DOTS Aplicado nos instrumentos de planejamento urbano municipais. LUIZA DE OLIVEIRA SCHMIDT Coordenadora de Cidades, WRI Brasil
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1 DOTS Aplicado nos instrumentos de planejamento urbano municipais LUIZA DE OLIVEIRA SCHMIDT Coordenadora de Cidades, WRI Brasil
2 O que é o DOTS? O Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável é uma estratégia de planejamento urbano que busca integrar o uso do solo ao transporte coletivo. O DOTS promove áreas urbanas compactas e com densidades adequadas próximas a eixos ou estações de transporte de alta ou média capacidade, oferecendo às pessoas diversidade de usos, serviços, acesso a oportunidades de emprego, lazer, habitação e espaços públicos, todos a uma distância caminhável, favorecendo a interação social. O DOTS é uma forma de atingir o modelo de cidade sustentável; O DOTS deve ser implementado através da articulação entre governos locais, iniciativa privada e sociedade civil; O DOTS, se executado holisticamente, pode solucionar a maior parte dos problemas enfrentados pelas cidades.
3 O que é um modelo de cidade sustentável sob o ponto de vista da forma urbana? Cidades 3D x cidades 3C Cidade 3D distante dispersa desconectada sustentabilidade ambiental e urbana comprometida (ausência do DOTS) Cidade 3C compacta conectada coordenada sustentabilidade ambiental e urbana garantida (presença do DOTS)
4 Como os problemas da cidade 3D tem sido enfrentados pelos Governos? De um modo geral, todas as esferas de Governo tem buscado soluções na política de transporte urbano, com fortalecimento do sistema e maior investimento no transporte coletivo. Nos últimos anos houve um grande avanço no fomento à mobilidade urbana sustentável. Apesar desses avanços, ainda predomina no país uma abordagem setorial sobre a mobilidade, que não se integra na forma como as cidades são concebidas. É fundamental que se vá além das ações programáticas em transporte público, avançando na regulação urbana e nos instrumentos de planejamento urbano para conceber cidades sustentáveis.
5 Como as cidades podem ser concebidas para proporcionarem o desenvolvimento urbano sustentável? O Plano Diretor é o principal instrumento de planejamento e expansão das cidades e deve integrar o uso do solo ao planejamento da infraestrutura de transporte a partir de um projeto claro de cidade sustentável. O Plano Diretor deve estabelecer como a propriedade urbana cumpre com sua função social. Para tanto, deve utilizar diversos instrumentos para orientar as transformações da cidade, evitar a ocupação de áreas impróprias à urbanização e induzir o desenvolvimento em áreas com suporte da infraestrutura existente e planejada. O Plano Diretor deve ser revisto a cada 10 anos e deve ter ampla A participação revisão do Plano da sociedade. Diretor é uma oportunidade de incorporação Neste processo, do DOTS é fundamental como estratégia introduzir de promoção no debate do os problemas e as soluções relacionadas às cidades sustentáveis. desenvolvimento urbano sustentável.
