RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA. (Elaborado nos termos do art.º155º do C.I.R.E.)

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1 RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (Elaborado nos termos do art.º155º do C.I.R.E.) Notas prévias: Publicidade de Sentença efectuada no Portal Citius em Reunião realizada com a insolvente em Assembleia de Credores agendada para , pelas 10h00 DADOS DA INSOLVENTE: NOME: ISABEL MARIA DE ALMEIDA JEREMIAS NIF: DATA DE NASCIMENTO: ESTADO CIVIL: Divorciada RESIDÊNCIA: Rua Custódio Vilas Boas, Prédio Chavesmar, Bloco C, AH 14, Esposende Nº DE DEPENDENTES: 0 SITUAÇÃO FACE AO EMPREGO: Empresária em nome individual CAE: Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de venda, de têxteis, vestuário, calçado, malas e similares. 2. ACTIVIDADE A QUE SE DEDICOU NOS ÚLTIMOS 3 ANOS E PRINCIPAIS CAUSAS DA SITUAÇÃO ACTUAL - Artigo 155ª, nº 1, alínea a) do CIRE - Análise dos elementos incluídos no documento referido no artigo 24ª, nº 1, alínea c) do CIRE- A SITUAÇÃO ACTUAL Composição do agregado Familiar A insolvente é uma pessoa singular, natural de Évora, actualmente com 38 anos de idade. Foi casada catolicamente com Alexandre Miguel Pita Tomás desde , no regime da comunhão de adquiridos, tendo o casamento sido dissolvido por divórcio decretado em Não existem filhos do seu casamento com Alexandre Miguel Pita Tomás. Desde Março de 2012 a insolvente reside sozinha em imóvel arrendado, de tipologia T1, sito na Rua Custódio Vilas Boas, Prédio Chavesmar, Bloco C, AH 14, concelho de Esposende. 1/5

2 Dos rendimentos auferidos No que concerne à actividade profissional exercida pela insolvente, a mesma exerce a actividade de vendedora ambulante como empresária em nome individual desde Outubro de Na petição inicial vem referido, a este respeito, após o seu divórcio, a requerente teve uma procura activa de emprego, não tendo, porém, conseguido arranjar qualquer trabalho. Chegando algumas vezes a fases de completo desespero emocional. No mês de Outubro de 2011 a requerente, à míngua de oportunidades de trabalho, declarou início de actividade nas Finanças, tendo passado a exercer a actividade que melhor conhece: venda de artigos de bijutaria ( ) desde aí até ao presente, sempre à mercê da rígida sazonalidade de feiras, certames e de eventos festivos e concelhios, a requerente envida esforços para, no âmbito de venda ambulante, aforrar algum dinheiro que lhe permita algum sustento condigno ( ) por outro lado, a actividade que desenvolve encontra-se sujeita a várias intermitências, pautando-se pela irregularidade na obtenção de rendimentos. Na reunião realizada com a AI, a insolvente declarou ainda vendo algumas peças de bijutaria feitas por mim, na época de verão junto às praias, e em época de inverno junto de feiras, para amigos, etc., não tenho trabalhadores ao meu serviço. Da análise às declarações de rendimentos apresentadas pela insolvente, reportadas aos últimos três anos, afere-se o seguinte: Ano dos Rendimentos Rendimentos Categoria A 0,00 0,00 0,00 Rendimentos Categoria B Profissionais, Comerciais e Industriais 284, ,00 254,00 No último triénio a insolvente declarou apenas rendimentos da categoria B. Das Despesas do Agregado Familiar De acordo com as declarações constantes da Petição Inicial, a insolvente suporta um custo mensal de 230,00 euros a título de renda do imóvel onde habita, ao qual acrescem os custos correntes, como alimentação, vestuário, etc Neste sentido, vem referido na Petição Inicial a requerente conta com a ajuda financeira dos pais para o seu sustento, os quais contribuem para o pagamento das suas despesas correntes do dia-a-dia, cujos comprovativos se protesta juntar em momento ulterior. B CAUSAS DA SITUAÇÃO ACTUAL Na Petição Inicial as causas da actual situação de insolvência vêm correlacionadas com a separação da insolvente do seu cônjuge, após a qual a insolvente deixou de dispor de condições económicas para, sozinha, saldar as obrigações assumidas pelo casal. Com efeito, encontra-se referido na Petição Inicial tendo casado com 24 anos, passou a auxiliar as lides profissionais do ex-marido na actividade deste de venda de artigos de bijutaria em várias lojas da zona de Coimbra. O ex-marido da requerente exercia gestão 2/5

