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Transcrição:

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO Fevereiro de 2016 Panorama Macroeconômico A confiança das famílias e dos empresários começa a dar alguns sinais de estabilização. Porém se mantém em um patamar ainda muito baixo, refletindo as preocupações relacionadas à sustentabilidade das contas públicas e às incertezas na esfera política. A desaceleração da atividade econômica brasileira ainda não foi interrompida, sustentando a piora do mercado de trabalho. A frustração com a arrecadação e a necessidade de aumentar a receita e reduzir as despesas elevam os desafios para o ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, os sinais vindos da economia seguem decepcionando, com isso, prevemos retração de 3,5% do PIB neste ano, após retração projetada de 3,9% no passado, lembrando que o IBGE divulgará esses dados no dia 03 de março. O enfraquecimento da atividade doméstica e a dificuldade em fazer o ajuste das contas públicas além da tendência de apreciação do dólar em escala global e de queda dos preços das commodities devem manter a taxa de câmbio pressionada, divergindo dos fundamentos. Acreditamos que o dólar encerrará este ano cotado a R$ 4,00. Diante do fraco desempenho da economia, esperamos que o IPCA mostre alta de 6,9% neste ano. Assim, a descompressão em relação ao ano passado (10,67%), as incertezas no cenário global e a recessão brasileira sustentam a nossa expectativa de que a Selic fechará em 13,25% no final deste ano. O aumento da volatilidade dos mercados globais observada no início do ano se mantém, refletindo as incertezas relacionadas ao desempenho da China e seus possíveis impactos na economia mundial, em especial nos países emergentes e nas cadeias produtoras de commodities. Com isso, os bancos centrais ao redor do mundo, preocupados com os riscos presentes no cenário internacional, apontam a possibilidade de expandirem os estímulos monetários caso haja ameaça à recuperação econômica dos seus países. Esse também é o caso do Federal Reserve, que pode postergar a continuação da normalização monetária iniciada no final do ano passado (ou apenas torna-la mais gradual). Sumário Executivo Soja As cotações internacionais devem ficar acomodadas em baixos patamares, em resposta aos altos estoques globais. O desenvolvimento do La Niña nos próximos meses poderá trazer volatilidade às cotações durante o plantio nos EUA, entre maio e junho, e no Brasil, entre setembro e outubro. Preços domésticos seguirão elevados, beneficiados pelo real enfraquecido. Milho Preços internacionais devem seguir em alta moderada, refletindo o recuo de produção nos EUA e no Brasil. Relação estoque consumo continua elevada, limitando alta mais relevante de preços. Cotações domésticas continuam altas, favorecidas pela desvalorização do real, mas nos meses à frente devem arrefecer, com a entrada da 1ª safra. Esse movimento deverá ser mais intenso no 2º semestre com a entrada da 2ª safra, que deverá ser recorde. Café Preços internacionais devem continuar estáveis em baixos patamares, face à estimativa de safra favorável no Brasil. Preços em reais devem continuar elevados, favorecidos pelo real fraco. Preços deverão continuar com volatilidade elevada, na medida em que saírem notícias sobre o desenvolvimento da colheita no Brasil e sobre os possíveis efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da Ásia. Boi A demanda doméstica por carne continuará arrefecida em resposta à necessidade de ajustes no orçamento doméstico. A oferta de animais prontos para abate continuará restrita pelos elevados custos com ração nos confinamentos. Embora a demanda doméstica continue a fundamentar preços mais baixos para o boi, as cotações futuras na BMF deverão continuar sustentadas pela expectativa de expansão das exportações. Açúcar e Etanol As cotações do açúcar devem seguir em alta moderada, em resposta ao melhor ajuste entre oferta e demanda globais. As cotações do etanol devem seguir em alta, beneficiadas pela demanda robusta em detrimento da gasolina. A partir da entrada da nova safra em março, os preços devem voltar a cair, refletindo o incremento de produção esperado para este ano.

