Famalicão. J3 Processo nº 6938/15.3T8VNF Insolvência de CONFIVIAGENS Viagens e Turismo, Lda

Transcrição

1 Exmo.(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito da 2ª Secção de Comércio da Instância Central de Vila Nova de Famalicão J3 Processo nº 6938/15.3T8VNF Insolvência de CONFIVIAGENS Viagens e Turismo, Lda V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº , Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E.. Mais informo que não foi elaborada a lista provisória de créditos prevista no artigo 154º do CIRE, uma vez que nesta data é junto aos autos a relação de credores a que alude o artigo 129º do CIRE. Requer ainda a V. Exa. relevação da falta pelo atraso na junção deste relatório, mas tal resultou da dificuldade do signatário em obter a informação necessária para a elaboração do relatório. P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 15 de fevereiro de 2016 Página 1 de 1

2 I Identificação do Devedor Confiviagens Viagens e Turismo, Lda., sociedade comercial por quotas com sede na Travessa da Poça do Narciso, nº 154, freguesia de Abade de Neiva, concelho de Barcelos (até Fevereiro de 2015, a sua sede situava-se na Avenida São Lourenço, nº 70 A, em Celeirós, Braga), com o NIPC , tendo por objecto social viagens e turismo. A sociedade, constituída em 07 de Janeiro de 2000, encontra-se matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Braga sob o número (corresponde à anterior matrícula nº 6650/ desta mesma conservatória) e tem actualmente a seguinte estrutura societária: Sócios Valor da Quota Sílvia Manuela Ferreira Moreira ,00 José Carvalho Moreira ,00 Total ,00 A gerência da sociedade está atribuída ao sócio Sílvia Manuela Ferreira Moreira desde a sua constituição e ao sócio José Carvalho Moreira desde 18 de Dezembro de A sociedade obriga-se pela assinatura de qualquer um dos gerentes. Código Certidão Permanente: II Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) Página 1 de 4

3 Desconhece-se qual o local onde a sociedade insolvente tem actualmente o seu estabelecimento. Observemos a informação contabilística disponível para os exercícios de 2012 a 2014, o qual sustenta a situação actual de insolvência em que a sociedade se encontra: Rubricas Variação 2013/ Variação 2014/2013 Variação 2014/2012 Vendas e serviços prestados , , ,40 23,11% , ,22 23,40% ,62 51,92% Fornecimentos e serviços externos , , ,21 19,14% , ,21 23,66% ,42 47,33% Gastos com pessoal , , ,19 22,05% , ,37-4,95% 6 081,82 16,01% Imparidades de dívidas a receber 0,00 0,00 0, , ,30 #DIV/0! ,30 #DIV/0! Provisões 0, , ,04 #DIV/0! , ,04-13,14% ,00 #DIV/0! Outros rendimentos e ganhos 3 060, , ,05 80,52% 3 478, ,66-37,03% 418,39 13,67% Outros gastos e perdas 5 216, , ,15-32,80% 2 540,50-964,93-27,53% ,08-51,30% Resultado Operacional 8 667, , ,32 78,07% , ,61-173,14% ,29-230,24% Resultado antes de impostos 2 403, , ,99 293,15% , ,52-273,41% ,53-781,77% Resultado Líquido do Período 506, , , ,67% , ,86-380,43% , ,26% Activo , , ,45 7,72% , ,45-66,93% ,00-64,38% Activos fixos tangíveis , , ,68-7,83% , ,68-9,71% ,36-16,78% Clientes , , ,79 12,77% , ,05-57,20% ,26-51,73% Estado e outros Entes Públicos 0, , ,00 #DIV/0! 4 061,00 284,00 7,52% 4 061,00 #DIV/0! Outras contas a receber , ,15 0, , ,89-97,08% ,89-97,08% Diferimentos 294,18 342,88 48,70 16,55% 289,23-53,65-15,65% -4,95-1,68% Activos financeiros detidos p/ negociação 630,00 630,00 0,00 630,00 0,00 0,00 Caixa e depósitos bancários , , ,64 23,89% 8 470, ,18-84,05% ,54-80,23% Passivo , , ,91 12,75% , ,55 35,31% ,46 52,57% Provisões 0, , ,04 #DIV/0! , ,00 86,86% ,04 #DIV/0! Fornecedores , , ,36 50,07% , ,08 178,48% ,44 317,92% Estado e outros Entes Públicos 8 155, ,65 943,81 11,57% 3 909, ,53-57,04% ,72-52,07% Financiamentos obtidos , , ,78-14,78% , ,82-24,56% ,60-35,71% Outras contas a pagar , , ,52-4,70% , ,82 21,58% ,30 15,87% Capital Próprio , , ,54 2,96% , ,00-173,07% ,46-175,23% Reservas legais , ,00 0, ,00 0,00 0,00 Resultados transitados , ,64 506,43 0,66% , ,14-424,94% ,71-427,08% Como se pode constatar pelos dados do quadro anterior, é possível verificar que para nos anos de 2012 e 2013 a sociedade apresentou resultados líquidos do exercício positivos, aumentando o seu volume de negócios em 23,11%. No ano de 2014 a sociedade continuou a aumentar o seu volume de negócios e os resultados operacional e líquido só foram negativos devido ao facto de terem sido constituídas imparidades de dívidas a receber bem como provisões. Página 2 de 4

