Análise Preliminar do Relatório de Caracterização Atual

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1 Análise Preliminar do Relatório de Caracterização Atual 1ª Versão

2 Apresentação A população de Salvador vive hoje uma oportunidade rara: estamos em pleno processo de elaboração do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e a Lei de Ordenamento e Uso do Solo (LOUOS). Isso significa que estamos estabelecendo qual a cidade que queremos ter nos próximos anos, isto é, que sementes queremos plantar para, no futuro, ter uma cidade mais justa, que atenda aos seus habitantes, em suas diversas camadas e realidades sociais e nos seus vários aspectos. Neste sentido, é importante ressaltar que a participação popular é primordial para o sucesso deste processo, não apenas em obediência ao Estatuto da Cidade, mas também por que não há como traçar diretrizes que atendam verdadeiramente a sociedade se esta não é consultada através de uma metodologia que extraia de fato aquilo que é fundamental para o seu pleno desenvolvimento. Do mesmo modo, especialistas devem estar envolvidos, a fim de traduzir os anseios da sociedade em realidade técnica, exequível. A Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), a fim de realizar os estudos necessários para propor o novo PDDU, contratou a consultoria da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), que, neste momento, apresenta o Relatório de Caracterização Atual 1 publicado no site do Plano Salvador 500 ou diagnóstico, de acordo com o corpo técnico da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), instituição responsável, entre outras atribuições, pela elaboração do próximo PDDU e LOUOS. O Grupo de Trabalho Participa Salvador, que tem como objetivo acompanhar, fiscalizar e colaborar com o processo de elaboração do PDDU, LOUOS e Plano Salvador 500, visando aprofundar e enriquecer as discussões, convidou um seleto grupo de arquitetos,urbanistas, arquitetos urbanistas e juristas, reconhecidos no exercício de sua profissão, para se debruçar sobre estes estudos básicos, a fim de verificar a sua qualidade, estabelecendo quais os pontos negativos e positivos do mesmo e ainda responder a algumas perguntas, que seguem: 1. O diagnóstico apresentado tem a qualidade mínima necessária para a elaboração um PDDU consistente, com conceito claro de cidade futura, mais social e democrática? 2. O diagnóstico apresentado corresponde ao que foi solicitado no Termo de Referência? 3. É possível cumprir o cronograma proposto pela PMS (que prevê a entrega do novo PDDU para Agosto deste ano), com os dados levantados por este diagnóstico? 4. As recomendações apresentadas no material analisado apresentam contribuições significativas para o novo Plano de Desenvolvimento Urbano? 5. As recomendações apresentadas no material analisado são produtivas para o Plano Diretor e Salvador contemporanea? 6. A metodologia na elaboração do diagnóstico contempla as diretrizes do Estatuto da Cidade (conteúdo mínimo do Plano Diretor), tais como: 1 1

3 a. Função social da Propriedade Urbana b. Justo delineamento dos limites entre interesse público e privado, estabelecendo a prioridade do investimento público e os limites para a iniciativa privada c. Diminuição das desigualdades sociais espacias, dentre outras. Sabemos que pedimos uma difícil tarefa para estes profissionais, tendo em vista o curto espaço de tempo que tiveram para fazer suas apreciações. O relatório analisado foi publicado com apenas 15 dias de antecedência em relação à audiência pública onde o mesmo será discutido com a sociedade, restando nos ainda alguns dias para organizar e distribuir o material, de modo que para o estudo real dos documentos foram dedicados menos de dez dias. Sendo assim, temos ciência de que ainda há muito a ser analisado e sugerido, porém já é possível delinear aqui algumas conclusões que permearam os comentários dos especialistas consultados: 1. Verificou se que, em todos os estudos analisados, não foram utilizados dados primários. A pesquisa baseou se em dados secundários e, ainda mais agravante, sem uma análise crítica dos mesmos, tornando o referido diagnóstico um documento superficial que não tem a qualidade necessária para a elaboração de um PDDU consistente; 2. Pelo mesmo motivo, verificou se que não houve uma soma, ou seja, não há novos diagnósticos que atualizem, de fato, a compreensão do momento atual da cidade; 3. Aquilo que foi acordado no Termo de Referência do contrato da consultora FIPE não parece estar contemplado no trabalho exposto; Apresentamos, portanto, o resultado deste estudo, deixando claro que a intenção deste Grupo de Trabalho submetido ao Fórum A Cidade Também é Nossa, através do Movimento Vozes e da Ong Rede de Profissionais Solidários pela Cidadania é auxiliar o processo de elaboração do PDDU, LOUOS e Plano Salvador 500, tendo em vista o seu aprofundamento e a promoção do diálogo entre o técnico e o popular. Agradecemos a boa vontade dos profissionais que prontamente aceitaram esta tarefa, não apenas pelo seu amor à profissão, mas pelo exercício da sua cidadania em sua compreensão mais alta. Esperamos com isto, estar contribuindo de forma contundente para a construção de uma cidade melhor para todos. 2

4 SUMÁRIO PARECER SOBRE O ITEM SANEAMENTO BÁSICO (P ) DO RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO ATUAL DO PLANO SALVADOR 500 ELABORADO PELA FIPE PARA A PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR/SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO/SUCOM PARECER TÉCNICO SOBRE OS ITENS 4.6 ÁS CONCLUSÕES DO 5.5 DO RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO ATUAL (ATUALIZADO) Luiz Roberto Santos Moraes 4 Inaiá Maria Moreira de Carvalho 9 ANÁLISE PRELIMINAR SOBRE O ITEM 6.1 (LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA) DO RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO ATUAL ELABORADO PELA FIPE PARA EMBASAR O PLANO SALVADOR 500 AVALIAÇÃO DAS PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES CONTIDAS NO RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO ATUAL, DO PLANO SALVADOR 500, NO RELATIVO A MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE OPINIÃO TÉCNICA SOBRE O ITEM USO DO SOLO E DINÂMICA URBANA DO RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO ATUAL PUBLICADO PELA PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR COMENTÁRIOS SOBRE O DOCUMENTO RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO ATUAL DO PLANO SALVADOR 500 PARECER SOBRE O ITEM HABITAÇÃO: DIAGNÓSTICO DA FIPE PARA O PLANO SALVADOR 500 Felipe Carvalho Santana Gabriel Galvão Arq. Juan Pedro Moreno Delgado, Dsc. Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento da Bahia IAB BA, através da sua Comissão Técnica: Prof. Dr. Antônio Heliodório Sampaio Prof. Dr. Luiz Antônio de Souza Arq./Urb Carl von Hauenschild Ronaldo Silveira Lyrio Consultor Ambiental Angela Gordilho Souza Arquiteta, doutora/fauusp

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6 Parecer sobre o item Saneamento Básico (p ) do Relatório de Caracterização Atual do Plano Salvador 500 elaborado pela FIPE para a Prefeitura Municipal de Salvador/Secretaria Municipal de Urbanismo/SUCOM O conteúdo apresentado no item Saneamento Básico trata se, na maior parte, de compilação dos Volumes II, III e IV que compõem o Plano Municipal de Saneamento Básico, que necessita de conclusão, edição integrada dos componentes do saneamento básico e aprovação. O Volume II se refere aos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário, já aprovado pela Lei Municipal n o 7.981/2011, que também institui o Fundo Municipal de Saneamento Básico FMSB e autoriza o Município a celebrar contrato programa com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A Embasa. Os Volumes III e IV se referem aos Serviços de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas e de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos, respectivamente, necessitam de aprovação e edição integrada com o Volume II para compor o Plano Municipal de Saneamento Básico. Além de atender a Lei Nacional de Saneamento Básico, Lei n o /2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico, o município de Salvador deverá também atender, nos dispositivos que couber, a Lei Estadual n o /2008, que institui princípios e diretrizes da Política Estadual de Saneamento Básico, o Sistema Estadual de Saneamento Básico, tendo como órgão superior o Conselho Estadual das Cidades, e o Sistema Estadual de Informações em Saneamento Básico articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), bem como a Lei que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador PDDU 2007, Lei Municipal n o 7.400/2008, Capítulo II Do Saneamento, Art. 95 a 106. O Art. 97, Inciso V estabelece a elaboração e implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico como instrumento fundamental para a Política Municipal de Saneamento Básico, ainda não instituída como estabelecido no Art. 95 da referida Lei. Quanto ao Programa Bahia Azul, citado na página 464 do Relatório, os resultados dos estudos realizados em Salvador sobre o Programa indicaram que o mesmo, embora tenha possibilitado a ampliação significativa da cobertura da população com rede coletora de esgotamento sanitário, não foi capaz de modificar a situação do abastecimento de água, limpeza urbana e drenagem de águas pluviais das áreas estudadas. A distribuição dos serviços se manteve desigual em função da renda da população e os níveis de cobertura e padrão de qualidade se mantiveram aquém do padrão desejado. Portanto, a efetividade do Programa, principalmente nas áreas periféricas, ficou comprometida no seu objetivo de alterar as condições de saneamento básico. Assim, os resultados sugerem que os serviços públicos de saneamento básico em Salvador, após as intervenções do Programa Bahia Azul, se mantiveram distantes de preencher os requisitos de um serviço público justo do ponto de vista social, uma vez que uma boa parcela dos moradores da cidade continuava a não dispor de serviço público de esgotamento sanitário adequado; moradores da periferia urbana continuaram submetidos a um serviço público de abastecimento de água intermitente; a qualidade da água se manteve 5