90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16* SOJA SOJA As cotações internacionais devem ficar acomodadas em baixos patamares, em resposta aos altos estoques globais. O desenvolvimento do La Niña nos próximos meses poderá trazer volatilidade às cotações durante o plantio nos EUA, entre maio e junho, e no Brasil, entre setembro e outubro. Preços domésticos seguirão elevados, beneficiados pelo real fraco. Fundamentos O relatório do USDA divulgado neste mês manteve a estimativa de produção dos EUA em 107,0 milhões de toneladas na safra 2015/2016, que já está finalizada. Para o Brasil, o USDA manteve a estimativa de 100 milhões de toneladas divulgada no mês anterior e para a Argentina elevou a previsão de 57 para 58,5 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque consumo foi elevada de 25,2% para 25,6%. No 5º levantamento da Conab para a safra 2015/16 a estimativa para a produção de soja foi revisada para baixo pelo segundo mês consecutivo. Agora é esperada produção de 100,9 milhões de toneladas, ante 102,1 do mês passado, refletindo principalmente a menor estimativa para a produtividade no Mato Grosso, que sofreu estiagem no período importante de desenvolvimento da lavoura. Ainda assim a soja é o destaque da atual temporada, sendo a única cultura apontada com elevação de área em resposta à boa rentabilidade favorecida pelo dólar valorizado. Esse será, portanto, o quarto ano consecutivo que o Brasil deverá colher safra recorde de soja, com ampliação de 6,1% ante a safra passada. Vem sendo apontada pelos serviços de meteorologia a crescente probabilidade de formação do La Niña a partir de julho/agosto, que é o período de desenvolvimento das lavouras nos EUA, podendo ficar mais intenso a partir de setembro/outubro, período de plantio no Brasil. Os efeitos do La Niña são contrários ao do El Niño, que marcou a safra atual. Assim, é esperado clima mais seco no Sul do País, mais chuvoso no Nordeste e também seco nos EUA. As consequências podem ser quebra de produtividade nos EUA e no Sul do Brasil. As cotações internacionais devem continuar acomodadas nos atuais baixos patamares, refletindo os elevados estoques globais e a safra recorde no Brasil. As atenções deverão estar bastante concentradas no desenvolvimento do La Niña nos próximos meses, que poderá trazer volatilidade às cotações durante o plantio nos EUA, entre maio e junho, e no Brasil, entre setembro e outubro. Os preços domésticos, por outro lado seguirão elevados, beneficiados pelo real enfraquecido. em mil toneladas Produção Nacional de Soja 1990-2012 Fonte e Projeção: CONAB Elaboração: Bradesco Produção Nacional de soja (em mil toneladas) 1991 2016 107.000 98.000 89.000 80.000 71.000 62.000 53.000 52.018 49.989 55.027 68.688 60.018 57.162 75.324 66.383 86.121 81.499 100.933 96.228 44.000 41.917 Fonte e projeção: Conab Elaboração: BRADESCO 35.000 26.000 17.000 8.000 19.419 15.394 31.370 32.345 25.934 26.160 2

jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 jan/15 jan/16 dez/16 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 jan/15 jan/16 dez/16 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16* 3.300 3.100 2.900 2.700 2.751 2.567 2.816 2.816 2.629 2.927 3.115 2.651 2.998 3.037 2.938 2.854 Produtividade da lavoura de soja (em kg por ha) 1991 2016 2.500 2.300 2.100 2.027 2.150 2.367 2.395 2.299 2.221 2.175 2.419 2.339 2.245 1.900 1.700 1.580 1.500 em R$ por saca de 60 kg Fonte e (*) projeção: Conab SOJA EM GRÃO Elaboração: Fonte: Deral BRADESCO PR PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA PR Elaboração e Projeção: Bradesco Preço de soja em grão ao produtor Praça Paraná - (em R$ por saca de 60 kg) 2002 2016 80,0 70,0 60,0 73,92 61,83 70,82 66,10 50,0 43,93 48,15 44,37 45,68 50,53 53,38 40,0 39,81 40,14 30,0 26,63 32,42 28,62 27,03 30,59 20,0 18,04 19,98 22,57 Fonte: Deral Elaboração e Projeção: BRADESCO Fonte: Bloomberg em US$ cents por PREÇOS bushel INTERNACIONAIS DE SOJA - BOLSA DE CHICAGO - CBOT PREÇO FUTURO 1º VENCTO Projeção de preço: média dos preços futuros Elaboração: Bradesco 2000-2010 em US$ cents por bushel 10,0 1.800,0 1.600,0 1.400,0 1.515 1.674 1.525 1.486 Soja - Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents/bushel) 2000 2016 1.200,0 1.000,0 800,0 600,0 546 491 400,0 507 436 989 689 632 567 526 542 757 908 1.211 1.143 1.287 1.178 965 883 Projeção de preço: média dos preços futuros Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco 3

