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Transcrição:

A escalada dos preços e as cadeias do complexo carnes A carne bovina, preferida dos brasileiros, costuma puxar os preços das outras duas. São Paulo, como maior mercado, habitualmente costuma conduzir os preços (suas variações são normalmente maiores que a de outros estados). No período de 14 de abril a 24 de junho os preços pagos pela arroba do boi em São Paulo aumentaram de R$ 77,50 para 95,00, Mato Grosso do Sul cresceram de R$ 73,00 para 90,00 e em Santa Catarina subiram de R$ 76,00 para 88,00 (Tabela). Considerando-se que o boi brasileiro alimenta-se principalmente pasto e que os demais insumos representam um percentual pequeno do custo total, costuma-se considerar o preço do bezerro como indicador dos custos. No caso dos criadores que fazem terminação o bezerro é realmente um custo. Pode-se acompanhar o crescimento do preço do bezerro no estado no Gráfico 1. Nota-se que o bezerro se valoriza mais que o boi, isto indica por um lado a escassez do mesmo e por outro a confiança do produtor no futuro da atividade. A escassez decorre do abate de matrizes ocorrido há alguns anos e o estímulo vem das cotações nacionais e internacionais. Gráfico 1. Evolução dos preços do boi e do bezerro 550 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 mar/06 jun/06 set/06 dez/06 mar/07 jun/07 set/07 dez/07 mar/08 Fonte:Epagri/Cepa. Boi (R$/arroba) Bezerro (R$/cabeça) Quanto ao atacado de carne (exemplo no Gráfico 2), nota-se que a linha do preço do boi e do meio boi progridem de forma quase paralela e mais próximas nos últimos tempos. Uma explicação pra isso é que o preço da carne bovina sendo o mais elevado pode fazer com que consumidores se desloquem para outras carnes, principalmente para o frango que é o de menor preço. Há também os preços diferenciados dos muitos cortes bovinos, que possibilita ao consumidor optar por um corte mais barato, toda vez que o preço ultrapasse determinado patamar. No caso o

consumidor não abandona a carne bovina, mas, por exemplo, troca a carne de primeira pela de segunda. O estímulo para a produção futura fica bem claro no Gráfico 3, no qual se verifica que salvo alguns picos o preço do boi vivo desde 2004 esteve abaixo da media do período e que esta média, na verdade, foi aumentada no período recente que inicia em meados de 2007. Gráfico 2. Evolução dos preços do boi e do meio boi R$/Arroba 85 80 75 70 65 60 55 50 45 mar/06 jun/06 set/06 dez/06 mar/07 jun/07 set/07 dez/07 mar/08 Boi Meio boi Gráfico 3. Preço médio do boi recebido pelo produtor - 2004-08 - SC 80,00 75,00 R$/arroba 70,00 65,00 60,00 55,00 50,00 2004 2005 2006 2007 2008 O aumento de demanda internacional de alimentos tem muito a ver com os países pobres do mundo, já que os ricos, mesmo que tenham aumento de renda não irão aumentar o consumo de alimentos, pois já consumiam tudo o que queriam. Quando se fala do aumento de renda na China, Índia, Rússia e Brasil, fala-se do aumento de renda dos pobres e para estes, sim, o aumento de consumo vem muito na forma de melhor alimentação.

