RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.)

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1 RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA (elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.) Notas prévias: Publicação do extracto do anúncio na Imprensa Nacional Casa da Moeda em ; Apesar das inúmeras insistências, a administradora de insolvência não logrou reunir com o administrador da insolvente; Visita à sede da insolvente realizada em ODISSEIA D IMAGENS, UNIPESSOAL, LDA. NIPC: NATUREZA JURÍDICA: Sociedade por Quotas SEDE: Rua João Paulo II, nº65 Arcozelo, Barcelos. OBJECTO: Exploração de Salões de Cabeleireira e Instituto de Beleza. CAE Principal: R3 QUOTA: 5.000,00 Euros TITULAR: Rui Jorge Múrias GERÊNCIA: Rui Jorge Múrias 2. ACTIVIDADE A QUE SE DEDICOU NOS ÚLTIMOS 3 ANOS E PRINCIPAIS CAUSAS DA SITUAÇÃO ACTUAL - Artigo 155ª, nº 1, alínea a) do CIRE - Análise dos elementos incluídos no documento referido no artigo 24ª, nº 1, alínea c) do CIRE- A Actividade A insolvente é uma sociedade comercial, com a natureza jurídica de sociedade por quotas, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Barcelos desde 01 de Outubro de O seu objecto consiste na exploração de salões de cabeleireira, actividade a que sempre se dedicou até ao passado dia 30 de Outubro de 2010, data em que encerrou o seu estabelecimento. 1/5

2 Ao longo da sua actividade a insolvente atravessou algumas fases de desenvolvimento, sendo contudo que foram por breves períodos, tendo sido mais as dificuldades. Factores exógenos e conjunturais de mercado, decorrentes da crise em que se vive actualmente, e com a forte concorrência de salões de cabeleireiro, localizada no local junto das instalações da insolvente, ajudaram a que a clientela da insolvente se tivesse afastado, sendo que ao longo do último ano foi perdendo capacidade financeira face aos custos de exploração e à diminuição da clientela. A insolvente viu-se com a realidade de passar a ter menos clientes, ter de praticar preços mais baixos, o que nem sequer foi suficiente. No momento de retrocesso económico e diminuição de clientes a insolvente, foi obrigada a fazer opções ( ) assim e como qualquer outro operador económico, teve de gerir a sua tesouraria em função das suas várias obrigações assumidas ( ) tendose endividado. Neste cenário de endividamento, e de perda de clientela que se manifesta a sua única fonte de rendimento, a insolvente viu-se sem perspectivas de futuro, acabando por encerrar, na medida em que já não rentabilizava para sequer cumprir suas obrigações mais básicas, tais como segurança social, fisco e fornecedores, assim como a própria renda. Apesar de na PI referir que o estabelecimento onde funcionava sua sede e sua actividade era arrendado, sendo que o imóvel foi já entregue ao senhorio, a administradora de insolvência foi contactada por este, através do seu mandatário, no sentido de que esta procedesse à entrega do espaço. Contudo, e apesar das suas várias insistências, a administradora de insolvência ainda não logrou obter a entrega voluntária das chaves do estabelecimento, pelo que à data da terminação do presente relatório há a promessa de a entrega voluntária vir a acontecer no próximo dia Nota conclusiva: Da análise dos elementos constantes na petição inicial, bem como das diligências efectuadas pela administradora de insolvência, conclui-se que a situação de insolvência da insolvente advém como corolário da actual crise económica que se faz sentir, que carregou uma diminuição da clientela da insolvente, em virtude da forte concorrência de salões de cabeleireiro na área geográfica da insolvente, obrigando a insolvente a praticar preços mais baixos, e a uma consequente perda de capacidade financeira, o que terminou com a insolvente a deixar de honrar os compromissos assumidos para com os seus Fornecedores, Segurança Social e Fisco. 2/5

