RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.)

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1 RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA (elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.) Notas prévias: Publicação do extracto do anúncio na Imprensa Nacional Casa da Moeda em Reunião realizada com os Sócios da insolvente em FILALFA COMÉRCIO E EQUIPAMENTOS DE AUTOMÓVEIS, LDA. NIPC: DATA CONSTITUIÇÃO: NATUREZA JURÍDICA: Sociedade por Quotas SEDE: Rua D. Afonso, nº196, Sala 3, Caixa 222 C OBJECTO: Comércio de veículos automóveis, no caso, compra e venda e comércio de acessórios e peças para veículos automóveis. CAE Principal: R3 CAE Secundário: R3 CAPITAL: ,00 EUROS Certidão Permanente com código de aceso: SÓCIOS Ana Maria Pereira Maciel Pedroso QUOTA: ,00 Pedro Manuel Cibrão Coutinho Pedroso QUOTA: ,00 GERÊNCIA Ana Maria Pereira Maciel Pedroso 1/5

2 2. ACTIVIDADE A QUE SE DEDICOU NOS ÚLTIMOS 3 ANOS E PRINCIPAIS CAUSAS DA SITUAÇÃO ACTUAL - Artigo 155ª, nº 1, alínea a) do CIRE - Análise dos elementos incluídos no documento referido no artigo 24ª, nº 1, alínea c) do CIRE- A Actividade A insolvente é uma sociedade comercial, com a natureza jurídica de sociedade por quotas, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Barcelos, em actividade desde 04 de Novembro de O seu objecto consiste no comércio de veículos automóveis, no caso, compra e venda e comércio de acessórios e peças para veículos automóveis. Para o exercício desta actividade, a insolvente estabeleceu, entre outras, relações comerciais com a Sociedade Italian Motor Village, S.A., na medida em que esta ultima fornecia à insolvente automóveis para posterior venda no mercado, actuando assim como intermediária. No âmbito da intermediação que a requerida fazia, cabia-lhe também diligenciar junto de entidades financeiras a obtenção de crédito por parte dos compradores finais, adquirentes dos veículos ( ) a requerida era remunerada através de comissões sobre as vendas efectivamente feitas, umas vezes sendo as mesmas pagas a pronto pelos adquirentes, outras através de financiamento das aquisições. Segundo o que se conseguiu apurar, a insolvente veio logrando cumprir as suas obrigações desde o início da sua constituição, porém, e no ano de 2010, também dada a forte crise económica que veio a afectar gravemente o país e consequentemente, a actividade da insolvente dado o baixo poder de compra da insolvente, começou a protelar e a falhar os pagamentos devidos. Conforme referido na Petição Inicial sucedeu que, em muitas ocasiões, a requerida recebeu dos compradores os preços das vendas e não os entregou à requerente, ao menos pontual e integralmente ( ) desde meados do ano 2010 que a requerida começou a protelar e a falhar os pagamentos devidos à requerente, não liquidando na íntegra os saldos em dívida. Razão pela qual, e pese embora dos diversos esforços realizados pela entidade que fornecia os diversos automóveis, com vista a obter a regularização dos montantes em dívida por parte da insolvente, e persistindo esta no não pagamento, apesar de insistentemente interpelada para pagar, não o tendo feito nem mesmo com recurso a um plano de pagamentos, a requerente procedeu então instauração do presente processo de insolvência, uma vez verificada a insuficiência financeira e patrimonial para o cumprimento das suas obrigações assumidas. Neste sentido, e uma vez findas as relações comerciais entre as partes a , a requerida restituiu, a , à requerente os veículos que estavam ainda na posse da mesma requerida. As instalações onde a insolvente operava eram arrendadas, tendo sido entregues ao Senhorio em Julho de /5

