RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (Elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.)

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1 RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA (Elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.) Notas prévias: Publicação do anúncio no Portal CITIUS em Reunião realizada com o insolvente em Assembleia de Credores: às 14h00 1. INSOLVENTE: JOÃO ARMÉNIO DE OLIVEIRA FARIA CONTRIBUINTE FISCAL: DATA NASCIMENTO: RESIDÊNCIA: Rua do Moinho, nº 161, , Ucha, Barcelos ESTADO CIVIL: Casado sob o regime de comunhão de adquiridos Nº DE DEPENDENTES: 0 SITUAÇÃO FACE AO EMPREGO: Reformado desde Abril de ACTIVIDADE A QUE SE DEDICOU NOS ÚLTIMOS 3 ANOS E PRINCIPAIS CAUSAS DA SITUAÇÃO ACTUAL - Artigo 155ª, nº 1, alínea a) do CIRE - Análise dos elementos incluídos no documento referido no artigo 24ª, nº 1, alínea c) do CIRE Do agregado Familiar O insolvente é casado com Maria Teresa Carvalho de Brito Faria no regime da Comunhão de adquiridos, desde Do seu casamento nasceram dois filhos, atualmente maiores de idade e independentes. O insolvente reside em imóvel de propriedade de um familiar, conjuntamente com o seu cônjuge, sito na Rua do Moinho, nº 161, Ucha, Barcelos, mediante o pagamento de uma renda mensal de 250,00. Da informação prestada pelo insolvente à AI, na reunião realizada, sabe-se que o imóvel onde o insolvente atualmente reside, sempre constituiu a sua habitação efetiva. Com efeito, o referido imóvel era pertença do insolvente, sem embargo, sucede que, o imóvel em questão foi objeto de venda no âmbito do processo 1/5

2 executivo que correu termos no Serviço de Finanças de Barcelos, tendo sido adjudicado a uma irmã do insolvente. O insolvente entregou à AI o respetivo contrato de arrendamento, celebrado em , com duração de 1 ano (início em e termo em ). Da Atividade Profissional O insolvente encontra-se reformado por velhice desde Abril de 2014, auferindo uma pensão de reforma no montante de 259,36 euros. Dos Rendimentos Da análise às declarações de rendimentos do insolvente, reportadas aos últimos anos, afere-se o seguinte: Ano dos Rendimentos RENDIMENTOS DE CATEGORIA B Vendas / Prestações de Serviços / Outros Rendimentos Resultado Líquido do Exercício , , ,31 _ , , , ,36 A declaração de rendimentos reportada ao ano de 2011 não se encontra disponível para consulta no Portal da Autoridade Tributária e Aduaneira. Por conseguinte, a AI não se pode pronunciar acerca do resultado líquido do exercício apurado naquele ano. (Nota: Os rendimentos referidos do ano 2011 têm por base a informação constante da Declaração de rendimentos de 2012) B- A DECLARAÇÃO DE INSOLVÊNCIA E PRINCIPAIS CAUSAS DA SITUAÇÃO ATUAL A presente declaração de insolvência foi requerida pelo próprio insolvente, alegando para o efeito e conforme descrito na Douta Sentença da declaração de insolvência ( ) que não tem capacidade para proceder o pagamento das dívidas por si acumuladas, pois que o valor do seu rendimento mensal, e tendo em conta os seus encargos mensais fixos, é insuficiente para proceder á liquidação das preditas dívidas. Tendo por base os elementos constantes da Petição Inicial, aqueles obtidos por indagação da AI e ainda das informações prestadas pela Ilustre Mandatária do Insolvente, retiram-se as conclusões que infra se enunciam quanto às causas da situação atual: O insolvente foi comerciante em nome individual, tendo explorado um estabelecimento comercial de venda de carne fresca ou congelada, vulgarmente designado por talho, durante cerca de 30 anos. Na reunião realizada o insolvente informou ainda que o espaço onde exercia a sua atividade era arrendado, sito em Areias, S. Vicente, mediante o pagamento de uma renda mensal de cerca de 35,00 euros. Sucede que, e de acordo com o que vem dito na P.I. desde há 10 anos a esta parte, o requerente viu o seu volume de negócios descer de forma drástica, sendo que, nos últimos cinco anos, o mesmo agravou-se ainda mais por força da crise económica e 2/5