3 3. ANÁLISE ESTADO DA CONTABILIDADE DO DEVEDOR E OPINIÃO SOBRE OS DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA - Artigo 155ª, nº 1, alínea b) do CIRE Da análise efectuada aos documentos de prestação de contas, têm sido cumpridas todas as disposições legais, em termos de obrigações contabilísticas e fiscais, nomeadamente a elaboração e o depósito das contas anuais, legalmente obrigatórias, dentro dos prazos legais. Porem, de uma simples análise aos mapas contabilísticos disponibilizados (nomeadamente último Balancete Disponível, referente a Setembro de 2010) lê-se um saldo da conta Caixa credor, o que constitui uma irregularidade contabilística. 4. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA DO DEVEDOR, NO TODO OU EM PARTE, DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA, E DAS CONSEQUENCIAS DECORRENTES PARA OS CREDORES NOS DIVERSOS CENÁRIOS FIGURÁVEIS - Artigo 155ª, nº 1, alínea c) do CIRE Pelo que foi dado a saber à administradora de insolvência, decorrente das diligências efectuadas (inclusive pesquisa de informação no site do Ministério das Finanças), verifica-se o seguinte: 1º. A insolvente encontra-se encerrada desde 30 de Outubro de 2010, sem qualquer funcionário ao seu serviço, sendo que não liberta quaisquer recursos financeiros; 2º. O estabelecimento onde funcionava a sua sede era arrendado e encontra-se com as suas portas fechadas; 3º. A insolvente não é, portanto, titular sob o ponto de vista da propriedade, de nenhum estabelecimento, sendo apenas detentora de bens móveis; 4º. Não é detentora de nenhum imóvel registado em seu nome, nem de nenhum veículo automóvel; 5º. Embora, em termos contabilísticos, e por leitura do último mapa de amortizações disponível (referente a 2009), os bens sejam superiores a 5.000,00 euros (aliás, como comprovado na relação de Bens junta na PI), o grosso daquelas verbas (no valor de 6.242,74 euros) respeita a obras e benfeitorias nas instalações que, por pertencerem a Terceiro, não correspondem a qualquer valor de realização monetária; 3/5

4 6º. A insolvente encontra-se, assim, inactiva, sem qualquer giro comercial, sem trabalhadores e sem clientes; 7º. O seu património vendável é muito inferior a 5.000,00 euros. Consequentemente: I. Actualmente, a empresa encontra-se inactiva e encerrada desde, Outubro de 2010, sem qualquer actividade, sem trabalhadores ao seu serviço, sem clientes e sem qualquer giro comercial; II. Sem qualquer actividade empresarial, a insolvente não dispõe de meios capazes de gerar rendimentos para fazer face aos créditos que venham a ser apurados; III. Os bens susceptíveis de apreensão capazes de gerar receitas para a massa insolvente, através da sua venda imediata, apresentam um valor de mercado muito inferior a 5.000,00 euros; IV. Assim, a massa insolvente é insuficiente para a satisfação das custas do processo e das restantes dívidas da massa insolvente; V. O administrador da devedora não demonstrou à administradora de insolvência qualquer vontade de propor a recuperação da empresa, e também não há conhecimento de movimentação de grupos de senhores credores que, nos termos do art. 193º do C.I.R.E. façam tenções de apresentar plano de insolvência; VI. Não existem, assim, condições minimamente aceitáveis para a elaboração de um plano de insolvência credível e exequível, tendo em conta o valor do passivo da sociedade insolvente face ao activo existente e à inexistência de actividade. Concluindo: Assim, a administradora de insolvência, vem muito respeitosamente, nos termos e para os efeitos do previsto no art.º 232º do CIRE, Requerer a V. Exa. O encerramento do processo por insuficiência da massa insolvente. 4/5

5 5. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO - Artigo 155ª, nº 1, alínea e) do CIRE No caso de ser proferido Despacho Judicial de encerramento do processo de insolvência por insuficiência da massa, conforme requerido, a administradora de insolvência vem, muito respeitosamente, requerer, nos termos e para os efeitos do preceituado no art.º 234º nº 4 do CIRE, que a liquidação da sociedade prossiga nos termos do regime jurídico dos procedimentos administrativos de dissolução e de liquidação de entidades comerciais (criado pelo Decreto Lei nº 76-A/2006, de 29 de Março), sob a responsabilidade do seu actual Gerente. Mais requer a V. Exa., nos termos do disposto no artigo 234º nº 4 do CIRE, a comunicação do encerramento e do património da sociedade insolvente ao serviço de registo competente. Pede deferimento, Muito atentamente, A administradora de insolvência Anexo: Lista provisória de credores Inventário de Bens 5/5