7 não conforme aos padrões de potabilidade; e, ainda, persistiram carências profundas nos campos da drenagem de águas pluviais e da limpeza urbana. No aspecto das condições sanitárias, a efetividade do Programa Bahia Azul foi comprometida uma vez que seus resultados não atenderam aos princípios minimamente aceitos para que um serviço público de saneamento básico seja considerado adequado, dentre eles: a universalidade e a igualdade. No que se refere à eficácia do Programa, esta foi também comprometida uma vez que metas não foram atingidas, principalmente, aquela relacionada à cobertura da população com esgotamento sanitário, uma das principais do Programa. Em alguns itens relacionados à melhoria operacional e capacitação de pessoal é que foi possível verificar alguma eficácia do Programa. Quanto ao citado Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil, de abril de 2015, e a posição de Salvador no mesmo, devem ser olhados com cautela, pois esse instituto é uma OSCIP criada por empresas fabricantes de tubulações para abastecimento de água e esgotamento sanitário e não uma instituição científica. Embora a participação popular e o controle social sejam muito importantes no exercício das funções de gestão dos serviços públicos de saneamento básico (planejamento, regulação, prestação e fiscalização), o parágrafo da página 465 encontra se descontextualizado. O texto nada comenta sobre a criação, instalação e funcionamento da Câmara Técnica de Saneamento Básico do Conselho Municipal de Salvador (Lei n o 7.400/2008, Art. 96, Inciso II e Art. 97, Inciso IV). Nosso parecer é que essa parte inicial do item necessita ser reelaborada Produção e Abastecimento de Água (que deveria ser apenas Abastecimento de Água) Inicia o sub item citando a definição de abastecimento de água potável estabelecida pela Lei n o /2007, Art. 3º., Inciso I, alínea a. Apresenta um breve resumo do diagnóstico do Sistema Integrado de Abastecimento de Água que abastece Salvador, incluindo mananciais (com suas vazões), extensão de adutoras, Estações de Tratamento de Água ETA, centros e capacidade de reservação e extensão de rede de distribuição de água, indicando com fonte de informações o Volume II do Plano Municipal de Saneamento Básico. Cita o índice de perdas de água em Salvador em 2009 e 2013 sem nenhum comentário e distinção entre as perdas reais (vazamentos diversos) e as perdas aparentes (volumes consumidos não autorizados e não faturados). Apresenta também três figuras (Gráficos 6.6a, Mapa 6.6b e Gráfico 6.6b), não referidas no texto, e não tece nenhum comentário sobre elas. Aborda de forma resumida a demanda versus disponibilidade hídrica no período , mostrando uma concepção de gestão da oferta (necessidade de novas obras para garantir mais água, ampliar a oferta) e não de gestão integrada e gestão da demanda, com uso racional e eficiente da água, redução de perdas, reúso, aproveitamento de água de chuva, minimização da geração de efluentes, proteção de mananciais e suas nascentes, adaptação 6

8 às mudanças climáticas etc. Indica como situação bastante confortável a utilização da capacidade do sistema Pedra do Cavalo (o que implicaria na construção de duas novas adutoras de 7m 3 /s em detrimento, quando necessário, do aproveitamento do Rio Pojuca Qitapecerica=19,7m 3 /s e do aquífero da Bacia Sedimentar do Recôncavo Qt=20m 3 /s). As projeções de população e de demanda apresentadas precisam ser atualizadas. Nada é abordado no Relatório sobre a utilização de água subterrânea disponível no município de Salvador para fins de consumo humano. Nosso parecer é que esse sub item necessita ser reelaborado Coleta e Tratamento de Esgotos Sanitários (que deveria ser Esgotamento Sanitário) Esse sub item também inicia citando a definição de abastecimento de água potável estabelecida pela Lei n o /2007, Art. 3º., Inciso I, alínea b. Cita de novo o Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil, sobre o qual já tecemos comentários e lista as ações da Embasa para ampliar o número de ligações domiciliares de esgotos sanitários em Salvador. Apresenta três figuras (Gráfico 6.6c e Mapas 6.6c e 6.6d), não referidas no texto, e também não tece nenhum comentário sobre elas. Aborda sucintamente sobre a necessidade de parceria entre Poder Público local e a empresa delegatária dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário para atuação em assentamentos precários e apresenta o exemplo entre o Município de São Paulo e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sabesp quando da celebração do contrato de programa (Lei n o /2009). Faz um breve resumo, sem análise crítica, do Sistema de Esgotamento Sanitário de Salvador composto de 34 bacias coletoras, agrupadas em 6 subsistemas, 217 estações elevatórias, informa a extensão de rede coletora e apresenta algumas características dos Sistemas de Disposição Oceânica do Rio Vermelho e do Jaguaribe/Boca do Rio (a Tabela 6.6d não está referida no texto, não informa o diâmetro da tubulação do emissário da Boca do Rio e informa o ano do início de operação dos sistemas, equivocadamente denominado de implantação; também a Figura 6.6f e o Gráfico 6.6d não estão referidos no texto), reproduzindo a defesa dessa solução para cidades litorâneas realizada no Volume II do Plano Municipal de Saneamento Básico. Informa a existência de 72 Estações de Tratamento de Esgotos de sistemas de conjuntos habitacionais e fossas individuais (que devem ser sépticas). No final faz um questionamento às estações de captação em tempo seco, segundo o Relatório em número de 13. Nosso parecer é que esse sub item necessita ser reelaborado Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas 7

9 Esse sub item inicia citando a definição de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas estabelecida pela Lei n o /2007, Art. 3º., Inciso I, alínea d. Repete as definições de bacia hidrográfica e bacia de drenagem natural utilizadas na pesquisa Qualidade das Águas e da Vida Urbana de Salvador. Apresenta a Tabela 6.6e e a Figura 6.6g, não referidas no texto, e também não tece comentários sobre elas. Faz um resumo pobre sem caracterizar de forma adequada o sistema de drenagem urbana de Salvador, abusa em utilizar nove citações literais de trechos do Volume III sobre o Serviço de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas, que necessita ainda de aprovação para compor o Plano Municipal de Saneamento Básico, além de se basear no conteúdo do referido Volume para escrever diversos outros parágrafos. Não faz nenhuma análise rigorosa dos crescentes e constantes alagamentos que ocorrem na Cidade, todo ano, nos períodos de chuvas. Nosso parecer é que esse sub item necessita ser reelaborado Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Esse sub item inicia também citando a definição de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos estabelecida pela Lei n o /2007, Art. 3º., Inciso I, alínea c. Apresenta a Figura 6.6h, os Gráficos 6.6e e 6.6f, a Tabela 6.6f e o Mapa 6.6e, que não são referidos no texto, e também não tece comentários sobre eles. Informa sobre as dificuldades dos objetivos estabelecidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n o /2010, Art. 7º., Inciso II) serem alcançadas na prática, porém não apresenta nenhuma justificação para tal informação. Não apresenta nenhuma abordagem sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos (Lei n o /2014). Apresenta parágrafos soltos e descontextualizados ao longo do texto, sem tecer comentário sobre o significado da inserção dos mesmos, como, por exemplo, o da página 490: O sistema opera em regime misto, composto por: Secretaria Municipal de Obras Públicas (Semop), Secretaria Cidade Sustentável (Secis), Limpurb, concessionárias Bahia Transporte e Tratamento de Resíduos S.A. (Battre) e Consórcio Salvador Saneamento Ambiental, Agência Reguladora e Fiscalizadora de Serviços Públicos de Salvador (Arsal) e Fundo Municipal de Limpeza Urbana (FMLU). O resumo realizado a partir do Volume IV sobre o Serviço de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos (ainda não aprovado) do Plano Municipal de Saneamento Básico é muito pobre sem caracterizar de forma adequada o sistema de manejo de resíduos sólidos de Salvador, abusando também na utilização de citações literais, além de se basear no conteúdo do referido Volume para escrever diversos outros parágrafos. Nosso parecer é que esse sub item necessita ser reelaborado 8

10 Algumas Considerações Finais O conteúdo do item do Relatório de Caracterização Atual é uma breve e mal feita compilação dos Volumes II, III e IV do Plano Municipal de Saneamento Básico, com quase nenhuma análise crítica, muito aquém do que se espera de um documento elaborado como parte do Plano Salvador 500. As figuras e tabelas apresentadas não estão referidas ao longo do texto nem são comentadas. Fica a impressão que o referido item foi elaborado por estagiários, o que é muito preocupante, pela importância do saneamento básico para o Município e sua população, bem como pela importância do referido Relatório como parte inicial do Plano Salvador 500. Dessa forma, consideramos insatisfatório o conteúdo apresentado e somos de parecer que o item do Relatório deve ser completamente reelaborado. Luiz Roberto Santos Moraes, PhD Professor Titular em Saneamento e Participante Especial da Universidade Federal da Bahia 9

11 PARECER TÉCNICO SOBRE OS ITENS 4.6 ÁS CONCLUSÕES DO 5.5 DO RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO ATUAL (ATUALIZADO) Tendo examinado o relatório apresentado pela FIPE no que se refere aos aspectos sócio econômicos e demográficos, avaliando sua adequação como fundamento para o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano PDDU de Salvador, assinalo, de início, que o mesmo se baseia fundamentalmente em dados dos censos demográficos, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD, da Pesquisa de Orçamento Familiar POF, da Pesquisa de Emprego e Desemprego PED, e de outras fontes secundárias, abordando um variado espectro de características da capital baiana. Mais precisamente, a sua estrutura produtiva, mercado de trabalho, condições ocupacionais, condições demográficas, educação e saúde, segurança, divisão em classes sociais, perfil e padrões de consumo dessas classes e sua distribuição no espaço urbano, comparando algumas dessas características com as prevalecentes na Região Metropolitana de Salvador, no Estado da Bahia e em outras áreas do país. No que tange à estrutura produtiva, o texto destaca como Salvador é uma cidade onde predominam as atividades terciárias, com uma pequena participação da indústria, concentrada na produção de bens de consumo não duráveis e sem articulação com a grande indústria sediada em outros municípios da sua Região. Assinala como a cidade vem tendo um fraco desempenho econômico, tendo crescido a uma taxa média anual de apenas 1,6% entre 1992 e 2012, enquanto em outras metrópoles nordestinas, como Recife e Fortaleza, esse crescimento vem sendo bem mais elevado. Apresenta a movimentação do mercado imobiliário (que experimentou um grande dinamismo entre 2009 e 2011, mas que atualmente se encontra em uma fase de retração) e destaca a importância e potencialidades do turismo, inclusive em termos de geração de empregos, mencionando que Salvador é o terceiro destino mais visitado do país, ficando atrás apenas do Rio e São Paulo, segundo uma pesquisa efetuada pela FIPE. O diagnóstico sócio demográfico apresenta dados sobre o tamanho e o crescimento da população de Salvador e da sua Região Metropolitana. Ressalta como esse crescimento vem se reduzindo vertiginosamente nas últimas décadas, e como a transição demográfica está levando a um envelhecimento da população, com a redução relativa do grupo das 10