3 da actividade dos estabelecimentos que explorava. ( ) em resumo, era o ex-marido quem lidava com todos os assuntos da actividade de venda de artigos de bijutaria ( ) A actividade da requerente reconduzia-se a atender clientes, sendo que, em trabalho conjunto com o seu ex-marido, organizava o transporte e armazenamento dos artigos nas lojas, nelas efectuando com aquele a sua limpeza e conservação ( ) A casa onde fixaram lar conjugal foi adquirida através de empréstimo bancário ( ) na constância do matrimónio. ( ) Entre 2007 e 2010 ( ) a venda de artigos de bijutaria liderada pelo ex-marido da requerente sofreu uma forte retracção ( ) A diminuição de clientela foi contínua, entre 2007 e 2010 ( ) Os constrangimentos financeiros tiveram impacto directo na economia do agregado familiar ( ) O ex-casal deixou de auferir dinheiro em medida suficiente para acorrer aos encargos quotidianos da vida familiar e ao pagamento das prestações do crédito à habitação ( ) no sentido de evitarem assistir à venda em sede executiva da moradia que adquiriram, a requerente e o seu ex-marido optaram por entregá-lo directamente ao Banco Espírito Santo, S.A., para abatimento da quantia em dívida para com aquele banco. Mesmo assim, a entrega da casa não foi suficiente para abater todo o passivo. Como corolário, e já em 2010, a requerente veio a contar com a preciosa ajuda dos seus pais, os quais decidiram contrair um empréstimo perante o Banco Santander Totta, S.A. no valor de ,00, para assegurar o pagamento do montante remanescente do empréstimo da casa ainda em dívida. Nesse empréstimo, a requerente assumiu a posição contratual de fiadora. ( ) todos os créditos contraídos na constância do matrimónio, à excepção daquele que visou a aquisição de habitação própria, foram-no com o objectivo de acorrer às necessidades de tesouraria da actividade de venda de produtos de bijutaria gerida pelo ex-marido da requerente, no âmbito e por causa dessa actividade. Do passivo do insolvente Para uma melhor análise às causas da situação de insolvência invocadas pela insolvente, urge proceder-se à análise do passivo reclamado e relacionado pela insolvente. Com efeito, a insolvente apresenta um passivo no montante global aproximado de ,20 euros, emergindo o mesmo, essencialmente de financiamentos obtidos junto de entidade bancárias e financeiras. Na Petição Inicial vem declarado a integralidade dos créditos respeita ao arco temporal que subjaz ao matrimónio da requerente ( ) após o divórcio, a requerente não contraiu novas dívidas ou empréstimos para recorrer à amortização dos pretéritos empréstimos contraídos por iniciativa do seu ex-marido. CONCLUINDO, Das informações acima plasmadas afere-se que a presente situação de insolvência surge como corolário de um conjunto de pretéritos empréstimos contraídos pela insolvente na constância do seu matrimónio. Após a separação do casal a insolvente viu-se confrontada com a carência de meios económicos para, sozinha, dar cumprimento a todas as obrigações assumidas. Atendendo aos rendimentos declarados pela insolvente, torna-se evidente a insuficiência económica da insolvente para solver o seu passivo. 3/5

4 3. ANÁLISE ESTADO DA CONTABILIDADE DO DEVEDOR E OPINIÃO SOBRE OS DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA - Artigo 155ª, nº 1, alínea b) do CIRE Não aplicável por força da alínea f) do nº 1 do artigo 24º do CIRE (não tem contabilidade organizada) 4. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA DO DEVEDOR, NO TODO OU EM PARTE, DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA, E DAS CONSEQUÊNCIAS DECORRENTES PARA OS CREDORES NOS DIVERSOS CENÁRIOS FIGURÁVEIS - Artigo 155ª, nº 1, alínea c) do CIRE Pelo que foi possível apurar, decorrente das diligências encetadas, verifica-se que: 1. A insolvente exerce a actividade de vendedora ambulante, como empresária em nome individual; 2. Os rendimentos declarados pela insolvente no ano de 2013 cifram-se no montante de 254, euros; 3. Vem dito na Petição Inicial que conta com a ajuda financeira dos pais para o seu sustento, os quais contribuem para o pagamento das suas despesas correntes do dia-a-dia ; 4. Sob o ponto de vista de propriedade, não é conhecido à insolvente nenhum bem imóvel ou bem móvel sujeito a registo. 5. A insolvente declarou ao abrigo do disposto no artigo 24º nº1 al. e) do CIRE não é a requerente possuidora de quaisquer outros bens de natureza móvel ou imóvel, pelo que tão pouco é titular de quaisquer direitos perante terceiros, sendo que todo o recheio da fracção autónoma que habita é pertença dos seus senhorios ; 6. O passivo conhecido do insolvente cifra-se no montante aprox. de ,00 euros; 7. Do exposto, é pois, manifesta a insuficiência económica da insolvente, porquanto não dispõe de quaisquer meios capazes de liquidar as suas dívidas vencidas; 8. Pelo que se verifica que actualmente, face aos rendimentos auferidos pela insolvente, não existe possibilidade de esta vir a gerar receitas suficientes para fazer face às suas obrigações. Consequentemente: I. Perante a inexistência do património passível de ser apreendido e integrado na massa insolvente, em benefício dos credores, a insolvente não dispõe de meios para fazer face aos créditos que venham a ser apurados; II. Sendo a massa insolvente (inexistente) insuficiente para a satisfação das custas do processo e das restantes dívidas da massa insolvente. 4/5

5 5. EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE Na petição inicial, veio a insolvente requerer ao Tribunal que lhe fosse concedida a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto no artigo 235º e seguintes do CIRE. Para tal, declara expressamente: que se dispõe a observar todas as condições a que alude o nº3 do artigo 236º do CIRE. Nestes termos, a administradora da insolvência não tem conhecimento de que a insolvente se enquadre em nenhuma das situações previstas no artigo 238º nº 1 do CIRE. De todo o exposto, AI PROPÕE à Assembleia de Credores: a) Que, após a apreciação da exoneração do passivo restante, seja o processo encerrado por insuficiência da massa insolvente ao abrigo do disposto no artigo 232º do CIRE. Com base na informação prestada nos pontos I e II anteriores, a AI, muito respeitosamente, REQUER A Vª EXA, b) Que seja dispensada da elaboração do inventário nos termos do disposto no artigo 153º nº 5 do CIRE. PEDE DEFERIMENTO, Muito atentamente A administradora da insolvência, ANEXO: Lista provisória de credores 5/5