Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

Transcrição

1 Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito do Tribunal do Judicial de Vila Nova de Famalicão 2º Juízo Cível Processo nº 4383/08.6TJVNF Insolvência de Sociedade Têxtil Casal d Era, Lda V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº , Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como os respectivos anexos (lista provisória de créditos e inventário). P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 11 de Março de 2009 Página 1 de 1

2 Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) I Identificação do Devedor Sociedade Têxtil Casal d Era, Lda., sociedade comercial por quotas com sede na Rua do Arco, nº 32, freguesia de Nine, concelho de Vila Nova de Famalicão, com o NIF , tendo por objecto social a confecção de artigos de vestuário em série. A sociedade, constituída por escritura pública celebrada em 7 de Fevereiro de 1996, encontra-se matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Vila Nova de Famalicão sob o nº (anterior matrícula 3967/ ), iniciou a sua actividade em 8 de Fevereiro de 1996 e tem actualmente a seguinte estrutura societária: Sócios Valor da Quota Sandra Figueiredo Sampaio Machado ,46 Márcio André Figueiredo Sampaio Machado 1.870,49 Total ,95 A gerência da sociedade está atribuída à sócia Sandra Figueiredo Sampaio Machado, sendo bastante a assinatura de um gerente para obrigar a sociedade. II Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) A sociedade insolvente teve o seu estabelecimento no Lugar do Casal d Era, freguesia de Nine, concelho de Vila Nova de Famalicão, mas no âmbito do processo judicial nº 630/08.2TJVNF do 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão, aquele foi entregue ao seu proprietário. A sociedade insolvente laborou até ao final do mês de Maio de 2008, altura em que encerrou e procedeu ao despedimento da totalidade dos seus trabalhadores. Pela análise das contas anuais relativas aos exercícios de 2005, 2006 e 2007, é possível retirar os seguintes valores: Rubricas Variação 2006/ Variação 2007/2006 Volume de Negócios % % Variação da Produção #DIV/0! % C.M.V.M.P.C % % Margem Bruta 97,71% 122,78% 25,07% 25,66% 77,21% -45,57% -37,11% F.S.E % % Custos com o Pessoal % % Página 1 de 4

3 Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Rubricas Variação 2006/ Variação 2007/2006 Total dos Proveitos e Ganhos % % Total dos Custos e Perdas % % Resultados Operacionais % % Resultado Líquido % % Activo % % Imobilizado % % Amortizações % % Existências #DIV/0! % Dívidas de Terceiros % % Disponibilidades % % Acréscimos e diferimentos % % Passivo % % Capital Próprio % % Capital % % Prestações Suplementares 0 #DIV/0! 0 #DIV/0! É manifesto que a sociedade insolvente vem exercendo ao longo dos anos uma actividade deficitária, apresentando resultados operacionais negativos de elevado montante. E se o exercício de 2006 é excepção pelo facto de terminar com um resultado líquido positivo, tal deve-se em apenas a uma variação de produção de valor superior a Euros ,00. A sociedade insolvente é devedora à Fazenda Nacional e à Segurança Social de um montante superior a Euros ,00, revelador da reiterada e habitual falta de pagamento das suas obrigações fiscais e contributivas. Este comportamento vem acontecendo praticamente desde a data da sua constituição. Sobre este assunto, não deixa de ser curioso que em Fevereiro de 1999, o Serviço de Finanças de Vila Nova de Famalicão 2 remete um ofício à Direcção de Finanças de Braga, alertando-os para esta situação, e passo a transcrever: 1 O sujeito passivo Lucinda da Costa Figueiredo Sampaio Machado, NIF e NIPC , encontrava-se registado, em sede de IVA e IRS, por esta Repartição. 1.1 Entrou em dívida e foram-lhe penhorados e vendidos todos os bens, tendo sido adquirente, ao que nos foi dado a perceber, a filha Sandra. 2 Ainda antes da venda dos bens, constituiu a sociedade Figueiredo & Sampaio Confecções, Lda, com o NIPC que, entrando em dívida, é também penhorada, procedendo-se à venda dos respectivos bens. Página 2 de 4

