(a) e são filhos de e de
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- Vagner Gabeira Imperial
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1 PN ; AG: TF.M. Braga; Age: Agos: MP Acordam no Tribunal da Relação do Porto 1. Nos termos do disposto nos arts. 1, 2, 3/4.6, 4, Lei 75/98, 19.11, 3,9/1.2.4, DL 164/99, 13.05, precárias as condições de vida do devedor, verificado o incumprimento da obrigação de alimentos em favor dos menores e, que não dispõem de rendimento líquido superior ao salário mínimo nacional ou de benefício, nessa medida, de rendimentos de outrem, a cuja guarda se encontrem, e impossibilitada a cobrança executiva ou nos termos do art. 189 OTM, o Tribunal de 1ª instância decidiu: (a) Fixar em Pte $00, por cada menor, a quantia a pagar pelo recorrente, em favor da beneficiária, mãe; (b) Tais quantias, actualizadas anualmente, a partir de 01.02, de acordo com o índice de preços ao consumidor (INE), nunca menos de 5%, e mantendo-se para lá da menoridade se verificados os requisitos do art CC;.. 2. Ficou provado: ; (a) e são filhos de e de 1
2 (b) Por decisão de foi, além do mais, fixado que a titulo de alimentos contribuirá com a quantia de Pte $00 para cada um dos menores, actualizável anualmente em função da taxa de inflação, mas nunca em percentagem inferior a 5%, importância essa a entregar a até ao dia 8 de cada mês, e que se manterá para além da menoridade deles, se verificados os pressupostos do disposto no art CC; (c) trabalha como empregada doméstica, auferindo Pte $00/mês, e vive com a mãe; (d), sobretudo por razões de toxicodependência, só esporadicamente trabalha na construção civil e não lhe são fornecidos bens; (e) Os menores frequentam equipamentos escolares. 3. Inconformado, concluiu o Age: (a) A Lei 75/98, e o DL 164/99, 13.05, que a veio regulamentar, constituem lei especial: prefere ao art CC, lei geral; (b) A disposição do CC não pode aplicar-se assim às situações de pagamento a cargo do Devidos a Menores, quando os destinatários atinjam a maioridade; (c) Tal aplicação contrariaria frontalmente o espírito e a letra da Lei 75/98 e do DL 164/99; (d) Os citados diplomas referem sempre, e aliás de forma expressa a sua aplicação a menores1; (e) Deste modo, o pagamento das prestações é feita às pessoas à cuja guarda aqueles se encontrem; (f) E de qualquer modo, o preâmbulo do DL 164/99 menciona a aplicação do diploma às crianças e jovens até aos 18 anos de idade, nos termos das recomendações do Conselho da Europa no sentido da protecção social àquele extracto populacional, mais carente e desprotegido; 1 Vd. arts. 1,2, Lei 75/98; arts. 1,2, DL 164/99. 2
3 (g) Deve ser revogada a sentença na parte em que se refere a dever ser mantida a prestação de alimentos para além da menoridade, se verificados os requisitos do art CC. 4. Nas contra-alegações disse o MP: (a) Resulta claramente, tanto da letra como do espírito, que a Lei 75/98, 19.11, e o regulamentar DL 164/99, 13.05, foram criados coma finalidade de o Estado garantir a dignidade e protecção das crianças, prestando-lhes as condições de subsistência de acordo com a norma programática doa art. 69 CRP; (b) Ora, criança é todo o ser humano com menos de 18 anos, salvo se, nos termos da lei que lhe é aplicável, atingir a menoridade mais cedo2; (c) Logo, não é legítima a condenação do IGFSS com base na Lei 75/98 e no DL 164/99, ao pagamento a interessado maior de 18 anos, nos termos do art CC; (d) Foi violado o disposto nos arts. 1, 2/2.3, 3, Lei 75/98, 19.11, e 2/2, 3/1b, DL 164/99, 13.05; (e) Pelo que a decisão recorrida deve ser revogada na parte em que condenou o IGFSS a pagar a prestação de alimentos para lá da menoridade, em caso de se verificarem os requisitos do art CC. 5. Na sustentação disse o julgador: (a) O preâmbulo do DL 164/99, 13.05, faz exclusivo apelo ao disposto no art. 69 CRP como imediato fundamento da criação desta nova prestação social, quando, com rigor, deveria remeter, pelo menos, para os arts. 67/70 da Lei Fundamental, mesmo que se tenha partido do pressuposto de que os beneficiários ou alvos imediatos das prestações são as crianças e não os pais; (b) Ora, a acção dos pais relativamente aos filhos, e nomeadamente quanto aos seus deveres para com estes, não se esgotam com o atingir da maioridade, 2 Vd. art. 1, Convenção sobre os Direitos da Criança. 3