Por ser a carne mais barata, o frango deverá ser primeira demanda desses países, como tem sido no Brasil (a carne suína oscila, mas não apresenta um aumento de consumo nítido; a carne bovina oscila, mas com tendência de ascensão e a carne de frango cresce continuamente). Os preços do frango vivo costumam oscilar mais em São Paulo e Minas Gerais do que no sul do Brasil, porque nestes predomina o sistema de integração. O período de 14 de abril a 24 de junho foi típico: em Minas os preços cresceram de R$ 1,35/kg para 2,00, no Paraná de R$ 1,45 para 1,70 e em Santa Catarina der$ 1,43 para 1,58 (Tabela). Quando sobe o preço da carne bovina as outras duas tendem a acompanhar, porque os consumidores migraram para as outras carnes. No caso do frango há, por outro lado, a questão da oferta que às vezes se torna excessiva, já que é muito mais fácil se alterar o plantel de frangos do que de suínos e, principalmente, de bovinos. O ciclo curto do frango permite adaptações em curto prazo, mas às vezes a oferta se torna tão grande que a própria UBA recomenda que ela seja contida, o que raramente acontece. Com oferta abundante caem os preços e o consumidor é beneficiado, mas o produtor fica em má situação, pois sendo o ciclo curto ele não pode reter o animal sob pena de prejuízo ainda maior. Gráfico 4. Evolução dos preços do milho e do frango vivo - SC 30 25 20 15 10 5 0 fev-06 mai-06 ago-06 nov-06 fev-07 mai-07 ago-07 nov-07 fev-08 milho (R$/sc) Frango vivo (R$/kg) O produtor de frango, desde maio de 2006, vem sendo, também, pressionado pelos preços dos insumos (exemplo, o milho no Gráfico 4), que vem crescendo mais do que o preço do frango. O preço do milho por sua vez vem crescendo por causa os preços de seus insumos, principalmente fertilizantes. Estes cresceram por causa dos preços dos derivados de petróleo (composição química e transportes). Assim, do primeiro semestre do ano passado para este a formula 09-33-12 aumentou 67%, o milho 36% e o suíno 33%. A formula 00-20-30 aumentou 81%, a soja 57%, o farelo de soja 58%, o suíno 33% e o frango 29%.

Por tudo isso, o produtor agrícola está pressionado pelos preços dos insumos, mas qual sua situação quanto ao preço de atacado? Está conseguindo repassar para a industria seus custos aumentados? O Gráfico 5 indica que, de agosto de 2006 para o presente, a linha do frango congelado se afasta da do frango vivo, ou seja a diferença do aumento de preços pagos pelos consumidores é apropriada em maior proporção pelo atacado do que pelo produtor. R$kg 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 Gráfico 5. Evolução dos preços do frango vivo e congelado fev-06 mai-06 ago-06 nov-06 fev-07 mai-07 ago-07 nov-07 fev-08 Frango congelado frango vivo Examinando-se um período maior, vê-se que o preço do frango andou no mesmo patamar de agora em 2004 e nuns picos de 2005, tendo depois caído, no período de grande oferta, quando as exportações caíram por causa da gripe aviária, e só se recuperaram recentemente (Gráfico 6). Gráfico 6. Preço médio do frango recebido pelo produtor - 2004-08 - SC (R$/kg) 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 2004 2005 2006 2007 2008 No caso do suíno a situação não é muito diferente.

A carne suína é a mais consumida do mundo, mas no Brasil é a terceira depois da bovina e do frango. A carne suína é muito mais consumida em Santa Catarina do que no Brasil (10 kg a mais per cápita/ano). Fazer com que o brasileiro coma tanta carne suína, quanto come o catarinense, é o sonho de toda a cadeia produtiva da carne suína. Isto não é fácil, pois a carne suína tem esta sina de ser mais consumida por quem melhor a conhece. Como tem um preço intermediário entre a carne bovina e a de frango, a carne suína não tem o apelo de preço que a carne de frango tem para os consumidores de menor renda. A carne suína não é a preferida e nem a mais barata, no Brasil, por isso seu consumo fica bem abaixo das demais. Os preços do suíno vivo cresceram abaixo dos do milho (Gráfico 7). Seus preços mais altos foram em 2004 e 2005, tendo depois caído por causa da grande oferta ocorrida, quando a Rússia suspendeu suas importações. Os preços deste semestre estão abaixo dos já citados, mas parecem altos em relação ao fundo do poço que foi em 2006, depois da queda das exportações (Gráfico 9). Gráfico 7. Evolução dos preços do suíno e do milho 30 25 20 15 10 5 0 fev/06 mai/06 ago/06 nov/06 fev/07 mai/07 ago/07 nov/07 fev/08 Suino Vivo (R$/kg) Milho (R$/sc)

