Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

Transcrição

1 Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito do Tribunal do Judicial de Vila Nova de Famalicão 4º Juízo Cível Processo nº 1025/12.9TJVNF Insolvência de JOIAVE Sociedade Têxtil, Unipessoal, Lda V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº , Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como o respectivo anexo (inventário). Mais informo que não foi elaborada a lista provisória de créditos prevista no artigo 154º do CIRE, uma vez que já foi junto aos autos a relação de credores a que alude o artigo 129º do CIRE. P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 30 de Julho de 2012 Página 1 de 1

2 I Identificação do Devedor JOIAVE Sociedade Têxtil, Unipessoal, Lda., sociedade comercial por quotas, com sede social na Rua Nova, nº 187, freguesia de Ria de Ave, concelho de Vila Nova de Famalicão, com o NIPC , tendo por objecto social a produção e comercialização de têxteis. A sociedade, constituída em 21 de Abril de 1988 e com início da actividade em 1 de Setembro de 1988, encontra se matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Vila Nova de Famalicão sob o nº (corresponde à anterior matrícula 3566/ desta mesma conservatória) e tem actualmente a seguinte estrutura societária: Sócios Valor da Quota Aucíndio de Castro Ferreira da Rocha ,58 Total do Capital Social ,58 A gerência da sociedade insolvente está atribuída ao sócio Aucíndio de Castro Ferreira da Rocha desde 31 de Dezembro de 2008, sendo necessária a intervenção de um gerente para obrigar a sociedade. Código da certidão permanente: II Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) A sociedade insolvente tem o estabelecimento no local a que corresponde a sua sede social. O local em causa é arrendado. Página 1

3 A devedora é uma microempresa, possuindo apenas dois colaboradores, para além do seu gerente. A sociedade dedica se à produção de felpo turco utilizado na confecção de toalhas e roupões, assim como outros artigos para o lar, ginásios, institutos de beleza, publicidade e praia. Em 2011 cerca de 80% do volume de negócios foi destinado ao mercado comunitário. Perante a redução no volume de negócios que a sociedade tinha vindo a sentir, a gerência no início do ano de 2009 toma medidas tendo em vista adequar a estrutura de custos às novas condições da procura. Daqui resultou a redução substancial no seu número de colaboradores, que passa de 11 no final do ano de 2008 para os actuais 3. As medidas tomadas em 2009 para reduzir os custos não tiveram o sucesso esperado, já que o ano termina com resultados operacionais negativos de quase Euros Contudo, no exercício de 2010 e apesar da menor capacidade produtiva da sociedade o volume de negócios reduz se em 40% em relação ao exercício anterior assiste se uma inversão nos resultados: a sociedade obtém resultados operacionais positivos de quase Euros O ano de 2011 foi muito mau para a sociedade insolvente já que, apesar do aumento no volume de negócios 32% em relação ao exercício anterior assiste se a Página 2

4 um aumento ainda maior (mais de 65% em relação ao exercício anterior) no custo das mercadorias/matérias primas comercializadas pela sociedade. Esta situação foi determinante para que este exercício terminasse com um resultado operacional negativo em mais de Euros Rubricas Variação 2010/ Variação 2011/2010 Variação 2011/2009 Vendas e Serviços Prestados % % % C.M.V.M.C % % % F.S.E % % % Gastos com o Pessoal % % % Resultados Operacionais % % % Resultados Antes de Impostos % % % Resultado Líquido do Período % % % Activo % % % Activos fixos tangíveis % % % Activos intangíveis % 0 #DIV/0! 0 100% Investimentos financeiros #DIV/0! % 380 #DIV/0! Inventários % % % Clientes % % % Estado e Outros Entes Públicos % % % Diferimentos 0 #DIV/0! #DIV/0! 317 #DIV/0! Outros activos correntes % % % Caixa e depósitos bancários % % % Passivo % % % Capital Próprio % % % Capital % % 0 0% Os problemas de liquidez da sociedade estão intimamente ligados ao grande aumento do custos das mercadorias/matérias primas bem como ao facto da sociedade insolvente dedicar a quase totalidade da sua produção para o mercado comunitário. Com efeito, o atraso nos reembolsos do IVA suportado na aquisição das mercadorias/matérias primas condicionou a tesouraria da sociedade, criando lhe problemas de liquidez, com especial relevo durante o exercício de Assim, são problemas de liquidez que conduziram a sociedade à sua actual situação de insolvência. A sociedade insolvente mantém se em actividade, tendo até ao final de Maio de 2012 obtido um volume de negócios de cerca de Euros , e realizado compras no valor de cerca de Euros Página 3

5 III Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) A contabilidade da sociedade insolvente está processada até ao final do mês de Maio de 2012, tendo sido cumpridas todas as obrigações declarativas daí decorrentes. Pela análise dos documentos contabilísticos, tudo indica que a contabilidade da sociedade insolvente traduz a imagem verdadeira e apropriada da sua situação financeira e patrimonial. IV Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Como se pode verificar no inventário que acompanha este relatório, parte do activo da sociedade é composto por equipamentos que têm um reduzido valor de mercado, pelo que o seu maior valor é, sem dúvida, a riqueza que poderá criar mantendo se em actividade. Para além dos créditos dos requerentes do processo de insolvência, a sociedade praticamente não tem passivo tem o passivo decorrente da sua normal actividade e que está em constante alteração destacando se os factos de ter a sua situação tributária (finanças e segurança social) regulariza, de não ter dívidas junto de instituições bancárias nem aos seus colaboradores. A liquidez da sociedade continua ser condicionada pelos eventuais atrasos que possam existir nos reembolsos de IVA, situação para a qual não tem capacidade de acção. É pois minha convicção que os credores requerentes terão mais a ganhar com a manutenção da actividade da sociedade insolvente e dessa forma obterem a satisfação dos seus créditos do que desencadearem a sua liquidação. Assim, entendo que os credores deverão: a. Determinar a manutenção da actividade do estabelecimento da devedora e, consequentemente, determinar a suspensão da liquidação e partilha da massa insolvente, Página 4

6 b. Cometer à devedora o encargo de elaborar o plano de insolvência em prazo a fixar na assembleia de credores; c. Cometer à devedora a administração do estabelecimento compreendido na massa insolvente, e, posteriormente, ser designada a data para a realização da assembleia de credores para discutir e votar a proposta de plano de insolvência apresentada pela sociedade insolvente, nos termos previstos no artigo 209º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresa. Castelões, 30 de Julho de 2012 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 5

7 Insolvência de JOIAVE Sociedade Têxtil, Unipessoal, Lda. Inventário (Artigo 153ºdo C.I.R.E.)

8 Inventário (artigo 153º do C.I.R.E.) Relação dos bens e direitos passíveis de integrarem a massa insolvente: Viatura ligeira de mercadorias da marca Toyota, modelo Dyna 250, com matrícula QP de Outubro de 1988 Empilhador da marca Toyota Computador IBM com monitor da marca Philips, teclado e colunas Máquina de calcular da marca CASIO DR 120S Fotocopiadora da marca DVELOP 1300 Impressora da marca HP Laserjet 1018 Tear Ketten KS L 6 da Karl Mayer Duas estantes de arquivo Uma mesa de reuniões Cinco cadeiras Balança da marca Philips Essence Compressor marca Mirage 200TP Máquina de costura com quarto agulhas da marca Sunshine Três máquinas de ponto corrido da marca JUKI Duas máquinas de corte e cose da marca JUKI Os bens cuja propriedade é da sociedade insolvente têm valor contabilístico líquido nulo em 31 de Dezembro de Castelões, 30 de Julho de 2012 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 1 de 1