4 mantendo-se ainda durante esta, p.ex, quanto à prestação de alimentos nos termos do art CC se o filho não houver completado a sua formação profissional, na medida em que seja razoável exigir dos pais o seu cumprimento e pelo tempo normalmente requerido para que aquela formação se complete; (c) Este dever deriva daquele (mais especial) estabelecido no art CC, e não do dever geral de alimentos previsto nos arts. 2003ss CC, que não englobam a instrução e a educação; (d) E o art. 70 CRP estabelece: os jovens gozam de protecção especial para efectivação dos seus direitos económicos, sociais e culturais, nomeadamente no ensino, na formação profissional e na cultura; (e) Assim sendo, e exigindo o Estado dos pais que prolonguem os seus cuidados e prestações aos filho para lá do fim da menoridade, desde que verificados certo requisitos, é lógico também estender ele a protecção, nos casos em que a assuma por lei, quando os pais a não podem cumprir; (f) Trata-se aliás de uma verdadeira sub-rogação legal (e não de uma prestação social), sub-rogação inominada ou atípica; (g) A qual é uma modalidade, voluntária ou legal, de transmissão de créditos e dívidas; (h) Só ocorre porém, nos termos do art. 192 CC quando o terceiro tiver garantido o cumprimento, ou quando, por outra causa, estiver directamente interessado na satisfação do crédito; (i) Com a lei invocada, no intuito de tornar efectivo um dos deveres de protecção às crianças, o Estado chama a si o cumprimento, em determinadas condições, das prestações alimentares devidas a menores; (j) Assim, estando os devedores, por força da lei, obrigados a manter, e quando o estejam, as suas obrigações (alimentares) aos filhos para além do final da menoridade, não pode o terceiro, que se lhes sub-roga [Estado] modificar a obrigação; 4
5 (k) E é a própria lei adjectiva, art CPC, a equiparar a prestação de alimentos a filhos maiores, nas circunstâncias dadas, às dos filhos menores, aplicando-se sempre os arts. 186ss OTM. 6. O recurso está pronto para julgamento. 7. Não é apenas sedutora a tese da sustentação no sentido de defender a existência aqui de um vínculo legal sub-rogatório e civil para justificar a posição do Estado perante os beneficiários de alimento paterno, somente este modelo teórico justifica o ajuizamento comum da causa, de um ponto de vista material. Na verdade, acaso se tratasse de meras prestações sociais, a lide deveria ser atribuída ao contencioso administrativo, dada a estruturante posição, avocada ao prosseguimento do interesse geral, que caberia à Administração no plano em que estaria por isso relacionada com os particulares. Aceitemo-la por conseguinte, e não têm cabimento depois as objecções opostas à sentença de 1ª instância: considerado o ordenamento, como deve ser, de um ponto de vista sistémico e coerente, a extensão do dever de prestar alimentos aos jovens, ainda que maiores, na fase final da educação formal, coaduna-se, sem dobras, com o intuito legislativo, onde se preveniu, e apenas por menos dizer, o cuidado supletivo, comum, do Estado nas situações de agudo desamparo infantil. É que justamente a extensão do âmbito e alcance do direito de alimentos a menores, indexada ao prolongamento da frequência escolar tem a ver com o inconveniente social de lançar na vida activa, por necessidade, quem paradoxalmente, por qualidade própria, não pode formar-se. Ora, o estádio de infância, não está apenas ligado a uma dada idade limite mas a este aspecto de incompletude dos instrumentos apropriados à vida prática meritória. Adquiri-los, por se ser capaz disso, passa a ser contrapartida do poder/dever paternal. Persistir numa visão de via reduzida quanto à modalidade do remédio legal, proposto nos instrumentos aplicáveis citados nos debates, equivale a aceitar o plano dos serviços mínimos estatais, publicístico, quando deve manifestamente optar-se pelo modelo de uma relação paritária Estado/pais, a qual se subtrai, no limite, a quaisquer 5
6 tipos de intervenção no ambiente da comunidade primária. E a primeira sê-lo-ia sempre como desiderato e prática: não é esta seguramente a directiva constitucional. Conclui-se por conseguinte que não merece censura a sentença recorrida, tanto mais serem os impedimentos ao dever alimentar, nas circunstâncias do prolongamento, matéria de revisão, a impor iniciativa por quem de direito e novo pedido. 8 Atento e exposto, vistos os Arts. arts. 1, 2/2.3, 3, Lei 75/98, 19.11, e 2/2, 3/1b, DL 164/99, 13.05, e Art. 9/1 CC, decidem manter inteiramente a decisão recorrida. 9 Sem custas, por não serem devidas 6
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