12 crianças e jovens, o crescimento do grupo de adultos e idosos e o decréscimo da razão de dependência. No que se refere às condições ocupacionais o texto assinala que, como ocorreu no país, Salvador e sua Região Metropolitana apresentam mudanças expressivas nas últimas décadas. O emprego continua concentrado nos serviços, no comércio e na administração pública, com uma participação que não é desprezível da construção civil e muita pequena da indústria. Mas o número de ocupados cresceu, o desemprego caiu, a formalização dos vínculos ocupacionais se ampliou e os salários obtiveram uma certa melhoria. Contudo, Salvador ainda apresenta a maior taxa de desemprego entre as capitais do país, e a maioria dos seus trabalhadores aufere baixas remunerações. Conforme as análises da FIPE, as mudanças no mercado de trabalho, associadas ao aumento do valor real do salário mínimo e aos programas sociais, viabilizaram um aumento da segurança alimentar. Na área de saúde também houve avanços nos últimos anos, com um declínio da mortalidade geral e infantil e um aumento da expectativa de vida, ainda que Salvador tenha se transformado em uma das cidades mais violentas do país, com uma elevada taxa de homicídios por habitantes. No plano educacional as condições são muito preocupantes, especialmente no que diz respeito às matrículas nos diversos níveis de ensino, no desempenho no IDEB (o pior entre as capitais do Brasil) e na escolaridade média da população. Com base nos Censos demográficos de 2000 e 2010, o texto também aborda as diferenças de renda, tamanho médio das famílias, composição étnica, religião, educação, taxa de atividade e outras características da população, considerando sua divisão em classes sociais e distribuição no espaço urbano, por áreas de ponderação. A divisão de classes foi efetuada a partir da renda familiar per capita mensal, considerando como classe pobre todos os indivíduos com renda per capita menor ou igual a R$162,00 em valores de Como classe dos vulneráveis aqueles com renda domiciliar per capita entre R$162,00 e R$291,00; como classe média as pessoas com essa renda domiciliar entre R$291,00 e R$1.019,00 e como classe alta os que auferiam acima de R$1.019,00 mensais. Partindo dessa diferenciação o texto destaca alguns fenômenos e mudanças, como a predominância de católicos na classe alta os que auferiam uma renda domiciliar per capita acima de R$1.019,00; o crescimento dos evangélicos em todas as classes, e diferenças bastante pronunciadas de escolaridade entre as pessoas; variações nas taxas de atividade, 11

13 avanços nos índices de atendimento da rede de água e esgoto entre os vulneráveis e os pobres, um maior acesso desses últimos a bens duráveis (como geladeiras e televisores) e uma queda acentuada do tamanho de suas famílias. Finalmente, reconhecendo a fraca dinâmica econômica de Salvador nos últimos anos, o texto apresenta algumas considerações sobre as dificuldades e potencialidades do seu desenvolvimento. Nessas considerações, enfatiza como o baixo nível de escolaridade de sua população contribui para a reprodução das desigualdades e da pobreza e limita o desenvolvimento de setores produtivos que requerem uma mão de obra especializada, e como a insegurança pública é problemática em uma cidade turística. Por isso mesmo, recomenda como diretrizes para potencializar o seu desenvolvimento, que sejam implementadas políticas de melhoria da educação e da qualificação da força de trabalho e da segurança pública; estímulos ao desenvolvimento de setores intensivos de mão de obra qualificada e de setores estratégicos que possam se transformar em fornecedores para a indústria instalada na Região Metropolitana. A apreciação desse conteúdo deixa patente que apesar de sua amplitude e correção básica o relatório se caracteriza pela superficialidade, deixando de apresentar algumas informações relevantes e ficando muito preso aos dados empíricos, sem aprofundar suas análises e conclusões. As considerações de ordem econômica, por exemplo, não exploraram a divisão de trabalho, as conexões e a competição entre Salvador e os municípios de sua Região Metropolitana, nem as implicações desses fenômenos sobre as condições de arrecadação e de autonomia financeira de Salvador. O diagnóstico sócio demográfico é extremamente sucinto, apresentando dados sobre o tamanho e crescimento da população e ressaltando o seu envelhecimento, mas sem discutir a questão das migrações ou sequer apresentar a pirâmide demográfica do município, com a distribuição da população por faixas de idade, essencial para a definição e implementação de políticas públicas como, por exemplo, na área da educação. Além disso, a população da Região Metropolitana é apresentada incorretamente, como já tendo atingido 6,3 milhões de habitantes. Nota se, igualmente, a ausência de informações mais gerais básicas, como a posição na ocupação do conjunto de trabalhadores e da remuneração dos ocupados e dos chefes dos domicílios por faixas de renda, evidências fundamentais das condições de desigualdade e de pobreza que persistem em Salvador. A divisão em classes sociais utilizando apenas a 12

14 variável renda, sem levar em conta as condições de ocupação e educação, é metodologicamente discutível. Será que um casal composto por um qualificado e esforçado pedreiro e uma professora do ensino fundamental, ainda sem filhos, e com uma renda domiciliar per capita pouco superior a R$1.019,00 pode ser incluído na classe alta? Considerando como a intenção de reduzir as desigualdades é enfatizada entre os objetivos do Plano, porém, a maior limitação do diagnóstico é não explorar como essas desigualdades se apresentam no território urbano e no que poderia ser denominado como as três cidades de Salvador, ou seja, a Orla Atlântica, o Miolo e o Subúrbio Ferroviário, sabendo se o quanto esses espaços são diferenciados em termos da sua densidade populacional, perfil demográfico, condições de ocupação e renda, educação, saúde, acesso à infra estrutura e serviços urbanos e outras características dos seus moradores. Ademais a tentativa de espacializar certos fenômenos não chegou a ser melhor sucedida, uma vez que os autores geralmente se limitaram a reportá los de forma abstrata às adversas áreas de ponderação ou às regiões norte, centro oeste, centro sul, ou centro leste da cidade. Por tudo isto, embora o relatório possa ser utilizado, ele necessita ser complementado e modificado, assumindo um caráter mais analítico e aprofundado para atender aos objetivos para cujo atendimento foi realizado. Salvador, 15 de junho de Inaiá Maria Moreira de Carvalho Doutora em Sociologia e Professora Universitária 13

15 ANÁLISE PRELIMINAR SOBRE O ITEM 6.1 (LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA) DO RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO ATUAL ELABORADO PELA FIPE PARA EMBASAR O PLANO SALVADOR 500 A presente manifestação tem como objetivo delinear uma avaliação preambular acerca do item 6.1 (Legislação Urbanística) do documento Relatório de Caracterização Atual confeccionado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) para dar substrato ao Plano Salvador 500, cingindo lhe críticas de maneira propositiva, a fim de colaborar com o aperfeiçoamento técnico do novo PDDU do Município de Salvador. Em linhas gerais, a abordagem realizada pela FIPE no tópico 6.1 do reportado relatório buscou apresentar um diagnóstico da legislação urbanística de Salvador hodiernamente, bem como recomendar a revisão, alteração e/ou aprimoramento da disciplina conferida pela legislação municipal a alguns institutos previstos no Estatuto da Cidade, na ocasião da elaboração do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano da capital baiana. Nada obstante o distanciamento da Fundação tenha favorecido sua imparcialidade no julgamento de determinadas proposições (algumas contrárias à interesses já declarados pelo Município), conforme restará demonstrado a seguir, constata se ao longo do relatório uma série de imprecisões e, até mesmo, um certo grau de desconhecimento da instituição acerca de fatos e peculiaridades da cidade de Salvador. Da mesma forma, salta aos olhos a omissão e/ou o enfoque genérico e superficial que fora conferido a algumas matérias reputadas cruciais para a promoção de uma revisão substancial do PDDU da capital baiana, em contraponto à maior atenção dada à instrumentos urbanísticos já regulamentados e largamente utilizados na contemporaneidade soteropolitana. Para facilitar a apreciação da presente manifestação, didaticamente, será ela ordenada em três partes: 1) histórico da legislação urbanística de Salvador; 2) instrumentos da política urbana face à Lei Municipal 7.400/08 e ao novo PDDU de Salvador; 3) Proposições positivas observadas ao longo do item 6.1. do relatório da FIPE. 1. HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA DE SALVADOR O item 6.1 (Legislação Urbanística) do relatório em apreço inicia se com uma abordagem histórica do planejamento urbano no Munícipio do Salvador. Partindo de 1930, traça os acontecimentos reputados como marcos históricos da cidade sobre esta matéria, entre eles: 14

16 a criação do EPUCS em 1943 e a elaboração do Plano Urbanístico de Salvador pelo mesmo; a criação do PLANDURB; o advento da Lei de Ordenamento do Uso do Solo (Lei Municipal nº 3.377/84); o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de 1985 de Salvador; e o PDDU de 2004 da capital baiana. Insta salientar, entretanto, a existência de uma grave lacuna informacional acerca das décadas de 1960 e de 1970, período de maior efervescência na expansão urbana de Salvador, decorrente de intervenções e alterações no uso e na ocupação do solo, a saber: a) a abertura de vias, tais como as Avenidas Antônio Carlos Magalhães, Anita Garibaldi, Suburbana, Paralela e Mario Leal Ferreira; b) o surgimento de novos espaços na cidade, através da instalação da rodoviária na região do Iguatemi; da implantação do próprio Shopping Iguatemi; da criação do Centro Administrativo da Bahia; da criação dos loteamentos Vela Branca e Itaigara etc.; c) o crescimento da urbe em direção ao norte, com a formação de novos bairros e a intensificação das ocupações irregulares, entre outros; cuja avaliação jamais poderia ser negligenciada num quadro evolutivo da expansão urbana da cidade, inclusive, quanto ao regramento jurídico que lhes deu substrato. Da mesma maneira, vislumbra se nesta análise cronológica a omissão quanto a uma série de diplomas normativos relevantes sob a ótica urbanística, podendo se enumerar, exemplificativamente, os seguintes: 1) Lei Municipal nº 1.855/66 (primeiro Código de Urbanismo e Obras do Município de Salvador); 2) Lei Municipal nº 2.403/72 (Código de Urbanismo e Obras do Município de Salvador, que sucedeu o instituído pela Lei Municipal 1.855/66); 3) Lei Municipal nº 3.200/82 (que dispunha sobre o parcelamento do solo urbano e criou incentivos para loteamentos populares); 4) Lei Municipal nº 3.993/83 (que criou a contrapartida, instrumento antecessor da Outorga Onerosa do Direito de Construir) e o seu Decreto regulamentador, Decreto nº 8.381/89, que já fixava, inclusive, uma fórmula aritmética de cálculo; 5) Lei Municipal nº 4.668/92 (que suspendeu a aplicação da Lei Municipal nº 3.993/83 até a criação do novo PDDU de Salvador); 6) Lei Municipal nº 3.805/87 (que instituiu o instituto da Transferência do Direito de Construir, conhecido como TRANSCON, em Salvador) e Lei Municipal nº 4.668/92 (que incrementou a possibilidade de uso da TRANSCON para fins de regularização fundiária) embora ambas tenham sido pontuadas posteriormente, à fl. 180; 7) Decreto nº 5.065/76 (que instituiu a Zona Homogênea da Pituba); 8) Decreto nº 5.403/78 (que instituiu a Zona Homogênea do 15

