) π, CEDERJ 8

MÓDULO 3 - AULA 5 sedo as raízes complexas -ésimas de z dadas por z k = r(cos φ k + i se φ k ), φ k = θ +kπ, k =0, 1,..., 1. Observação Quado z éumúmero real positivo, temos arg(z) = 0easraízes complexas -ésimas de z têm argumeto dado por φ k = kπ, ode k = 0, 1,..., 1. Geometricamete, as raízes complexas -ésimas do úmero real positivo z = z são os potos que dividem em partes iguais o círculo de raio z cetrado a origem. Exemplo 11 As 4 raízes complexas quartas de 16 são:, i,, i, determiadas por φ k = π k = π k 4,k =0, 1,, 3eρ = 4 16 =. Assim, φ 0 =0 z 0 =(cos0+ise 0) =, φ 1 = π z 1 =(cos π + i se π )=i, φ = π z =(cosπ + i se π) =, φ 3 = 3π z 3 =(cos 3π + i se 3π )= i. Veja a Figura 5.6 arepresetação geométrica das raízes complexas quartas de 16 o círculo de raio = 4 16 cetrado a origem. Figura 5.6: Raízes quartas de 16. As raízes complexas -ésimas de z = 1são chamadas raízes -ésimas da uidade. Nesse caso, θ = arg(1) = 0, φ k = kπ, ode k =0, 1,..., 1. As raízes complexas -ésimas da uidade são os potos z k,comk =0, 1,..., 1 do círculo trigoométrico que o dividem em partes iguais, sedo z 0 =1. Veja a Figura 5.6 a represetação geométrica das raízes complexas quartas da uidade o círculo de raio 1 cetrado a origem. Exemplo 1 Nas Figuras 5.7 e 5.8, estão represetadas as raízes complexas cúbicas da uidade e as raízes complexas sextas da uidade, respectivamete. Exemplo 13 Vamos determiar as raízes cúbicas de z = 7i. Temos r =7 e θ =arg(z) = 3π. Etão, θ = 3π = π, φ 3 6 k = π + k π, 3 k = 0, 1,. Portato, as raízes complexas cúbicas têm como módulo o úmero real ρ = 3 7 = 3 e argumetos φ k. Assim, 9 CEDERJ

Figura 5.7: Raízes complexas cúbicas de 1. Figura 5.8: sextas de 1. Raízes complexas φ 0 = π = z 0 =3(cos π + i se π )=3i; φ 1 = π + π = 7π = z 3 6 1 =3(cos 7π + i se 7π )=3( 3 i 1 )= 3 3 3 i 6 6 e φ = π + π = 11π = z 3 6 =3(cos 11π 11π +i se 6 6 )=3( 3 i 1)= 3 3 3i. Exemplo 14 Vamos determiar as raízes complexas quadradas de z =+ 3i. Temos r = +( 3) = 4+4 3 = 16 =4eρ = r = 4=. Seja θ =arg(z). Etão, cos θ = = 1 e seθ = 3 = 3. Logo, θ = π. 4 4 3 Assim, φ k = θ + k π = π + k π com k =0, 1. 6 Logo, φ 0 = π = z 6 0 =(cos π + i se π 6 6 )=( 3 + 1 i)= 3+i e φ 1 = π + π = 7π = z 6 6 1 =(cos 7π + i se 7π )=( 3 1i)= 3 i. 6 6 Resumo Você apredeu a forma polar de um úmero complexo ão-ulo, que explicita o módulo e o argumeto; a fazer a multiplicação de dois úmeros complexos escritos a forma polar; a calcular potêcias de expoete atural 1deúmeros complexos ão-ulos escritos a forma polar. Agora você sabe a iterpretação geométrica da multiplicação de úmeros complexos e apredeu a calcular as raízes complexas -ésimas de um úmero complexo ão-ulo. Exercícios CEDERJ 10 1. Determie o módulo, o argumeto e escreva o úmero complexo z a forma polar. Represete z o plao, idicado o seu móduloeoseu argumeto o deseho.

MÓDULO 3 - AULA 5 a. z =3 3i. b. z = 1+i. c. z =4+4i. d. z =5i. e. z = 7. f. z =+i. g. z = 3 i. h. z = 3 i. i. z = 1 1 i. j. z =5. k. z = i. l. z = 3i.. Calcule z 1 z : a. z 1 =(cos π + i se π ) 5 5 e z =3(cos 3π + i se 3π ). 5 5 b. z 1 =3(cos π 6 + i se π 6 ) e z =cos 5π 6 + i se 5π 6. c. z 1 = 3 7π 7π (cos + i se ) e z 1 1 =(cos 11π 11π + i se ). 1 1 d. z 1 =3(cos 3π 8 + i se 3π 8 ) e z =5(cos 7π 8 + i se 7π 8 ). 3. Calcule as potêcias: a. ( + i) 5. b. ( 1+i) 7. c. ( 3 i) 10. d. ( 1+ 3i) 8. 4. Refaçaoexercício 4, da Aula 19, usado a forma polar de um úmero complexo. 5. Dado z =cos π + i se π, determie: 15 15 z5, z 5 easraízes complexas 4-ésimas de z 0. 6. Determie os valores do úmero atural, para os quais ( + i) : a. éumúmero real. b. é um imagiário puro. 7. Determie as raízes complexas -ésimas de z: a. =,z =1 3i. b. =4,z =3. c. =3,z = 16 + 16i. d. =6,z = 1. 8. Determie e represete o plao as raízes complexas -ésimas de z =1, para =, 3, 4, 6, 8, 1. Auto-avaliação Você sabe determiar a forma polar de um úmero complexo z 0? Qual a utilidade da forma polar? Se você ão sabe respoder, volte ao texto, releia as defiições de módulo de z, argumeto de z eformapolardez erefaça os exemplos. Os cohecimetos elemetares de Trigoometria são importates para a determiação do argumeto de z. Talvez a sua dificuldade esteja a Trigoometria. Que tal uma revisão dessa matéria? As aplicações 11 CEDERJ

da forma polar sãoocálculo de potêcias de expoete atural e a radiciação de úmeros complexos. Os exercícios só requerem escrever a forma polar de um úmero complexo (Exercício 1), multiplicar úmeros complexos a forma polar (Exercício ) e saber determiar as potêcias aturais (Exercícios 3, 4, 5e6)easraízes complexas -ésimas de um úmero complexo (Exercícios 5, 7 e 8). CEDERJ 1