90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16* MILHO MILHO Preços internacionais devem seguir em alta moderada, refletindo o recuo de produção nos EUA e no Brasil. Relação estoque consumo continua elevada, limitando alta mais relevante de preços. Cotações domésticas continuam altas, favorecidas pela desvalorização do real, mas nos meses à frente devem arrefecer, com a entrada da 1ª safra. Esse movimento deverá ser mais intenso no 2º semestre com a entrada da 2ª safra, que deverá ser recorde. Fundamentos No relatório mensal de acompanhamento de safra divulgado neste mês pelo USDA, a estimativa de produção norte-americana, que já está finalizada, foi mantida em 345,5 milhões de toneladas. Já as estimativas para a Argentina foram revisadas, passando de 25,6 para 27 milhões de toneladas, e para o Brasil saltaram de 81,5 para 84 milhões de toneladas. Na comparação com o mês anterior a relação estoque consumo ficou estável em 21,6%, permanecendo acima da safra passada, que fechou em 19,8%. A Conab trouxe revisão positiva para a estimativa de produção de milho no 5º levantamento da safra 2015/16 divulgado neste mês. A produção esperada para a 1ª safra, que começará a ser colhida a partir de março foi revisada para cima, passando de 27,7 milhões de toneladas na estimativa do mês passado para 28,3 milhões de toneladas na estimativa atual. A 2ª safra, que começará a ser plantada a partir de fevereiro, está estimada em 55 milhões de toneladas. Assim, a produção total de milho está estimada em 83,3 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 2,8% ante a safra passada. Um aspecto relevante para acompanhar nos próximos meses é a crescente probabilidade de formação do fenômeno climático La Niña a partir de julho/agosto, período de desenvolvimento das lavouras nos EUA, podendo ficar mais intenso a partir de setembro/outubro, período de plantio no Brasil. Os efeitos do La Niña são contrários ao do El Niño, que marcou a safra atual. Assim, é esperado clima mais seco no Sul do Brasil e nos EUA e clima mais chuvoso no Nordeste brasileiro. As consequências podem ser quebra de produtividade nos EUA e no Sul do Brasil. Os preços internacionais de milho devem seguir em movimento moderado de alta, refletindo o recuo da produção nos EUA e no Brasil. Mas, de todo modo, a relação estoque consumo continua elevada, limitando alta mais relevante de preços. Movimento volátil poderá ser percebido durante o plantio nos EUA e no Brasil, que ocorrem respectivamente entre abril e maio e setembro e novembro. Os preços domésticos continuam favorecidos pela desvalorização do câmbio, mas tendem a registrar recuo nos meses à frente, com a entrada da nova safra. A partir do 2º semestre do ano, a queda de preços pode ser mais acentuada, com a entrada da 2ª safra de milho, que deverá ser recorde. em mil toneladas Produção Nacional de Milho - 1991-2012 Fonte e Projeção: Conab Produção Nacional de milho (em mil toneladas) 1991 2016 90.000 80.000 70.000 84.673 83.336 81.506 80.052 72.980 60.000 50.000 47.411 58.652 56.018 57.407 51.370 51.004 42.290 42.129 42.515 Fonte e (*) projeção: Conab Elaboração : BRADESCO 40.000 30.771 30.000 24.096 20.000 37.442 33.174 35.716 32.393 35.281 35.007 4

jan/00 em kg por ha Produtividade - Milho - 1991-2012 jan/01 90/91 jan/02 91/92 92/93 jan/03 93/94 jan/04 94/95 95/96 jan/05 96/97 jan/06 97/98 jan/00 98/99 jan/07 99/00 jan/01 jan/08 00/01 jan/02 01/02 jan/09 02/03 jan/10 jan/03 03/04 jan/11 04/05 jan/04 05/06 jan/12 jan/05 06/07 jan/13 07/08 jan/06 08/09 jan/14 jan/07 09/10 jan/15 10/11 jan/08 11/12 jan/16 jan/09 12/13 dez/16 13/14 jan/10 14/15 15/16* jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 jan/15 jan/16 dez/16 6.000 5.500 5.000 4.500 5.396 5.432 5.149 5.057 4.808 4.311 4.158 Produtividade milho (em kg por ha) 1991 2016 4.000 3.500 3.260 3.585 3.296 3.972 3.655 3.599 3.279 3.000 2.864 2.622 2.588 2.650 2.589 2.480 2.500 2.194 2.3492.344 2.356 Em R$ por saca de 60 kg 2.000 1.791 2.867 Preço pago ao produtor de milho - Paraná Fonte: Deral Elaboração e Projeção: 1.500 Fonte: Conab Elaboração : BRADESCO 35,0 Preço de milho ao produtor Praça Paraná (em R$ por saca de 60 kg) 2000 2016 30,0 25,0 20,0 15,0 11,95 10,0 22,28 11,40 18,96 16,26 10,44 24,94 14,14 13,07 26,92 19,96 17,26 29,60 23,29 24,34 17,84 19,17 7,05 Fonte: Deral Elaboração e Projeção: BRADESCO 5,0 Em US$ cents por bushel Milho - Bolsa de Chicago - CBOT Fonte: Bloomberg Elaboração e Projeção: Bradesco Preço futuro 1º vencimento 860 760 660 711 750 766 661 Milho - Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents por bushel) 2000 2016 560 460 360 260 217 160 235 267 215 316 237 493 413 326 546 418 347 322 598 440 502 337 367 391 Projeção de preço: média dos preços futuros Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco 5