17 Nordeste de Amaralina); Ondina/Rio Vermelho). 9) Decreto nº 8.453/89 (que aprovou o plano urbanístico Ademais, ao debruçar se sobre os PDDU s de 1985 e de 2004, o relatório sub oculis restringe se a indicar, superficialmente, algumas das matérias que lhes compunham, sem, contudo, enfatizar: 1) a importância do PDDU de 1985, que foi a primeira referência de planejamento urbano da cidade de Salvador; 2) o fato do PDDU de 2004 ter sido anulado judicialmente (embora tal decisão tenha perdido o seu objeto antes de irradiar seus efeitos, ante o advento do PDDU de 2008); 3) a circunstância da elaboração do PDDU de 2004 ter sido subsidiada por estudos técnicos consistentes, e que os dados primários que o embasaram foram reutilizados para a elaboração do PDDU de 2008, com atualizações de projeções e estimativas; 4) que pretende se utilizar estes estudos básicos com dados primários que embasaram o PDDU de 2004 no Plano Salvador 500, enquanto lastro para a elaboração do novo PDDU de Salvador, muito embora eles não guardem mais congruência com a realidade hodierna da cidade (afinal, já faz mais de uma década que tais dados foram levantados); 5) que se mostra fundamental à edição de um novo PDDU sério e consistente para Salvador a realização de estudos atualizados de densidade populacional ou, pelo menos, que sejam utilizados os dados atuais da Embasa, já que os estudos de densidade do IBGE 2010 não são suficientemente precisos/confiáveis para se obter uma amostra fidedigna da realidade soteropolitana, bem como a consecução de um levantamento sobre a capacidade de suporte (saturação de infraestrutura) das diferentes zonas da cidade, para balizar o padrão desejado de uso e ocupação do solo para cada zona de uso. Por fim, cumpre asseverar o equívoco incorrido pela FIPE às fls. 173, ao afirmar que, com a edição do PDDU de 2008 (Lei Municipal nº 7.400/08), permaneceu em vigor apenas o art. 120, IV, 4, n, do PDDU de 2004 (Lei Municipal nº 6.586/04), que cria como corredor de atividades diversificadas a Avenida San Martin, quando, na verdade, tal dispositivo reporta se à Rua das Dálias. Como se percebe, já no escorço histórico introdutório, revela se a omissão de informações significativas sobre o planejamento e a expansão urbana da cidade de Salvador ao longo dos anos, vício este que, lamentavelmente, se repete, em alguma medida, nos tópicos seguintes. 16

18 2. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA FACE AO PDDU DE 2008 (LEI MUNICIPAL Nº 7.400/08) E AO NOVO PDDU DE SALVADOR Vencida a explanação sobre os antecedentes históricos acerca do planejamento urbano de Salvador, o relatório em testilha passa a enfrentar os instrumentos da política urbana, fazendo um contraponto entre os institutos jurídicos previstos no Estatuto da Cidade, aqueles que foram incorporados no PDDU de 2008 de Salvador (Lei Municipal nº 7.400/08) e os possíveis aprimoramentos/alterações que poderiam ser implementados na ocasião da edição do novo PDDU da capital baiana. Todavia, além de fazer um indesejável recorte para abordar apenas alguns dos institutos do Estatuto da Cidade (Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios; IPTU Progressivo no Tempo; Desapropriação Sanção; Outorga Onerosa do Direito de Construir; Transferência do Direito de Construir; Operações Urbanas Consorciadas; e Zoneamento) e da MP 2.220/01 (Concessão de Uso Especial para fins de Moradia e Autorização de Uso para fins Comerciais), constata se que o relatório concedeu uma ênfase completamente injustificada à Outorga Onerosa do Direito de Construir e à TRANSCON que são instrumentos urbanísticos já regulamentados e largamente utilizados na contemporaneidade soteropolitana, inclusive, com indicação de várias propostas para seu aperfeiçoamento; em contraponto ao enfoque genérico e superficial que fora conferido às matérias que são reputadas como essenciais para a promoção de uma revisão substancial do PDDU de Salvador, a saber: o Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios; IPTU Progressivo no Tempo; Desapropriação Sanção; Demarcação Urbanística e Legitimação de Posse [1]. Inegavelmente, o maior entrave à efetivação da função social da propriedade coração da política de desenvolvimento urbano na capital baiana tem sido a inexistência de norma regulamentadora dos mencionados institutos. Na prática, dentre os instrumentos previstos no Estatuto da Cidade, apenas a Outorga Onerosa do Direito de Construir e a TRANSCON foram implementados em Salvador, os quais em nada modificam a realidade da cidade, que permanece vulnerável à especulação imobiliária. Daí porque avulta a necessidade de se refletir a respeito da utilidade do novo PDDU da cidade dispensar a reportada norma regulamentadora e, dando um tratamento exaustivo à matéria, conferir autoaplicabilidade ao Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios; ao IPTU Progressivo no Tempo e à Desapropriação Sanção; ou, ao menos, fixar um prazo vinculativo para a edição da referida 17

19 norma regulamentadora discussão fundamental que é completamente ignorada no item 6.1 do relatório da FIPE. Outrossim, causa estranhamento a timidez dispensada pela Fundação ao Estudo de Impacto de Vizinhança e às Operações Urbanas Consorciadas, instrumentos relevantíssimos, respectivamente, para a promoção da expansão ordenada da cidade e para a criação de novas centralidades na urbe, sob a ótica das cidades concêntricas. Quanto ao EIV, limita se a traçar considerações sobre a insegurança jurídica existente acerca de sua exigibilidade, bem como a respeito do comprometimento de sua aplicabilidade na conjuntura jurídica atual de Salvador, ante a declaração de inconstitucionalidade total das Leis Municipais nº 8.378/12 e nº 8.379/12 e, principalmente, ante a declaração de inconstitucionalidade parcial da Lei Municipal nº 8.167/12 (Lei de Ordenamento do Uso do Solo de Salvador), inclusive, na parte que havia disciplinado o Estudo de Impacto de Vizinhança, fazendo incidir o efeito repristinatório sobre os dispositivos da antiga LOUOS de Salvador (Lei Municipal nº 3.377/84) que tratavam desta matéria. Todavia, da mesma maneira que ocorrera com os institutos acima mencionados, a FIPE evita o enfrentamento da utilidade do PDDU dar tratamento exauriente ao EIV, dispensando a regulamentação posterior com o propósito de dar lhe autoaplicabilidade, afinal, o Estudo de Impacto de Vizinhança e a aplicação das medidas compensatórias que lhe são correlatas afiguram se como importantíssimos instrumentos viabilizadores da expansão ordenada da cidade, a partir da transferência dos encargos provenientes da saturação de infraestrutura urbana para os empreendedores imobiliários. À sua vez, a análise das Operações Urbanas Consorciadas restringe se à sugestão (incoerente) de ampliação dos perímetros definidos atualmente para a OUC 1 Baia de Todos os Santos e a OUC 2 Orla do Atlântico, dadas as suas potencialidades de transformação urbanística. No entanto, não se aponta no relatório qualquer proposta de novo perímetro, afirmando se simplesmente que se faz necessária a realização de estudos analíticos mais aprofundados para que se possa definir a viabilidade destas possíveis intervenções urbanísticas. Noutro giro, registre se a atenção especial atribuída pelo relatório em epígrafe à definição dos Coeficientes de Aproveitamento e à revisão do instituto do zoneamento em Salvador, 18

20 assuntos que, por guardarem correlação direta com o solo criado (objeto da Outorga Onerosa do Direito de Construir e da TRANSCON), ratificam as críticas supracitadas. No que tange aos Coeficientes de Aproveitamento, a FIPE propõe a adoção de um Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) único para toda a cidade de Salvador; a definição de um Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CAM) variável, a ser alcançado com a utilização do solo criado; e a criação de um Coeficiente de Aproveitamento Mínimo (CAMin) por zona de uso, a fim de balizar o cumprimento da função social da propriedade [2]. Em que pese a estratégia da adoção de um CAB único favoreça a arrecadação municipal já que, fatalmente, se auferiria mais recursos com a Outorga Onerosa do Direito de Construir e, possivelmente, conduza à aplicação de maiores investimentos na infraestrutura de Salvador a partir destes recursos, é preciso atentar se para a existência de áreas específicas da cidade, que, devido às suas características ambientais especiais, demandam a fixação de um CAB muito inferior àquele indicado para as demais regiões (à exemplo do que ocorre nas Lagoas e Dunas do Abaeté). Destarte, tal circunstância culmina por inviabilizar a adoção de um CAB propriamente uniforme para todo o Município de Salvador, seja pela impossibilidade de se fixar um CAB único incompatível com essas áreas especiais; seja pela a inconveniência de se fixar o CAB muito baixo para todo o território da cidade, a fim de que se harmonize com tais áreas especiais. No mesmo sentido, nada obstante a criação de um CAMin pareça, numa análise preliminar, ser importante para a efetivação da função social da propriedade, numa avaliação mais aprofundada verifica se que tal instrumento poderá se mostrar inócuo, caso o novo PDDU discipline de maneira habilidosa os conceitos de imóvel não edificado, não utilizado e subutilizado, atualmente previstos no art. 248, 1º, 2º e 3º, Lei Municipal 7.400/08. Tais conceitos, especialmente o de imóvel subutilizado [3], detém maior capilaridade e poderão ser mais eficientes ao cumprimento da função social da propriedade do que o CAMin propriamente. De qualquer forma, se a criação deste CAMin for associada a tais conceitos numa relação de complementariedade, inexistirão maiores questionamentos, dada a ampliação (positiva) dos instrumentos balizadores do cumprimento da função social da propriedade. 19

21 Finalmente, encerra se a avaliação quanto aos instrumentos da política urbana com o enfrentamento do Zoneamento, das Macrozonas e das Macroáreas. Após reproduzir a divisão territorial abraçada pelo PDDU de 2008 de Salvador, informando os tipos de zonas e suas subcategorias e correlacionando as com os coeficientes de aproveitamento adotados, o relatório da FIPE propõe, sem maiores fundamentos, que sejam as zonas de uso predominantemente residencial divididas em quatro tipos, caso adotado o CAB único = 1,0: I) ZPR de baixíssima densidade (CAB = 0,5 e CAM = 0,5) para a macrozona de proteção ambiental; II) ZPR de baixa densidade (CAB = 1,0 e CAM = 1,0); III) ZPR de média densidade (CAB = 1,0 e CAM = 2,0); IV) ZPR de alta densidade (CAB = 1,0 e CAM = 3,0); podendo ainda ser adotado critério (sem indicá lo) de redução do CAB ao longo do tempo, para que se possa alcançar este CAB único. Ademais, sinaliza que as zonas de uso não residencial, as Zonas industriais (ZIN) com CAB igual a 1,0 e Zona de Exploração Mineral (ZEM) devem ser objeto de estudo pelo órgão competente, sem definir, contudo, quando este estudo deverá ser realizado e se ele será ou não utilizado pelo PDDU para avaliar o CAB, CAM e o CAMin. Quanto à Zona de Proteção Ambiental (ZPAM) e a sua destinação, a Fundação informa apenas que deverá ela ser regulamentada segundo as diretrizes gerais e pelos critérios específicos estabelecidos pelo Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (SAVAM), sem definir se o novo PDDU irá discipliná la ou não. Conclui se a avaliação do Zoneamento indicando a necessidade de se implementar regras de zoneamento genéricas, que possam ser perfeitamente entendidas por todos os agentes que atuam na construção da cidade, bem como de se fortalecer o Zoneamento, minimizando a aplicação dos critérios de compatibilidade locacional. Nada obstante seja sensato o anseio de simplificação da legislação urbanística (de modo a tornar se mais prática e compreensível por todos) e correta a constatação indireta de que EIV deva ser utilizado para minimizar os impactos ocasionados por empreendimentos em áreas cujo PDDU já permita a sua implantação (e não como instrumento flexibilizador do Zoneamento), cumpre asseverar que não convém que as regras de zoneamento sejam genéricas, tal como sugerido, mas sim especificas, de acordo com as características das zonas e suas subcategorias, dada a heterogeneidade da cidade de Salvador. Por fim, o relatório examinado propõe a definição do macrozoneamento da capital baiana com base nos eixos estruturadores, projetos catalisadores e na visão estratégica da 20

