RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

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1 Procº de insolvência n.º 710/11.7 TBVNG - 2º Juízo Cível Insolvente: JOSÉ MANUEL DA SILVA MACEDO Tribunal Judicial de Vila Nova de Gaia RELATÓRIO O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE. A Nota Introdutória: Para a elaboração do presente relatório foram efectuados trabalhos de pesquisa informativa nos serviços públicos: finanças, conservatórias e segurança social, tendo sido efectuada deslocação à Rua do Casal, n.º 210, na freguesia de Perosinho, concelho de Vila Nova de Gaia, morada fixada ao insolvente. Pela parte do insolvente foi prestada a colaboração solicitada e necessária à elaboração do presente Relatório, sendo certo que parte dessa informação já constava dos autos. O objectivo do presente Relatório, segundo o disposto no artigo 155º do CIRE, é apenas o de servir de ponto de partida para uma apreciação do estado económicofinanceiro do insolvente. In casu, os dados obtidos permitem-nos cumprir o desiderato legal, sem restrições. O presente processo teve início com a apresentação de requerimento por parte do ora insolvente que, reconhecendo a sua frágil situação económica, requereu a declaração da sua insolvência, a qual veio a ser decretada por douta sentença proferida em 25 de Maio de 2011, entretanto já transitada em julgado

2 O insolvente vive em união de facto com ROSIMEIRE EVANGELISTA DE ALMEIDA, sendo que daquela união resultou uma filha, a saber: BÁRBARA MANUELA ALMEIDA MACEDO, actualmente com 8 anos de idade. Aquando da diligência relativa ao auto de arrolamento e apreensão de bens, o insolvente informou-nos que apenas pernoitava na habitação correspondente à morada fixada, sendo que na maior parte do tempo está com a companheira e a filha em casa de uma cunhada, em virtude da visível falta de condições na habitação. A companheira do insolvente foi também declarada insolvente (no âmbito do processo de insolvência n.º 258/11.0 TBVNG, que corre termos no 6º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Vila Nova de Gaia processo no qual a signatária foi também nomeada Administradora da Insolvência) encontrando-se, actualmente, a efectuar um estágio remunerado na sociedade LOGICOMER, auferindo um salário mensal ilíquido de 744,00. Pelo que nos é dado a conhecer o insolvente não tem PPR s, nem saldos bancários, nem participações sociais ou outros activos, além do imóvel e do veículo automóvel já arrolados nos presentes autos. Ponto um Análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do nº 1, do artigo 24º do CIRE: Os documentos conhecidos são os que se encontram nos autos e os recebidos com as reclamações de créditos, que reflectem o montante das obrigações vencidas e a situação de incumprimento generalizado com que se depara o insolvente. As obrigações conhecidas provêem de mútuo com hipoteca destinado à aquisição de habitação própria, diversos créditos pessoais (alguns deles foram já objecto de processos executivos) e ainda uma dívida tributária, de pequeno valor, referente à falta de pagamento de IMI

3 Todos os créditos indicados pelo insolvente foram reclamados no âmbito do presente processo. Existem dívidas reclamadas e reconhecidas no montante total de ,08, tendo já terminado o prazo para apresentação de reclamações de créditos. Ora, analisado o auto de arrolamento de bens, é mister concluir que o passivo acima referido é manifestamente superior ao activo, pelo que a situação de insolvência é, em nossa opinião, irreversível. * Actualmente, o insolvente encontra-se a trabalhar na empresa GUILHERME DE OLIVEIRA, MACEDO, LIMITADA, com a categoria profissional de técnico de electricidade, auferindo o salário base mensal de 1.400,00, conforme informações prestadas pelo próprio, corroboradas pelo extracto de remunerações enviado pelo Instituto de Segurança Social. Ponto dois Análise do estado da contabilidade do devedor e opinião sobre os documentos de prestação de contas do insolvente: Trata-se da insolvência de pessoa singular, que não estava obrigada a prestação de contas de acordo com o exigido para as sociedades comerciais, pelo que parte do disposto no presente artigo não é aplicável. O insolvente procedeu à entrega das declarações de IRS referentes aos anos de 2009 e 2010, apresentadas em conjunto com a sua companheira, Rosimeire Almeida. Com base nos referidos documentos verificamos o seguinte: No ano de 2009 o insolvente auferiu o rendimento bruto de ,03. Relativamente ao ano de 2010, o rendimento bruto auferido foi de 9.800,00. De notar que nos anos em referência, a companheira do insolvente não auferiu qualquer rendimento

4 Foram requeridas informações complementares ao serviço de Finanças de Vila Nova de Gaia 3, tendo-nos sido enviada certidão de dívidas fiscais por falta de pagamento de IMI, bem como a informação de que o insolvente tem cumprido com todas as suas obrigações declarativas fiscais. O insolvente peticionou a exoneração do passivo restante, tendo junto aos autos ou entregue à signatária os documentos necessários à avaliação do seu pedido, com excepção do certificado de registo criminal. Ponto três Indicação das perspectivas de manutenção da empresa devedora, no todo ou em parte, e da conveniência de se aprovar um plano de insolvência: De acordo com o acima exposto, não é de aplicar a primeira parte deste normativo, pois inexiste qualquer estabelecimento comercial ou industrial. Por outro lado, não é de propor qualquer plano de insolvência, já que o insolvente não apresenta rendimentos actuais que permitam a elaboração de Plano, e o nível de endividamento existente, não se compadece com um qualquer Plano de Insolvência, facto aliás admitido pelo próprio insolvente, no seu requerimento de apresentação à insolvência. Assim, a proposta de Plano de Insolvência é desajustada à realidade e inviável. A única solução que nos parece adequada será a venda dos activos existentes in casu o imóvel e veículo automóvel arrolados pelo valor de avaliação obtido. Mais se informa que tendo em conta que já foi decretada a insolvência da comproprietária do imóvel sobre o qual incide o direito apreendido, a liquidação deverá ser efectuada conjuntamente com o processo de insolvência n.º 258/11.0 TBVNG, que corre termos no 6º Juízo Cível deste Tribunal, vendendo-se o imóvel e não os direitos parcelares, o que os desvalorizaria, conforme foi também já requerido no processo indicado

5 O insolvente apresentou pedido de exoneração do passivo restante, sobre o qual nos pronunciaremos na altura devida, nos termos do disposto no artigo 238.º, n.º 2 do CIRE. B Solução proposta: Face ao exposto, propõe-se: Não haver lugar à proposta ou apresentação de qualquer plano de insolvência; Proceder à liquidação do imóvel arrolado pelo valor da avaliação já efectuada no âmbito do processo 258/11.0 TBVNG, que corre termos no 6º Juízo Cível deste Tribunal. C Anexos juntos: Um Inventário; Dois Lista de créditos reconhecidos e não reconhecidos P.D. A Administradora da Insolvência, - 5 -