3 Nota conclusiva: Da análise dos elementos constantes na petição inicial, bem como das diligências efectuadas pela administradora de insolvência, conclui-se que a situação de insolvência da insolvente advém como resultado da diminuição do poder de compra dos portugueses, fruto da forte recessão económica que se faz sentir, o que levou a uma diminuição do volume de facturação da insolvente, colocando-a numa situação de incumprimento. 3. ANÁLISE ESTADO DA CONTABILIDADE DO DEVEDOR E OPINIÃO SOBRE OS DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA - Artigo 155ª, nº 1, alínea b) do CIRE Segundo as informações prestadas pelo TOC da insolvente e da análise efectuada aos documentos de prestação de contas, têm sido cumpridas todas as disposições legais, em termos de obrigações contabilísticas e fiscais, nomeadamente a elaboração e o depósito das contas anuais, legalmente obrigatórias, dentro dos prazos legais. 4. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA DO DEVEDOR, NO TODO OU EM PARTE, DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA, E DAS CONSEQUENCIAS DECORRENTES PARA OS CREDORES NOS DIVERSOS CENÁRIOS FIGURÁVEIS - Artigo 155ª, nº 1, alínea c) do CIRE Pelo que foi dado a conhecer à administradora de insolvência, decorrente das diligências efectuadas (inclusive pesquisa de informação junto do Serviço de Finanças), verifica-se o seguinte: 1) À data, a insolvente encontra-se encerrada, pelo que não liberta quaisquer recursos financeiros, encontrando-se sem qualquer trabalhador ao seu serviço; 2) De acordo com o resultado das buscas efectuadas verifica-se que a insolvente não é titular, sob o ponto de vista da propriedade, de nenhum veículo automóvel, ou estabelecimento comercial, susceptível de ser apreendido e integrado na massa insolvente em benefício dos credores; 3/5

4 3) Conforme também referido na Petição Inicial ao que a requerente conseguiu apurar, a requerida não tem qualquer património à custa do qual pudesse ser paga a dívida à requerente ; 4) Pelo que não dispõe a insolvente, à data, de património vendável; 5) Pese embora que dos registos contabilísticos da insolvente, resulte que esta é detentora de créditos, uma vez contactada a administradora da devedora, esta informou a AI que os mesmos são incobráveis, dadas as diversas tentativas já encetadas para o efeito. Consequentemente: I. Encontrando-se a insolvente inactiva e encerrada, sem qualquer actividade, sem clientes, não se verifica qualquer giro comercial, susceptível de gerar proveitos; II. Sem qualquer actividade empresarial, a insolvente não dispõe de meios capazes de gerar rendimentos para fazer face aos créditos que venham a ser apurados; III. Assim, a massa insolvente é insuficiente para a satisfação das custas do processo e das restantes dívidas da massa insolvente; IV. A administradora da devedora não demonstrou à administradora de insolvência qualquer vontade de propor a recuperação da empresa, e também não há conhecimento de movimentação de grupos de senhores credores que, nos termos do art. 193º do C.I.R.E. façam tenções de apresentar plano de insolvência; V. Não existem, assim, condições minimamente aceitáveis para a elaboração de um plano de insolvência credível e exequível, tendo em conta o valor do passivo da sociedade insolvente face ao activo que é inexistente e à inexistência de actividade. Concluindo: Assim, a administradora de insolvência, vem muito respeitosamente, nos termos e para os efeitos do previsto no art.º 232º do CIRE, Requerer a V. Exa. O encerramento do processo por insuficiência da massa insolvente. 4/5

5 5. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO - Artigo 155ª, nº 1, alínea e) do CIRE Por expediente dirigido à AI, veio Luís Alberto Carvalho de Sousa, informar a AI de que o ora requerente é proprietário de um automóvel marca Alfa Romeo com a matrícula UM, o qual foi adquirido na empresa insolvente ( ) mediante contrato de financiamento para aquisição a crédito com o Banco Santander Consumer Portugal, S.A. ( ) pese embora o veículo pertencer ao ora requerente, encontrava-se desde Junho de 2010, por largos períodos de tempo, nas instalações da ora insolvente a fim de ser vendida, o que até à presente data não aconteceu. Tendo assim requerido à AI a sua restituição. O referido veículo coincide desta forma com o único veículo automóvel relacionado pela insolvente, contudo o mesmo, de acordo com os documentos probatórios juntos com o expediente remetido à administradora de insolvência, este encontra-se devidamente registado, nomeadamente, na Conservatória do Registo Automóvel de Barcelos em nome de Luís Alberto Carvalho de Sousa. No caso de ser proferido Despacho Judicial de encerramento do processo de insolvência por insuficiência da massa, conforme requerido, a administradora de insolvência vem, muito respeitosamente, requerer, nos termos e para os efeitos do preceituado no art.º 234º nº 4 do CIRE, que a liquidação da sociedade prossiga nos termos do regime jurídico dos procedimentos administrativos de dissolução e de liquidação de entidades comerciais (criado pelo Decreto Lei nº 76-A/2006, de 29 de Março), sob a responsabilidade do seu actual Gerente. Mais requer a V. Exa., nos termos do disposto no artigo 234º nº 4 do CIRE, a comunicação do encerramento do processo de insolvência e do património da sociedade insolvente ao serviço de registo competente. Pede deferimento, Muito atentamente, A administradora de insolvência, Anexos: Lista provisória de credores 5/5