22 Salvador desejada em Ademais, sugere a subdivisão da Macrozona de Ocupação Urbana em quatro Macroáreas tendo se como referência os elementos estruturadores do território: sistema viário, de transportes de passageiros e de carga, melhoramentos viários, o SAVAM previsto no PDDU de 2008 e as análise de uso e ocupação do solo quais sejam: I) Macroárea de Integração Metropolitana; II) Macroárea de Revitalização da Orla Atlântica; III) Macroárea de Qualificação da Orla da Baia de Todos os Santos; IV) Macroárea de Estruturação Urbana. Todavia, mais uma vez, tal divisão é feita sem a apresentação de fundamentos sólidos e da metodologia utilizada para se alcançar tais conclusões, reportando se apenas a estudos analíticos ainda não realizados. Além de todas as deficiências supramencionadas, o item 6.1 do relatório da FIPE é marcado ainda por uma redação confusa, com variadas incorreções e imprecisões pontuais, circunstâncias que, quando tomadas em conjunto, corroboram que o documento em testilha diz respeito a uma mera análise preliminar da legislação urbanística de Salvador, que ainda será complementada e finalizada [4]. Como se percebe, o relatório em epígrafe revela se genérico, superficial, impreciso e/ou omisso quanto a uma série de matérias, algumas delas reputadas cruciais para a promoção de uma revisão do PDDU que favoreça à efetivação dos ideias previstos no Estatuto da Cidade; optando, declaradamente, por conferir maior atenção à instrumentos urbanísticos já regulamentados e largamente utilizados na contemporaneidade soteropolitana, mas que não têm o condão de modificar a dinâmica da cidade, que permanece vulnerável à especulação imobiliária. 3. PROPOSIÇÕES POSITIVAS OBSERVADAS AO LONGO DO ITEM 6.1 DO RELATÓRIO DA FIPE Em que pese todas as deficiências e críticas apontadas nos tópicos anteriores, por outro lado, compete assinalar as proposições positivas trazidas pela FIPE no item 6.1 do relatório em apreço, a saber: 1) criação de um Cadastro de Edificações Notificadas, para fins de aplicação do Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios; IPTU Progressivo no Tempo e Desapropriação Sanção (apesar de ter podido ir além, fixando a importância de se consignar um prazo no próprio PDDU para a criação deste cadastro); 2) realização de um estudo técnico sobre a capacidade de suporte (saturação de infraestrutura) das diferentes zonas da cidade, inclusive, para balizar a aplicação da Outorga Onerosa do Direito de Construir e da TRANSCON o que facilitaria ainda o uso destes institutos enquanto 21

23 instrumentos indutores do desenvolvimento urbano (embora se reconheça que tal estudo tenha uma importância muito mais dilatada, favorecendo a aplicação de vários outros instrumentos da política urbana para além da Outorga Onerosa do Direito de Construir e da TRANSCON); 3) inclusão de fatores de indução da urbanização para balizar a quantificação paga pela Outorga Onerosa do Direito de Construir (embora não avance para detalhá los); 4) implementação de um fator de redução e/ou isenção do valor pago à título de Outorga Onerosa do Direito de Construir para usos institucionais de interesse público (conquanto não se proponha a especificá los); 5) revisão conceitual da fórmula de cálculo da Outorga Onerosa do Direito de Construir, fazendo uso do conceito de terreno virtual para o cálculo da contrapartida financeira, adotando se o Valor Venal do terreno constante do cadastro de cobrança do IPTU (em desacordo com os interesses já declarados pelo Município de Salvador, consubstanciados no já aprovado PL 201/14 demonstrando, neste ponto, uma elogiável imparcialidade perante o ente Municipal contratante); 6) simplificação da Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo de Salvador, a fim de torna la mais compreensível aos agentes envolvidos na construção da cidade (proprietários de imóveis, projetistas, empreendedores imobiliários etc.) e favorecer a fiscalização Municipal; 7) distinção entre as fórmulas de cálculo da TRANSCON quando houver doação, por parte do proprietário, para finalidades de interesse público, do próprio imóvel cujo potencial construtivo o Município pretende evitar [5]. 4. CONCLUSÃO Diante do exposto, constata se que o item 6.1 (Legislação Urbanística) do Relatório de Caracterização Atual elaborado pela FIPE contém uma série de falhas graves e inaceitáveis para um estudo que se propõe a subsidiar o Plano Salvador 500. Conforme se delineou nas linhas pretéritas, além de revelar um certo grau de desconhecimento da Fundação acerca de fatos e peculiaridades da cidade de Salvador, o presente relatório é marcado pelo enfoque genérico e superficial conferido a alguns institutos reputados cruciais para uma revisão de PDDU que favoreça a expansão ordenada da cidade e, principalmente, a efetivação da função social da propriedade, notadamente: o Estudo de Impacto de Vizinhança; o Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios; o IPTU Progressivo no Tempo; e a Desapropriação Sanção; sem ainda avançar para a reflexão em torno da utilidade do próprio PDDU conferir lhes autoaplicabilidade. 22

24 Na mesma linha, observa se preocupante omissão quanto à Demarcação Urbanística e Legitimação de Posse, que são instrumentos fundamentais para superar aquele que é um dos principais desafios de todas as capitais brasileiras hodiernamente: a regularização fundiária. Noutro giro, verifica se que o vertente relatório concedeu uma ênfase completamente injustificada à Outorga Onerosa do Direito de Construir e à TRANSCON que são instrumentos urbanísticos já regulamentados e largamente utilizados na contemporaneidade soteropolitana, inclusive, com indicação de várias propostas para seu aperfeiçoamento, nada obstante não tenham o poder de transformar a dinâmica da cidade de Salvador, sob a ótica desejável pelo Estatuto da Cidade. Em verdade, o que se percebe é que o item 6.1 do relatório da FIPE oscila entre graves deslizes e ousadas proposições (nem sempre positivas e/ou devidamente justificadas), circunstância esta que corrobora a tese de que o documento, de fato, consiste numa mera análise preliminar da legislação urbanística de Salvador, que ainda será complementada e finalizada na ocasião da apresentação do produto denominado P4.1 Avaliação do PDDU e da LOUOS em vigor e respectivas justificativas e recomendações para a Proposta de Revisão desses Instrumentos. É o parecer. Salvador/BA, 16 de junho de FELIPE DE CARVALHO SANTANA Advogado OAB/BA nº GABRIEL GALVÃO Urbanista/Mestrando em Planejamento Territorial (UEFS) 23

25 [1] Se, por um lado, o relatório da FIPE é superficial quanto as matérias apontadas, por outro, salta aos olhos que tenha sido totalmente omisso quanto à Demarcação Urbanística e Legitimação de Posse, instrumentos importantíssimos para superar aquele que é um dos principais desafios de todas as capitais brasileiras hodiernamente: a regularização fundiária. [2] Esta proposta de três Coeficientes de Aproveitamento (CAB, CAM e CAMin) fora adotada pelo novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo (Lei Municipal nº /14), tendo se estipulado um CAB único = 1,0 para a Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana e um CAB único = 0,5 para a Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental. [3] Curiosamente, com exceção do inciso IV, todas as hipóteses previstas no art. 248, 3º da Lei Municipal 7.400/08 se relacionam com diretamente com a edificação do imóvel e não com a utilização deficiente do mesmo. Faz se necessário que o novo PDDU de Salvador amplie as hipótese previstas no art. 248, 3º do PDDU vigente, notadamente para abarcar situações de subutilização propriamente dita. [4] Neste sentido, registre se que consta explícito textualmente no bojo do item 6.1 que será apresentado pela FIPE, posteriormente, um produto intitulado P4.1 Avaliação do PDDU e da LOUOS em vigor e respectivas justificativas e recomendações para a Proposta de Revisão desses Instrumentos, no qual constará uma análise e avaliação mais aprofundada da temática ora examinada. [5] Na conjuntura atual, de acordo com a redação do art. 2º da Lei Municipal nº 3.805/87, necessariamente, deverá haver doação do imóvel para que se conceda a TRANSCON ao particular, nada obstante possa interessar ao Município apenas obstar que o potencial construtivo do imóvel em questão seja utilizado (imagine se, por exemplo, situação em que o Município almeja resguardar a visibilidade de um patrimônio histórico, artístico, paisagístico e/ou ecológico localizado atrás do imóvel objeto da TRANSCON). Destarte, tal sugestão, além de implementar um critério de justiça entre os proprietários que doarem seus imóveis e os que não os doarem (já que a construção, em si, detém um valor de mercado), culmina por favorecer a economia de recursos públicos e evitar a aquisição de prédios que não são de interesse do Município. 24

26 Salvador, 10 de junho de 2015 De: Arq. Juan Pedro Moreno Delgado, Dsc. Departamento de Engenharia de Transportes e Geodesia, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia. Para: Dra. Hortênsia Gomes Pinho Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo, Ministério Público da Bahia. Ref.: Avaliação das principais contribuições contidas no Relatório de Caracterização Atual, do Plano Salvador 500, no relativo a Mobilidade e Acessibilidade. Exma. Sra. Promotora Em atenção a vossa solicitação referente a efetuar uma avaliação, das principais contribuições contidas no Relatório de Caracterização Atual, do Plano Salvador 500, especificamente no que diz ao item 6.2, Mobilidade e Acessibilidade, temos a informar o que segue. Conforme indicam os autores, os diversos trabalhos desenvolvidos na etapa de diagnostico e contidos neste relatório, estarão encaminhados para a proposição de um modelo conceitual da mobilidade urbana, aplicável à cidade de Salvador, denominado pela equipe como modelo de gestão da mobilidade, o qual futuramente deverá gerar subsídios para o Plano de Mobilidade da cidade de Salvador, cujo edital está em curso. Sendo assim, partimos do princípio que as informações e análises relativas a transporte, circulação e desenvolvimento urbanos contidas neste documento deverão corresponder a um nível de planejamento estratégico, fundamental para direcionar os rumos dos planos Diretor e de Mobilidade Urbana, em andamento, na cidade. Em conjunto à proposta de um modelo conceitual da mobilidade para a cidade, o relatório deixa transparecer diversas iniciativas e ideias, realmente interessantes e importantes, tais como; a) a necessidade de identificar instrumentos de gestão da demanda; b) a proposta de estudar a migração modal a favor dos modos ditos sustentáveis; c) a necessidade de um estudo de centralidades potenciais; d) a racionalização dos fluxos de carga seguindo uma 25