6 10 ações estratégicas para a aplicação do DOTS através do Plano Diretor
7 ESTRATÉGIA GERAL INCENTIVAR O USO MISTO EM TODA A CIDADE PARA DIMINUIR OS DESLOCAMENTOS ESTRATÉGIA ESPECÍFICA INCENTIVAR O ADENSAMENTO AO LONGO DOS EIXOS DE TRANSPORTE ESTRATÉGIA ESPECÍFICA INTENSIFICAR O USO DO SOLO EM TORNO DE ESTAÇÕES DE TRANSPORTE ESTRATÉGIA ESPECÍFICA DIVERSIFICAR O PADRÃO SOCIAL NOS EIXOS DE TRANSPORTE ESTRATÉGIA ESPECÍFICA COMBATER A OCIOSIDADE DO USO DO SOLO EM ÁREAS COM OFERTA DE TRANSPORTE PÚBLICO RECUPERAR PARTE DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA PROPORCIONADA PELA REGULAÇÃO E INVESTIMENTOS ESTRATÉGIA GERAL ARTICULAR OS EQUIPAMENTOS SOCIAIS À REDE DE TRANSPORTE PÚBLICO ESTRATÉGIA ESPECÍFICA DESESTIMULAR A UTILIZAÇÃO DO AUTOMÓVEL JUNTO AOS EIXOS DE TRANSPORTE ESTRATÉGIA ESPECÍFICA INTEGRAR O TRANSPORTE ATIVO NOS NOVOS EMPREENDIMENTOS ESTRATÉGIA ESPECÍFICA INTEGRAR O ESPAÇO PRIVADO AO ESPAÇO PÚBLICO ESTRATÉGIA ESPECÍFICA
8 INCENTIVAR O USO MISTO EM TODA A CIDADE PARA DIMINUIR OS DESLOCAMENTOS ESTRATÉGIA GERAL Serviços Comércio Eixo de transporte Uso residencial Habitação Social Equipamentos sociais O Plano Diretor deve prever zonas com usos diversificados na maior parte da cidade, visando a criação de novas centralidades e controlar possíveis problemas de vizinhança.
9 REVERTER PARTE DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA PROPORCIONADA PELA REGULAÇÃO E INVESTIMENTOS ESTRATÉGIA GERAL Habitação social financiada com a outorga onerosa Financiar a infraestrutura urbana por meio da outorga onerosa do potencial construtivo adicional Potencial construtivo adicional (acima do CA básico) Escolas financiadas com a outorga onerosa Potencial construtivo decorrente do CA básico Eixo de transporte financiado com a outorga onerosa O Plano Diretor deve prever instrumentos para a outorga onerosa do potencial construtivo adicional nos eixos, como a outorga onerosa do direito de construir e as operações urbanas consorciadas.
10 INCENTIVAR O ADENSAMENTO AO LONGO DOS EIXOS DE TRANSPORTE ESTRATÉGIA ESPECIFICA Definir área de abrangência das estações e eixos de TC Determinar maiores coeficientes de aproveitamento e maiores limites de altura dos edifícios junto aos eixos Estabelecer cotaparte máxima de terreno por unidades habitacionais Eixo de transporte O Plano Diretor deve priorizar o desenvolvimento de projetos no entorno dos terminais e incentivar a construção de empreendimentos de uso misto integrados
11 INTENSIFICAR O USO DO SOLO EM TORNO DE ESTAÇÕES E EIXOS DE TRANSPORTE ESTRATÉGIA ESPECIFICA Incentivar usos complementares junto a estações e terminais Estação de transpor te Eixo de transporte O Plano Diretor deve priorizar o desenvolvimento de projetos no entorno imediato dos terminais e incentivar a construção de empreendimentos de uso misto integrados às estações
12 DIVERSIFICAR O PADRÃO SOCIAL NOS EIXOS DE TRANSPORTE ESTRATÉGIA ESPECIFICA Habitação de mercado Prever que edificações de grande porte destinem área construída para Habitação de Interesse Social Habitação de mercado popular Habitação de Interesse Social ZEIS junto aos corredores podem evitar a gentrificação Eixo de transporte O Plano Diretor pode prever ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social) junto aos corredores para garantir a diversificação do padrão social. Pode também instituir contrapartidas sociais a edificações de grande porte.
13 COMBATER A OCIOSIDADE DO USO DO SOLO EM ÁREAS COM OFERTA DE TRANSPORTE ESTRATÉGIA ESPECIFICA Penalizar a manutenção de imóveis vazios ou subutilizados Demarcar ZEIS nos corredores nos terrenos vazios e subutilizados Eixo de transporte O Plano Diretor pode prever instrumentos como o aproveitamento compulsório (PEUC) e o IPTU progressivo no tempo para evitar a especulação imobiliária nos eixos, além de articular tais instrumentos às ZEIS.
