V/Referência: Data: Insolvência de PLANOTRANSPOR Terraplanagens, Segurança e Transportes Conexos, Lda.

Transcrição

1 Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão 2º Juízo Cível Processo nº 1143/07.5TJVNF V/Referência: Data: Transportes Conexos, Lda. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº , Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como o respectivo anexo (lista provisória de créditos). P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 5 de Dezembro de 2007 Página 1 de 1

2 I Identificação do Devedor PLANOTRANSPOR Terraplanagens, Segurança e, com sede no Lugar de Santa Luzia, freguesia de Requião, concelho de Vila Nova de Famalicão, com o NIF , tendo por actividade principal a demolição e terraplanagens. A sociedade, que iniciou a sua actividade em 1 de Junho de 1998, encontra-se matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Vila Nova de Famalicão sob o nº (anterior matrícula nº 4654/ ), tem a seguinte estrutura societária: Sócios Valor da Quota Manuel António Sá da Silva 4.500,00 António Freitas Correia de Sá 500,00 Total 5.000,00 A gerência da sociedade encontra-se atribuída ao sócio Manuel António Sá da Silva, bastando a sua assinatura para obrigar a sociedade. A gerência de facto da sociedade insolvente foi exercida pelo sócio António Freitas Correia de Sá, correspondendo a sua morada à sede social. II Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) A sociedade insolvente outorgou em 7 de Abril de 2006 escritura de dissolução, tendo nessa mesma data procedido à cessação da sua actividade para efeitos de IVA e para efeitos de IRC. Desde Março de 2006 que a sociedade insolvente deixou de ter colaboradores. A contabilidade da sociedade insolvente evidencia uma actividade deficitária, com resultados líquidos negativos, os quais, em conjunto com a redução do valor do activo, acabam por contribuir para um capital próprio negativo e, consequentemente uma situação de falência técnica: Volume de negócios 1.185, , , ,84 Venda de mercadorias 1.185, , , ,20 Página 1 de 4

3 Venda de produtos Serviços prestados , , ,64 Total dos Proveitos 2.685, , , ,84 CEVMC 1.073, , , ,11 F.S.E , , , ,86 Custos com o Pessoal 1.055, , , ,29 Total dos Custos , , , ,38 Resultado Líquido , , , ,54 ACTIVO , , , ,74 Imobilizado Bruto , , , ,15 Amortizações , , , ,79 Existências Dívidas de terceiros 7.592, , , ,27 Disponibilidades , , , ,11 CAPITAL PRÓPRIO , , , ,95 PASSIVO , , , ,79 Importa contudo referir que os valores acima indicados, retirados da contabilidade da sociedade insolvente, não são fidedignos para avaliar a actividade da sociedade insolvente. III Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) A contabilidade da sociedade insolvente está elaborada até à data da sua dissolução, ou seja, Abril de É minha opinião que a contabilidade da sociedade insolvente não apresenta de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos relevantes, a sua posição financeira e patrimonial, em conformidade com os princípios contabilísticos geralmente aceites. Com efeito, analisando o último balancete elaborado (Abril de 2006), verifica-se que estão relevados contabilisticamente alguns activos cuja existência é dúbia: Saldo de Caixa no valor de Euros ,04 Imobilizado Corpóreo no valor de Euros ,58 Com efeito, dos contactos tidos quer com o Técnico Oficial de Contas (TOC), Sr. José Maria Barreiros Afonso, quer com o sócio e gerente, Sr. Manuel António Sá da Silva, foi explicado o seguinte: Página 2 de 4