4 Importa ainda salientar que foram efectuadas diversas correcções, de montantes avultados, relativos a exercícios anteriores e que originaram uma alteração negativa nos resultados transitados, passando estes de um valor de mais de Euros ,00 positivos, no início de 2014, para um valor de Euros ,00 negativos no final de Estas correcções na contabilidade no valor de Euros ,14 vieram demonstrar que a sociedade insolvente se encontrava numa situação de falência técnica, dada a superioridade do seu passivo face ao activo. De acordo com as informações prestadas pela gerência, a principal causa para a sua actual situação de insolvência em que a sociedade se encontra deveu-se essencialmente a, e passo a citar, um esquema de desvios de capital engendrados por duas ex-funcionárias, que ao longo dos vários anos desviaram pagamentos de clientes para si e desfalcaram a sociedade em mais de Euros ,00. Para o ano de 2015 (até Novembro) a sociedade não exerceu qualquer tipo de actividade, tendo apenas obtido rendimentos provenientes da alienação de património e suportado custos com Fornecimentos e Serviços Externos. A sociedade tinha o seu estabelecimento localizado na sua antiga sede social, na Avenida São Lourenço, nº 70 A, em Celeirós, Braga. Este imóvel era sua propriedade, tendo sido transmitido para a sociedade Órbita Viagens e Turismo, Lda., NIPC , através de uma dação em pagamento celebrada em 05 de Janeiro de , conforme escritura pública que junto no Anexo A. Relativamente a esta dação em pagamento, estamos a estudar as condições em que a mesma foi feita, pois tudo indica que preenche os pressupostos para que se faça a resolução em benefício da massa insolvente da sua transmissão. 1 Esta sociedade tem como sócios e gerentes Paula Cristina Braga Silva Gonçalves, Maria Gabriela Ribeiro Costa Ferreira e António José Magalhães de Carvalho, tem sede no Lugar do Bom Sucesso, Rua Um, nº 29, em Vila do Prado, Vila Verde; o seu objecto social coincide com o da insolvente (actividades de agências de viagem). 2 De acordo com a escritura pública da Dação em Pagamento, a sociedade Órbita Viagens e Turismo, Lda. tinha um crédito sobre a sociedade insolvente no valor de Euros ,23, decorrente de transacções comerciais entre ambas as sociedades. Face à indisponibilidade da quantia em dívida, a insolvente propôs dar em cumprimento à credora o direito que tinha sobre o imóvel em causa. Embora se esteja ainda a recolher informação contabilística, tudo indica que o valor em dívida a este credor foi constituído apenas durante o mês de Dezembro de Página 3 de 4

5 Importa referir que este imóvel tem duas hipotecas voluntárias a favor do Banco Espírito Santo, S.A. (actualmente Novo Banco, S.A. ), correspondente a dois contractos de mútuo celebrados entre esta instituição bancária e a sociedade insolvente em Agosto de Ambos os contractos estão em incumprimento apenas desde Dezembro de 2015, ou seja, todas as prestações mensais foram cumpridas e pagas até 05 Novembro de 2015, desconhecendo-se como e por quem foram pagas. Analisando a contabilidade, também se depara com uma alienação, em 31 de Dezembro de 2014, de uma viatura da marca BMW, modelo 320 Série 3, pelo valor de Euros 5.000,00, a Marisa da Mota Pinheiro. III Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) A contabilidade da sociedade encontra-se processada até ao final do mês de Novembro de 2015, tendo sido cumpridas as obrigações declarativas daí emergentes. Pela análise que foi feita da contabilidade, tudo indica que esta reflecte uma imagem verdadeira e apropriada da sua situação patrimonial e financeira. IV Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Pelo comportamento evidenciado pela sociedade insolvente e pelo gerente, pode-se concluir pelo desinteresse em ser proposto aos credores a elaboração de um plano de insolvência. Perante o que acima foi referido, entende o signatário que deverá ser deliberado o encerramento do estabelecimento da sociedade insolvente, reportando-o à data da sentença da declaração de insolvência, em 26 de Novembro de Deverá ainda ser deliberado o prosseguimento dos autos para a liquidação do seu activo. Castelões, 15 de Fevereiro de 2016 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 4 de 4