94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17* CAFÉ CAFÉ Preços internacionais devem continuar estáveis em baixos patamares, face à estimativa de safra favorável no Brasil. Preços em reais devem continuar elevados, favorecidos pelo enfraquecimento do real. Preços deverão continuar com volatilidade elevada, na medida em que saírem notícias sobre o desenvolvimento da colheita no Brasil e sobre os possíveis efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da Ásia. Fundamentos O relatório do USDA divulgado em meados de dezembro reduziu a estimativa da produção brasileira para a safra 2015/16 (já finalizada no Brasil) de 52,4 milhões de sacas estimadas em junho para 49,4 milhões de sacas em dezembro, refletindo os efeitos da estiagem que assolou a região Sudeste no ano passado. Assim, para a safra global, o USDA reduziu a estimativa de 152,7 milhões de sacas para 150,1 milhões de sacas entre os levantamentos de junho e de dezembro do ano passado, refletindo principalmente a revisão baixista para o Brasil. Isso ajudou a sustentar os preços do café nos últimos meses. Para o Vietnã, que produz café robusta e está em período de colheita, o USDA estimou ampliação da produção de 28,6 para 29,3 milhões de sacas entre os dois levantamentos. No entanto, a Vicofa, associação local dos cafeicultores estima produção de 18 milhões de sacas, em resposta aos baixos preços recebidos na safra anterior que desincentivou o cultivo. Como apontado pelos serviços de meteorologia, o El Niño deverá trazer estiagem nas regiões equatoriais, podendo comprometer a safra de países produtores de café como Vietnã, Indonésia e Colômbia. Importante lembrar que a safra 2015/16 está em fase de colheita no Vietnã e na Colômbia, ao passo que no Brasil já está finalizada. A colheita da safra 2016/17 no Brasil terá início em abril. O próximo relatório semestral do USDA será divulgado em meados de junho, quando poderemos ter mais clara as estimativas para a safra desses países. A Conab divulgou em janeiro o 1º levantamento da safra 2016/17, que será de alta bienalidade. A safra total de café no Brasil está estimada em 50,5 milhões de sacas de 60 quilos, uma alta de 16,9% ante o volume de 43,2 milhões de sacas da safra passada. A produção de arábica está estimada em 38,8 milhões de sacas, com incremento de 21,1% ante a safra passada, que somou 32,1 milhões de sacas. A ampliação da produção resulta do clima mais favorável e do incremento de área plantada em Minas Gerais e São Paulo. A produção de robusta está estimada em 11,7 milhões de sacas, um acréscimo de 4,9% ante a safra passada, que alcançou 11,2 milhões de sacas. A ampliação será possível pelo incremento de área plantada na Bahia. No Espirito Santo, principal estado produtor de robusta, a área foi reduzida, como resultado das dificuldades enfrentadas pelos produtores com as variâncias climáticas do ano passado. As cotações internacionais devem continuar com tendência de estabilidade nos baixos patamares atuais, em resposta às estimativas de safra favorável no Brasil, mas os preços domésticos em reais devem continuar elevados, favorecidos pelo enfraquecimento do real. O movimento dos preços poderá apresentar volatilidade elevada, na medida em que saírem notícias sobre o desenvolvimento da colheita no Brasil, que se iniciará em abril, e sobre os possíveis efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da Ásia. mil sacas de 60 kg Produção Nacional de Café - 1994-2012 Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: Bradesco 61.000 51.000 41.000 31.000 26.000 27.500 34.547 27.170 31.100 28.137 48.480 28.820 39.272 32.944 42.512 36.070 45.992 39.470 48.095 43.484 50.826 49.152 50.535 45.342 43.235 Produção Nacional de Café (em mil sacas de 60 kg) 1995 2016 21.000 16.800 18.860 11.000 Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: Bradesco 6

jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 jan/15 jan/16 dez/16 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 jan/15 jan/16 dez/16 590,0 540,0 490,0 440,0 390,0 340,0 290,0 240,0 223,6 190,0 239,8 337,0 230,4 291,4 530,8 328,0 269,8 247,5 408,6 247,7 480,1 424,0 366,3 563,5 Preço Café Arábica (em R$ por saca de 60 kg) 2000 2016 542,0 Projeção de preço: média dos preços futuros BMF 140,0 90,0 Projeção de preço: média dos preços futuros Em US$ cents por libra peso Fonte: CEPEA ESALQ Café em grão - Bolsa de Nova Elaboração: York - NYBOT Bradesco 2000-2010 Fonte: Bloomberg Elaboração: Café Arábica - NYBOT Preço Futuro 1º vencimento (em US$ cents por libra peso) 2000 2016 Projeção de preço: média dos preços futuros 325,0 275,0 225,0 175,0 125,0 115,06 75,0 99,48 63,07 65,95 67,78 127,53 272,07 204,99 180,03 197,02 152,04 131,18 96,55 142,45 108,67 150,03 117,62 118,14 117,85 Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco 25,0 7

BOI BOI A demanda doméstica por carne continuará arrefecida em resposta à necessidade de ajustes no orçamento doméstico. A oferta de animais prontos para abate continuará restrita pelos elevados custos com ração nos confinamentos. Embora a demanda doméstica continue a fundamentar preços mais baixos para o boi, as cotações futuras na BMF deverão continuar sustentadas pela expectativa de expansão das exportações. Fundamentos Em resposta ao câmbio mais depreciado, os volumes embarcados de carne bovina passaram a expandir a partir do início do segundo semestre do ano passado. Ainda assim, as exportações em volume caíram 13,3% no ano passado, refletindo o recuo de 47,9% e 40,4% das compras por parte da Rússia e da Venezuela, respectivamente, que sofrem os efeitos da retração dos preços do petróleo e da desvalorização das respectivas moedas ante o dólar, encarecendo as importações de carnes. Neste ano, o câmbio depreciado continuará incentivando a ampliação dos embarques. Somam-se a isso dois aspectos bastante relevantes: (i) a abertura de diversos mercados para a carne bovina brasileira (EUA, China, Japão, África do Sul, Iraque, Irã e Arábia Saudita); e (ii) o recuo das exportações australianas para países asiáticos, em razão do menor volume de animais prontos para abate. O USDA estima expansão de 9,2% dos volumes embarcados de carne bovina pelo Brasil neste ano. Já a Abiec, entidade que reúne os exportadores de carne, estima elevação de 21% em volume. O movimento de preços de carnes no atacado dá indícios de que o consumidor está trocando o consumo de carne bovina de 2ª pela carne de frango. Desde meados do ano passado até o início de fevereiro, os preços da carne de 2ª caíram em média 4%, ao passo que os preços da carne de frango subiram 15% no mesmo período. O consumo doméstico de carne, principalmente bovina, que tem preços mais elevados, tende a arrefecer, refletindo a piora do mercado de trabalho e da renda da população. Apesar da melhora do clima, contribuindo para a boa manutenção dos pastos, a oferta de animais prontos para abate deverá continuar muito justa neste ano, em resposta ao abate de fêmeas em anos anteriores. No ano passado, a restrição de oferta levou à redução de 8,6% dos abates. Neste ano, a oferta ainda poderá continuar restrita, já que os elevados custos com ração à base de milho deverão limitar a expansão dos confinamentos. A demanda doméstica por carne bovina deverá arrefecer nos meses à frente, refletindo a continuidade de piora do mercado de trabalho e a necessidade de ajustes no orçamento doméstico das famílias. Em que pese o maior regime de chuvas contribuindo para a boa manutenção dos pastos, a oferta deverá continuar restrita, já que os elevados custos com ração deverão limitar o crescimento dos confinamentos. Embora o arrefecimento da demanda interna fundamente preços mais baixos para o boi nos meses à frente, a expectativa de expansão das exportações, favorecidas pelo câmbio e pela abertura de novos mercados está sustentando as cotações futuras na BMF em elevados patamares. Exportações Brasileiras de carne bovina - 2010-2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco Exportações brasileiras de carne bovina (em mil toneladas) 2013 2015 150.000 140.000 130.000 120.000 120.133 2013 2014 2015 110.000 100.000 104.974 90.000 FONTE: SECEX ELABORAÇÃO: BRADESCO 80.000 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 8

jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 jan/15 jan/16 dez/16 Abates mensais de boi - 2010-2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco Abate de bois em mil cabeças 2013-2015 2.600 2.400 2.485 2013 2014 2015 2.294 2.200 2.208 2.256 2.000 1.962 FONTE: MAPA ELABORAÇÃO: Em R$ por arroba (15 kg) BRADESCO BOI GORDO Fonte: Cepea Esalq 1.800 PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA SP Elaboração e Projeção: Bradesco jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 180,0 160,0 140,0 120,0 109,6 106,9 108,4 125,2 150,7 155,2 163,4 Boi Gordo Preço ao Produtor Praça São Paulo (em R$ por arroba) 2002 2016 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 42,2 51,7 61,8 93,3 74,5 90,8 97,0 Projeção de preço: média dos preços futuros BMF BOVESPA FONTE: CEPEA ELABORAÇÃO: BRADESCO 9

90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16* AÇÚCAR E ETANOL AÇÚCAR E ETANOL As cotações do açúcar devem seguir em alta moderada, em resposta ao melhor ajuste entre oferta e demanda globais. As cotações do etanol devem seguir em alta, beneficiadas pela demanda robusta em detrimento da gasolina. A partir da entrada da nova safra em março, os preços devem voltar a cair, refletindo o incremento de produção esperado para este ano. Fundamentos No último relatório divulgado em dezembro, a Conab apontou que a produção de cana no Brasil deva atingir 658,7 milhões de toneladas na safra 2015/2016, o que representa alta de 3,8% em relação à safra passada. Em relação ao levantamento de agosto, houve leve melhora na estimativa de produção, passando de 655,2 milhões de toneladas para 658,7 milhões de toneladas, refletindo a melhora climática. O próximo levantamento da Conab será divulgado em meados de abril, com a primeira estimativa para a safra 2016/17. O levantamento divulgado pelo USDA em novembro trouxe melhor ajuste entre oferta e demanda globais, com a relação estoque consumo passando de 26% na safra passada para 22,9% na atual. O próximo relatório semestral do USDA será divulgado em meados de maio. Consultorias internacionais especializadas estão apontando que, após cinco anos gerando superávits globais, a indústria de açúcar deverá apresentar déficit. Segundo a Unica, faltando dois meses para a finalização do processamento da safra 2015/16 de cana, foram moídos no Centro-Sul 4,7% a mais de cana em relação ao ano passado. Na mesma comparação, a produção de açúcar está 4,3% menor e a de etanol anidro (misturado na gasolina) está 3,1% mais baixa. Já a produção de etanol hidratado, usado diretamente nos veículos flex, está 10,7% maior para atender ao forte incremento de consumo após a elevação do preço da gasolina. Segundo a ANP, as vendas de etanol hidratado cresceram 37,5% em 2015, ante o ano anterior, enquanto as vendas de gasolina caíram 7,3% no mesma base de comparação. Os preços internacionais do açúcar devem seguir em alta moderada, refletindo o melhor ajuste entre oferta e demanda globais por açúcar e a menor produção no Brasil. No entanto, os estoques globais ainda continuam elevados, o que combinado ao dólar forte deverá impedir alta mais relevante dos preços cotados nessa moeda. Os preços do etanol devem seguir pressionados, favorecidos pela demanda robusta e pelo aumento de preços da gasolina. Mas a partir de março/abril, com a entrada da nova safra, os preços devem voltar a cair, já que é esperado incremento relevante de produção de etanol, em detrimento da produção de açúcar. Fonte e projeção : Conab Elaboração. Bradesco Produção Nacional de Cana-de-Açúcar - 1990-2013 mil toneladas 650.000 550.000 450.000 Safra 15/16 Mil ton Var. Abs. Var. % 1º Levantamento Abr/15 654.613 2º Levantamento Ago/15 655.159 546 0,1% 3º Levantamento Dez/15 658.702 3.543 0,5% 4º Levantamento Abr/16 431.413 474.800 559.432 604.514 623.905 658.822 658.702 634.767 588.916 560.364 Produção nacional de cana-de-açúcar em mil toneladas 1991 2016 359.316 350.000 314.969 320.650 287.810 257.592 250.000 222.429 223.460 240.944 150.000 Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: Bradesco 10

jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 Fonte e (*) Projeção: Conab Elaboração: Bradesco jan/00 93/94 jan/01 94/95 jan/02 95/96 jan/03 96/97 97/98 jan/04 98/99 jan/05 99/00 jan/06 00/01 01/02 jan/07 02/03 jan/08 03/04 jan/09 04/05 05/06 jan/10 06/07 jan/11 07/08 jan/12 08/09 09/10 jan/13 10/11 jan/14 11/12 jan/15 12/13 13/14 jan/16 Etanol em mil litros 14/15 dez/16 15/16* Produção nacional de açúcar (em mil toneladas) Produção nacional de etanol (em mil litros) 1994 2016 43.000 36.000 29.000 AÇÚCAR ÁLCOOL 27.500 38.168 27.595 35.968 37.878 35.560 34.613 28.660 29.215 25.763 22.000 19.380 23.640 15.00012.692 16.020 23.007 FONTE: CONAB ELABORAÇÃO: BRADESCO 11.700 8.000 13.078 10.518 14.640 em R$ por metro cúbico 1.920 1.842 1.820 1.720 1.708 1.620 1.590 1.520 1.475 1.420 1.455 1.354 1.316 1.291 1.353 1.320 1.225 1.220 1.120 1.146 1.136 1.192 1.150 1.062 1.148 1.020 1.076 1.025 920 Preço de Etanol Hidratado (em R$ por metro cúbico) 2012-2016 Projeção de preço: preços futuros BMF BOVESPA FONTE: BMF BOVESPA ELABORAÇÃO: BRADESCO Em US$ cents por libra peso Preços internacionais de açúcar NYBOT Preço futuro 1º Vencto 2000 2013 Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco Preços internacionais de açúcar (em US$ cents por bushel) 2000 2016 33,0 27,0 28,4 32,1 29,5 24,9 Projeção de preço: média dos preços futuros 21,0 15,0 17,9 13,1 14,6 21,9 17,7 15,4 14,9 13,96 FONTE: BLOOMBERG ELABORAÇÃO: BRADESCO 9,0 5,6 3,0 10,7 9,0 8,8 6,3 9,0 8,4 8,9 11,3 10,7 11

fev/10 out/10 jun/11 fev/12 out/12 jun/13 fev/14 out/14 jun/15 fev/16 fev/10 mai/10 ago/10 nov/10 fev/11 mai/11 ago/11 nov/11 fev/12 mai/12 ago/12 nov/12 fev/13 mai/13 ago/13 nov/13 fev/14 mai/14 ago/14 nov/14 fev/15 mai/15 ago/15 nov/15 fev/16 16-jun-09 fev/10 abr/10 jun/10 ago/10 out/10 dez/10 fev/11 abr/11 jun/11 ago/11 out/11 dez/11 fev/12 abr/12 jun/12 ago/12 out/12 dez/12 fev/13 abr/13 jun/13 ago/13 out/13 dez/13 fev/14 abr/14 jun/14 ago/14 out/14 dez/14 fev/15 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 16-jun-09 Acompanhamento das posições não comerciais Posições Não Comerciais e Preços Internacionais de café - 2007-2014 - Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco US$ c / libra em número de contratos Posições não comerciais e preços internacionais de café 2010-2016 380 330 280 posição não comercial 281,7 Café 46.478 50.224 38.200 70.000 60.000 50.000 40.000 230 208,9 30.000 180 20.000 130 80 168,3-2147 10.000 124,25 0-10.000 30-20.000 FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO -20-30.000 US$ c / bushel 2.000 posição não comercial 1.800 preço soja 192117 1.600 1.400 260.845 1.613 168.209 em número de contratos 280.000 240.000 200.000 160.000 Posições não comerciais e preços internacionais de soja 2010-2016 1.200 1.000 800 600-27264 -24414 46.808 940,8 120.000 80.000 926 40.000 0-20775 -40.000 400-80.000 200 0-130.404-120.000-160.000 FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO US$ cents por bushel Posições não comerciais e preços internacionais de milho 2010-2016 850 750 posição não comercial preço milho 385.009 746,8 789,5 500000 400000 300000 650 149.456 200000 550 545,3 100000 450 350 250-66.274 80.111 340,5-113.383 0-15328 351,5-100000 -200000 FONTE: Bloomberg ELABORAÇÃO: BRADESCO 150-300000