R$/kg 4,50 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 Gráfico 8. Evolução dos preços do suíno e da carcaça 0,00 fev/06 mai/06 ago/06 nov/06 fev/07 mai/07 ago/07 nov/07 fev/08 Suino vivo Carcaça Também no caso do suíno, pode-se reparar (Gráfico 8) que nos aumentos os preços da carcaça, em vários períodos, afastam-se dos preços do suíno vivo (de outubro de 2006 a abril de 2007 e de junho de 2007 a fevereiro de 2008) ou seja os aumentos da carne demoraram para ser repassados aos produtores, enquanto os consumidores pagavam mais caro. Como no caso do frango as variações de preços foram maiores nos estados fora da Região Sul. No período de 14 de abril a 24 de junho cresceram de R$ 2,10/Kg para 3,32 em São Paulo, de R$ 2,10 para 2,40 no Rio Grande do Sul e de R$ 2,10 para 2,56 em Santa Catarina (Tabela). Há aí outra vez a participação do sistema integrado, que abate 90% da produção catarinense. (R$/kg) Gráfico 9. Preço médio do suíno recebido pelo produtor - 2004-08 - SC 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 2004 2005 2006 2007 2008

Tabela - Preços recebidos pelos produtores no segundo trimestre/2008 Estados Selecionados Dia S C S P M S S C P R M G S C R S S P Bovinos (R$/Arroba) Frangos (R$/Kg) Suínos (R$/Kg) 14/Abr 76,00 77,50 73,00 1,43 1,45 1,35 2,10 2,10 2,10 18/Abr 76,00 78,00 75,00 1,43 1,45 1,35 2,10 2,05 2,70 28/Abr 76,00 78,00 75,00 1,43 1,45 1,45 2,10 2,05 2,70 09/Mai 76,00 79,00 76,00 1,52 1,45 1,60 2,20 2,10 2,75 19/Mai 78,00 81,00 78,00 1,52 1,55 2,00 2,20 2,10 3,05 27/Mai 78,00 82,00 80,00 1,52 1,55 1,85 2,40 2,20 3,20 04/Jun 80,00 88,00 85,00 1,58 1,55 1,90 2,40 2,20 3,20 13/Jun 85,00 92,00 90,00 1,58 1,65 1,95 2,45 2,25 3,32 19/Jun 88,00 93,00 90,00 1,58 1,70 2,00 2,56 2,30 3,32 24/Jun 88,00 95,00 90,00 1,58 1,70 2,00 2,56 2,40 3,32 Fonte: Epagri/Cepa e Safras e Mercados. O complexo carnes tem todo este entrelaçamento, pois as carnes são substitutas entre si, envolvendo as preferências dos consumidores e os preços de mercado. O milho é o principal insumo de frangos e suínos. Estes são produzidos também por produtores rurais; às vezes para consumo próprio, mas na maioria das vezes este milho se transforma em ração no sistema de integração e nas cooperativas. Na cadeia da carne suína e na de frango tudo começa com os insumos do milho e da soja, avança pelos cultivos destes produtos, incluindo condições climáticas, de tecnologia e de mercado. As condições de criação e de mercado (nacional e internacional) influenciam os preços do animal vivo e da carne, que vai ser consumida internamente ou exportada. A carne bovina tem uma cadeia com menos insumos envolvidos, se a criação for a pasto, mas, por isso mesmo, a bovinocultura utiliza muito mais terras, que poderiam ter usos alternativos. Como tudo é negócio, cada segmento luta pelo seu quinhão de lucro e a escalada dos preços acaba dando resultados diferentes para produtores de grãos, de animais e de carnes. Julio Alberto Rodigheri