4 Competia ao sócio Sr. António Freitas Correia de Sá a gestão da sociedade insolvente, emitindo facturas, fazendo pagamento aos fornecedores e recebendo dos clientes; Era ainda este sócio quem estabelecia os contactos com o TOC, cabendo-lhe entregar os respectivos documentos, em tempo útil para efeitos de elaboração da contabilidade e cumprimento das obrigações declarativas; A documentação contabilística não foi, durante vários anos (desde pelo menos o ano de 2002) entregue ao TOC, razão pela qual a contabilidade não foi processada a tempo de serem cumpridas em prazo útil as respectivas obrigações declarativas; Em consequência deste incumprimento reiterado, durante o último semestre de 2005 a sociedade insolvente foi objecto de uma fiscalização pela Administração Fiscal; Como consequência desta fiscalização, a contabilidade foi processada e foram cumpridas, em Outubro de 2005, as obrigações declarativas dos anos de 2002, 2003 e 2004; O processamento da contabilidade teve por base apenas os documentos entregues pelo Sr. António Freitas Correia de Sá, sendo evidente que faltam documentos, nomeadamente: o Recibos emitidos aos clientes o Documentos relativos à alienação de bens Assim, é minha convicção que os saldos que aparecem relevados na contabilidade, em termos de contas do activo, resultam da inexistência de documentos: O saldo de Caixa reflecte a ausência de recibos, o que implica que todas as facturas emitidas foram contabilisticamente tratadas como tendo sido pagas pelos clientes, O saldo da conta de Imobilizado Corpóreo é composto pelos seguintes bens: Escavadora ,40 Iveco AA ,90 Iveco AA - Reparação 7.478,64 Scania AP 2.992,78 Scania AP - Reparação 7.478,64 Página 3 de 4

5 Scania GU ,95 Scania GU - Reparação 7.478,65 Semi-Reboque L ,95 Semi-Reboque L Reparação ,67 TOTAL ,58 Sobre estes bens foi possível apurar o seguinte: 1. Escavadora: vendida antes do ano de Iveco AA: Possui reserva de propriedade a favor de J. M. & Costa, Lda., não tendo sido pago o seu preço 3. Scania AP: Vendido em Junho de 2002 a Victor Manuel Azevedo Ferreira 4. Scania GU: Vendido em Maio de Semi-Reboque L-96266: Vendido antes do ano de 2005 É pois evidente que a contabilidade não se encontra devidamente organizada, impedindo uma compreensão correcta sobre a sua situação financeira e patrimonial. IV Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Tendo em consideração que a sociedade cessou por completo a sua actividade em Abril de 2006, tendo inclusivamente procedido à sua dissolução, deverá a assembleia deliberar no sentido do encerramento (formal) da actividade do estabelecimento do devedor, nos termos do nº 2 do artigo 156º do Código da Insolvência e da Recuperação das Empresas. Face à inexistência de activos susceptíveis de apreender a favor da massa insolvente, deverão ainda os credores pronunciarem-se sobre o encerramento do processo, nos termos do artigo 232º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas. Castelões, 5 de Dezembro de 2007 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 4 de 4

6 Lista Provisória de Credores (Artigo 154º do C.I.R.E.)

7 Insolvência de "PLANOTRANSPOR - Terraplanagens, Segurança e Transportes Conexos, Lda" Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) Montante dos Créditos e sua Natureza Valor do Crédito # Identificação do Credor Fundamento Mandatário Garantidos Privilegiados Comuns Subordinados Sob Condição C/ Voto S/ Voto % Serviços do Ministério Público do Tribunal Adalberto Luciano Fernandes Lemos , ,46 17,940% Remunerações Judicial de Vila Nova de Famalicão Travessa do Outeiro, 18 Avenida Nove de Julho Carreira Vila Nova de Famalicão Serviços do Ministério Público do Tribunal Fazenda Nacional Coimas, IRC e , ,07 37,729% Judicial de Vila Nova de Famalicão IVA Avenida Nove de Julho Vila Nova de Famalicão Instituto da Segurança Social, I.P. Miguel Lemos Fernandes, Dr. 3 Praça da Justiça , ,63 44,332% Contibuições Praça da Justiça Braga Braga 4 5 Total , , ,16 100,000% O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Elaborado por Nuno Oliveira da Silva Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) - Folha 1 de 1