27 hierarquia espacial; e) a construção de mapas de acessibilidade, para a cidade; e f) a importância da reconexão interna do território municipal, na qual a equipe coloca diversas críticas ao projeto da Linha Viva, via incluída na lista de corredores planejados do PDDU2008. Entretanto, considerando que o item 6.2, do relatório, intitulado Mobilidade e Acessibilidade, refere se a uma caracterização, ou seja, os resultados da etapa de diagnostico, do plano, após uma leitura criteriosa do documento considero oportuno apresentar algumas observações: a. Em termos de escala e recorte espacial o documento se apresenta confuso, pois o leitor não consegue distinguir qual é o objeto de estudo desta caracterização, o município de Salvador ou a Região Metropolitana de Salvador. O uso dos dados disponíveis em conjunto com a cartografia utilizada (por sinal de péssima qualidade) dificultam a compreensão das análises. Por exemplo, na página 204 do relatório temos a seguinte afirmação: A demanda de passageiros, segundo dados da pesquisa OD2012 compõe se de cerca de 6 milhões de viagens dia, realizadas por 3,6 milhões de habitantes, o que leva a uma taxa de mobilidade média de 1.65 viagens/habitante, que pode ser considerada baixa em relação a outras metrópoles do país. A equipe em diversas ocasiões apresenta tabelas e dados confeccionados ou oriundos da pesquisa origem destino, metropolitana, de 2012, analisando a região metropolitana (ver pag 214), sem avaliar e apresentar especificamente os dados correspondentes à cidade de Salvador, difícil estabelecer conclusões ou fazer comparações, nesse contexto. Faltou apresentar e analisar a taxa de mobilidade, assim como, outros indicadores de demanda e oferta, específicos de Salvador. A este problema devemos agregar que todas as figuras, principalmente os mapas apresentados neste documento não tem título e referência alguma no texto, ficando ao leitor o esforço de interpretar as informações destes mapas, sem legenda (ou com legenda errada) e escala gráfica, etc. Qual o fenômeno em análise no mapa?, bom, fica ao leitor adivinhar. O texto tem muita informação extraída de sites, ilegível, etc. Em síntese, a estrutura do item, a cartografia e a redação utilizada, não favorecem a compreensão de quando uma informação veiculada é metropolitana ou especifica da cidade. 26

28 b. Em termos de conceituais podemos afirmar que a rigor esta parte do relatório não atende a finalidade de ser uma caracterização da mobilidade da cidade, pois pode se observar que ao longo do documento a equipe antecipa diretivas e proposições, as quais sendo ou espontâneas ou não tendo correspondência com o diagnostico apresentado, dificultam a compreensão do mesmo. Por outro lado esta caracterização da mobilidade e acessibilidade, não aproveita adequadamente a grande quantidade de dados disponíveis na pesquisa origem destino da Região Metropolita de Salvador, os dados conforme foram tratados não acrescentam em nada a compreensão dos atuais padrões de mobilidade urbana da cidade, já conhecidos, sejam eles por transporte público ou individual, sejam eles, por modo, motivo ou grupo social envolvido. Nesse aspecto é superficial, pois não se observa o interesse em transformar os dados em informação a partir da construção de indicadores específicos e da espacialização destes indicadores, visando identificar, desequilíbrios, impactos ou externalidades decorrentes dos padrões de mobilidade ou do desempenho do sistema viário. Ao longo de toda a caracterização observamos estar presente a lógica do projeto, ou seja, a importância da identificação de projetos, o qual não corresponde a esta etapa do processo de planejamento, a etapa de diagnostico. Nesse aspecto também percebemos um enorme esforço de antecipação, pois em diversas partes do documento é mencionada a proposta de uma sequência estruturada de projetos hierarquizados: projetos denominados catalisadores, complementares e associados, conforme indicam os autores. Preocupa esta abordagem, pois se percebe um grande esforço para a recopilação e consolidação dos planos e projetos existentes, de transporte e viários, da cidade, sendo que o planejamento estratégico não pode se reduzir a isso, nem a Rede Integrada poderá ser implementada eficazmente no tempo dessa forma. Se for assim, estamos frente a uma visão reducionista, a qual só poderá restringir as propostas de desenvolvimento ou de sustentabilidade urbana, ao planejamento físico. No estudo, justificar toda esta ampla estrutura de projetos de infraestrutura e intervenções, parece mais importante que identificar e compreender adequadamente os padrões de mobilidade na cidade, identificando quem ganha e quem perde nessa dinâmica, assim como, o papel que a Rede de Transporte Integrada deverá ter no futuro Modelo de Ordenamento Territorial ou de Organização Espacial. Pouquíssimo se fala do Metrô no 27

29 documento, apesar deste modo ter um grande poder para a estruturação do território, sendo por conseguinte considerado estratégico. Conforme foi indicado, o tratamento dos dados foi muito preliminar, porém, a partir dele algumas recomendações já foram feitas, a seguir apresento algumas: Em substituição à Linha Viva, poderiam ser idealizadas ligações entre os bolsões delimitados pelo sistema viário articulador; uma sequência dessas ligações em área urbana mais densamente ocupada poderia ter também o papel da ligação longitudinal de longa distância (pag. 208). Na costa noroeste do município, a criação de uma nova via, paralela e afastada da costa, parece ter importância para essa região de ocupação intensa (zona residencial) e necessidade de articulação do viário local (pag. 208). Em termos de transporte coletivo sobre pneus, é preciso rediscutir a hierarquia dos serviços de ônibus e bacias de concessão atualmente pensadas, juntamente com a análise dos serviços de BRT e demais sistemas de alta capacidade, principalmente pela ideia de criação de ligações transversais também por transporte público. A idealização de pontos terminais de linhas de ônibus transversais troncais seria importante e essa ideia precisa ser compatibilizada com as atuais áreas de concessão dos serviços de ônibus (pag. 209). Finalizando essas análises acerca do tema sistema viário, também no âmbito dos projetos associados e complementares (aos projetos catalisadores a serem propostos), deverá ser abordada a política de estacionamentos, item fundamental para garantir a organização dos fluxos e a intermodalidade (considerando inclusive as medidas de gestão da demanda por automóvel, com base em preços de estacionamento e circulação). Foram identificadas as menções ao sistema de estacionamento rotativo (Zona Azul +Zona verde) e a uma manifestação de interesse do setor privado (Pag. 238.) Consideramos importante destacar que conforme a caracterização foi desenvolvida e apresentada o leitor não encontra argumentos teóricos ou metodológicos, no documento, para concordar com estas diretrizes de politica ou quaisquer outras. 28

30 Em síntese, a finalidade do item 6.2 não foi atendida satisfatoriamente, na página 212 do relatório temos a seguinte afirmação: Após esta síntese das principais considerações sobre a configuração atual da demanda e as configurações potenciais que podem contribuir para a evolução equilibrada do uso do solo, e consequentemente, para a racionalização da demanda por transportes, apresenta se a seguir as principais informações analisadas que conduziram a essas conclusões. Bom, é importante destacar que utilizando este enunciado deduzimos que, com clareza, pouco se falou da configuração atual da demanda no item 6.2 e que pouco ou nada foi dito em relação as configurações potenciais que poderiam vir a contribuir para a evolução equilibrada do uso do solo na cidade, fica portanto, para todos a necessidade de que estas indagações sejam atendidas. c. Em termos de metodológicos podemos afirmar que os estudos estarão direcionados pelo processo convencional de planejamento de transportes e baseados em um modelo de simulação, que será construído com um software especifico, VISUM. Neste modelo, a rede viária será assumida como rede de simulação, nela serão mapedas as linhas de desejo (pares origem destino, as viagens), mediante a alocação das matrizes Origem Destino disponíveis, por modo (coletivo, individual e não motorizado). A equipe pretende desenvolver uma abordagem estratégica, com a preparação de um acervo de dados de mobilidade, infraestrutura e de demanda. Consideramos esta uma contribuição importante toda vez que será a acessibilidade o indicador estratégico. Consideramos fundamental a participação ampla da sociedade na seleção dos outros indicadores de análise e posteriormente, na seleção das politicas e/ou proposições que serão simuladas. Este modelo será uma plataforma de simulações, sugerida para apoio à implementação das proposições do Plano Salvador 500. Preocupa o fato de ficar ambíguo o resultado final do Plano, no relativo à mobilidade, será definido o modelo de gestão e as diretrizes estratégicas ou também serão definidos projetos? se percebe que na construção e aplicação do modelo de simulação haverá duplicidade com algumas das atividades que também serão desenvolvidas pelo Plano de Mobilidade. Evidenciando a necessidade de coordenação. Nas próximas etapas do estudo serão feitas as alocações na rede estrutural a ser discutida e validada, nas situações vigente e de cenários alternativos futuros, de forma a se identificar 29