4 Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) 3 Decorria ainda o processo de cobrança e já os mesmos constituem nova sociedade S & F, Confecções, Lda com o NIPC , cujos bens, ao que me é dado a perceber, não pagam as dívidas constituídas. 4 Entretanto a folha Sandra, seu marido e outra constituem a Sociedade Têxtil Casal d Era, Lda, NIPC , que entra de imediato na situação de devedora e cujos bens, vindos de Lucinda da Costa Figueiredo Sampaio Machado e de Figueiredo & Sampaio Confecções, Lda não dão para o pagamento da primeira dívida constituída. Parece, assim estarmos perante um processo de diluição de responsabilidades e de intuito de fuga visível às obrigações fiscais, A situação aqui relatada acaba novamente por voltar a acontecer: em resultado das avultadas dívidas fiscais, o património da sociedade insolvente é penhorado e vendido, em Dezembro de 2006, no âmbito de um processo de execução fiscal, tendo como compradora Lucinda da Costa Figueiredo Sampaio Machado, mãe da gerente da sociedade insolvente. Este facto, bem como a posterior penhora pela Fazenda Nacional dos débitos dos clientes da sociedade insolvente levam à incapacidade de obter receitas, conduzindo À decisão de encerramento em Maio de III Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) A contabilidade da sociedade insolvente está organizada até à data em que encerrou, ou seja, até Maio de 2008, tendo sido cumpridas as obrigações declarativas daí emergentes. Pelos elementos que foram analisados da contabilidade, tudo indica que esta não reflecte uma imagem verdadeira e apropriada da sua situação patrimonial e financeira. Com efeito, na contabilidade da sociedade insolvente, à data do fecho das contas do exercício de 2007, consta um saldo devedor de Caixa de Euros ,12 que não tem correspondência física. Página 3 de 4

5 Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) IV Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Tendo em consideração que a sociedade cessou por completo a sua actividade em Maio de 2008, deverá a assembleia deliberar no sentido do encerramento (formal) da actividade do estabelecimento do devedor, nos termos do nº 2 do artigo 156º do Código da Insolvência e da Recuperação das Empresas. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 11 de Março de 2009 Página 4 de 4

6 Lista Provisória de Credores (Artigo 154º do C.I.R.E.)

7 # Identificação do Credor Montante dos Créditos e sua Natureza Valor do Crédito Garantidos Privilegiados Comuns Subordinados Sob Condição C/ Voto S/ Voto % Fundamento Mandatário Fazenda Nacional Serviços do Ministério Público 1 Avenida Engº Pinheiro Braga, , , ,12 39,734% IVA, IRC, IRS e Coimas Fiscais Vila Nova de Famalicão Instituto da Segurança Social, I.P. Miguel Lemos Fernandes, Dr. Praça da Justiça Praça da Justiça , , ,98 60,266% Contribuições e Custas Braga Braga NIF / NIPC: Insolvência de "Sociedade Têxtil Casal d'era, Lda" Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) 4 5 Total , , ,10 100,000% O Administrador da Insolvência 11 de Março de 2009 (Nuno Oliveira da Silva) Elaborado por Nuno Oliveira da Silva Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) - Folha 1 de 1

8 Inventário (Artigo 153ºdo C.I.R.E.)

9 Inventário (artigo 153º do C.I.R.E.) Relação dos bens e direitos passíveis de integrar a massa insolvente: I Quantias proveniente de penhoras efectuadas pelo Serviço de Finanças de Vila Nova de Famalicão 2: 1. Produto obtido com a venda dos bens penhorados à insolvente: Euros ,00 (folhas 53 e 55 do processo de execução fiscal nº e apensos) 2. Crédito sobre JEDIFEX Malhas e Confecções, Lda Euros 4.801,76 3. Crédito sobre Cordeiro, Campos & Cª, Lda Euros ,59 (folha 112 do processo de execução fiscal nº e apensos) Os valores atrás indicados constam dos processos de execução fiscal que foram apensos ao processo de insolvência II Bens móveis: 1. Mesa redonda, 13 cadeiras em fórmica, 3 cadeiras em tecido de cor azul, um computador e respectivo monitor, tudo com valor estimado de Euros 600,00 Os bens atrás indicados encontram-se na Rua do Arco, nº 32, freguesia de Nine, concelho de Vila Nova de Famalicão O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 11 de Março de 2009 Página 1 de 1