SOJA Retrato do mercado Complexo Soja Da soja em grão produzida no Brasil, 43% do volume é exportado e 57% é destinado à moagem. O processo de moagem resulta em 72% de farelo e 18% de óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas. Do farelo produzido, 50% são exportados e, do óleo, 20% são embarcados. A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável. No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e cerca de 80% são utilizados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e suínos. Países de destino Grão: 75% China, 15% Europa, 10% outros países asiáticos. Farelo: 70% Europa, 20% países asiáticos. Óleo: 50% China, 20% Índia. Sazonalidade Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio. Regionalização Centro-Oeste: 49%; Sul 33%; 8% Nordeste; 6% Sudeste Ranking O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 30,8%, atrás dos EUA, com 31,5%, mas é o maior exportador, com 40,7% do total, seguido pelos EUA, com 39,3%. 13

MILHO Retrato do mercado O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto representa: 64% da avicultura 65% da suinocultura 23% da pecuária de leite Países de destino As exportações de milho respondem por 32% do volume produzido. Os principais mercados de destino são: 20% Vietnã, 16% Irã, 7% Taiwan. Sazonalidade O milho tem duas safras: Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e maio. Representa 40% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45% Sul; 26% Sudeste; 10% Centro-Oeste; 15% Nordeste. Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro. Responde por 60% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,3% Centro-Oeste; 23% Sul (somente Paraná); 6% Nordeste (somente Bahia); 5% Sudeste. Ranking O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 7% de participação no mercado e o segundo maior exportador, com 18% de participação. 14

CAFÉ Retrato do mercado O Brasil exporta 67% do café produzido, sendo 90% de café verde e 10% de café solúvel A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos totais, pois a maior parte da colheita é manual. Países de destino Café verde: 19,3% EUA; 18,8% Alemanha; 10% Japão. Café solúvel: 16,3% EUA; 13,5% Rússia; 6,4% Ucrânia. Regionalização Distribuição regional da produção de café arábica: 71,5% Minas Gerais 10,5% São Paulo 9,1% Espírito Santo 4,3% Paraná 2,8% Bahia Distribuição regional da produção de café robusta: 75,6% Espírito Santo 12,5% Rondônia 6,7% Bahia 2,6% Minas Gerais Sazonalidade A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se estende até setembro. Ranking O Brasil é o maior player global, com participações de 37% na produção e de 27% na exportação. Os demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que responde por 15% do consumo mundial. 15

BOI Retrato do mercado O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro. As exportações respondem por 20% da produção nacional de carne bovina. Países de destino A Rússia é o principal mercado de destino das exportações brasileiras de carne bovina, com participação de 22%. Hong Kong responde por 18%. Regionalização Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,4% Centro-Oeste; 20,4% Sudeste; 20,1% Norte; 12,3 Sul; 10,8% Nordeste. Ranking O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,9% de participação, antecedido pelos EUA, que representam 19,1%. O Brasil é o maior exportador mundial, com 21% do mercado. Sazonalidade O ciclo da pecuária bovina é longo 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do animal com aproximadamente 15 arrobas. O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto, alimentado à base de capim. O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde por apenas 5% do total de abates. A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são menores. A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. No entanto, os preços se elevam nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado. Nos confinamentos há dois turnos: 1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro 2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro 16

AÇÚCAR E ETANOL Retrato do mercado Complexo Sucroalcooleiro Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 46% se destinam à produção de açúcar e 54% à produção de etanol. O açúcar tem a seguinte destinação: 70% exportação e 30% mercado doméstico. O etanol tem a seguinte destinação: 10% exportação e 90% mercado interno. Do total de etanol produzido, o hidratado representa 55% (usado como combustível nos carros flex fuel) e o anidro 45% (misturado à gasolina na proporção de 20% a 25%). O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 70%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável. Países de destino Açúcar Bruto (73% da produção) : 15% China; 8% Bangladesh; Açúcar Refinado (27% da produção): Principais países: Países árabes e africanos; Etanol: 60% EUA; Coreia do Sul 13%. Sazonalidade A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita da cana é de 18 meses, e da mesma planta é possível fazer até 6 cortes, em média. O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas. Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção. O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre. Regionalização 65% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul. Ranking O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 22,2%. Os demais players são: Índia 15%; União Europeia 9,2%; China 8,5%; Tailândia 6,2%. O Brasil é o maior exportador, com participação de 46% no mercado global. Os demais exportadores são: Tailândia 15%; Austrália 5,4%. Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57% EUA e 27% Brasil. 17

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