31 as tendências dos impactos das proposições do Plano (pag. 252). Se o Plano Salvador 500 anos é realmente um plano estratégico, quais serão os resultados / produtos finais esperados, no setor de Mobilidade Urbana?.. as proposições? Concordamos plenamente com a equipe quando afirma que a análise realizada ilustra a distribuição das atividades na área de estudo, evidenciando os principais eixos de movimentação e utilização dos modos de transporte vigentes e que deverá conduzir à sugestão de estratégias no contexto da integração de políticas públicas que possam contribuir para melhor atender a circulação de pessoas e de bens. No âmbito estratégico a formulação destes princípios é fundamental para a cidade de Salvador, ou seja, espera se a definição clara de diretrizes estratégicas, politicas públicas e áreas de intervenção específicas, visando a aplicação destas diretrizes. Consideramos que todas estas proposições (inclusive eventuais projetos) deverão ser formuladas em coordenação com a equipe do plano de mobilidade em curso, evitando futuras duplicidades nas ações, sobreposição ou ate discordâncias nas propostas. Entretanto, a análise realizada, os dados recopilados e resultados apresentados pela caracterização são muito preliminares e superficiais e não fornecem fundamento para muitas das afirmações da síntese proposta no item 6.2.1, deste documento. Não concordamos com o fato de que a partir de informações preliminares sejam indicados a priori, projetos viários e de transportes estruturais, os quais poderão condicionar o desenvolvimento urbano futuro. Indicamos, sim, oportuno redirecionar os trabalhos de diagnostico à construção e análise dos indicadores estratégicos de mobilidade urbana, fundamentais nesta etapa de planejamento, visando uma maior compreensão desse fenômeno em Salvador. Nesse contexto, a guisa de sugestão, a nossa cidade necessita por exemplo: um elenco de indicadores que possibilitem analisar de forma aprofundada os desequilíbrios espaciais existentes nos padrões de mobilidade existentes, em termos de consumo de espaço, de energia e perdas de tempo, visando evidenciar espacialmente onde se acentuam estes impactos, por modo de transporte, motivo de viagem e grupo social. um elenco de indicadores que possibilitem analisar a distribuição espacial da acessibilidade fornecida pela oferta atual de transportes, por modo e motivo de viagem. Conhecendo as intervenções em andamento (BRT, Metrô), em quais localidades ocorreram as principais mudanças? 30

32 um elenco de indicadores que possibilitem analisar a relação estabelecida entre o grau de diversificação do uso do solo existente e a atracão de viagens, por modo, motivo, etc., o qual poderá evidenciar uma estrutura hierarquizada de localizações, útil para a compreensão das centralidades existentes. um elenco de indicadores que possibilitem evidenciar o nível de serviço das vias e a conectividade, para os modos motorizados e não motorizados, informação não disponível. Pode se a partir desta informação identificar áreas de interesse para a reestruturação da rede existente, considerando o sítio geográfico. um elenco de indicadores que possibilitem evidenciar os investimentos realizados historicamente por bairro, por modo, etc. em termos de mobilidade / acessibilidade. se das 600 linhas de ônibus no município, apenas 200 linhas transportam 80% da demanda (pag.238), qual é a configuração espacial destas rotas? quais as O D atendidas? quais as linhas ineficientes? Por conseguinte, consideramos, salvo melhor opinião, que a caracterização da mobilidade e acessibilidade conforme apresentada é incompleta e necessita de aprofundamentos particularmente na construção de indicadores estratégicos e operacionais da mobilidade, que viabilizem uma maior compreensão dos padrões de mobilidade na cidade. Esta síntese baseada em uma estrutura de indicadores deverá ser discutida amplamente, visando que justifique e forneça subsídios para a formulação de estratégias e linhas de ação, que realmente modifiquem os padrões de mobilidade insustentáveis existentes, no contexto do planejamento estratégico sugerido pelo Plano Salvador 500 anos. Adicionalmente, indicamos que temos dados disponíveis (a pesquisa O D metropolitana, a pesquisa de tempo de viagem metropolitana do IBGE, pesquisa sobe e desce, etc.) mais não informações processadas, obter conhecimento destes dados é fundamental, para a formulação de politicas ou estratégias de mobilidade. É importante destacar que acreditamos na importância fundamental do modelo de gestão da mobilidade, proposto pela equipe, para nossa cidade, porém, acreditamos também que no estagio atual a 31

33 definição deste modelo é urgente e muito mais importante, que o trabalho de seleção de projetos o qual será tarefa do Plano de Mobilidade, em curso. Agradeço a vossa atenção e nos colocamos a disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários. Atenciosamente, Arq. Juan Pedro Moreno Delgado, Dsc. Departamento de Engenharia de Transportes e Geodesia Universidade Federal da Bahia UFBA 32

34 OPINIÃO TÉCNICA SOBRE O ITEM USO DO SOLO E DINÂMICA URBANA DO RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO ATUAL PUBLICADO PELA PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR O CONTEXTO A Secretaria Municipal de Urbanismo (SUCOM) da Prefeitura Municipal de Salvador publicou o primeiro produto técnico do plano, o Relatório de Caracterização Atual da consultoria Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), que representa a conclusão da Etapa 2 dos Estudos Básicos que trata do diagnóstico da cidade um subsídio a elaboração do Plano Salvador 500 e da revisão do PDDU e da LOUOS para a Cidade de Salvador. Vale observar que neste documento não consta a informação sobre a equipe técnica FIPE que o elaborou ou alguma informação sobre a validação contratual da equipe técnica e/ou gestora Prefeitura Municipal de Salvador (PMS). O documento (total: 517 páginas) trata dos seguintes tópicos: Processo Participativo (5p), Estudos Econômicos (108p), Sóciodemográficos (41p), e Estudos Urbano Ambientais (total: 344p), subdivididos em Legislação Urbanística (32p), Mobilidade e Acessibilidade (50p), Uso do Solo e Dinâmica Urbana (68p), Diagnóstico do Clima e Conforto do Pedestre (58p), Habitação (55p) e Ambiente Urbano (76p) além das Considerações Finais: Síntese (4p) deste Diagnóstico. Dentro deste universo de tópicos, cabe a este trabalho uma análise sucinta do item 6.3 Uso do Solo e Dinâmica Urbana, no intuito de trazer uma contribuição do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento Bahia (IAB BA), entidade técnica da área da Arquitetura e Urbanismo, ao processo de elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador. O TERMO DE REFERÊNCIA DO PLANO Conforme o Termo de Referência do Plano Salvador 500, PDDU e LOUOS a Etapa 2, os Estudos Básicos, tem como produto final o Diagnóstico (P3), o Prognóstico (P4) e a Avaliação do PDDU e LOUOS vigente (P4.1). Sendo que o documento ora analisado, conforme a introdução do citado relatório, representaria a conclusão do produto Diagnóstico. Deve se colocar neste momento que o Termo de Referência define que os estudos básicos criam o arcabouço de dados históricos e atuais que subsidiam todas as fases subsequentes, a elaboração dos Estudos Analíticos, da Visão Estratégica, das Estratégias de Desenvolvimento com sua Modelagem Espacial de Desenvolvimento Urbano e definição dos Planos, Ações e Projetos Estruturantes e da Política Urbana e a formulação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e de sua regulamentação na forma da LOUOS. 33

35 Dessa forma, cabe perguntar se este produto final do Diagnóstico serve para tal propósito das fases subsequentes, tendo em vista que não existe outra fase de levantamento de dados básicos neste plano. No que cabe ao Diagnóstico,o Termo de Referência (Item 6.2.5) da Etapa 2 Estudos Básicos, fixa que no âmbito da estrutura e dinâmica urbana (...) cabem levantamentos de informações secundárias e aspectos bibliográficos relacionados a temas vários, quando são listados 22 assuntos especificados, além dos assuntos da gestão publica, capacidade de investimentos e potencial de captura de recursos extra orçamentários com a aplicação dos instrumentos da Política Urbana. Assim fica claro que a PMS, contratante da autora FIPE, não demanda levantamentos de dados primários para a elaboração do Plano Salvador 500, assim como do PDDU e também da LOUOS, o que implica numa séria e grave problemática, especialmente no que se refere aos temas do parcelamento, uso e ocupação do solo, padrões de qualidade de urbanização, aplicação e resultados quando da aplicação de instrumentos da política urbana; sem esquecer de avaliar o estado atual da capacidade de suporte da infraestrutura urbana e seu potencial de adensamento, necessários à previsão das demandas de investimentos além da situação atual e fixar as metas de melhoria do meio ambiente, entre outros. Todos estes assuntos precisam necessariamente de dados primários atualizados, inter relacionados e geolocalizados quando se trata das etapas subsequentes, especialmente no momento de formulação de objetivos, diretrizes, políticas, planos e projetos estruturantes e planos de metas de uma gestão contínua em peças diretivas e normativas que fazem parte destes instrumentos, o PDDU e a LOUOS. O levantamento de dados primários não seria necessário se a gestão municipal contasse com um órgão exclusivo e permanente de planejamento (que inexiste mesmo após recente reforma administrativa), com um sistema de monitoramento urbano (todos exigidos pelo PDDU de 2008), um cadastro multifinalitário ou um sistema georeferenciado dos atos de controle de uso e ocupação do solo e de aplicação de instrumentos urbanísticos (Transcon, Outorga Onerosa do Direito de Construir, alvarás de construção e funcionamento, licenciamentos, TFF, contraprestações, supressão e/ou erradicação de vegetação, etc.). Mas inexistindo tais requisitos, é fundamental que seja realizado o levantamento e estruturação desta base de dados para garantir uma qualidade mínima na definição e gestão dos instrumentos da política de desenvolvimento urbano do PDDU e LOUOS. De fato, a existência desde cadastro ou sistema georreferenciado traria facilidade, rapidez, e menor custo para as futuras elaborações e reformulações do plano urbanístico. Conforme o Termo de Referência apresentado, são definidos como unidades territoriais de planejamento: Macrozonas, áreas das Prefeituras Bairro ou Regiões Administrativas (RA s) e os Bairros (decretados), porém no relatório são utilizados também as zonas de tráfico da pesquisa de Origem/Destino da Região Metropolitana de Salvador (RMS) e nos dados sociais os setores censitários e distritos do IBGE. Na área de parcelamento, uso e ocupação do solo e dinâmica urbana é essencial que sejam incluídos os dados relativos as Áreas Homogêneas por temática pois a aplicação de políticas, objetivos, diretrizes e normas 34