14 ARTICULAR OS EQUIPAMENTOS SOCIAIS À REDE DE TRANSPORTE PÚBLICO ESTRATÉGIA ESPECIFICA Promover espaços públicos Conectar equipamentos sociais à rede de transporte O Plano Diretor pode prever regras de aproveitamento de áreas públicas para implantação de novos equipamentos sociais próximo aos corredores e transporte, inclusive em áreas residuais da implantação destes corredores Promover melhor aproveitamento das terras remanescentes da construção do corredor Eixo de transporte Combinar diversos equipamentos no mesmo lote
15 DESESTIMULAR A UTILIZAÇÃO DO AUTOMÓVEL JUNTO AOS EIXOS DE TRANSPORTE ESTRATÉGIA ESPECIFICA O Plano Diretor pode reduzir o número de vagas nos usos residenciais controlando a quantidade de áreas para estacionamentos. Reduzir o número de vagas de estacionamento Compartilhar vagas com usos ativos
16 INTEGRAR O TRANSPORTE ATIVO NOS NOVOS EMPREENDIMENTOS ESTRATÉGIA ESPECIFICA Reservar áreas de vestiário e suporte aos ciclistas O Plano Diretor pode exigir vagas de bicicleta e áreas de suporte para os ciclistas como condição de aprovação de novas edificações, propondo incentivos para sua implantação., bem como doação para alargamento de calçadas. Reservar vagas para bicicletas Paraciclos junto aos acessos Ciclovias e ciclorotas Prever calçadas acessíveis utilizando o recuo frontal
17 INTEGRAR O ESPAÇO PRIVADO AO ESPAÇO PÚBLICO ESTRATÉGIA ESPECIFICA O Plano Diretor deve exigir largura mínima de calçadas, prever fachadas ativas e fruição pública, associadas a usos alternativos das vias públicas Incentivo a empreendimentos de usos mistos, principalmente no térreo, Incentivo junto aos a corredores implantaçã o de fachadas ativas Fruição pública e permeabilidade visual entre os lotes com limitação de extensão dos muros Circulação por entre os lotes com segurança e iluminação adequada
18 Exemplos de DOTS - Copenhagen ( Finger plan )
19 Exemplos de DOTS - Curitiba
20 Exemplos de DOTS - São Paulo (PDE 2014)
21 O que a população ganha com a incorporação do DOTS nos instrumentos de planejamento urbano das cidades? curto prazo médio prazo longo prazo Oportunidade de desenvolver um projeto para o futuro da cidade. Menor risco para o desenvolvimento de empreendimentos imobiliários. Formas de mitigação de impactos gerados por empreendimentos. Melhorias nos serviços públicos, no transporte ativo e no transporte coletivo, destacando o uso da infraestrutura já existente. Melhor diversificação e integração entre a moradia e áreas com oferta de transporte, empregos e equipamentos.. Redução dos congestionamentos, da poluição e do tempo de deslocamento. Uma cidade compacta, densa, diversificada, democrática e com espaços públicos de qualidade. Cidade 3C compacta conectada coordenada
22 O que o Poder Público ganha com a incorporação do DOTS nos instrumentos de planejamento urbano das cidades? curto prazo médio prazo longo prazo Oportunidade de desenvolver um projeto para o futuro da cidade. Atração de investimentos imobiliários, com regras e contrapartidas mais claras. Melhor condição para promover a articulação com Governos Federal e Estadual e municípios vizinhos. Obtenção de recursos para investimento em melhorias urbanas, especialmente no transporte ativo e no transporte público. Redução das carências urbanas. Gestão pública eficiente: racionalização do uso da infraestrutura existente e maximização dos investimentos públicos. Uma cidade compacta, densa, diversificada, democrática e com espaços públicos de qualidade. Cidade 3C compacta conectada coordenada
23 OBRIGADA LUIZA DE OLIVEIRA SCHMIDT COORDENADORA DE CIDADES Um produto do WRI Ross Centro para Cidades Sustentáveis
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