3 financeira que assola o nosso País ( ) o Requerente, por força das condições de mercado, viu-se impossibilitado de fazer repercutir nos preços de venda dos produtos os aumentos dos custos e encargos ( ) todavia, nos últimos três anos o Requerente não mais conseguiu cumprir os compromissos assumidos até então nem os que assumiu posteriormente ( ) de tal forma que o requerente se viu obrigado a encerrar o seu estabelecimento comercial em Novembro de A situação financeira do insolvente mostrou-se de tal forma agudizada, que a esposa do insolvente acabou também por ser declarada insolvente, correndo seus termos no 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Barcelos sob o processo nº 3599/13.8TBBCL. - Da análise ao Passivo reclamado e arrolado No que respeita às obrigações do insolvente, e tendo por base as reclamações de crédito rececionadas bem assim os créditos arrolados pelo insolvente no cumprimento do disposto na al. a) do nº1 do artigo 24º do CIRE, afere-se que o passivo do insolvente se cifra no montante global aproximado de ,00 euros. CONCLUINDO, Da análise efetuada aos elementos disponibilizados à AI bem como das diligências por si encetadas, conclui-se que a situação de insolvência adveio, essencialmente, como corolário do fracasso do negócio explorado pelo insolvente por força de diversos fatores exogéneos. Com efeito, perante o fracasso daquela atividade, aliado ao subsequente encerramento do estabelecimento, o insolvente deixou de ter meios económicos necessários para saldar tais obrigações. Da Petição resulta O Requerente não possui mais bens ou rendimentos que lhe permitam fazer face aos seus compromissos vencidos e vincendos, vivendo de ajudas de familiares e amigos. Atendendo ao montante dos rendimentos atualmente auferidos pelo insolvente, e atenta ainda a situação de insolvência do seu cônjuge, verifica-se clara a insuficiência económica daquele agregado para cumprir voluptuoso passivo. 3. ANÁLISE ESTADO DA CONTABILIDADE DOS DEVEDORES E OPINIÃO SOBRE OS DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA - Artigo 155ª, nº 1, alínea b) do CIRE Não aplicável por força da alínea f) do nº 1 do artigo 24º do CIRE (não tem contabilidade organizada) 3/5

4 4. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA DO DEVEDOR, NO TODO OU EM PARTE, DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA, E DAS CONSEQUENCIAS DECORRENTES PARA OS CREDORES NOS DIVERSOS CENÁRIOS FIGURÁVEIS - Artigo 155ª, nº 1, alínea c) do CIRE Pelo que foi possível apurar, decorrente das diligências efetuadas pela AI junto da Administração Tributária e Serviços de Registo Predial e Automóvel, verifica-se que: 1. O insolvente encontra-se reformado desde Abril de 2014, auferindo mensalmente a quantia de 259,36 a título de pensão de velhice; 2. Sob o ponto de vista da propriedade, apenas é conhecido ao insolvente ½ de um imóvel de natureza rústica, sito na freguesia de Ucha, concelho de Barcelos; 3. Pese embora conste em nome do insolvente, junto da Administração Tributária, um veículo automóvel de matrícula XR-60-66, marca OPEL, o insolvente informou a AI, na reunião realizada, que pelo facto de o mesmo se encontrar em regime de locação financeira procedeu à entrega à entidade Locadora; 4. Pelo que não são conhecidos ao insolvente quaisquer veículos automóveis. Termos em que, 5. É, pois, manifesta a insuficiência económica da insolvente, porquanto não dispõe de quaisquer meios capazes de liquidar as suas dívidas vencidas; 6. Consequentemente, não existe possibilidade de este vir a gerar receitas suficientes para fazer face às suas obrigações. Assim, e sendo que o insolvente apenas tem como fonte de rendimento a sua pensão de velhice, a única forma de satisfazer (parte) dos créditos que vierem a ser reclamados e apurados é a liquidação célere do património da insolvente. CONCLUINDO: A administradora de insolvência PROPÕE à Assembleia de Credores: a) A liquidação do património da insolvente. 4/5

5 5. EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE Na petição inicial, veio o insolvente requerer ao Tribunal que lhe fosse concedida a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto nos artigos 235º e s.s. do CIRE. Para tal, declara expressamente que preenche os requisitos legais para lhe ser concedida a exoneração do passivo restante compromete-se a observar todas as condições previstas na Lei, mais concretamente nos artigos 236º nº 3 e ss do CIRE, com especial relevância para o nº4 do artigo 239º do CIRE. Ora a administradora de insolvência não tem conhecimento de que o insolvente se enquadre em nenhuma das situações previstas no artigo 238º n.º 1 do CIRE. PEDE DEFERIMENTO, Muito atentamente A administradora de insolvência, Anexo: Lista provisória de credores Inventário de Bens 5/5