36 urbanísticas ou ambientais, que deveriam constar no PDDU e LOUOS se concentram nestas unidades territoriais. Ainda foi esclarecido pela equipe técnica da Fundação Mario Leal Ferreira (FMLF) Prefeitura Municipal do Salvador, na Audiência Pública de , que o PDDU em elaboração somente tratará de unidades territoriais de macro zonas Entendemos que esta é uma inovação que merece ser melhor explicada pela PMS, levantando de imediato os seguintes questionamentos: se trataremos no PDDU apenas de macrozonas (então o Diagnóstico ora apresentado pela FIPE basta tratar destas 5 macro zonas? ; esta seria então uma questão a ser revista posteriormente? Se a resposta for positiva, em que momento do cronograma já publicado esta revisão se daria?). Ass mezo e micro zonas seriam tratadas apenas na LOUOS? Se esta resposta for positiva, consideramos este ser um ponto questionável e que merece uma discussão ampla e aprofundada. Por último, ainda resta sem resposta se os dados das mezo e micro zonas serão gerados na Etapa 2 dos Estudos Básicos, e/ou em qual etapa antes da formulação da LOUOS estas informações e dados analíticos serão gerados. Como técnicos especializados, fica registrada aqui a nossa total discordância e protesto contra a forma de concepção mutilada de um Plano Diretor e ainda muito mais questionável por se tratar de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano como instrumento básico da Política de Desenvolvimento Urbano do Município (Art 40 do Estatuto da Cidade) definidor da função social da propriedade urbana (Art. 182 da Constituição Federal). Perguntamos então: a FMLF propõe então que a delimitação, por exemplo, de centralidades de diferentes níveis, as ZEIS, os eixos e corredores/faixas de transportes, as áreas prioritárias de adensamento ou desadensamento, as áreas de preservação ou recuperação prioritárias não serão delimitadas e definidas em Plano Diretor? Mas como fazer algo propositivo sobre uma realidade que não está devidamente diagnosticada? É necessário esclarecer estas questões o quanto antes, em outra audiência pública. AVALIAÇÃO DO ITEM 6.3. USO DO SOLO E DINÂMICA URBANA Um diagnóstico (conhecimento efetivo) sobre o uso do solo e dinâmica urbana requer uma clareza do texto e mapas que não autorizam um discurso apenas baseado em dados secundários, sem levantamentos e checagem no campo para identificação dos problemas e conflitos mais pertinentes à escala de trabalho de um PDDU e, posteriormente, de uma LOUOS. O uso livre de termos macro zoneamento, zoneamento, regiões e anéis de circulação, dentre outros, também confunde o leitor mais atento. Se o objetivo do trabalho era arrolar os problemas e conflitos atuais, é preciso mais rigor na conceituação utilizada no discurso e na espacialização dos mesmos (sempre), sobretudo quando o texto é lacunar: na questão uso do solo não se observa análise da inadequação dos parâmetros urbanísticos (reais versus legais) frente aos padrões de ocupação por zona/trecho e bairro da cidade, incluindo as densidades brutas e líquidas. As densidades territoriais (habitante por quilômetro quadrado) é uma generalização de quem observa a 35

37 realidade através de dados secundários, pois mesmo quando cotejados com a pesquisa de origem/destino (2012/13), pode levar a equívocos de interpretação graves, além da pouca serventia para gerar parâmetros urbanísticos consistentes; ainda na questão uso do solo convêm salientar a necessidade de identificar as zonas de restrição à ocupação, variável fundamental para simulação dos modelos de distribuição de população e atividades no território (futuro), cotejadas com o potencial de superfície levantado/analisado; na questão da dinâmica urbana falta identificar os principais vetores de expansão da cidade (horizontal e vertical) e principais problemas a enfrentar, seja em termos de áreas protegidas já conhecidas (patrimônio ambiental urbano/regional) a serem preservadas, seja em termos de gentrificação indesejada, especulação imobiliária predatória, e ou infraestrutura precária a ser posta (reposta) com recursos públicos. As tendências da expansão tem que ser analisada, problematizada etc. O novo Plano não pode se reduzir a legitimar tendências em curso, sabidamente nefastas. Portanto, não parece consistente um discurso que omite a análise detalhada sobre os padrões de ocupação atuais, considerando a tipologia das edificações e do parcelamento do solo, por zona/bairro. O valor médio (genérico) de um lote/gleba considerando o limite de uma zona ou setor censitário, sem cotejar o tecido urbano (morfologia), induz a equívocos vários. A forma/padrão do parcelamento (regular ou irregular) induz tipos arquitetônicos, além do que o amembramento, remembramento e desdobro (de lotes e glebas), devem ser vistos como indutores de expansão, e um problema sério em áreas protegidas atuais ou futuras. Assim, comparações entre a Área Urbana Consolidada, renomeada de macrozona do Centro Antigo (???), com o Miolo, Subúrbio e Orla, que possuem padrões de ocupação específicos e tendências de expansão distintos, devem decorrer de leituras de maior alcance e acuidade. As macroáreas e suas subdivisões internas (não esquecer) possuem especificidades quanto ao potencial de superfície disponível à expansão futura, considerando o uso: habitação (por faixa de renda), comércio, serviços e indústria (por tipo e tamanho). O fato de áreas consideradas mais dinâmicas (cf. relatório) coincidirem com as de maior densidade, e ou de uso misto, em áreas mais consolidadas, não cobre a lacuna sobre as áreas decadentes e em processo de obsolescência, notadamente no Centro Histórico tombado e adjacências (Centro Antigo), na Cidade Baixa etc. cujo diagnóstico/prognóstico precisa ser feito. De resto, o texto ainda é lacunar em algumas questões essenciais para alimentar as diretrizes (etapa seguinte) de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano; o processo analítico de que se vale o especialista ao exame de uma doença ou de um quadro clínico, para chegar a uma conclusão quanto ao uso e ocupação do solo, basilares: 36

38 conhecer o estoque de solo disponível por zona (existem vários modos de fazer e técnicas disponíveis), articulados depois às alternativas de expansão urbana futura, conforme o horizonte do PDDU; entender a lógica espacial na distribuição das atividades polarizadoras da vida urbana, não limitada à descrição genérica da distribuição atual (sem identificar tendências e problemas); incorporar a estrutura urbana como uma categoria de análise importante, (catalisadora dos aspectos da estrutura social, política e econômica), da qual a estrutura física (notadamente o uso do solo e ocupação) decorre, deriva. O uso do solo não é uma variável independente. Este foi o parecer possível sabidamente sintético de elaborar sobre o Item 6.3 Uso do Solo e Dinâmica Urbana, no limitado tempo entre a publicação do documento da Prefeitura e a Audiência Pública de onde se trata deste documento. Tendo em vista que uma audiência pública, com apenas 3 minutos de fala de cada pessoa e conjunto de respostas dadas pela mesa, consideramos que este não é o fórum adequado para tratar questões técnicas e conceituais desta envergadura de maneira a dirimir dúvidas e questionamentos preliminares aqui postas. Também estas questões, aqui apresentadas, deveriam ter sido objeto de debates técnicos e conceituais antes da formulação da metodologia, e definição do Termo de Referencia do Plano Salvador 500, PDDU e LOUOS e seu plano de trabalho e cronograma. Se existir um real interesse da Prefeitura neste debate ou em esclarecimentos sobre o ponto de vista exposto colocamo nos à disposição. Salvador Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento da Bahia IAB BA, através da sua Comissão Técnica Prof. Dr. Antônio Heliodório Sampaio Prof. Dr. Luiz Antônio de Souza Arq. e Urb. Carl von Hauenschild Coolaboração: Solange Araújo, Marina Teixeira e Taiane Moreira 37

39 Comentários sobre o documento Relatório de Caracterização Atual do Plano Salvador Considerações Gerais Parte integrante do processo de elaboração do Plano Salvador 500, o presente documento pretende apresentar comentários e sugestões sobre o documento Relatório de Caracterização Atual elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, contratado pela Secretaria Municipal de Urbanismo SUCOM, da Prefeitura de Salvador. Antes de nos determos na análise do documento, é importante explicitar algumas expectativas diante de um documente que pretende compreender as dinâmicas urbanas, econômicas e socioambientais de uma cidade complexa como Salvador. Salvador em 2010 apresentava uma densidade demográfica de 103 habitantes / por hectare, constituindo se numa cidade socialmente segregada (Fig. 4), onde as populações de maior renda moram entre a Av. Paralela e orla marítima Atlântica e as de menor renda, na porção oeste do município até orla marítima da Baía de Todos os Santos. O relevo acidentado nas poções interiores (Fig. 1), ocupados por um tecido urbano carente de infra estrutura urbana, implantado sobre as partes altas das bacias hidrográficas que deságuam na costa atlântica, gera um sério problema ambiental, pois a precariedade do saneamento nestas áreas faz com que os cursos d água sejam contaminados por esgotos domésticos e lixo, fazendo com que as praias da costa atlântica tenham problemas de balneabilidade. 38

40 Aspectos geológicos e geotécnicos relacionados à falha de Salvador (Fig. 2 e 4), que separa as rochas cristalinas dos sedimentos da bacia do Recôncavo, associados a elevados índices pluviométricos nos períodos chuvosos, produzem deslizamentos de terras que atingem edificações vulneráveis a estes processos, localizadas prioritariamente em áreas pobres da cidade. 39

41 Em decorrência de sua forma península a cidade se expande para norte, no sentido do Sistema de abastecimento Joanes Ipitanga, importante manancial que vem sendo progressivamente pressionado pela expansão urbana da cidade (Fig. 3). A cidade cresce, sua população aumenta e com isto a quantidade de resíduos sólidos aumenta, sem que sejam pensados sistemas de tratamento e destinação final de resíduos sólidos para a cidade. A cidade de Salvador conta hoje apenas com uma alternativa de disposição final de resíduos sólidos. O Aterro Metropolitano Centro AMC, que recebeu e enterrou em 2013, mais de 1 milhão de toneladas de lixo, o que é absurdamente alto. Só para entender a dimensão do problema, o maior navio de carga do mundo para transporte de minério de ferro tem 400 mil toneladas. 40

42 Associado a isto, Salvador é uma cidade populosa com baixo dinamismo econômico, com atividades econômicas mal distribuídas o que agrava os problemas de desenvolvimento social de sua população. Só para entender a dimensão do problema, alguns dados comparativos entre a cidade de Salvador e Campinas em São Paulo. Campinas em 2010 tinha uma população de habitantes, e um PIB total de 36,7 bilhões de reais, que resulta num PIB per capita de R$ ,90. No mesmo período, Salvador, tinha uma população de , um PIB de 36,5 bilhões e um PIB per capita de R$ ,28. Se analisarmos a distribuição espacial da renda das famílias em Salvador (Fig. 4), vamos ver que existe uma segregação social bem definida. uma cidade não consegue se desenvolver em longo prazo sem melhorias de infra estrutura e de indução de processos econômicos inclusivos nas áreas pobres. É importante explicitar que grande parte das ocorrências de deslizamentos de encostas localiza se em áreas habitadas por populações com menores rendimentos, um indicativo da falta de infra estrutura urbana e políticas públicas nestas áreas. 41

43 Enfim, não vamos fazer um diagnóstico dos problemas da cidade, pois este não é o objetivo desta análise. Queremos apenas levantar algumas preocupações e pontuar alguns aspectos que deveriam ser incluídos no documento que está sendo colocado em discussão. Entendemos que um diagnóstico que tenha alguma utilidade para se pensar numa Salvador do futuro não deveria ser um documento setorial e fragmentado onde os diferentes capítulos não se relacionam entre si. Deveria produzir uma leitura sistêmica do território municipal onde os diversos componentes analisados deveriam se falar. Deveria possibilitar uma visão integrada entre os aspectos econômicos, urbanísticos e socioambientais, relacionando os prioritariamente ao território municipal, já que um dos objetivos principais do plano é a revisão do PDDU de Não é possível separar as atividades econômicas, os centros econômicos, da distribuição espacial das diferentes classes sociais que ocupam o território municipal. 42

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